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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O Brasil e o seu vizinho mais importante, a Argentina, talvez distante - Paulo Roberto de Almeida (Crusoé)

 O Brasil e o seu vizinho mais importante, a Argentina, talvez distante  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Artigo sobre as relações Brasil-Argentina, no contexto da primeira viagem de Lula; versão editada publicada na revista Crusoé: “O bloco do Cambalacho”, na revista Crusoé (n. 247, 20/01/2023, link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/247/o-bloco-do-cambalacho/).

 

 

Desde os tempos coloniais, o vice-reinado do Rio da Prata, parte do qual viria a se tornar a Argentina atual, ocupa um lugar especial nas relações exteriores do Brasil. Os patacões espanhóis, moedas de prata de 600 reis, eram uma espécie de “moeda comum”, alimentando o comércio de contrabando entre dois impérios funcionando sob um regime de exclusivo colonial. Depois da libra, veio o dólar, e os dois países passaram da hegemonia informal do império britânico, no século XIX, para a preeminência americana no século XX.

Ambos os países tinham suas diferenças de interesses nacionais, antes mesmo da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, no decorrer do inédito experimento monárquico num hemisfério republicano e na mais longa ainda adesão dos dois países a regimes presidencialistas, com seus altos e baixos nessa longa duração. Os conflitos começaram na guerra da Cisplatina (atual Uruguai), se prolongaram na queda do ditador Rosas em 1853, se recompuseram parcialmente durante o enfrentamento comum do ditador Solano Lopez, na guerra do Paraguai, e continuaram entre indiferença e aproximação do decorrer do século XX. No início do século passado, a Argentina era cinco vezes mais rica do que o Brasil, em PIB per capita, pelo menos, e bem mais educada. 

A decalagem começou a ser lentamente erodida a partir dos anos 1930, a “década infame” na Argentina – quando foi escrito o tango Cambalache –, que marca também o início da industrialização no Brasil, completada sob o regime militar de 1964, quando o Brasil suplanta a Argentina no poderio industrial e se aproxima do seu nível de renda per capita. Mas esses anos também são marcados, se não pela hostilidade, como no século XIX, ao menos pela indiferença e por conflitos latentes, como nos casos da exploração dos recursos hídricos do Rio da Plata (Itaipu) e dos projetos nacionais (frustrados) de capacitação nuclear.

A convergência de interesses começou mesmo na redemocratização dos dois países em meados dos anos 1980, com a amizade entusiasta de Ricardo Alfonsin e de José Sarney, que também deram a partida a um projeto aberto de integração, mas que ainda não atingiu sua finalidade básica, a formação de um espaço econômico comum, unindo os dois maiores países da América do Sul a outros parceiros regionais, começando por Paraguai e Uruguai justamente. O Mercosul, criado quadrilateralmente em 1991, a partir de um tratado bilateral de 1988, ainda não atingiu os objetivos estipulados no seu Artigo 1º, qual seja, uma união aduaneira completa, base indispensável para justificar o seu nome: o Mercado Comum do Sul. Os obstáculos não estão propriamente no Tratado de Assunção, mas na resistência dos lobbies nacionais a uma verdadeira abertura econômica e à liberalização comercial.

Os seis primeiros países europeus que assinaram os tratados de Roma em 1957, atingiram a meta fixada do mercado comum no espaço de dez anos, ainda assim com diversas lacunas que foram sendo completadas em sua história de mais de meio século, chegando a constituir, atualmente, uma União econômica, dotada, não de uma moeda única, mas de uma moeda comum, que alcança inclusive países que ainda não integram o sistema comunitário. O Mercosul já passou dos trinta anos, mas sequer conseguiu completar sua zona de livre comércio e ainda está longe de se apresentar como união aduaneira perfeita. Os quatro membros originais possuem exceções nacionais à Tarifa Externa Comum, e as demais normas relativas a investimentos e serviços não foram implementadas devido à habituais restrições protecionistas em cada um deles, com destaque para os dois grandes. Depois de uma fase inicial de crescimento do comércio intrarregional, a dinâmica da integração cessou, e o Mercosul tornou-se um palanque retórico dedicado a outras causas que não o comércio.

