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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Uruguai puxa a orelha do embaixador brasileiro por declaração intrometida de Bolsonaro

Uruguay le pidió explicaciones a Brasil | Bolsonaro... 

Página12, 31/10/2019

La cancillería uruguaya convocó al embajador brasileño para pedirle una explicación por las declaraciones de Jair Bolsonaro. El presidente de Brasil había dicho que esperaba el triunfo del opositor al gobierno uruguayo, el candidato del Partido Nacional Luis Lacalle Pou, porque es más cercano a “su equipo”. Lejos de agradecerle el apoyo, el candidato que tiene grandes chances de ganar las elecciones, salió a criticarlo.
Fiel a su verborragia, Bolsonaro no pudo evitar referirse al resultado de las elecciones presidenciales de Uruguay del domingo pasado. "Uruguay va a una segunda vuelta y la oposición (al gobernante Frente Amplio) está más alineada con nuestros pensamientos liberales y económicos. Esperamos que se produzca la elección de alguien más cercano a nuestro 'equipo'. Ahí tendríamos a Uruguay con más afinidad con nosotros", sostuvo Bolsonaro el martes pasado en diálogo con O Estado de San Pablo. "No tuvimos ningún problema con Uruguay en materia económica con el actual presidente (Tabaré Vázquez). Pero tenemos que prepararnos siempre para lo peor, porque no se puede decir que uno se ve sorprendido con los hechos. La política no ocurre de un momento a otro", sostuvo el presidente de Brasil.
El gobierno uruguayo se tomó unos días pero finalmente emitió una nota pidiendo explicaciones al embajador de Brasil, Antonio Simoes. “El Ministerio de Relaciones Exteriores convocó al embajador de la República Federativa de Brasil en Uruguay, señor Antonio Simões y le solicitó explicaciones sobre las expresiones vertidas por el señor presidente Jair Bolsonaro (…) relacionadas con el proceso electoral que se desarrolla en nuestro país", dice la nota oficial. 
El pasado domingo se dio la primera vuelta de las elecciones presidenciales en Uruguay . Allí obtuvo la mayor cantidad de votos el candidato oficialista del Frente Amplio, Daniel Martinez. Se impuso con 39.17 por ciento de los votos, que lo obligan a competir en ballotage con el candidato del Partido Nacional, Luis Lacalle Pou. Si bien este candidato de derecha obtuvo el 28.59 por ciento de los votos, los que le siguen en el tercer y el cuarto lugar, manifestaron que apoyan su candidatura en la segunda vuelta . Lo que lo deja muy cerca a obtener la presidencia de Uruguay.
Sin embargo, Lacalle Pou salió a depegarse de Bolsonaro. "Me parece que no es buena cosa que los distintos políticos y en este caso distintos gobernantes incidan, opinen, en lo que puede llegar a pasar en otro país", dijo en declaraciones a El Observador. "Uruguay, por suerte, no decide lo que piensan los brasileños, decide lo que le pasa y lo que necesitan los uruguayos", sostuvo el abogado de 46 años que competirá el 24 de noviembre para definir al próximo presidente de Uruguay.

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Uruguai convoca embaixador no Brasil após declarações de Bolsonaro

