ESPECIAL - COMO O COMANDANTE VILLAS BÔAS IMPEDIU UM GOLPE DE ESTADO DO PT E
DE DILMA
Quem são os golpistas
Sul Connection, 20/04/2016
Sem sair um
milímetro sequer de suas atribuições funcionais as Forças Armadas abortaram o
golpe do Estado de Defesa e impediram a geração de um clima de pré-Guerra
Civil.
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No dia 23 de
março deste ano o senador Ronaldo Caiado, do Democratas de Goiás, vinha a público
com uma notícia bombástica. Dilma estaria pensando em decretar Estado de Defesa.
A notícia foi recebida basicamente de duas maneiras nas redes sociais. De um
lado, alguns acusavam o senador de estar criando alarmismo de maneira
desnecessária. Já outros, especialmente extremistas de direita e defensores da
intervenção militar, chamavam o Comandante do Exército, General Villas Bôas
de covarde, traidor, carreirista e mais um monte de outros xingamentos. Ato
contínuo, o senador Aécio Neves, do PSDB, tratou de deixar claro que Caiado não
estava blefando. O petismo realmente tinha planos golpistas.
Este Sul
Connection esteve em Brasília no domingo do impeachment e passou toda a
segunda-feira por lá. E então apuramos os desdobramentos das denúncias de
Caiado e Aécio e o papel que Villas Bôas e os militares desempenharam
durante a crise. Antes de prosseguirmos, faça-se justiça: sem fugir um único
milímetro de suas atribuições funcionais, sem conspirar e respeitando
rigorosamente a Constituição, o Comandante do Exército, liderando as Forças
Armadas, foi um verdadeiro herói da jovem democracia brasileira. Se um dia o
leitor desta reportagem encontrar Villas Bôas por aí, bata
continência e palmas para o nosso comandante. Ele merece.
Segundo o que
apuramos, tanto Caiado quanto Aécio foram informados pelo próprio Comando do
Exército da manobra que se preparava intra-muros no Palácio do Planalto. Foram
informados justamente para que colocassem a boca no trombone e esvaziassem
politicamente qualquer tentativa neste sentido. Ato contínuo, Villas Bôas
chamou à Brasília os comandantes das quatro regiões militares e realizou
uma reunião de emergência do Alto Comando. Ele explicou o que se passava e
pediu apoio aos seus comandados para ir até o governo e informar que as Forças
Armadas brasileiras não aceitariam qualquer ordem que considerassem absurda.
Villas Bôas
teve o apoio de seus comandados. E juntos, fardados, foram todos falar com o
Ministro da Defesa, o comunista Aldo Rebelo. Aldo foi informado de que o
Regimento Militar era muito claro. Ordem absurda não se cumpre. E mais. É dever
de todo militar dar voz de prisão a quem ousa expedir qualquer tipo de ordem
absurda. Recado mais claro, impossível.
Aldo
foi à Dilma e informou que não haveria qualquer apoio para o Estado
de Defesa.
Após abortarem
os planos de Dilma, os militares ainda promoveram dois almoços no Comando do
Exército em Brasília, tendo Villas Bôas como anfitrião. Um com o
senador Ronaldo Caiado. E outro com o senador Aécio Neves. Ambos foram
orientados a entrarem pela porta da frente do Comando, sem qualquer medida para
ocultar a reunião. O recado foi claro: ninguém estava conspirando e nem fazendo
nada de ilegal. Não havia motivo para se esconder. Igualmente claro foi o
recado compreendido pelo governo: as Forças Armadas brasileiras não adeririam a
qualquer tipo de golpismo.
Este Sul
Connection fez questão de registrar como o impeachment pôde chegar ao seu
fim de forma pacífica e serena, sem qualquer golpismo, em
respeito à história e à biografia de Villas Bôas.
Injustamente atacado nas redes sociais, o general manteve a serenidade e nunca
demonstrou qualquer disposição para bater boca com fanáticos de qualquer viés.
Cumpriu sua missão militar e institucional. Ajudou a preservar nossa jovem
democracia e as nossas instituições. Merece todo o nosso reconhecimento.