Assim como ocorre no âmbito europeu, onde os impulsos comunitários são dados pelas suas duas maiores economias, a Alemanha e a França, o maior esforço no caso do Mercosul deveria ser feito pelos seus dois maiores membros. Entretanto, mesmo a despeito de um engajamento puramente formal em favor da integração, os dois grandes não lograram impedir que seus respectivos lobbies protecionistas introduzissem obstáculos burocráticos e regulatórios a uma plena abertura recíproca. Não obstante, tornou-se um hábito, quase que um ritual obrigatório, as viagens bilaterais recíprocas dos presidentes respectivos, primeiro entre Sarney e Alfonsin, depois Collor e Menem, e assim foi indo até chegar na negação dos contatos, durante a gestão Bolsonaro. Não apenas afastamento, mas hostilidade aberta, com base em preconceitos ideológicos sem qualquer sentido no caso de uma relação realmente estratégica, não limitado ao bilateralismo estrito, mas sobretudo no tocante ao Mercosul e a todos os demais temas de interesse comum num contexto bem mais amplo que o comércio.

O ritual das viagens iniciais e dos contatos intensos deve ser retomado a partir de agora com Lula, que só não visitou a Argentina antes da posse em função das dificuldades de uma transição atribulada, depois das eleições presidenciais mais divisivas da história política brasileira. Não se trata apenas de contatos amistosos, mas de uma agenda repleta de temas relevantes para os dois países, nas áreas econômicas, de fronteiras, de segurança e, não menos importante, de coordenação de posições com vistas às grandes questões da ordem política e econômica internacional. Haverá certamente muito mais retórica – ao estilo do velho bordão “tudo nos une, nada nos separa” – do que resultados concretos, tanto porque a Argentina se encontra engolfada numa nova hiperinflação – a maior em três décadas – e o Brasil ainda sequer encontrou a paz interna para cuidar de sua economia combalida, para prometer novos impulsos numa relação bilateral que se mantém em banho-maria desde a grande crise do Mercosul vinte anos atrás.

Registre-se que até o início do presente século, o intercâmbio global do Brasil com os países do bloco representava fração bem mais significativa do comércio total do país do que atualmente, quando os fluxos com a Ásia cresceram enormemente, sobretudo com a China. Registre-se igualmente que a “Brasil dependência” da Argentina acaba de encerrar-se, pois que a China também assumiu a liderança no seu comércio exterior, evolução que já tinha ocorrido para o Brasil desde 2009. A fragmentação do processo de integração que se vê no resto do continente – da qual a Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile) é justamente a mais clara evidência, pois que voltada bem mais para a Ásia Pacífico do que para intercâmbios recíprocos – também atinge o próprio Mercosul, no qual o pequeno Uruguai volta a buscar relações comerciais preferenciais fora do bloco, antes na direção dos Estados Unidos, agora num acordo de livre comércio com a China (o Chile já tem um, aliás com praticamente 80% do PIB mundial, desde mais de vinte anos).

Nem o Brasil, nem a Argentina possuem uma visão unificada a respeito, por exemplo, do acordo do Mercosul com a UE, nem a respeito da adesão à OCDE ou a da Argentina ao BRICS (aceita e desejada pela China, que pretende fazer desse foro uma espécie de grupo contrário ao hegemonismo ocidental na OCDE). A referência a uma “moeda comum” no Mercosul não passa de um diversionismo ilusório, sem qualquer chance de prosperar, assim como anúncios reiterados de uma “reforma” no Mercosul que tem pouca chance de prosperar num contexto de dificuldades econômicas nos dois maiores membros. Não obstante, a velha retórica da relação especial vem sendo novamente invocada com certo ardor, como acaba de anunciar o novo chanceler em seu discurso de posse: 

Nossa ideologia na região será a ideologia da integração.

Daremos atenção especial à parceria estratégica com Argentina, Uruguai e Paraguai, fortalecendo os mecanismos bilaterais e a implementação de projetos de interesse comum.

