Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Miriam Leitao: Dois pesos e duas medidas na diplomacia brasileira
Bom Dia Brasil, 10/01/2013
A comentarista lembra que, no episódio do impeachment no Paraguai, foi contra a decisão inconstitucional do governo, mas agora apoia o chavismo.
O governo brasileiro já deu sinais de apoio aos chavistas, na Venezuela. Mas olhando para o Mercosul, são dois pesos e duas medidas, pensando no Paraguai. O país, nosso sócio estratégico de energia, foi suspenso do Mercosul por uma decisão liderada pelo Brasil, depois que o vice-presidente assumiu o governo e depôs o presidente com um rito sumário. O Brasil disse que ele não teve direito de defesa, e que isso é antidemocrático. É verdade.
Mas o que está acontecendo na Venezuela é que eles não estão respeitando a letra da lei. Está óbvio o que está escrito. Engraçado que um chavista, o Diosdado Cabello, presidente da Assembleia, que seria presidente. Mas eles resolveram, por uma conveniência do chavismo e briga entre os grupos chavistas. Isso fere a Constituição, que prevê outra saída. Como Nicolas Maduro não foi eleito, mas escolhido por Chávez, ele tem menos legitimidade ainda.
O Brasil apoia qualquer coisa que a Venezuela faça, e chama de democrático, mas trata o Paraguai dessa forma, liderando politicamente a decisão e sem reconhecer a decisão da Corte do Paraguai. No caso da Venezuela, o Brasil reconhece. Dois pesos e duas medidas na diplomacia brasileira.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Estamos con los amigos, para todo y contra todo y todos...
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil no jogo chavista
Garcia esteve com os seus bons amigos Raúl e Fidel Castro, além de se reunir com o vice chavista Nicolás Maduro, príncipe regente e herdeiro designado da autocracia bolivariana. Decerto também deve ter transmitido aos interlocutores a garantia da presidente de que apoiará seja lá o que os chavistas e os seus mentores cubanos decidirem - ainda que atropelando a Constituição criada pelo próprio regime -, a se consumar a hipótese altamente provável de que o Jefe não tornará a pôr os pés no Palácio Miraflores. Afinal, sob Dilma, o alinhamento automático de Brasília com Caracas continua o mesmo dos anos Lula, apenas com menos gritaria.
Não se sabe em que medida o homem da presidente em Havana conseguiu desincumbir-se da missão. Especialistas em segredo e jogo duplo, os líderes castristas e os seus pupilos venezuelanos não devem ter corrido a abrir os corações (muito menos os relatórios dos seus serviços secretos) ao enviado brasileiro, conquanto dispense comprovação adicional a sua fidelidade ao socialismo autoritário. Mas o fato é que, mistificado pela própria ideologia - para ressuscitar uma expressão dos velhos tempos marxistas -, Garcia saiu falando pelos cotovelos, como é de seu feitio. E se pôs a dizer o que as autoridades venezuelanas deveriam ou poderiam fazer, além de pontificar sobre o que a oposição há de considerar conveniente ou não para seus interesses na pantanosa conjuntura do vizinho país. Ora deu a entender que endossa o autogolpe chavista de estender por tempo indeterminado o mandato do líder ausente, que termina oficialmente amanhã, quando deveria tomar posse para o novo período a que foi eleito em novembro último; ora mencionou que existe "cobertura constitucional" para adiá-la por até meio ano.
Ora ecoou o pretexto dos lugares-tenentes de Chávez para a manobra que reduz a posse na data prevista a uma "formalidade dispensável", ao afirmar que "Chávez sucede a si próprio, não é que um novo presidente foi eleito"; ora invocou o artigo 234 da Constituição venezuelana, segundo o qual a Assembleia Nacional pode declarar a ausência temporária do presidente por 90 dias, prorrogáveis por outro tanto, e só então, se for o caso, considerá-lo permanentemente incapacitado, com o aval de uma junta médica, o que abriria caminho para novas eleições em 30 dias.
O problema é que a letra do texto deixa claro que a norma se aplica apenas a presidentes já no exercício de suas funções - tanto que prevê, na referida circunstância, a interinidade do vice, que obviamente terá sido empossado juntamente com o titular. De todo modo, a impropriedade do assessor internacional do Planalto está muito menos no seu ensaio de exegese da Constituição de outro país do que em ele não ter se lembrado da famosa interpelação do rei espanhol Juan Carlos ao próprio Chávez: "¿Por que no te callas?".
