O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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Mostrando postagens com marcador artigos Paulo Roberto de Almeida. Mostrar todas as postagens
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terça-feira, 24 de abril de 2018

Guerra comercial EUA-China: Hangout do Instituto Millenium

Recebi o convite, não tinha porque recusar, a despeito que não me considero a pessoa mais qualificada para o tema, pois estou há alguns anos afastado das negociações comerciais no âmbito da OMC, ou em qualquer outro âmbito, como no Mercosul, por exemplo.
Fui informado sobre o o link para o evento no Facebook:
Paulo Roberto de Almeida

Imil promove Hangout “Incerteza global”, nesta quinta-feira

Debate sobre efeitos de uma guerra comercial entre EUA e China contará com participação de Marcos Troyjo, Paulo Roberto de Almeida e Servulo Dias

Como uma guerra comercial entre EUA e China pode afetar a economia do Brasil e do mundo?
Para esclarecer esta e outras questões a respeito dos novos traços que definem a economia global, o Instituto Millenium promove, na próxima quinta-feira, dia 26 de abril, um encontro virtual com especialistas no tema. Mediado pelo economista Servulo Dias, os diplomatas Marcos Troyjo e Paulo Roberto de Almeida debaterão o protecionismo e os efeitos da iminente guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo.
O hangout será transmitido às 15h (horário de Brasília) no canal do Instituto Millenium no YouTube, redes sociais e aqui no site do Imil. Confirme a presença na página do evento no Facebok e não perca!
Sobre os debatedores
Marcos Troyjo
É graduado em ciência política e economia pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em sociologia das relações internacionais pela USP e diplomata. É integrante do Conselho Consultivo do Fórum Econômico Mundial, diretor do BRICLab da Universidade Columbia, pesquisador do Centre d´Études sur l´Actuel et le Quotidien (CEAQ) da Universidade Paris-Descartes (Sorbonne), fundador do Centro de Diplomacia Empresarial e conselheiro do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). É colunista do jornal “Folha de S.Paulo”.
Paulo Roberto de Almeida
É doutor em Ciências Sociais (Université Libre de Bruxelles), mestre em Planejamento Econômico (Universidade de Antuérpia), licenciado em Ciências Sociais pela Université Libre de Bruxelles) e diplomata. Serviu em diversos postos no exterior e exerceu funções na Secretaria de Estado, geralmente nas áreas de comércio, integração, finanças e investimentos. Foi professor de Sociologia Política no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília (1986-87) e atualmente leciona no Centro Universitário de Brasília (Uniceub).
Servulo Dias (mediador)
E economista formado pela FEA/USP, administrador de empresas e especialista em marketing de serviços pela FIA. Ocupou posições executivas na área comercial e de desenvolvimento de novos negócios em empresas nacionais e multinacionais de grande porte. Atuou em projetos de inovação e redefinição de modelos de negócio na indústria química, embalagens, papel e celulose e fotografia/varejo. Atualmente ocupa a posição de diretor comercial para a América Latina na MGITECH Group.

O link acima, para o meu nome, remete a um CV um pouco mais alentado: 

Doutor em ciências sociais pela Universidade de Bruxelas (1984), mestre em planejamento econômico e economia internacional pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia (1976), formou-se em ciências sociais pela Universidade de Bruxelas (1974). Defendeu tese de doutorado em temática de sociologia histórica, sobre as revoluções burguesas e a modernização capitalista do Brasil; elaborou tese de história diplomática no curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores (1997) sobre a diplomacia econômica do Brasil no século XIX. Desde 2004, é professor no programa de mestrado e doutorado em direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub); foi professor orientador no mestrado em diplomacia do Instituto Rio Branco do Itamaraty. Tem sido regularmente convidado para ensinar em universidades brasileiras e estrangeiras. Possui experiência nas áreas de relações internacionais e em sociologia, com ênfase em desenvolvimento comparado, atuando principalmente nos seguintes temas: relações econômicas internacionais, política externa brasileira, história diplomática, desenvolvimento econômico brasileiro, globalização e segurança internacional. Foi professor convidado no Institut de Hautes Etudes de l'Amérique Latine (Sorbonne), Paris, de janeiro a junho de 2012. Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Foi ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil em Washington (1999-2003). Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Comissário Geral Adjunto do Pavilhão do Brasil na Shanghai Expo 2010. De janeiro de 2013 a outubro de 2015 serviu como Cônsul Geral Adjunto do Brasil em Hartford, CT, EUA. Desde 3/08/2016, é diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão, vinculada ao Itamaraty. Publicou mais de uma dezena de livros individuais, organizou diversas outras obras, participou de dezenas de livros coletivos e assinou centenas de artigos em revistas especializadas (ver trabalhos em: www.pralmeida.org; blog: diplomatizzando.blogspot.com).