O MERCOSUL deve ser aprofundado, juntamente com nossos três parceiros, nas vertentes que tenham impacto direto na vida das pessoas e no comércio intra e extrarregional, com ênfase no avanço da liberalização e facilitação do comércio dentro do bloco, da conclusão de acordos externos equilibrados, na promoção dos investimentos, no turismo, e na facilitação da circulação de pessoas e bens.

Em diálogo com nossos parceiros, buscaremos recuperar em novas bases a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), garantindo claro sentido pragmático e eficácia à organização. O pronto retorno à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a sua dinamização serão, também, objetivos imediatos da política externa brasileira. (chanceler Mauro Vieira, 2/01/2023)

 

Ou seja, nada que se diferencie muito de discursos do passado, por ocasião de posses presidenciais ou de visitas de alto nível. O que não falta, na região, em especial no Mercosul e na relação Brasil-Argentina, são invocações grandiosas de projetos e iniciativas que não tardam a modorrar na condução burocrática e rotineiramente delongada. Nenhum dos países do Cone Sul encontra a energia necessária para confrontar os lobbies protecionistas internos para desarmar, de fato, as barreiras que impedem a adoção do projeto integracionista que constitui o artigo primeiro do Tratado de Assunção: a constituição de um mercado comum do Sul, como aliás é o título oficial do bloco. Os europeus, depois de uma fase intermediária de retraimento na “euroesclerose” – depois do fim de Bretton Woods em 1971 – encontraram a saída firmando o ambicioso projeto do mercado unificado – o Ato Único de 1986 – que os levou a Maastricht e à conformação de um espaço econômico verdadeiramente comum, com a adoção de uma mesma moeda pelos países convergentes com uma série de regras rígidas em matéria monetária e financeira, o que está longe de ocorrer no caso do Mercosul. 

Do lado europeu, prevaleceu o desejo francês e alemão de encerrar definitivamente um século de guerras interestatais – que foram na verdade mundiais – para mirar no projeto comunitário que uniu toda a Europa ocidental e depois se estendeu a suas porções central e oriental. No caso do Cone Sul, a formação de um espaço econômico integrado na América do Sul depende inequivocamente da liderança do Brasil e da Argentina, mas talvez falte, para isso, o acicate de conflitos bem mais graves entre os seus principais protagonistas, entre eles Colômbia e Venezuela. Não é certo que Brasil e Argentina conseguirão superar a letargia dos últimos vinte anos, inclusive porque as eleições no país platino poderão, uma vez mais, levar a um novo distanciamento entre os projetos econômicos nacionais. Os Estados Unidos e a China estarão atentos a quaisquer movimentos dos dois grandes do Cone Sul, que, talvez, sejam parceiros no BRICS, mas provavelmente não na OCDE. Seria uma pena...

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4304: 16 janeiro 2023, 4 p.

 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

A China quer ser tratada de igual para igual pelos EUA: conversa dos dois chanceleres

 Politics

CGTN,

13:12, 23-Dec-2022

Wang Yi says China, U.S. should find 'the right way' to get along in talk with Blinken
Updated 20:03, 23-Dec-2022
CGTN

China and the United States should follow the direction set by the two heads of state to explore the right way for the two sides to get along with each other as two major countries, and make due efforts for the well-being of their people and world peace and stability, Chinese State Councilor and Foreign Minister Wang Yi said during a phone conversation Friday with U.S. Secretary of State Antony Blinken.

The phone conversation was made at the U.S. side's request.

Last month, Chinese President Xi Jinping and U.S. President Joe Biden met in Bali, Wang said, which provided strategic guidance for steering bilateral relations out of grave difficulties and back to a healthy and stable track, sending a positive signal to the outside world. Wang is also a member of the Political Bureau of the Communist Party of China (CPC) Central Committee.

The teams on both sides have carried out a series of contacts in accordance with the consensus of the two heads of state, which are generally beneficial, Wang said.

However, it must be noted that the United States should not engage in dialogue and containment at the same time, neither should it talk cooperation, but stab China simultaneously, he said.

This is not reasonable competition, but irrational suppression. It is not meant to properly manage disputes, but to intensify conflicts. In fact, it is still the old practice of unilateral bullying, Wang said.

