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domingo, 19 de outubro de 2014

Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas - muitos acessos em dois dias

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Quem ainda não teve acesso, eis aqui, novamente, os dados:

Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas 
(Amazon Digital Services: Kindle edition, 2014, 151 p. 484 KB; ASIN: B00OL05KYG)
Disponível na Amazon; link:  
http://www.amazon.com/dp/B00OL05KYG

e na plataforma Academia.edu; link: 
https://www.academia.edu/8815100/23_Polindo_a_Prata_da_Casa_mini-resenhas_de_livros_de_diplomatas_2014_

Prefácio e Sumário disponíveis no blog Diplomatizzando, link: 
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/mini-resenhas-de-livros-de-diplomatas.html

sábado, 2 de agosto de 2014

Prata da Casa: os livros dos diplomatas - edição de autor, julho de 2014

Repetindo uma informação já efetuada aqui, mas que apenas agora pude refazer para atualizar links e arquivos na plataforma Academia.edu.
Os que ainda não tinham tomado conhecimento, podem downloadar este livro que deveria ter sido publicado pela Funag (ou Fundação Alexandre de Gusmão, do Ministério das Relações Exteriores) em novembro de 2013, mas parece que alguém cismou com duas frases pouco politicamente corretas, uma delas sobre o Mercosul, a outra já nem me lembro mais do que era. São dessas coisas totalmente ridículas, mas que podem acontecer numa instituição tão venerável quanto o Itamaraty.
Eu não iria cometer uma violência contra mim mesmo, me autocensurando. Como acho que não sou eu quem perde mais, e sim potenciais leitores e estudantes, não dou a mínima.
Como eles também fariam, a despeito de conseguirem uma audiência provavelmente maior, e mais focada no público universitário, eu também posso colocar o livro inteiro totalmente disponível em meu site e plataformas de produção acadêmica, como faço agora.
Apenas um aviso aos incautos: trata-se de um arquivo pesado, pois é um livro de 700 páginas (e isso que não coloquei todas as resenhas de livros, e sim aquelas que tinham a ver estritamente com a produção dos diplomatas ou sobre temas diplomáticos, de política externa do Brasil e de relações internacionais do Brasil e de política internacional, de forma geral).
Muitas dessas miniresenhas ou mesmo resenhas completas já estão disponíveis individualmente na minha página da plataforma Academia.edu, sendo portanto arquivos menores e dirigidos a uma, ou algumas poucas publicações. Basta ver as resenhas de livros neste link:
https://uniceub.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida/Book-Reviews
Não transcrevo aqui o sumário pois ele é enorme, mas vou preparar arquivos com o sumário e com índice remissivo.
Aqui vai a ficha do livro:

Prata da Casa: os livros dos diplomatas 
(Hartford: Edição de autor, 2014, 700 p.) 

Disponível nos links: 
Academia.edu: página do livro: https://www.academia.edu/5763121/Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_
link direto para download do arquivo em pdf: https://www.academia.edu/attachments/34209509/download_file?s=work_strip&ct=MTQwNzAwODExOCwxNDA3MDExMjI5LDc4NTEwNjY;
divulgado neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/07/prata-da-casa-os-livros-dos-diplomatas.html).  

Relação de Originais n. 2533. Relação de publicados n. 1136 

Divirtam-se (com perdão da expressão).
Paulo Roberto de Almeida 

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Prata da Casa: 3ro Trimestre de 2014 - Miniresenhas de livros de diplomatas


Prata da Casa - Boletim ADB: 3ro. trimestre 2014
 
Paulo Roberto de Almeida
Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros
(ano 21, n. 86, julho-agosto-setembro 2014, p. xx-xx; ISSN: 0104-8503)

(1) Paulo Roberto de Almeida:
Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais
(Curitiba: Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8)

            Tudo o que você sempre quis saber sobre a diplomacia companheira e nunca teve a quem perguntar? Agora talvez já tenha, sobre quase tudo. Em todo caso, figura aqui uma avaliação do que representaram, para a política externa, os anos do lulo-petismo, com a independência de um acadêmico que também integra a diplomacia. Existem episódios que ainda vão requerer pesquisa em arquivos para saber como foram exatamente decididos, e provavelmente lacunas subsistirão, tendo em vista justamente as características especiais de uma diplomacia que não partiu essencialmente de sua casa de origem, mas andou combinada a outros estímulos, não arquivados. Parece que ela foi ativa, altiva e soberana, como nunca antes tinha acontecido. Outros traços emergirão num futuro balanço, ainda sem data. A História a absolverá? A ver...

