O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador ministro patetico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ministro patetico. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cenario preocupante: uma ministra que nao entende de economia no Brasil

Essa ministra é aquela que disse, uma vez, que a revisão do Tratado de Itaipu, feita pelo governo do PR e que triplicou os pagamentos ao Paraguai, "não iria custar nada ao povo brasileiro, pois os aumentos seriam cobertos pelo Tesouro". Por aí vocês podem constatar seus "conhecimentos" de economia...
Paulo Roberto de Almeida

Cenário

Gleisi rebate revisão do PIB e diz que Brasil  'dispensa receituário' do FMI

No documento, o FMI considera "um equívoco" a adoção de novos estímulos à economia

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, anuncia o novo salário mínimo
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, rebate críticas do FMI à política fiscal (Alan Marques/Folhapress)
Em resposta à revisão para baixo da projeção de crescimento econômico para o país, feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira, que o governo brasileiro "dispensa o receituário" da entidade. No documento, o FMI considera "um equívoco" a adoção de novos estímulos à economia. "O FMI tem todo direito de fazer previsão sobre as economias dos países. Mas dispensamos as sugestões e receituário para medidas adotadas pelo Brasil", assinalou Gleisi.
A ministra apontou pelo menos três motivos para dispensar as sugestões do Fundo. O primeiro é básico: "não há relação do Brasil com o FMI". "Aliás, ao contrário. Somos credores do Fundo, nada mais devemos a eles", acrescentou Gleisi. Todas as vezes que o Brasil aplicou medidas indicadas pelo FMI, o país, segundo ela, enfrentou "recessão, desemprego e dor do povo brasileiro".
Ela reafirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff "tem compromisso com a estabilidade fiscal" e assegurou: "Não trabalhamos com política fiscal frouxa. Trabalhamos com política anticíclica. Foi o que fizermos na crise de 2008 e é o que estamos fazendo agora."
A ministra também reagiu à argumentação do FMI de que o governo, com a inflação acima do teto da meta, deveria abandonar qualquer estímulo monetário adicional. O IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em junho está em 6,7%, enquanto a meta inflacionária prevê 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo.
"O que se esgotou foi a política que eles apregoam. Uma política que já está e se provou ultrapassada", reagiu Gleisi. "Aonde estava o FMI na crise de 2008? As agências de rating ameaçaram o Brasil, sendo que um mês antes da crise de 2008 tinham dado uma nota alta para uma instituição financeira que quebrou (Lehman Brothers).
(Com Estadão Conteúdo)

quarta-feira, 13 de março de 2013

A frase da semana: os estudantes e a língua (ao molho pardo...)

Não é verdade que estudantes brasileiros tenham dificuldade com língua estrangeira.

Aloysio Mercadante, ministro da Educacao (da Educacao???)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O ministro que lava mais branco e o elefante (branco, claro...) - Reinaldo Azevedo

Tenho certas simpatias (livros, viagens, gastronomia, cultura, inteligência) e muitas antipatias (ignorância deliberada, má-fé, desonestidade intelectual, uso dos cargos públicos para vantagens pessoais, e muitas outras mais).
Entendo que as pessoas devam atuar com a melhor informação disponível -- hoje prestada de graça a todos nós, graças ao Santo Google -- e se pautar pela lógica formal, ou seja, regras de mínima coerência nos argumentos, sua consistência com os dados empíricos, evidências formais com base em documentos e em propósitos (o famoso "a quem beneficia?"), etc.
Confesso que começo a sentir certo constrangimento, ou melhor, uma vergonha pessoal, ao assistir a verborragia maluca de certas nulidades que ascenderam ao STF sem a devida preparação, entre os quais dois da safra verdadeiramente companheira, homens que foram colocados ali para facilitar a obra indecorosa dos companheiros. O ministro que lava mais branco é certamente constrangedor, para quem é obrigado a assisti-lo argumentar no vazio, e provavelmente também para os seus companheiros de toga (ops, com perdão pela expressão comum). Tem outro, que também está ali para cumprir tarefas partidárias, e que deve dar tratos a bola em sua argumentação, pois não tem cultura jurídica, ou sequer cultura, para fazê-lo de forma consistente.
Enfim, assim caminhamos para a mediocridade neste país, no qual a imprensa também se degrada, ao não cultivar a inteligência. Fiquemos com certos raciocínios lógicos, e aqui vamos atacar de elefante. Graças ao ministro que lava mais branco.
Estamos em plena época, como diria Millor Fernandes, das fábulas fabulosas...
Paulo Roberto de Almeida 