This did not work for China in the past, nor will it work in the future, he said, adding that China will continue to resolutely defend its sovereignty, security and development interests.

The United States must pay attention to China's legitimate concerns, stop containing and suppressing China's development, especially not constantly challenge China's red line in a "salami-slicing" way, Wang said.

Wang stressed that the two sides should focus on translating the consensus reached by the two heads of state in their Bali meeting into practical policies and concrete actions.

Noting that the recent meeting between senior diplomats of the two countries in the Chinese city of Langfang was in-depth and constructive, Wang called on both sides to step up consultations on the guiding principles for China-U.S. relations, advance dialogues at various levels and in various fields in an orderly manner, and resolve specific issues between the two countries through joint working groups.

The New Year should have a new outlook, Wang said, adding that it is the hope of people in both countries and around the world that China-U.S. relations will stabilize and improve.

A zero-sum mindset will only lead to mutual attrition and head-on collision between the two major countries, Wang said, noting that what is right and what is wrong is all too clear.

For his part, Blinken said the United States is willing to discuss with China the guiding principles for bilateral relations, manage the relationship in a responsible manner, and carry out cooperation in areas that meet the common interests of both sides.

The United States continues to pursue the one-China policy and does not support "Taiwan independence," he said.

The United States lauds China's leadership and its role as the presidency of the 15th meeting of the Conference of the Parties (COP) to the UN Convention on Biological Diversity to promote an ambitious framework for biodiversity conservation, Blinken said, adding that he looks forward to the United States and China working together to promote the implementation of the framework.

Wang said that China will continue to follow Xi Jinping's Thought on Ecological Civilization, strive to build a community of life between man and nature, and is willing to join hands with all parties to safeguard the only planet we live on together.

The two sides also exchanged views on the Ukraine issue. Wang emphasized that China has always stood on the side of peace, of the purposes of the UN Charter, and of the international society to promote peace and talks. China will continue to play a constructive role in resolving the crisis in China's own way, Wang said.

(With input from Xinhua)


sábado, 6 de agosto de 2022

Brasil-Colômbia: a diplomacia corre atrás do prejuizo que um boçal na presidência provoca continuamente

 É difícil manter uma diplomacia minimamente decente quando um estúpido antidiplomático na presidência se esforça, o tempo todo, em prejudicar o país e os negócios privados com suas atitudes de pura maluquice ideológica.

Nota 131 – Visita Do Senhor Ministro De Estado Das Relações Exteriores A Bogotá 

Ministério das Relações Exteriores

Assessoria Especial de Imprensa 

Nota nº 131

5 de agosto de 2022

Visita do Senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores a Bogotá 

  

O Ministro das Relações Exteriores visitará Bogotá entre 5 e 7 de agosto corrente.

No sábado, o Chanceler brasileiro terá reunião com o Ministro designado das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, na qual serão discutidas perspectivas para a agenda da relação bilateral. Oferecerá almoço a executivos de empresas brasileiras e colombianas e terá, ainda, encontro com especialistas e formadores de opinião colombianos.

No domingo, participará da cerimônia de posse do Presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, e manterá encontros com homólogos sul-americanos e de outras regiões.

Brasil e Colômbia são parceiros relevantes em temas como comércio, investimentos, cooperação amazônica, saúde, energia, segurança e defesa.  A Colômbia é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil na América Latina e está entre os principais destinos de investimentos de empresas brasileiras.

 A corrente de comércio entre os dois países teve seu melhor desempenho histórico em 2021, chegando a US$ 5,36 bilhões. Já nos primeiros seis meses de 2022, o fluxo bilateral atingiu US$ 3,28 bilhões, com crescimento de 35,6% em relação ao mesmo período de 2021.