O governo brasileiro não tem que se manifestar sobre assuntos internos alheios. Se tivesse, em situações-limite, seria apenas para expressar a certeza de que o país em questão saberá resolver seus problemas no marco da ordem democrática. Ocorre que, no plano externo, o apreço da presidente Dilma pela democracia é seletivo. Ano passado, excluiu o Paraguai do Mercosul porque o colega Fernando Lugo foi destituído pelo Congresso, com endosso da Justiça, em menos de 48 horas. O Planalto entendeu que ele não teve suficiente direito de defesa e invocou a Carta Democrática Interamericana da OEA. Fizera o mesmo quando a Justiça hondurenha removeu o presidente Manuel Zelaya, em 2009.
Mas, na Venezuela, o chavismo fará o que bem entender com a Constituição, investirá contra a oposição - acusando-a cinicamente de golpista - e não será Dilma quem objetará.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
A (des)educacao dos jovens diplomatas, IRBr - Matias Spektor
Paulo Roberto de Almeida
Educação de diplomatas
Matias Spektor
Folha de S.Paulo, 28/11/2012
Em dois anos de curso, os recém-ingressados assistem a aulas e palestras, estudam idiomas e criam redes de relacionamento. Aprendem a se vestir, falar e pensar de acordo com o cânone diplomático nacional.
No passado, a escola facilitou a coesão e a disciplina que caracterizam nossa política externa.
Mas agora o modelo educacional do Instituto Rio Branco está obsoleto e corre risco de ficar irrelevante. O problema, que não é deste governo, arrasta-se há anos, apesar do bom trabalho da atual direção.
Com exceção dos excelentes cursos de idiomas, a proposta didática é talhada para um mundo que não existe mais.
Os alunos assistem a um maçante ciclo de palestras avulsas que raramente leva a uma reflexão sobre a condução da política externa.
Nos cursos regulares, não há coordenação de conteúdos. Muitas vezes repetem-se temas vistos à exaustão para o concurso de ingresso.
Em encontros com diplomatas antigos, os jovens ouvem casos inspiradores do passado e são iniciados no mundo da diplomacia. Mas o tom é de celebração dos supostos sucessos de outrora, sem reflexão crítica a respeito dos erros e percalços mais comuns.
O modelo é problemático porque os diplomatas brasileiros de hoje requerem habilidades que seus colegas mais antigos podiam ignorar.
Enquanto as gerações mais antigas defenderam um país fraco com uma diplomacia de pequenos passos, os mais jovens trabalham para um país relativamente influente que paga custos altos quando se omite.
Enquanto os mais antigos foram porta-vozes de uma sociedade autoritária e injusta, a nova geração representa uma democracia de massas que se reorienta em direção à classe média.
As novas coordenadas do Brasil contemporâneo têm impacto sobre o perfil da educação de diplomatas.
Se o Instituto Rio Branco aspira a ser uma escola de formação profissional, precisará se adaptar.
Treinará seus quadros para lidar com a imprensa, as novas mídias e o público em geral. Deverá qualificá-los em métodos de análise de conjuntura e cenários prospectivos, técnicas de oratória e negociação, novos processos de gestão financeira do setor público e cerimonial.
Para além de novas técnicas, o instituto precisará combater o provincianismo.
Não há nada de errado em aprender a recitar as tradicionais teses de defesa do comportamento brasileiro no mundo.
Mas é cada vez mais urgente dar insumos para que os jovens diplomatas possam lidar com argumentos contrários, com fatos que subvertem as convicções mais arraigadas e com as ambiguidades inerentes à política internacional.
Como se trata de profissionais inteligentes e talentosos, é possível para eles ter ideias contraditórias na cabeça e, mesmo assim, tomar posição.
Em Brasília, quase todos sabem que é necessário mudar. Resta saber quem terá coragem de fazê-lo.
Matias Spektor é professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas. Trabalhou nas Nações Unidas antes de completar seu doutorado na Universidade de Oxford.
domingo, 18 de novembro de 2012
Deputado do Acre acusa diplomacia brasileira de inoperancia com a Bolivia
Jornal 24 Horas (Rio Branco, AC), 16 de novembro de 2012 - 2:47:00
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Paraguai: impeachment rapido; suspensao ainda mais rapida - Peter Hakim
O julgamento apressado do Mercosul
De acordo com a cláusula democrática do Mercado Comum do Sul (Mercosul), o Brasil e os outros membros do bloco comercial - Argentina e Uruguai - têm todo o direito de questionar a ação do Paraguai. Curiosamente, porém, o País não demonstrou a menor hesitação em se unir a seus parceiros do Mercosul, Argentina e Uruguai, para perpetrar a mesma transgressão. Os três países invocaram com rapidez a cláusula democrática do Mercosul e suspenderam o Paraguai do bloco. Não houve uma investigação dos fatos que cercaram o impeachment de Lugo nem uma apreciação cuidadosa sobre se a suspensão seria a resposta adequada. Tampouco houve nenhuma consideração de outras medidas para tentar resolver o imbróglio paraguaio.