Mini-reflexao sobre o Estado brasileiro atual e sua classe politica - Paulo Roberto de Almeida

Mini-reflexão sobre o Estado brasileiro atual e sua classe política

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: desabafo; finalidade: expor meus sentimentos] 

Uma mini-reflexão suscitada pelo espetáculo absolutamente deprimente a que assistimos todos os dias no cenário político do país.
O Estado brasileiro, em todos os níveis, da mais humilde vereança do mais pobre município da mais atrasada região do interior do Brasil, até os pináculos do poder, entre os mandarins da República que a estão transformando em republiqueta de bananas, o Estado brasileiro, volto a dizer, de antigo promotor do desenvolvimento brasileiro, transformou-se no mais poderoso inimigo de qualquer perspectiva de crescimento no Brasil. 
E sua classe política, do mais humilde vereador ao mais alto mandatário, transformou-se numa classe em si, perdulária, irresponsável, afrontosa para com a nação trabalhadora, despoupadora líquida dos recursos duramente criados pelos agentes econômicos primários, indigna de ser considerada uma classe política. 
Sei que meu anarquismo visceral pode parecer exagerado, mas não sou nem liberal, nem conservador, nem nada; sou apenas um reformista radical, e acredito que o Brasil precisa passar por uma reforma radical, em todos os níveis, para tentar ser um país normal, o que ele está longe de ser hoje em dia.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 24 de abril de 2018

domingo, 22 de abril de 2018

Cairu: a Brazilian Adam Smith - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente artigo publicado: 

A Brazilian Adam Smith

Cairu as the Founding Father of Political Economy in Brazil at the beginning of the 19th century

  • Paulo Roberto AlmeidaUniceub; IPRI-Funag/MRE
Keywords: Adam Smith, José da Silva Lisboa, Visconde de Cairu, economic thought

Abstract

Adam Smith’s seminal work, The Wealth of Nations, was introduced to Brazilian readers by an autodidatic “economist”, José da Silva Lisboa, at the beginning of the 19th century. The paper intends to reconstruct the reception of Smith’s ideas in Brazil (and Portugal), through the early works of José da Silva Lisboa. He was a remarkable intellectual, liberal by instinct besides a government official, who was largely responsible for the “economic opening” of Brazilian ports to foreign trade (decreed by the Portuguese Regent, Prince D. João, in 1808, at his arrival in Brazil). He was honored with the title of Viscount of Cairu (who became the patron of the Brazilian economists in the 20th century). He translated, incorporated, copied and transformed many Smithian ideas in his books (published in Portugal and Brazil, by Imprensa Régia), adapting them to a colonial economy and a backward agricultural environment. He suggested, among other original features, the existence of a fourth factor of production (besides land, labor and capital): knowledge, which could be considered an anticipation of modern conceptual evolution in economic thinking.

Author Biography

Paulo Roberto Almeida, Uniceub; IPRI-Funag/MRE
Paulo Roberto de Almeida, Brasília, Brazil (pralmeida@me.com) Director, International Relations Research Institute (IPRI, Min. of Foreign Affairs) Professor of International Political Economy at the Graduate Studies in Law, University Center of Brasília (Uniceub) (www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com)