(2) José Ricardo da Costa Aguiar Alves:
O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e suas propostas de reforma
(Brasília: Funag, 2014, 535 p.; ISBN 978-85-7631-504-9; Coleção CAE)

            Prefaciada pelo ex-ministro Pedro Malan, que já trabalhou na ONU, a tese representa a mais ambiciosa análise, histórica e estrutural, do papel do Conselho desde sua origem até 2007, período em que foram empreendidas 42 reformas. A revisão das Metas do Milênio, em 2015, provavelmente exigirá novas reformas. O órgão consome mais de dois terços dos recursos da ONU, comprometidos com o desenvolvimento, ao lado daqueles destinados à paz e segurança, no âmbito do seu Conselho de Segurança. A obra é minuciosa no exame dessas propostas de reforma, sem conter, porém, uma avaliação sobre a eficácia dos recursos investidos nessa missão, o que requereria um outro tipo de estudo, feito por economistas. É uma obra importante para o Itamaraty, que está sempre demandando mais recursos para o desenvolvimento, justamente.

(3) Erika Almeida Watanabe Patriota:
Bens Ambientais, OMC e o Brasil
(Brasília: Funag, 2013, 452 p.; ISBN 978-85-7631-476-9; Coleção CAE)

            Bens ambientais parecem estar no centro das angústias comerciais das próximas décadas, já que o planeta agora, para estar politicamente correto, precisa se guiar pelas regras do desenvolvimento sustentável. O Brasil tem, justamente, uma grande interface com o assunto, pelo seu potencial produtor e exportador desses bens (ainda que existam dúvidas sobre sua competitividade e avanços tecnológicos em energia solar e eólica). A tese mapeia as discussões multilaterais a respeito, a atuação da China e da Índia, as posições assumidas pelo Brasil e as implicações da regulação no lado doméstico da equação. A autora acha que as premissas da OCDE, entre elas a liberalização comercial, tendem a prejudicar os países em desenvolvimento: seria mais uma manifestação da velha teoria conspiratória que sempre coloca os ricos contra os interesses dos pobres?

(4) Renato L. R. Marques:
Memorábilia
(Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2013, 378 p.; ISBN 978-85-914949-1-0)

            Como diplomata, Renato Marques é bom um escritor, com sua prosa elegante, frases em latim, vasto conhecimento da cultura humanista, sobretudo da história, e grande tino para a observação dos seres humanos, como Balzac, Dickens ou Flaubert. Como escritor, ele não é um diplomata, já que escreve sem os trejeitos típicos dos colegas, falando tudo com grande sinceridade. Nestas suas memórias sentimentais, ele vai desde as origens familiares nos pagos gaúchos, até os últimos postos, que eram, não muito tempo atrás, partes do império soviético. Mais do que um recorrido pela sua vida em vários continentes, elas são reflexões intelectuais sobre países, pessoas, processos e eventos a que assistiu, de que participou, sobre os quais leu; a referência aos grandes escritores é constante, e as fotos são um complemento agradável ao seu texto cortante.

(5) José A. Lindgren Alves:
Os novos Bálcãs
(Brasília: Funag, 2013, 161 p.; ISBN 978-85-7631-478-3; Coleção Em Poucas Palavras)

            Os “novos Bálcãs” talvez se pareçam um pouco com os “velhos”, no sentido em que os muitos povos eslavos – católicos, ortodoxos, ou islamizados – voltaram a se dividir em meio a conflitos por vezes sanguinários. Depois de algumas décadas de socialismo, quando eles estavam “unidos” pela razão ou pela força, eles estão prontos para receber novamente o Orient Express, que ia das terras cristãs ao império dos otomanos justamente atravessando essas terras complicadas. Lindgren Alves esclarece como o fracionamento étnico reconstruiu a balcanização, com alguns massacres no caminho. Um alerta de como a Europa também pode recriar os velhos demônios da guerra e da violência étnica. O chauvinismo está na origem dessa utopia estilhaçada. Uma síntese que se apoia na melhor bibliografia e num conhecimento direto da região.