Além disso, o Brasil e os outros países do Mercosul não ofereceram nenhuma oportunidade às autoridades paraguaias de defenderem seus atos, alegarem circunstâncias atenuantes ou apelarem da decisão. O Paraguai foi impedido até mesmo de enviar um representante à reunião em que foi decidida a sua suspensão. O bloco do Mercosul cometeu, em suma, a mesma violação da qual acusara o Legislativo paraguaio - fazer um julgamento apressado sem o devido processo legal.
Mais vergonhoso ainda, talvez, os três parceiros restantes do Mercosul tiraram vantagem imediata da suspensão temporária do Paraguai para aprovarem a entrada da Venezuela no pacto comercial. Essa decisão - que atropelou a antiga oposição do Senado paraguaio - foi tomada no espaço de poucos dias, sem virtualmente nenhuma consideração quanto a ser ela legal ou não.
Brasil, Argentina e Uruguai simplesmente ignoraram a questão (que continua não resolvida) sobre se a Carta do Mercosul lhes dava autoridade, na ausência temporária do Paraguai, para concederem a participação à Venezuela.
Os parceiros do Mercosul também não consideraram se a Venezuela cumpria as condições da cláusula democrática do Mercosul. É certo que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi democraticamente eleito, porém, de ano a ano, as credenciais democráticas do país foram-se tornando cada vez mais manchadas por violações recorrentes dos direitos humanos, da liberdade de imprensa e de reunião, da independência do Poder Judiciário e de eleições livres.
O testemunho de Antonio Patriota ao Congresso justifica a participação da Venezuela no Mercosul em bases econômicas - que são, é claro, irrelevantes para a sua legalidade. E a gestão econômica irresponsável de Hugo Chávez seria razão suficiente para barrá-lo no bloco.
Não foram, no entanto, apenas o Brasil e seus parceiros do Mercosul que agiram de maneira precipitada com relação às normas legais ou à prudência econômica. A União de Nações Sul-Americanas (Unasul), sem um único voto dissidente, da mesma forma suspendeu rapidamente o Paraguai. A Unasul fez, sim, uma investigação superficial, mas somente depois que a suspensão foi aprovada. Mais notável, talvez, é que nenhum país da América do Sul sequer se dispôs a participar na missão de investigação dos fatos no Paraguai patrocinada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Aliás, foi a OEA que procedeu de forma mais responsável, ainda que, de alguma maneira, lentamente, no caso paraguaio - investigando o que ocorreu e produzindo um relatório altamente profissional que focou menos em atribuir culpas do que nas tarefas de pôr fim à crise política do Paraguai, evitando quaisquer novos conflitos, e ajudando a assegurar a lisura das próximas eleições presidenciais, em abril do ano que vem. Sua recomendação foi contrária à imposição de quaisquer sanções ao Paraguai.
Os Estados Unidos não interferiram durante o período mais crítico da crise paraguaia. Washington talvez estivesse certa em manter o silêncio até que a OEA completasse a sua missão no Paraguai e apresentasse o seu relatório e as suas recomendações. Foi, com certeza, melhor do que correr a apoiar o novo governo paraguaio, como fizeram os governos conservadores do Canadá, da Grã-Bretanha e da Espanha, ou condenar imediatamente o Legislativo do Paraguai, como fez a maioria dos países latino-americanos. Mas os Estados Unidos, seguramente, poderiam ter feito mais para persuadir outros países a também conterem o fogo até que as evidências tivessem sido colhidas - a fim de defender a condução de um devido processo legal para o governo paraguaio. Possivelmente, todavia, ninguém teria ouvido, de qualquer modo, dada a reduzida influência que os Estados Unidos têm na América do Sul hoje em dia.
Vista de longe, a reação do Brasil aos acontecimentos no Paraguai pareceu extraordinariamente passiva. Os acontecimentos parecem ter sido conduzidos em grande parte pela Argentina e pela Venezuela. É curioso que a mais importante potência regional da América Latina tenha falhado em tomar mais iniciativa e adotar uma atitude que fosse mais claramente consistente com as práticas democráticas que o Brasil afirmou estar buscando sustentar. Para crédito do Brasil, contudo, Patriota é, até onde sei, o único chanceler que teve de justificar perante um comitê parlamentar as ações de seu governo a respeito do Paraguai.