References

ALMODOVAR, António. Introduction to: Lisboa, José da Silva. Escritos Económicos Escolhidos, 1804-1820. Coleção de Obras Clássicas do Pensamento Económico Português, Lisboa, 1993.
ARRIGHI, Giovanni.. Adam Smith in Beijing: Lineages of the Twenty-First Century. Londres, 2007.
______. The winding paths of capital. Interview with David Harvey. New Left Review, n.56, Mar-Apr/2009, p.61-94. Avaible em: or . Acessed at: 5 dec. 2016.
CAIRU, José da Silva Lisboa. Observações sobre a franqueza da indústria, e estabelecimento de fábricas no Brasil (1810). Senado Federal, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, Brasília, 1999. 
FENELON, Dea Ribeiro. Cairu e Hamilton: um estudo comparativo. Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte, 1973.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil (1959). Fundo de Cultura.Rio de Janeiro, 1963. 
LIMA, Heitor Ferreira. História do Pensamento Econômico no Brasil. Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1976.
LISBOA, José da Silva. Escritos Económicos Escolhidos, 1804-1820. Banco de Portugal, Coleção de Obras Clássicas do Pensamento Económico Português, Lisboa, 1993.
OLIVEIRA, Luis Valente de; RICUPERO, Rubens (orgs.). A Abertura dos Portos. Senac-SP, São Paulo, 2007.
SMITH, Adam. An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations. Londres, 1791.

Published
2018-04-17

How to Cite
Almeida, P. (2018). A Brazilian Adam Smith. MISES: Interdisciplinary Journal of Philosophy, Law and Economics6(1). https://doi.org/https://doi.org/10.30800/mises.2018.v6.64

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Academia.edu: as postagens mais acessadas recentemente

"Pescado" do item "Readers" do Analytics do Academia.edu, mas selecionando apenas os efetivamente descarregados, não os apenas vistos ou acessados:



etc., continua...

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sexta-feira, 13 de abril de 2018

Regional integration in LatAm: the case of Mercosur - Paulo Roberto de Almeida

Regional integration in Latin America: an historical essay

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: complementar trabalho 3043; finalidade: Meridiano 47]

Introdução
Recebi, em 3 de abril, a seguinte mensagem dos editores de Meridiano 47, a partir da submissão do artigo escrito seguinte: “Regional integration in Latin America: historical developments, current challenges, especially in Mercosur”:
“ (…) Temos a satisfação de anunciar que o seu artigo foi aceito e que será publicado no volume 18 de Meridiano 47, tão logo seja concluída a sua produção editorial. (…)
Ao longo dos últimos anos vimos trabalhando intensamente para ampliar a divulgação dos artigos publicados nas revistas do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais - IBRI. Esta ação está dando resultados excelentes, proporcionando o  aumento da visibilidade dos artigos publicados. Para isso, temos trabalhado em parceria com os nossos autores para aumentar o impacto nacional e internacional de suas pesquisas, com o uso inteligente de vários canais de divulgação, inclusive das mídias sociais.
Meridiano 47 publica kits de mídia sobre os artigos publicados no site do IBRI (http://www.ibri-rbpi.org) e em Mundorama (Revista de Divulgação Científica em Relações Internacionais - http://www.mundorama.net) . Nós usamos essas peças para divulgar intensivamente os artigos no nosso perfil no Twitter (http://www.twitter.com/meridiano47http://www.twitter.com/ibri_rbpi) e em nossa página no Facebook (https://goo.gl/xHrkpZ e http://www.facebook.com/ibri.rbpi).
Prepare uma nota em seu artigo (com no máximo 800 palavras, 3 ou 4 parágrafos) que deverá ter um título distinto daquele do seu artigo. Este texto pode ser escrito em Inglês ou Português. Pense em uma nota que seja extensa o suficiente para manter o interesse dos leitores pelo seu artigo e pelo seu perfil científico, mas tomando o cuidado de não resumir o artigo ao ponto em que a leitura da peça original seja dispensável. Veja as instruções dadas pelo Scielo para a produção de bons press releases em http://goo.gl/NKhVah.
Nota preparada para atender ao pedido dos editores do boletim Meridiano 47.