(6) Francisco Doratioto:
O Brasil no Rio da Prata (1822-1994)
(Brasília: Funag, 2014, 190 p.; ISBN 978-85-7631-489-9; Coleção Em Poucas Palavras)

            Metade, ou quase, de toda a política externa brasileira, das origens aos dias de hoje, se fez e se faz no Rio da Prata. Daí a escolha deste “semi-diplomata” para escrever uma história que começa na contenção de Buenos Aires, passa pela guerra do Paraguai – sobre a qual o autor publicou o clássico Maldita Guerra –, avança do americanismo ingênuo para o pragmatismo conciliador, nutre desconfiança e cautela (de 1930 a 1955), retoma o aprendizado da cooperação e da superação de divergências, para finalmente chegar à integração no Mercosul (pelo menos até 1994, numa fase ainda feliz). Mesmo “em poucas palavras”, o autor usou fontes primárias, mas várias das secundárias são de autores hermanos: eles são a nossa “circunstância”. A história trata mais de diplomacia do que de comércio e desenvolvimento; parece que é a política que move a economia.

Paulo Roberto de Almeida
[Hartford, 28/07/2014]

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Prata da Casa: os livros dos diplomatas: nova versão (Julho 2014) - Paulo Roberto de Almeida


Paulo Roberto de Almeida


Tudo o que você sempre quis saber sobre as relações internacionais e a política externa do Brasil, e não tinha a quem perguntar?
Quase isso. Sem ser um guia sistemático de leituras direcionadas, este livro é, na verdade, um diretório anotado de todas as publicações mais importantes, escritas nas últimas décadas por diplomatas e por acadêmicos, sobre questões da agenda internacional e das relações exteriores do Brasil, sobre temas que interessam aos próprios profissionais da área, bem como aos estudantes e aos candidatos à carreira diplomática.
Os melhores livros resenhados, anotados, criticados, no que eles têm de bom, de menos bom, em todo caso de útil, para um aprofundamento crítico sobre o que de melhor se escreveu em torno dos temas mais relevantes da diplomacia brasileira desde o final do século passado. Uma referência doravante indispensável a quem quer saber quem escreveu o quê, como o fez, e com qual metodologia, sobre os mais diversos assuntos da agenda internacional contemporânea, assim como da própria história e economia do Brasil e mundial.
Ele é o equivalente ao que na tradição britânica se chama de companion, ou seja, um companheiro de leituras, ou de releituras, para a melhor literatura disponível no setor.

Resenhas de livros acadêmicos existem em quase todas as revistas da área, geralmente limitadas a duas páginas e na estrita observância dos padrões desse gênero de avaliação crítica: informação objetiva sobre o livro, contextualização no seu ambiente próprio e no estado da arte dos estudos especializados daquele campo, e síntese final. Os grandes jornais também costumam trazer, pelo menos uma vez por semana, notas sobre livros, mas eles se referem apenas às publicações recentes, geralmente os livros da moda, ou aqueles que são “sugeridos” por editores ativistas. Algumas publicações especializadas oferecem, igualmente, uma informação sintética sobre o que vai pelo mundo editorial, como notas mais curtas ou mais longas sobre as novidades mais atraentes, ou até números temáticos.
Não existe, porém, no mercado nenhum equivalente deste livro, uma compilação exaustiva de tudo o que de mais importante se publicou no Brasil (com algumas esticadas ao exterior) sobre as relações internacionais, em geral, em especial sobre sua política externa, por alguém que justamente possui a dupla militância para navegar nos dois campos sem qualquer dificuldade: na diplomacia profissional e na academia, nesta voluntariamente. Foi também voluntariamente que Paulo Roberto de Almeida coletou algumas dezenas de resenhas de livros produzidas ao longo das últimas duas décadas, exclusivamente de livros de diplomatas ou de acadêmicos tratando dos temas que obrigatoriamente interessam aos diplomatas.
Na verdade, são mais de 250 livros lidos e resenhados para publicações diversas, ou para seu próprio deleite intelectual. As 144 mini-resenhas da Primeira Parte do livro são exclusivamente de obras de diplomatas, publicadas em grande parte (mais de 50%) pela Fundação Alexandre de Gusmão, geralmente resultantes de pesquisas direcionadas, visando objetivos institucionais e profissionalizantes: elas foram publicadas, a título essencialmente informativo, numa seção do Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros que se chama, justamente, Prata da Casa, de onde foi tirado o título deste volume de compilações.
A meia centena de resenhas mais longas – algumas bem longas – da Segunda Parte também é de livros de diplomatas, mas geralmente publicados por editoras comerciais e divulgadas em revistas acadêmicas, embora muitas delas tenham permanecido inéditas até aqui. Na Terceira Parte, finalmente, comparece mais uma meia centena de livros de não diplomatas, acadêmicos brasileiros ou estrangeiros, que produziram obras que falam de perto aos diplomatas e a todos aqueles que possuem atração pelos temas da diplomacia e da política internacional. No conjunto, estas resenhas, que permaneciam esparsas em veículos diversos, ou mesmo sem publicação, oferecem uma oportunidade única para penetrar no mundo da diplomacia e dos estudos internacionais, por meio dos melhores livros que possivelmente foram publicados nas últimas duas ou três décadas (alguns livros são bem mais antigos).
De certa forma, o que vai aqui é uma biblioteca miniatura, ou portátil (se o peso ajudar),  incitando à leitura, ou à releitura, de uma vasta gama de obras que já são clássicas em suas áreas, ou que constituem bibliografia obrigatória nos cursos e centros de estudos da área.
Disponível neste link do Academia.edu:
https://www.academia.edu/5763121/Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_