Ricardo Azevedo, 4/10/2012

O ministro Ricardo Lewadowski protagonizou ontem um dos momentos mais constrangedores do Supremo Tribunal Federal. Se, na segunda-feira, Celso de Mello havia apelado a Cícero, a Santo Agostinho e a Santo Tomás de Aquino, lembrando-nos, afinal, de que o STF é um corte constitucional que honra o saber acumulado de gerações, Lewandowski ontem não se fez de rogado. Malsucedido em sua viagem pela Antiguidade Clássica, quando atribuiu ao escultor Fídias uma frase do pintor Apeles, houve por bem não ousar no terreno da alta cultura — já que o Google trai quem não sabe o que procura — e se deixou levar pela retórica, digamos, popularesca, lustrando os que, afinal de contas, preferiram não acumular saber nenhum. Ao defender a inocência de José Genoino, contou a fábula dos cegos que apalpam um elefante. O que tocou na cauda disse que o bicho se parecia com uma vassoura; o que tocou a orelha, com um leque; o que tocou a tromba… Bem, leitores, não quero que este texto descambe para a linguagem de botequim.
O que estaria querendo dizer o Esopo de São Bernardo? O que ou quem seria o elefante? Quais personagens representariam o papel dos cegos? Só uma conclusão é possível. O processo estaria no lugar do paquiderme, e seriam os demais ministros, privados da visão de conjunto, a apalpar, literalmente às cegas, a realidade, colhendo, todos eles, não mais do que impressões parciais da realidade. Ainda bem que lá estava o professor Lewandowski para, com mais aguda vista do que todos os outros homens, iluminar os fatos. Só ele saberia, porque ministro cuidadoso, que um elefante não é uma vassoura, um leque ou uma mangueira d’água… Como toda fábula, a do ministro também tinha uma moral: “Em terra de cegos, quem tem olhos absolve petistas”… Alguém deveria, nem que fosse por caridade, proteger Lewandowski de si mesmo. Como todo o respeito, está se transformando numa figura patética.
A defesa de Genoino
O ministro voltou a ser implacável com Valério e seus associados. Também resolveu não queimar vela para mau defunto e condenou Delúbio Soares por corrupção ativa. O próprio ex-tesoureiro já deixou claro que sabe qual é seu destino, anunciando que vai cumpri-lo como mais uma tarefa partidária. Quem mobilizou o ânimo militante de Lewandowski foi mesmo José Genoino. Ali não estava o juiz; ali não estava o revisor do processo; ali não estava o membro da corte suprema do país. Ouviu-se foi a voz de um militante. Havia mesmo indignação na sua voz. A sua maneira, ele procurara ser o Celso de Mello do outro lado.
Notem bem, leitoras e leitores: não estou aqui a exigir que Lewandowski condene quem acho que deva ser condenado para que, então, eu o elogie. Nada disso! Estou a cobrar outra coisa: um pouco de decoro na argumentação. A acusação de que se cuidava ontem era “corrupção ativa”. O ministro simplesmente ignorou o objeto que estava em causa e partiu para defender a suposta legalidade de um empréstimo que o Rural teria feito ao PT, que contara com a assinatura de Genoino.
E se esforçou, então, com mais energia do que a própria defesa do ex-presidente do PT, para demonstrar que Genoino só assinara os documentos do empréstimo que a Justiça considera falsos porque, afinal, fazê-lo estava entre as suas atribuições. Assim, entende-se, condenar Genoino seria aderir à tese da “responsabilidade objetiva”: só porque estava no cargo, seria então culpado. Calma lá! O esquema que passou a ser chamado de “mensalão” era, como resta claro dos depoimentos até mesmo de Delúbio, uma decisão do comando do PT — com a anuência de Lula, é evidente! Genoino não era um qualquer nessa estrutura. Ao contrário! Estava na presidência da legenda, sucedendo José Dirceu. Não se chega ao topo da hierarquia partidária sem conhecer suas entranhas, seus métodos, suas escolhas.