The evolution of Mercosul in the world context
Historical and analytical essay on the evolution of the regional integration process, especially of Mercosur, in the South American Southern Cone, created in 1991 on the basis of a previous bilateral experiment between Brazil and Argentina (the 1988 treaty of integration and the 1990 Buenos Aires Act, both promising a bilateral common market, first in 10 years, then in 5 years). Resulting from the intention of Paraguay and Uruguay to join in this process, the Asunción treaty was signed in the Paraguayan capital in March 1991, and the new, quadrilateral, Mercosur confirmed the same objectives of the Buenos Aires Act, starting a progressive and automatic process of tariff reduction among the four member countries, in order to create a free trade zone, complemented by a Common External Tariff, the basis of a Customs Union.
Mercosur was thus confirmed in December 1994 as a new promising common market, with other objectives in view. Although impressive advances were made in its 8 years of existence, up to 1999, absence of a more structured process of coordination of macroeconomic and sectorial policies, and of a real convergence in other sectors – such as harmonization of rules and norms for many areas of economic activities, such as services of administrative regulation, including taxation and other fiscal dispositions – the integration process was hampered by the economic crises (exchange rate policies, external debt, and balance of payments disequilibrium) in the two major members, which resulted in a serious decline of intra-trade flows.
For the rest of its existence, Mercosur knew few, if any, advances in its economic and commercial interface, as Argentina and Brazil started new orientations in their overall economic policies, less open to economic opening and trade liberalization, and more in line with nationalistic and interventionist policies (Nestor Kirchner in Argentina, Lula da Silva in Brazil). There was a real stagnation in the integration process, due to this change in main priorities in each country. Mercosur today is actually less relevant either for its member countries or for their integration into the world economy than it was the case at the origin, because member countries or the customs union itself kept themselves away from new trade negotiations and agreements with foreign partners. Mercosur countries are virtually absent from the most important global value chains in the new global economy.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13 de abril de 2018

Meira Penna: um intelectual liberal, morto aos 100 anos - Paulo Roberto de Almeida

Meu trabalho publicado mais recente: 

1276. “José Osvaldo de Meira Penna: um intelectual brasileiro”, Revista da ADB(ano XX, n. 97, dezembro de 2017 a março de 2018, p. 36-37; ISSN: 0104-8503; link: https://adb.org.br/revista-adb/#revista-adb-97/page36-page37).


José Osvaldo de Meira Penna: um intelectual brasileiro

Paulo Roberto de Almeida
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI).

Qualquer que seja a qualificação que se lhe atribua – liberal, conservador, direitista –, Meira Penna foi um dos grandes intelectuais brasileiros, certamente o maior da carreira diplomática, talvez até mais, na variedade e volume dos escritos, que os dois outros colegas que poderiam legitimamente lhe ser equiparados: Roberto Campos e José Guilherme Merquior. Já conhecedor de boa parte de sua obra, para preparar esta nota fui consultar as entradas sob seu nome nas bibliotecas próximas. As do Itamaraty, possuem apenas 27 obras (mas em vários exemplares), sendo 17 na SERE, oito no Rio de Janeiro e duas no Instituto Rio Branco. A do Senado Federal, mais copiosa em artigos do que em livros, exibe 16 obras no catálogo, mas 104 artigos – parte ínfima de seus “sueltos” em periódicos, durante décadas –, sendo o último deles significativamente intitulado “Por que escrever memórias?” (2006). 
Suas memórias, justamente, ficaram por terminar, e ainda permanecem sob a guarda da família. Um excelente verbete na Wikipedia registra 23 livros publicados, dos quais eu destacaria os seguintes: O Brasil na Idade da Razão(1980); O Evangelho segundo Marx(1982); O Dinossauro(1988); Utopia brasileira(1988); Opção preferencial pela riqueza(1991); O espírito das revoluções(1997); A Ideologia do século XX(1994); Em berço esplêndido: ensaios de psicologia coletiva brasileira(1999); Da moral em economia(2002). Esse verbete, provavelmente escrito pelo amigo Ricardo Vélez-Rodríguez, trata de suas análises sobre o patrimonialismo brasileiro, nosso cartorialismo, o burocratismo, e vários ismos também fustigados pelo seu colega – e contemporâneo na carreira – Roberto Campos. Meira Penna foi admitido em 1937 e Campos ingressou em 1938, no primeiro concurso do DASP, ao lado de outros que entravam pela janela, situação que se prolongou até a criação do Instituto Rio Branco.
Antes de entrar no Itamaraty eu já o conhecia de nome, pelos artigos publicados no Estadãoou no Jornal do Brasil. Quando ingressei, fui ler um de seus livros: Política externa: segurança e desenvolvimento(1967), obra que discute de forma inteligente os dois princípios da era militar. O primeiro livro emergiu no segundo posto: Shanghai: aspectos históricos da China moderna(1944). Ao partir para missão temporária nessa cidade, em 2010, eu o contatei, para conversar sobre a cidade que ele tinha conhecido antes da dominação comunista. Em mensagem de 8/11/2009, ele me escreveu:
Estive duas vezes em Xanghai [sic]. Da primeira, 1941-42, como Vice-Cônsul sob as ordens do Cônsul Geral James F. Mee. Da segunda, em 1949, assistindo ao fim da guerra civil que trouxe Mao ao poder. Dessa segunda vez, fiquei quase um ano em Nanking como Encarregado de Negócios, até a chegada do novo Embaixador, Paranhos da Silva. Saí da cidade duas semanas antes da entrada dos maoístas. (...) Terei grande prazer em conversar consigo. Meu telefone é... 