* PRESIDENTE EMÉRITO DO DIÁLOGO INTERAMERICANO
domingo, 29 de julho de 2012
Entrada da Venezuela no Mercosul - Globo News PainelVenezuela
Entrada da Venezuela no Mercosul será definida esta semana
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Antidiplomacia: uma nova forma de diplomacia?
Editorial O Estado de S.Paulo, 24 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
Mercosul RIP (mas ele nao vai conseguir descansar em paz) - Rubens A. Barbosa
sábado, 21 de julho de 2012
Bolivia: rompendo contratos, com a complacencia brasileira - Sergio Amaral
Até quando abusarão da nossa paciência?
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Paraguai, Venezuela: que assuntos incomodos! - Editorial OESP
Defendendo o indefensável
terça-feira, 10 de julho de 2012
Itamaraty; o minueto do poder, com todas as suas voltas...
Esvaziado, Itamaraty passa por teste de fogo
Crise no Mercosul é primeiro grande desafio regional do ministro
Patriota, que enfrenta falta de sincronia com Dilma; Fontes em Washington, Brasília e Genebra veem redução da estatura do
Brasil em debates e da projeção global do país
Folha de S.Paulo, 9 de julho de 2012
LUCIANA COELHO, DE WASHINGTON
NATUZA NERY, DE BRASÍLIA
A crise no Mercosul, com a sucessão no Paraguai e a entrada da Venezuela no bloco, lançou a diplomacia brasileira e o chanceler
Antonio Patriota em seu primeiro grande teste como líder regional.
O desafio será a falta de sincronia entre o
Itamaraty e a presidente Dilma Rousseff. Observadores privilegiados da
"corte" em Brasília, Washington e Genebra ouvidos pela Folha e
que pediram reserva do nome diagnosticam: a Chancelaria não se adequou ao
estilo da presidente.
Desde que ela assumiu, ocorre um esvaziamento da
posição brasileira em fóruns internacionais e em debates sobre temas
relevantes, frustrando ambas as partes.
Uma autoridade graduada de uma organização
internacional avalia que houve um momento em que a política externa
brasileira, no governo Lula e no governo FHC, "era melhor do que o
país". Hoje, entretanto, o país é melhor que a política externa, o que
faz o Brasil jogar numa "liga inferior à sua".
Dilma gosta de deixar claro que ela e os diplomatas
não falam a mesma língua (neste ano, ela faltou ao almoço dos formandos do
Instituto Rio Branco e evitou a foto com eles). A relação com Patriota
reflete isso.
Ao assumir, a presidente mostrou que queria uma
"diplomacia de resultados". Os diplomatas são sua antítese na mesa
de negociação: enquanto ela é dura, eles sempre buscam o consenso.
Patriota está fazendo -segundo um diplomata
familiarizado com a dinâmica entre os dois- o que ele acha que a presidente
quer que ele faça, o que "está errado".
O chanceler não é o único a levar broncas públicas
de Dilma, mas seu estilo reservado fez dele alvo recorrente.
Quando o Brasil emitiu nota sobre os ataques na
Líbia, por exemplo, interlocutores contam que Dilma ficou furiosa e exigiu
que todos os posicionamentos do Itamaraty lhe fossem submetidos.
Em visita aos EUA, em abril, Dilma desmarcou a
entrevista de Patriota com jornalistas americanos. O episódio ilustra sua
política externa: a visita ficou quase imperceptível na imprensa local.
CENTRALIZAÇÃO
Como em outras áreas, a presidente concentrou em si as decisões. Mas,
fora do país, são crescentes as críticas de que Dilma tem pouco apreço por
temas externos e isso começa a reduzir a projeção do Brasil. Por outro lado,
nenhum de seus movimentos foi considerado desastroso, e o peso econômico do
país garante alguma voz a Brasília.
"Já sabíamos que ia encolher, mas encolheu demais", diz um
diplomata. Para outro, o país começa a voltar, politicamente, à
"periferia".
Nas entrevistas para esta reportagem, as frentes diplomáticas que
emergiram pouco têm de política externa.
É o caso da "guerra cambial", bandeira emprestada da
economia e usada em fóruns mundiais, e do programa Ciência Sem Fronteira, que
Dilma pôs no topo de sua agenda na visita aos EUA, mas que ainda engatinha.