 

[Nota publicada em: https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-imprensa/visita-do-senhor-ministro-de-estado-das-relacoes-exteriores-a-bogota]


segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Relacoes Brasil-China: Perspectiva Historica - Eric Vanden Bussche, 20/08, 15hs, Itamaraty

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) têm o prazer de convidar para a palestra-debate “Relações Brasil-China: Uma Abordagem Histórica”, a ser proferida pelo Dr. Eric Vanden Bussche, professor da Sam Houston State University (Texas, EUA); co-autor de Baxi Yu Zhongguo: Shijie Zhizu Biandongzhong de shuangfang guanxi (Brasil e China: Relações Bilaterais numa Ordem Mundial em Tranformação) e co-organizador deCritical Han Studies: The History Representation, and Identity of China’s Majority. A palestra será feita no Auditório Paulo Nogueira Batista, no Anexo II do Itamaraty, no dia 20 de agosto, às 15h00.


Relações Brasil-China: Perspectiva Histórica
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) convidam para a palestra "Relações Brasil-China: Perspectiva Histórica", com Eric Vanden Bussche, em 20/08 às 15h00 no auditório Paulo Nogueira Batista. 

Possivelmente o maior especialista brasileiro em história chinesa, Eric Vanden Bussche é professor na Universidade Sam Houston, EUA. Fez doutorado em Stanford sobre negociação da fronteira China-Myanmar, um mestrado na Universidade de Pequim e outro em Columbia, e é graduado em história pela USP: www.shsu.edu/academics/history/faculty/eric-vanden-bussche-phd
As inscrições podem ser feitas aqui: www.funag.gov.br/sisev

Eric Vanden Bussche é doutor em história da China pela Universidade Stanford e professor da Sam Houston State University nos EUA. Lecionou durante vários anos na Universidade Stanford, onde recebeu um prêmio por sua disciplina “The Making of Nationalism in China” (2010). Foi também professor visitante da Universidade de Pequim (2006-07) e pesquisador visitante do Instituto de História Moderna da Academia Sinica em Taipé, Taiwan (2010-11).  
Eric Vanden Bussche realiza pesquisas nas áreas de história moderna e contemporânea da China, história das relações Brasil-China e império britânicona Ásia. Ele é co-autor de Baxi Yu Zhongguo: Shijie Zhixu Biandongzhong de shuangfang guanxi (Brasil e China: Relações Bilaterais numa Ordem Mundial em Tranformação; Shijie Zhishi Press, 2001)e co-organizador da obra Critical Han Studies: The History Representation, and Identity of China’s Majority(University of California Press, 2012). Seu livro sobre a delimitação da fronteira entre a China e Myanmar será lançado em breve.

Books by Eric Vanden Bussche

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Espanha: sua importancia para o Brasil - Seminario na Funag, 31/08, 9h30-12h00

Seminário com a participação de:
Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima, presidente da Funag: Abertura
Embaixador Seixas Corrêa: Brasil-Espanha nos tempos da União Ibérica (1580-1640)
Prof. José Carlos Brandi Aleixo: Anchieta e a influência dos jesuitas na educação
Vamireh Chacon: Ortega y Gasset e o pensamento espanhol no Brasil
Embaixador da Espanha Manuel de la Camara Hermoso: Relações Brasil-Espanha: atualidade e perspectivas
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Livro Brasil e Bélgica: Cinco Séculos de Conexões e Interações (disponivel)

Acabo de receber os links para este livro com o qual colaborei:

Eddy Stols, Luciana Pelaes Mascaro e Clodoaldo Bueno (orgs.):  
Brasil e Bélgica: Cinco Séculos de Conexões e Interações 
(São Paulo: Narrativa Um, 2014, 376 p.; ISBN: 978-85-88065-34-5)
disponível: http://www.brasil-belgica.com/arquivos/Ebook_Brasil_Belgica.pdf

