O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador antimultilateralismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador antimultilateralismo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O antiglobalismo derrotado nos EUA sobreviverá no Brasil? - Paulo Roberto de Almeida

O antiglobalismo derrotado nos EUA sobreviverá no Brasil? 

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivocomentar sobre efeitos da derrota de Trumpfinalidadediplomacia brasileira]

  

O que acontecerá com a estupidez do antiglobalismo em 2021?

A provável derrota de Trump no dia 3/11 também abre caminho para a superação do irracional antimultilateralismo na diplomacia americana, para a derrota do ainda mais esquizofrênico antiglobalismo. 

Isso significará também a rejeição dessas mesmas idiotices na diplomacia brasileira?

Provavelmente não, pois que muito dessa lamentável postura irracional é endossada pela excepcionalmente ignorante família presidencial e pelo tosco “aspone” do Planalto nessa área, que juntos controlam com rédea curta o chanceler acidental.

A bolha diplomática da franja lunática poderá, assim, continuar exercendo seus podres poderes sobre o corpo diplomático profissional do Itamaraty. 

Continuará, portanto, o duplo afundamento da política externa e da diplomacia brasileira, seu completo isolamento no continente e seu profundo desprestígio no plano internacional. 

Nunca antes na história quase bicentenária do Itamaraty — mas que só exibe essa designação há pouco mais de um século —, nós, diplomatas profissionais, tínhamos assistido não só a tal tipo de esquizofrenia antimultilateralista, como também a cenas explícitas de servilismo a uma potência estrangeira. Jamais tínhamos descido tão baixo na senda da servidão voluntária. Raras vezes, ou praticamente nunca, tínhamos nos submetido a uma submissão automática a um poder externo. 

Esta fase de nossa trajetória histórica, vergonhosa como se manifesta concretamente, não passará incólume pelos registros documentais: pretendo descrever fielmente os momentos mais baixos de nosso itinerário diplomático.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3746, 22 de outubro de 2020