A outra frente é negativa: a rusga com a Organização dos Estados
Americanos após esta pedir a suspensão da construção da usina de Belo Monte,
que culminou na retirada do embaixador brasileiro da OEA, Ruy Casaes.
De acordo com uma pessoa envolvida no episódio, a presidente tinha
razão em reclamar, mas a reação foi considerada exagerada e atraiu mais
atenção para o tema.
Recentemente, Dilma avaliou positivamente o resultado da Rio +20. O
timing escolhido, porém, contribuiu para a ausência de nomes de peso como
Barack Obama, David Cameron e Angela Merkel, mais preocupados com agendas
domésticas ou a crise.
A predileção da presidente pela agenda econômica acabou deixando o
protagonismo na política externa com o Planalto, com o assessor Marco Aurélio
Garcia reemergindo, e com a Fazenda.
Hoje, é a equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando não ela
mesma, que escreve os pontos de negociação da presidente, com os diplomatas
informados tardiamente das decisões.
Brasil: divergencias entre Rousseff
y canciller sobre Paraguay
Por ANSA
La presidenta
brasileña Dilma Rousseff ha demostrado estar poco conforme con el canciller Antonio
Patriota, que enfrentó una “prueba
de fuego” en la crisis política paraguaya tras la destitución del ex mandatario
Fernando Lugo.
“Hay falta de sincronización” entre la
mandataria, quien tiene menos prestigio internacional que sus predecesores Luiz
Lula da Silva y Fernando Henrique Cardoso, y su canciller dijeron fuentes
diplomáticas y expertos consultados por Folha de Sao Paulo en Estados Unidos,
Suiza y Brasilia.
Estas
discrepancias no son secreto para nadie en los corrillos políticos de Brasilia,
dado que Rousseff ha criticado en
público a Patriota con cierta
frecuencia, reporta el matutino.
Rousseff concede poca
importancia a su agenda internacional, en nítido contraste con lo que fue la
agenda externa de Lula, y esto también redujo el peso no sólo de Antonio Patriota, sino del propio Palacio Itamaraty.
“Nosotros ya
sabíamos (que la política externa) iba a encoger, pero lo cierto es que encogió
demasiado”, dijo un diplomático que pidió anonimato.
Todos estos
factores hicieron que Patriota se
encontrara en una situación políticamente débil cuando estalló la crisis
paraguaya que desembocó en el juicio político a Lugo y la asunción del nuevo
presidente, Federico Franco.
En tanto otras
fuentes estimaron que la diplomacia brasileña reaccionó con alguna demora a la
situación en Paraguay, país donde siempre fue importante la influencia de
Brasilia, según publicó el diario Correio Braziliense.
Paraguai – Última Hora
Hay tensión entre Dilma y Patriota por el
manejo de la situación en Paraguay
El desempeño del Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil en la crisis institucional en
Paraguay colocó a la cúpula de la diplomacia brasileña en jaque. El canciller
Antonio Patriota y el asesor internacional
de la Presidencia, Marco Aurélio García, sufrieron un considerable desgaste en
el gabinete de Dilma Rousseff.
El rumor indica que María Luiza Viotti será la próxima canciller.
La crisis provocada por la caída del expresidente Fernando Lugo fue más
allá de las fronteras de Paraguay, ganó contornos de conflicto regional y
amenazó con convertirse en un gran dolor de cabeza para el gobierno de Rousseff.
"No son suficientes todos los cuestionamientos al juicio político con
aires de golpe blando para ocultar la acción torpe –de acuerdo a los críticos–
del Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil,
que puso al país en una situación delicada respecto de un vecino estratégico, y
desgastó la cumbre de la diplomacia que ocurrió en la ciudad de Mendoza,
Argentina", dice un informe divulgado por la web Urgente24.com.
Integrantes del gobierno de coalición presionaron a Rousseff, reclamando hasta el despido del ministro de Relaciones
Exteriores.
Quienes se oponen a la continuidad de Patriota
han difundido que, en los días recientes, Dilma
ya habría contemplado designar a una mujer al frente de la Cancillería: la
embajadora María Luiza Viotti, jefa de la misión de Brasil ante la Organización de Naciones Unidas, en Nueva York, EE.
UU.", de acuerdo al semanario IstoÈ.
Si bien el debate era muy interno dentro del gabinete de Dilma, fue inocultable cuando fue
obligado a renunciar el embajador retirado Samuel Pinheiro Guimarães, hasta
entonces alto representante ante el Mercosur –una especie de canciller del bloque
regional–.
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