Eu já o conhecia desde os anos 1980, tendo feito uma visita à sua residência, a “Vila Castália”, na Park Way, depois de retornar do doutorado e começar a dar aulas no Instituto Rio Branco e na UnB, onde ele também se exercia como professor do então Departamento de Relações Internacionais. Ele me presenteou com um de seus livros, e nos anos seguintes fui adquirindo ou sendo agraciado com vários outros, todos eles fortemente estimulantes de um diálogo de alto nível sobre as razões do atraso brasileiro em perspectiva histórica e comparada, com base em grandes nomes da cultura ocidental: Weber, Tocqueville, Marx e outros pensadores. Meira Penna foi, salvo engano, o primeiro brasileiro a ser admitido na Sociedade do Mont Pèlerin, o grupo liberal criado no imediato pós-guerra por Friedrich Hayek para se contrapor ao keynesianismo, já dominante nas universidades e nas políticas econômicas de quase todos os países.
Por sua vez, ele se contrapôs desde o início ao pensamento estatizante e terceiro-mundista, que prevalecia nas elites brasileiras, independentemente do regime político ou das chefias do Itamaraty. Em plena atividade como embaixador nos anos 1970, Meira Penna nunca se eximiu de criticar as orientações da política externa, em especial as dos últimos governos da era militar. Tais críticas recrudesceram na democratização, a despeito da boa disposição inicial em relação ao banqueiro Olavo Setúbal. Aposentado desde 1981, seu último grande embate se deu pela denúncia das “polonetas”, os créditos oferecidos a países socialistas para a exportação de manufaturas brasileiras sem quaisquer garantias credíveis. O mesmo ocorreu nos financiamentos oferecidos a países do Terceiro Mundo, na África e na América Latina, redundando em grandes perdas para o país, quando as insolvências passaram a exame, e desconto, no âmbito do Clube de Paris, onde o Brasil era admitido como credor. 
Em meados dos anos 1980 ele funda, com amigos e intelectuais de renome, a Sociedade Tocqueville, assim como esteve na origem do Instituto Liberal de Brasília. Suas principais contribuições no campo intelectual se dão na crítica ao patrimonialismo e à mentalidade estatizante e intervencionista no Brasil, entranhada na psicologia social, que interpreta com base em teses de Carl Gustav Jung. Uma das últimas manifestações de Meira Penna se deu em entrevista a Bruno Garschagen, do Instituto Mises Brasil, em 6/12/2013 – nos links: https://goo.gl/1Aj5HChttps://www.youtube.com/watch?v=XkE00n0ZYNk–, na qual ele revela inicialmente que sua orientação liberal surgiu ainda em 1935, quando ele iniciava estudos de Direito e ocorreu a intentona comunista de novembro daquele ano. As leituras de Hayek, Mises e Milton Friedman foram solidificando suas convicções liberais, e sua oposição ao ambiente positivista, intervencionista, nacionalista míope, predominante no Brasil e na grande maioria dos países dominados pelo keynesianismo.
Sua morte, aos cem anos, em 29 de julho de 2017, deixou o Brasil mais pobre na vertente liberal, num ambiente intelectual carente de grandes nomes nessa área, pois já rarefeito desde o desaparecimento de Roberto Campos e de José Guilherme Merquior. Uma coleção de ensaios em sua homenagem seria bem vinda, a exemplo daquela que se fez por ocasião do centenário de Roberto Campos: O homem que pensou o Brasil. Uma coletânea de seus escritos mais representativos seria ainda melhor...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21 de janeiro de 2018
Relação de Publicados n. 1276.