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O governo do Uruguai convocou seu embaixador no Brasil, Antonio Simões, para prestar esclarecimentos sobre declarações dadas pelo presidente Jair Bolsonaro em relação às eleições presidenciais no país.
A convocação foi anunciada nesta quinta-feira, 31, em comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Uruguai. 
A questão é referente a uma entrevista dada por Bolsonaro ao jornal Estado de S.Paulo, durante sua viagem pela Arábia Saudita. Na entrevista, Bolsonaro traçou um panorama das relações diplomáticas entre o Brasil e seus vizinhos sul-americanos, após as eleições presidenciais que ocorrem em diferentes países da região. 
O foco da entrevista era a recente eleição de Alberto Fernández na Argentina. Peronista, Fernández tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. No entanto, Bolsonaro também mencionou suas preferências nas eleições uruguaias.
Na entrevista, ao ser questionado se a vitória de Fernández dificulta a relação entre Brasil e Argentina, Bolsonaro disse que, no momento, o governo não pensa em romper relações com o país vizinho, mas espera que o próximo governo mantenha as práticas de Mauricio Macri de “abertura” e de “liberdade econômica”. 
“Mas nos preparamos para o pior, porque o que foi anunciado até o momento no pacote econômico do presidente eleito, essa receita já sabemos, como em parte foi adotada no Brasil no passado, não tem como dar certo”, completou o presidente. 
Em seguida, Bolsonaro entrou na questão das eleições presidenciais no Uruguai, que serão disputadas em segundo turno, em 24 de novembro, pelos candidatos Luis Lacalle Pou, de centro-direita, e Daniel Martínez, de esquerda. Sem citar diretamente nenhum dos candidatos, Bolsonaro expressou apoio à chapa de Pou, à qual considerou “mais alinhada” ao “seu time”. 
“O Uruguai foi para o segundo turno, tem a situação, que vem da política do Pepe Mujica, e uma oposição que é mais alinhada com nossos pensamentos liberais e econômicos. Esperamos, torcemos que aconteça a eleição de alguém mais ligado ao nosso time, aí teríamos o Uruguai afinado conosco. […] Não tivemos nenhum problema com o Uruguai no tocante à economia com o atual presidente, mas temos de nos preparar sempre para o pior, porque você não pode dizer que foi surpreendido com os fatos. A política não acontece de uma hora para outra”, disse o presidente brasileiro.
A declaração de Bolsonaro repercutiu mal no Uruguai, por ser considerada uma intervenção que desrespeita os princípios da diplomacia. 
O candidato de centro-direita à presidência do Uruguai, Luis Lacalle Pou, rejeitou o apoio de Bolsonaro no segundo turno das eleições. 
“Se eu fosse o presidente e houvesse um processo eleitoral no Brasil, por mais que eu goste mais de um do que de outro, esperaria os resultados porque tenho que ter uma boa relação com o vencedor. […] Por sorte, no Uruguai os brasileiros não decidem”, afirmou Lacalle Pou. 
A postura do presidenciável uruguaio é oposta à adotada por Bolsonaro durante o processo eleitoral argentino, que culminou na vitória de Alberto Fernández. Ao longo de todo o pleito, o presidente brasileiro declarou sua preferência pelo então presidente Mauricio Macri, se posicionando contra a eleição de Fernández.
Em maio, Bolsonaro pediu para que os argentinos tivessem “paciência” com Macri, afirmando que a Argentina poderia se transformar em uma Venezuela no caso de vitória da chapa de Fernández. No mês seguinte, pediu que os argentinos votassem com “responsabilidade”. 
Já em agosto, Bolsonaro afirmou que o Rio Grande do Sul poderia se tornar “um novo estado de Roraima”, caso a chapa peronista vencesse. A referência de Bolsonaro foi com o êxodo de venezuelanos para o Brasil por Roraima. Já na semana que antecedeu o pleito presidencial, Bolsonaro ameaçou isolar a Argentina no Mercosul caso Macri perdesse.
Os posicionamentos de Bolsonaro quebraram a tradição da diplomacia brasileira – repetida em grande parte dos países democráticos do mundo – de manter um posicionamento neutro em processos eleitorais de outros países. A estratégia mantida pelo Brasil até então foi de esperar o resultado das eleições para ter um diálogo aberto com o candidato vencedor.
As afirmações de Bolsonaro contra a chapa peronista se mantiveram até mesmo após a vitória de Fernández. O presidente brasileiro afirmou que a Argentina “escolheu mal”. Em seguida, disse que não iria parabenizar o presidente argentino eleito pela vitória.
Ao contrário de Bolsonaro, diferentes presidentes da América do Sul cumprimentaram publicamente Alberto Fernández pela vitória. Entre chefes de Estado sul-americanos que parabenizaram o candidato vencedor estão Mario Abdo Benítez, do Paraguai, e Sebástian Piñera, do Chile, que se posicionam próximos a Bolsonaro, além de Nicolás Maduro, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também expressou o desejo de manter a cooperação bilateral com a Argentina. 
O futuro presidente uruguaio será decidido no próximo dia 24 de novembro. Lacalle Pou deve receber parte substancial dos votos dos candidatos Ernesto Talvi, de viés liberal, e Guido Manini Ríos, de extrema-direita. Ambos declararam apoio ao presidenciável. 
Já Daniel Martínez, da Frente Ampla, conta com o histórico da coalizão a seu favor, que governa o Uruguai desde 2005, mantendo o discurso progressista. A coalizão é vista como principal responsável por avanços na área social, como a legalização do casamento gay, a descriminalização do aborto e a legalização da maconha.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Diplomacia eleitoral paralela: promovendo os aliados ideologicos