Separados por um oceano e milhares de quilômetros, Brasil e Bélgica são mais próximos do que se poderia imaginar. Trazer à tona esse vínculo é a principal missão desta obra, que nos oferece um registro histórico e cultural importante da relação entre os dois países.
Separados por um oceano e milhares de quilômetros, Brasil e Bélgica são mais próximos do que se poderia imaginar. Trazer à tona esse vínculo é a principal missão desta obra, que nos oferece
um registro histórico e cultural importante da relação entre os dois países. A tarefa de desbravar o tema, transformando uma série de informações dispersas em um livro pujante como este, foi brilhantemente desempenhada pelos autores e organizadores, os quais conhecem o assunto em profundidade.
Ao longo dos capítulos, o leitor descobrirá que os laços entre os dois países começaram a ser construídos ainda no Brasil Colônia, há mais de cinco séculos, e foram se estreitando a partir do
intercâmbio cultural e econômico que se seguiu. O relato deixa claro que muitas pessoas e instituições colaboraram para consolidar marcas do Brasil na Bélgica e da Bélgica no Brasil. A elas
cabe nosso agradecimento, pois a proximidade resultou em trocas importantes nas mais diversas áreas, do cinema à gastronomia, passando pelas artes cênicas e plásticas, literatura, música, esportes
e arquitetura.
Além das influências culturais, o livro revela impressionantes alinhamentos religiosos, ideológicos e científicos entre as duas nações. Ao final de cada texto, constatamos a solidez dessa relação e,
em especial, o legado deixado por um país no outro. Fundamental à construção desse legado, a atuação de empresas belgas, como a Tractebel Energia, no Brasil, bem como de companhias brasileiras na Bélgica, contribuíram de forma decisiva não apenas para o desenvolvimento econômico dos dois países, mas também para intensificar o intercâmbio cultural.
Colaborar para que toda essa trajetória conjunta fosse registrada e se tornasse pública foi o que motivou a Tractebel Energia a apoiar a realização desta obra. Estamos certos de que, a partir dela, Brasil e Bélgica passam a ter uma referência bibliográfica tão relevante quanto inspiradora, capaz de demonstrar todos os benefícios da relação respeitosa, harmoniosa e cooperativa entre duas nações.

Faça o download completo ou selecione os capítulos específicos.

Apresentação
Parte 1 - Travessias e Migrações
Parte 2 - Relações Oficiais e Diplomáticas
Parte 3 - Relações Econômicas: Comércio e Empresas
Parte 4 - Colaboração Científica
Parte 5 - Influências Religiosas e Ideológicas
Parte 6 - O Brasil Entra em Cena
Parte 7 - Música
Parte 8 - Cinema e Televisão
Parte 9 - Artes Plásticas
Parte 10 - Arquitetura
Parte 11 - Esportes
Parte 12 - Gastronomia
Parte 13 - Créditos de Imagens


Meu capítulo é o seguinte:
A diplomacia brasileira perante o potencial e as pretensões belgas”, pp. 57-60.
Disponível:  http://goo.gl/GwxXaw
ou: http://www.brasil-belgica.com/arquivos/Brasil_Belgica_Parte_2_Relacoes_Oficiais_e_Diplomaticas.pdf
Também disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9818649/107_A_diplomacia_brasileira_perante_o_potencial_e_as_pretens%C3%B5es_belgas_2014_).
Paulo Roberto de Almeida

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Brasil-Venezuela: respaldo ao governo bolivariano...