O Apartheid brasileiro em pleno desenvolvimento - Nacao mestiça

Em 2004, por meio deste trabalho: 

“Rumo a um novo apartheid?: sobre a ideologia afro-brasileira”, Brasília, 29 agosto 2004, 11 p. Ensaio sobre a possibilidade de uma separação “mental” dos grupos raciais no Brasil, com base na promoção das diferenças entre a etnia negra e as demais. Publicado na revista Espaço Acadêmico (a. IV, n. 40, set. 2004).Postado em meu blog Diplomatizzando (2/09/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/a-ideologia-do-afrobrasileirismo-base.html).

eu alertava que havia um Apartheid em construção, resultado da ação dos militantes negros radicais, que pretendiam segregar os "negros" dos demais brasileiros. Parece que eles conseguiram, com a ajuda dos companheiros no poder, política que ainda não foi mudada, como informa a notícia abaixo.
Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 13 de abril de 2018.

Governo brasileiro barra observadores mestiços de conferência racial

O PT saiu do governo, mas o racismo petista não. O presidente Michel Temer mantém a política negrista e antimestiça dos governos Lula e Dilma.
O Governo Federal abriu inscrições para “escolha” de 200 observadores da IV Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR). Para concorrer, porém, o candidato deve ser branco, negro, índio ou amarelo, determina o formulário de inscrição – não pode ser mestiço.
A Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) abriu nesta quarta-feira (11), às 15h, inscrições para interessados em ser observadores da IV Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR). Ao todo, segundo o órgão do Ministério dos Direitos Humanos, serão disponibilizadas 200 vagas para observadores e o critério de escolha seria por ordem de inscrição.
O Ministério dos Direitos Humanos é atualmente administrado pelo subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, Gustavo do Vale Rocha, nomeado pelo presidente Michel Temer (MDB) em substituição a Luislinda Valois.
Formulário exclui pardos que não se identificam como negros
Ao preencherem o formulário, os candidatos devem obrigatoriamente declarar se são amarelos, indígenas, brancos, “negros pardos” ou “negros pretos” – não há a opção simplesmente para “pardos”, embora o termo para o IBGE seja destinado aos autodeclarados mestiços, inclusive os que não descendem de pretos.
Tal fato não surpreende: indo contra convenções e outros documentos internacionais contra o racismo e que reconhecem povos mestiços em diversos países, desde o governo do ex-presidente Lula – atualmente preso por corrupção e tráfico de influência – há uma política oficial de genocídio contra o Povo Mestiço Brasileiro, que se dá destacadamente pela exigência de que pardos se identifiquem como negros.
O objetivo do racismo antimestiço organizado é o apagamento oficial do Povo Mestiço Brasileiro a fim de minar a identidade e unidade nacional brasileira. Políticas similares têm sido promovidas por ONGs e governos globalistas em outros países latino-americanos.
Indo na contra-mão do racismo federal, o Mestiço Brasileiro já é reconhecido como etnia pelos Estados do Amazonas, Mato Grosso, Paraíba e Roraima.
Na I CONAPIR, em 2005, e nas seguintes, membros do Movimento Mestiço enfrentaram agressiva oposição para sua participação no evento por recusar identificar-se como negro.
O formulário (link para página de inscrição) para candidatos a observadores também exige que o interessado informe o governo federal brasileiro sobre sua “orientação sexual”.
Segundo o site da SEPPIR, o resultado dos “contemplados” será divulgado nele logo após o término do processo de inscrição. A Comissão Organizadora disponibilizou para maiores informações o e-mail: infra.4conapir@mdh.gov.br ou pelos telefones (61)2027-3287/3101/3741.
Sobre a IV CONAPIR
A IV CONAPIR será realizada entre os dias 27 e 30 de maio de 2018, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, e terá como tema central O Brasil na década dos afrodescendentes: reconhecimento, justiça, desenvolvimento e igualdade de direitos. As discussões serão orientadas por quatro subtemas: Do reconhecimento dos afrodescendentesDa garantia de justiça aos afrodescendentesDo desenvolvimento dos afrodescendentes e Discriminação múltipla ou agravada dos afrodescendentes.
Os observadores terão, segundo informação da SEPPIR, direito ao material do participante, à alimentação no local do evento e ao acesso às plenárias, grupos de discussão e estandes.