Quando Lula era presidente, aquela cláusula constitucional sobre a não interferência nos assuntos internos de outros países não tinha nenhum significado. Não só não tinha, como ele a violava expressa, deliberada, consciente e repetidamente, sempre quando houvesse um candidato dito progressista -- ou seja, antiamericano -- em algum lugar.
Esse tipo de prática chegou aos extremos no caso de Honduras, quando o Brasil, não contente de tramar com Chávez o retorno ao país do ex-presidente deposto, permitiu que ele fizesse política a partir da Embaixada do Brasil, violando, assim, não apenas aquele preceito constitucional, mas diversos tratados sobre asilo político e a própria convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
Com relação a Venezuela, os apoios foram explícitos, repetidos e clamorosos, como continuam, ainda hoje.
Talvez a assessoria requerida atualmente seja mais de natureza médica do que propriamente política...
Paulo Roberto de Almeida 

Reinaldo Azevedo, 6/05.2012
Luiz Inácio Lula da Silva, definitivamente, não está sabendo ser ex-presidente, conforme prometeu que faria. Certa feita, referindo-se a FHC, sugeriu que ele ficasse em casa cuidando de livros e netos. Netos, ao menos, Lula os tem. Não contente em investir na desordem institucional no Brasil, conforme escrevi no texto que manterei no alto da home ainda nesta manhã, o ex-presidente brasileiro está se metendo nas eleições venezuelanas para tentar garantir sobrevida política ao tiranete Hugo Chávez. Parece que o outro tem aquilo que lhe faz falta aqui: o direito de ficar no poder até quando Deus quiser.  Chávez, sim, sabe odiar sem amarras institucionais!
Reportagem de Frank López Ballesteros publicada ontem no jornal venezuelano El Universal informa as investidas e interferências de Lula no processo sucessório venezuelano. Em março, o Apedeuta se reuniu com o marqueteiro do PT, João Santana — que está prestando assessoria ao candidato Chávez — para saber detalhes da campanha eleitoral do Beiçola de Caracas. Quis conhecer as propostas de trabalho que seriam apresentadas ao PSUV, o partido do ditador. Em meados de abril, segundo o jornal, Santana desembarcou na Venezuela para se encontrar com o tiranete, levando a tiracolo ninguém menos do que José Dirceu. Dirceu é aquele senhor acusado pela Procuradoria Geral da República de ser “chefe de quadrilha”. Que encontro!!!
Valter Pomar
Antes, em março, quem passou pela Venezuela foi Válter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT e secretário-geral do Fórum de São Paulo, que reúne partidos e grupos de extrema esquerda da América Latina. As Farc já fizeram parte da turma — hoje, oficialmente ao menos, está afastada do Fórum… Pomar desfilou ao lado dos chefões do PSUV e, acreditem, decidiu desqualificar Henrique Capriles Radonski, o candidato da oposição.
Lula está mesmo empenhado. No encontro que manteve no fim de março com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e com o prefeito da capital, Eduardo Paes, no Circo Libanês, o Apedeuta expressou ao governador o seu descontentamento pela suposta simpatia que Cabral teria pela candidatura de Capriles. Segundo a fonte do Universal, “a vinculação do governador com o oposicionista venezuelano é pessoal, não pública”. De todo modo, Renato Pereira, marqueteiro das campanhas de Cabral e Paes, teria se encontrado com a equipe de Capriles. O chefão petista não gostou. Segundo essa mesma fonte, Lula quer que seus aliados mantenham distância da oposição venezuelana.
É isto: se há regime autoritário na América Latina — e no mundo! —, Lula é a favor. Só exige, claro!, que seja de esquerda ou, ao menos, antiamericano. Eis o nosso Apedeuta. Justiça se lhe faça, não promove a destruição de instituições e de valores democráticos apenas em seu pais.