Brasil-Venezuela

Venezuela recibe respaldo de Brasil mientras Chávez se mantiene en Cuba

Infolatam/Efe
Caracas, 10 de febrero de 2013
Las claves
  • El ministro de Relaciones Exteriores venezolano dijo que es "ya es una decisión" del Gobierno venezolano apoyar a Brasil en sus aspiraciones de dirigir la OMC.
  • Con respecto al Mercosur, el canciller venezolano agradeció a Brasil por asesorar y apoyar a Venezuela en el proceso de adecuación de su ingreso al mecanismo del que forma parte como miembro pleno desde julio del año pasado.
La visita del canciller brasileño, Antonio Patriota, a Caracas, dejó establecido el respaldo que el país amazónico da a Venezuela y a sus instituciones mientras su jefe de Estado, Hugo Chávez, se recupera “lentamente” en Cuba de una operación a la que fue sometido hace dos meses.
En esta segunda visita de Patriota a Caracas en tres meses, el canciller brasileño aseguró que los empresarios de su país están interesados en invertir en Venezuela, emocionados con el ingreso de esta nación al Mercosur y confiados en la recuperación de su gobernante.
“Sobre la enfermedad de Chávez lo que si manifestamos, el gobierno y las sociedades (de Brasil) es una gran confianza en su recuperación y en las instituciones de Venezuela”, dijo Patriota durante una rueda de prensa ofrecida junto a su par venezolano, Elías Jaua.
Patriota fue la primera visita de un alto funcionario extranjero que Chávez recibió tras su victoria en las elecciones del 7 de octubre en las que fue ratificado para ejercer su tercer mandato (2013-2019).
En ese entonces Chávez destacó que la visita de Patriota “apenas a pocos días de las elecciones” era un gesto “muy significativo” para Venezuela y “un poderoso mensaje de Brasil” y comentó que durante la reunión que sostuvieron conversaron sobre el financiamiento de proyectos en marcha y de otros de “alto impacto”.
En esta oportunidad Patriota y Jaua repasaron las relaciones bilaterales en materia comercial y especialmente en el marco del Mercorsur, así como la solicitud de apoyo de Brasil a Venezuela en el lanzamiento de su candidatura para dirigir la Organización Mundial de Comercio (OMC).
El ministro de Relaciones Exteriores venezolano dijo que es “ya es una decisión” del Gobierno venezolano apoyar a Brasil en sus aspiraciones de dirigir la OMC.
Otro de los temas que abordaron fue el “viejo sueño” de integración por el norte de Brasil y el sur de Venezuela impulsado por el expresidente brasileño Luiz Inacio Lula da Silva y la actual mandataria, Dilma Rousseff y Chávez.
“Hemos acordado una reunión para ir dándole cuerpo”, señaló el ministro venezolano, al destacar la necesidad de una “agenda concreta” que permita impulsar mecanismos de intercambio comercial y encadenamiento productivo entre los dos países por esa zona.
Con respecto al Mercosur, el canciller venezolano agradeció a Brasil por asesorar y apoyar a Venezuela en el proceso de adecuación de su ingreso al mecanismo del que forma parte como miembro pleno desde julio del año pasado.
Jaua, nombrado el mes pasado en el cargo, indicó que “el desafío más importante de exportación” para Venezuela está en Mercosur, mecanismo formado además por Brasil, Argentina, Uruguay y el suspendido Paraguay, y del que se convirtió en miembro pleno en julio del año pasado.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Pensando em se asilar? Escolha bem o seu hotel diplomatico...

O Brasil vem adquirindo experiência no asilo prolongado de visitantes ocasionais, ou involuntários, que escolhem uma de suas embaixadas para se instalarem com algum desconforto e sem muitos atrativos (deve faltar piscina nas chancelarias, por exemplo, embora possa existir em algumas residências) e aí aguardarem o fim da estação política.
Já aconteceu em Honduras (mas no começo não era apenas um, e sim toda uma tribo de bolivarianos barulhentos) e agora acontece na Bolívia, onde o ar rarefeito recomenda mastigar coca...
Assim vamos: mais um pouco e se poderá pensar em criar um desses programas de pontos para premiar os clientes mais fieis...
Paulo Roberto de Almeida

SENADOR BOLIVIANO COMPLETA 250 DIAS NA EMBAIXADA DO BRASIL EM LA PAZ! O CONGRESSO BRASILEIRO DEVERIA SE PRONUNCIAR, ASSIM COMO OS PARTIDOS!
       
1. Evo Morales, de forma inusitada, não autoriza salvo conduto. Cabe ao Brasil identificar se o candidato a asilo diplomático sofre perseguição política e se o delito a ele imputado é de natureza política. No caso do Senador Roger Pinto, isso foi feito pelo Embaixador do Brasil em La Paz, após contatos com seu Governo. Em seguida, ele pediu um salvo-conduto à autoridade boliviana para ele deixar com segurança a Bolívia. É a autoridade que concede o asilo, no caso o Governo brasileiro, que qualifica os pressupostos políticos do asilo.  
          
2. Raros são os casos de controvérsias na qualificação política do asilo. Há um caso histórico, o de Haya De La Torre, líder aprista, que comandara uma rebelião militar no Peru e que solicitara asilo na Embaixada da Colômbia em Lima. O Governo peruano negou a concessão do salvo conduto, alegando que se tratava de criminoso comum e não político. O caso foi parar na Corte Internacional de Justiça. De La Torre ficou na embaixada três anos até conseguir o salvo-conduto para deixar com segurança o território peruano.