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Hi Paulo Roberto,
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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Prata da Casa, Boletim ADB – 3ro. trimestre 2013: livros de, ou com a participacao de diplomatas

Não tenho certeza de já ter publicado estas miniresenhas de livros de diplomatas, o que faço a cada três meses para o boletim dessa associação de intangíveis e diáfanos colegas de carreira.
Em todo caso, seguem agora, tal como publicadas no Boletim ADB (ano 20, n. 82, julho-agosto-setembro 2013, p. 30-32; ISSN: 0104-8503). 
Já publiquei dezenas de miniresenhas como estas, mas não tenho certeza de te-las postado todas. Em todo caso vou fazer um levantamento.
 Paulo Roberto de Almeida

1) Geraldo Holanda Cavalcanti: A herança de Apolo: Poesia, Poeta, Poema (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012, 462 p.; ISBN: 978-85-200-1161-4)

Poesia rima com diplomacia? Talvez. A obra discorre sobre poesias e poetas em todos os seus estados, inclusive os maus poetas e os suicidas. Impressionante o volume de citações: as obras citadas chegam a quase 600, duas ou três por página. Sem prefácio, o livro tem um posfácio dedicado justamente às citações: na esteira de Montaigne e de Walter Benjamin, o autor certifica que as suas foram todas garimpadas bona fide nos inumeráveis livros que percorreu em 50 anos de leituras, para nos oferecer o que é, possivelmente, a maior enciclopédia do poema já publicada no Brasil. Poesia tem tradução? Talvez, mas ficou faltando a tradução de serendipity. Em todo caso, os tradutores, para Stephen Spender, são os “embaixadores oficiais da linguagem” (The Making of a Poem, 1962: p. 113). Bem, pelo menos isso.
  
2) Luiza Lopes da Silva: A questão das drogas nas relações internacionais: uma perspectiva brasileira (Brasília: Funag, 2013, 407 p.; ISBN: 978-85-7631-428-8)

A “diplomacia das drogas”, se ela existe, começa em Xangai, em 1909, mas o problema é mais antigo, secular mesmo. Surgida em virtude das guerras do ópio, promovidas pelo imperialismo inglês, até hoje ela não logrou resultados satisfatórios, mas os Estados continuam tentando limitar os danos. Esta tese de CAE representa o esforço mais abrangente para circunscrever a questão do ponto de vista brasileiro: do proibicionismo às soluções alternativas, o caminho ainda é longo para se vislumbrar uma solução aos problemas do comércio ilegal e crimes associados. O Brasil parece dotado de instrumentos adequados, mas, como outros países da região, pouco atuou na construção dos mecanismos de controle e pode ser vítima deles, como também da “diplomacia cocalera”. Muitos sugerem a liberalização; seria essa a resposta?

