GOLPE COM FARDAS E MINUTA
Julio Benchimol Pinto
22/05/2025
O tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira, confirmou: o golpe não foi delírio da oposição, nem paranoia de comunista, nem roteiro de novela mexicana. Foi reunião oficial, com café, minuta impressa, PowerPoint e farda passada no vinagre.
Freire Gomes, do Exército, disse a Bolsonaro com fleuma de britânico: “Se você tentar isso, eu vou ter que lhe prender.” Não foi bravata de mesa de bar, foi advertência de comandante. Já o almirante Garnier, da Marinha, disse o oposto: “As tropas estão à disposição.” Ou seja, queria brincar de 1964 em versão digital.
E Bolsonaro? Presidiu um “brainstorm golpista” com ministros e militares, ponderando se deveriam prender o ministro do STF Alexandre de Moraes. Não é ficção: é depoimento registrado no Supremo Tribunal Federal, com nome, posto e sobrenome.
Enquanto isso, o general Braga Netto, derrotado nas urnas e no pudor, teria incentivado ameaças contra a família do brigadeiro - aquele que se recusou a aderir à quartelada. “Ainda me chamam de melancia”, disse o militar, referindo-se ao estigma que carrega por ter se mantido fiel à Constituição.
E agora, Brasil?
Querem mesmo que a gente “siga em frente” como se nada tivesse acontecido?
Querem anistia para quem planejou prender ministros e rasgar a Constituição com apoio armado de uma força militar?
Não. Que sejam responsabilizados. Todos. Sem exceção. Sem retórica conciliatória. Sem mi-mi-mi.
Porque se não houver justiça agora, o próximo “brainstorm” não será numa sala - será no Planalto.
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Julio Benchimol Pinto