E como Genoino conhecia! Ele era, aliás, um dos cardeais do partido, talvez a sua cabeça mais ágil para lidar com assuntos do Congresso. Pode-se acusá-lo de muita coisa, menos de ser idiota. Então Delúbio lhe apresentava documentos, e ele os ia assinando assim, sem mais nem menos? Então era ele o presidente do partido que, de forma deliberada, comprava a base aliada, e devemos acreditar que ignorava a lambança? Parte da dinheirama repassada aos corruptos passivos saiu desses empréstimos chancelados por Genoino.
Lewandowski, não obstante, insiste que ele não sabia de nada. Vá lá… Se acha isso mesmo, que diga. Mas que o faça julgando o que está sendo julgado. E não se cuidava, ali, da veracidade ou não dos empréstimos, mas da compra de apoio parlamentar. Num momento em que esperou encontrar um socorro do ministro Marco Aurélio, deu-se mal. Tentando conquistar a solidariedade do outro para a sua tese de que assinatura de Genoino nos empréstimos era parte de suas atribuições, teve de ouvir uma resposta vexaminosa, que poderia ser resumida assim: “Sim, ministro, assinar o documento era parte das atribuições de Genoino, mas não um empréstimo fraudulento”.
Um ministro ligeirinho
O ministro surpreendeu a muitos. O Lewandowski que não tem demonstrado especial amor pela celeridade parecia ontem ter comido a sua lata do superespinafre. Quando se imaginava que a sessão caminharia para o fim, ele fez questão de votar — a tempo ao menos de o Jornal Nacional informar que o relator havia absolvido Genoino. Com quantos votos contará na corte? Não dá para saber. Mas parece que o PT não anda a desprezar qualquer nesga de esperança. Nesta quinta, ouviremos, certo como dois e dois são quatro, o seu voto absolvendo José Dirceu.
Lewandowski também resolveu apelar a Kafka, sugerindo que Genoino é vítima de um julgamento discricionário, que apela ao absurdo. É uma má leitura da realidade e… de Kafka. Josef K., a personagem de “O Processo”, é levado pelas autoridades, acusado de um crime que nem ele próprio sabe qual é. As lambanças que unem os petistas, Marcos Valério e os bancos são conhecidas. Em parte delas, há a assinatura de José Genoino!
No extremo da argumentação insana, o ministro cantou as glórias de Genoino e nos contou que a sua assinatura só foi exigida porque, afinal, ela conferia credibilidade ao documento, segurança. Entendi, então, que o homem que assinava uma peça do que o próprio tribunal considera uma tramoia não era o presidente do partido, aquele que era um dos chefes da organização, que conhecia, por óbvio, seus segredos, seus projetos e seus atos. Nada disso! O Genoino que assinava era o outro, o homem sem mácula. Na formulação de Lewandowski, o PT até poderia ser alvo de algumas desconfianças, mas Genoino jamais!
Curioso! Como Lewandowski deve absolver também José Dirceu, entendo que o ministro quer nos fazer concluir que o verdadeiro chefe do PT era mesmo Delúbio Soares. Quem acredita nisso? Não sei que parte do elefante o ministro andou tateando; sei que não foi uma boa parte.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ministerio da Pesca em Aguas Turvas (ou: criando piranhas no cerrado central)