3) Elias Luna Almeida Santos: Investidores soberanos, política internacional e interesses brasileiros (Brasília: Funag, 2013, 345 p.; ISBN: 978-85-7631-426-4)

O trabalho tem qualidades inegáveis, ao apontar as inúmeras dificuldades no tratamento dos fundos soberanos. Mas, à diferença do que diz o prefaciador, o FSB não está voltado para o gerenciamento das reservas brasileiras (tarefa a cargo do Banco Central), e sim tem sido usado mais para fins de economia doméstica (como a sustentação da Petrobras). O Brasil, aliás, tem todas as condições para NÃO ter um fundo desse tipo, já que não tem excedentes fiscais ou de transações correntes. Seja como for, esta tese de CAE ilumina o funcionamento desses fundos e os problemas a eles associados. Se e quando o Brasil dispuser de um fundo verdadeiro, a obra oferece desde já um panorama muito claro de como se movimentar no intrincado cenário de ganhos econômicos e ambições políticas que caracteriza sua existência corrente.

4) Celso Amorim: Breves Narrativas Diplomáticas (São Paulo: Benvirá, 2013, 168 p.; ISBN: 978-85-8240-025-8)

Dos cadernos do ex-ministro, notas sobre momentos cruciais, de 2002 a 2004 (e alguns desdobramentos ulteriores), da diplomacia “ativa e altiva”, como ele designa a sua gestão; mais adiante se acrescentou “soberana” à dita política externa. Trata-se de uma explicação e uma justificativa, pro domo sua, de alguns episódios desses anos: a invasão do Iraque pelos EUA, as tribulações do coronel Chávez, a implosão da Alca, o golpe de truco em Cancun, a aliança com a Índia e a África do Sul, as origens da Unasul e as andanças pela África. A história completa ainda vai ser contada, mas os escritos do ministro, entre eles Conversas com Jovens Diplomatas (2011), podem ser fontes primárias, desde que se confronte interpretações pessoais com análises independentes: a historiografia serve, justamente, para filtrar tais tipos de relatos.

5) Douglas Wanderley de Vasconcellos: Esporte, poder e relações internacionais (3ra. edição; Brasília: Funag, 2011, 268 p.; ISBN: 978-85-7631-319-9)

Com a Copa das Confederações já realizadas, chegando a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016), nada melhor do que refletir sobre os vínculos entre esporte e diplomacia, o que faz este trabalho antigo, mas ainda plenamente válido. O trabalho vai muito além de uma simples “diplomacia do futebol”, o que o Brasil já fez no Haiti, por exemplo, e trata da utilização política, no bom e no mau sentido, das competições esportivas para o atingimento de objetivos estratégicos ou táticos pelos países que possuem algum peso nessa arena. Mas mesmo pequenas ou grandes coalizões de países (os árabes, por exemplo) podem fazer pressão “esportiva” sobre outros atores (Israel, no caso) para a obtenção de algum ganho diplomático. O Itamaraty e o Ministério do Esporte formam um time alinhado a tal objetivo.

6) José Vicente Sá Pimentel (org.): O Brasil, os BRICS e a agenda internacional (2a. ed., rev., ampl.; Brasília: Funag, 2013, 604 p.; ISBN: 978-85-7631-427-1)


O que era Bric virou Brics, embora a expansão numérica, para incluir a África do Sul coincidiu, na verdade, com a redução do impacto desse grupo de emergentes na economia e na agenda mundiais, em vista do arrefecimento do crescimento em vários deles. Diplomatas e acadêmicos trataram, em seminários realizados em 2011 e em 2012, das possibilidades e limitações dos países membros, sob diferentes aspectos e em abordagens complementares. Gelson Fonseca, no texto inicial, formula a questão de saber se os Brics conseguirão influenciar a ordem mundial, e em qual sentido? Rubens Ricupero pergunta, por sua vez, se eles não seriam os “monster countries” mencionados pelo diplomata americano George Kennan, o que não deixa de colocar o tema da democracia. Boa questão, aliás ainda não respondida.

Relação de Originais n. 2498. Relação de Publicados n. 1106.