3. Nenhum Governo nega  direito a salvo conduto, pois isso seria criar grandes embaraços às relações entre ambos os Governos. Para forçar a concessão do salvo-conduto, é preciso que o Governo brasileiro venha a exercer as necessárias pressões sobre o Governo boliviano. Não lhe faltam instrumentos para isso. Falta apenas a vontade política para enfrentar o governo autoritário de Evo Morales. Se for o caso que se endureça a posição brasileira, inclusive ameaçando levar o assunto à Corte Internacional de Justiça de Haia.
(Da coluna do ex-prefeito Cesar Maia, 1/02/2013)

domingo, 18 de novembro de 2012

Deputado do Acre acusa diplomacia brasileira de inoperancia com a Bolivia

“A diplomacia brasileira se acovarda diante das atrocidades cometidas pela Bolívia”, diz deputado Walter Prado
Jornal 24 Horas (Rio Branco, AC), 16 de novembro de 2012 - 2:47:00
Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com
O presidente da Comissão de Diretitos Humanos da Aeac, deputado Walter Prado (PEN), acredita que os atos que atentam contra os direitos individuais de cidadãos brasileiros, praticados na Bolívia, sejam por descaso e covardia da diplomacia brasileira, que estaria agindo de forma passiva, desde que Evo Morales assumiu a presidência boliviana.
“A diplomacia brasileira se acovarda diante das atrocidades cometidas pela Bolívia. As autoridades brasileiras não questionam o tratamento desumano que vem sendo dado aos brasileiros. Eles tomaram a Petrobrás, expulsaram acreanos de terras na fronteira e violam os direitos humanos de nossos cidadãos, nos presídios”, diz Walter Prado.
Segundo o presidente da CDH, os tratado entre Brasil e Bolívia estão sendo desrespeitados em todos os sentidos. Prado questiona ainda, os motivos da prisão do mototaxista brasileiro, que levou ao fechamento das pontes de acesso à cidade de Cobija, no Departamento de Pando. Os bolivianos ficaram sem abastecimento de gasolina.
“Quando é para garantir os direitos deles, [dos bolivianos] os tratados internacionais são lembrados, mas quando a questão se estende aos brasileiros a história é diferente. Venho avisando desde 2006, quando Evo Morales tomou as terras e expulsou brasileiros da fronteira da Bolívia, que as autoridades brasileiras não cuidam dos interesses de nossos cidadãos”, enfatiza Walter Prado.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos diz que entende os esforços que o secretário de Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão vem fazendo, mas a questão não seria para ser resolvida no âmbito do Estado. “A questão é diplomática. Não entendo, quando as forças policiais do Acre, são usadas para reprimir protestos de cidadãos brasileiros, que reivindicam tratamento igualitário por parte das autoridades bolivianas”, destaca Prado.
Para o parlamentar, o presídio boliviano de Vila Bush, é uma versão desbotada da prisão americana de Guantánamo, em Cuba. “Estes atos de atrocidade são sistemáticos em toda relação que envolva brasileiros. Nas prisões de Vila Bush, os alimentos destinados aos brasileiros são vísceras podres de boi. Até quando, vamos ver brasileiro serem tratados como animais, num país que não respeita relações diplomáticas”, questiona Walter Prado.
O deputado informou que vai protocolar junto a Mesa Diretora da Aleac, um pedido para realização de uma audiência pública na fronteira, para documentar todos os casos de violação de direitos humanos cometidos contra cidadãos brasileiros, em terras bolivianas. Prado vai pedir ainda, que a bancada federal do Acre, em Brasília, se mobilize para reivindicar soluções no Itamaraty.
“Chega de covardia, chega de baixar a cabeça para este presidente cocaleiro. Os cidadãos bolivianos são tratados com respeito e são acolhidos com carinho em nossas cidades, mas em troca, os brasileiros são afrontados, extorquidos, ameaçados e até assassinados na Bolívia. Esta questão tem que ser discutida em nível de Itamaraty”, finaliza Walter Prado.