Está certo que um governicho, como esse que aí está, escolha os piores elementos para serem ministros de qualquer coisa, para fazerem qualquer coisa, sobretudo atuando em causa própria, partidária e pessoalmente, menos para o bem do Brasil, claro (o que é isso, mesmo?).
Está certo que os companheiros no poder se aliem com qualquer cupincha disposto a vender meia dúzia de votos no Congresso pelo mais alto preço do mercado; eles pagam e acham que fizeram um bom negócio, para si mesmos e para o partido, menos para o bem do Brasil, claro (ainda tem algum sentido perguntar?).
Está certo que a alcatéia que circula em volta dos favos de mel esteja disposta a qualquer negócio, pois a alma não é pequena, quando a recompensa compensa, se é que vocês me entendem, tudo em causa própria, menos para o bem do Brasil (esse gajo me irrita com essas perguntas, não acham?).
Mas, como se diz, perguntar não ofende? 


Precisava ofender tanto assim a nossa inteligência?
Precisava zombar da nossa paciência?
Precisava tripudiar impunemente sobre nossas agruras?
Precisávamos de bandidos da teologia da prosperidade?
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 29/02/2012

Hora de entender a notícia, que hora tão feliz! Esses posts sempre acabam demorando um tantinho porque requerem pesquisa no arquivo do próprio blog etc. Mas acho que vale a pena. A memória e a história são duas das coisas que nos distinguem dos bichos.
O governo anunciou que o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo da Igreja Universal e sobrinho de Edir Macedo, que é dono da igreja e da Rede Record, é o novo ministro da Pesca. Faz sentido: é cantor gospel e já fez um curso de engenharia. É tão habilitado para cuidar da pasta quanto Ideli Salvatti e Luiz Sérgio, os dois que o antecederam.
O Ministério da Pesca poderia ser considerado um símbolo da eficiência petista. Segundo o IBGE, quando a pasta foi criada, em 2003, o superávit do setor pesqueiro era de US$ 222.804.451. No ano seguinte, esse saldo positivo já havia caído para US$ 175.330.847. Depois foi para US$ 103.576.102… Em 2006, começou o déficit, que foi crescendo, até chegar ao resultado negativo de US$ 757.169.796 em 2010. Viram? O PT não brinca em serviço. Se quiserem detalhes sobre essa involução, cliquem aqui.  Se vocês lerem o texto a que remete o link, verão que o crescimento da pesca extrativa foi ridículo e que houve QUEDA na produção de organismos marinhos cultivados. Ministério pra quê? Ora, para abrigar aliados. NOTA À MARGEM: o Ministério da Pesca é aquele onde a então ministra Dilma Rousseff empregou a mulher do terrorista Olivério Medina — e em Brasília! Agora que as Farc decidiram pôr um fim a seqüestro de civis (ao menos prometem), o jeito é seqüestrar tubarão no Lago Paranoá.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Hackers bonzinhos: isso existe? - certo ministro acha que sim...

Vocês já ouviram falar em hackers éticos? Eu não.
Para mim parece uma contradição nos termos. Se é hacker, como pode ser ético?
Mas esse ministro acredita que sim; bem, ele encontrou uns hackers petistas que são contra a tecnologia proprietária, achando que isso é coisa de capitalistas malvados; tecnologia precisa ser livre, sobretudo gratuita, acreditam eles, o ministro e os tais hackers éticos.
Vamos ver até vai esse contradição nos termos...

Governo vai convidar hackers para ajudar na criação de portalValor Econômico, 6/09/2011

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) planeja lançar no início do ano que vem um portal para facilitar o acesso a informações sobre sua própria gestão, como a distribuição de gastos.
O fluxo de dados será alimentado por um sistema, batizado de Plataforma Aquarius, para o qual o MCTI quer a ajuda dos chamados "hackers éticos" - pessoas com grande habilidade na área de programação, mas que não usam esse conhecimento para invadir redes ou sistemas. Em vez disso, ajudam na prevenção de crimes digitais.

"Vamos formalizar um convite para ajudar no desenvolvimento da ferramenta", disse o ministro Aloizio Mercadante, ontem (5), durante um encontro com hackers em São Paulo. A proposta é que o portal seja baseado em softwares de código aberto - programas que podem ser modificados por qualquer programador. O princípio do software livre é que as mudanças feitas no código sejam oferecidas gratuitamente, já que partiram de uma base de conhecimento comum.

Inicialmente, porém, o desenvolvimento do portal contará com sistemas proprietários, cujo uso depende de uma licença. "Usamos sistemas proprietários nos casos em que não encontramos uma opção de software livre no mercado, mas vocês podem nos ajudar a desenvolver [alternativas]", disse Mercadante aos participantes do encontro.

O MCTI pretende oferecer a ferramenta a outros ministérios e entidades. Para fazer isso, no entanto, quer que toda a plataforma esteja baseada em software livre.

O uso de softwares proprietários foi criticado por alguns hackers que participaram do encontro. O grupo defendeu a criação de mecanismos pelos quais os usuários do portal poderiam cruzar dados, como os gastos destinados a áreas diferentes. Segundo Mercadante, oferecer informações desse tipo ao público vai gerar questionamentos, mas aumentará a eficiência da gestão pública.