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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Uma nota de repúdio às declarações canalhas do chanceler acidental - Paulo Roberto de Almeida

 Interpretando – estou seguro disso – a opinião de 99,9% de meus colegas diplomatas, formulo aqui uma expressão de repúdio total às abjetas tuitagens do chanceler acidental que, agravando os pronunciamentos indignos dos seus chefes aloprados, ousou colocar em dúvida a fiabilidade do processo eleitoral nos EUA, minimizando o grave atentado à democracia e às instituições americanas na tarde e na noite de ontem, 6/01/2021, quando uma horda de bárbaros fanáticos do trumpismo extremado – o qual o chanceler capacho indiscutivelmente apoia – invadiu e depredou as instalações do Congresso dos Estados Unidos.

As expressões empregadas nos inaceitáveis tuitaços abaixo testemunham mais uma vez, se preciso fosse, que o servil subordinado dos donos do poder consegue envergonhar uma vez mais a diplomacia brasileira, ao deixar transparecer seu apoio à turba de meliantes – chamados de terroristas por parlamentares democratas e republicanos e até rejeitados pelo chefe e modelo dos infelizes dirigentes do poder no Brasil – e ao tentar seguir na indignidade o que já tinha sido afirmado pelo degenerado chefe de governo.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 7 de janeiro de 2020


Complemento com um comentário de Carmen Lícia Palazzo:

 Como o Bolsonaro e o Ernesto podem dizer tantas asnices??? Até grandes lideranças REPUBLICANAS já reconheceram que NÃO HOUVE fraude nas eleições, nos EUA! 

Como podemos ter um presidente e um chanceler tão estúpidos? E como eles podem fazer declarações públicas como as que fizeram hoje? E além da ignorância, uma deselegância, uma grosseria com o Biden e com os americanos em geral.

Que aberração o Bolsonaro dizer que pessoas lá votaram "três ou quatro vezes" e que "até mortos" votaram! E que aberração depois de todos os desmentidos de lá mesmo, o Ernesto falar em "infiltrados". 

É de ASSUSTAR, tanta MÁ FÉ e também tanta IGNORÂNCIA!”


Postagens do chanceler acidental: 

Ernesto Araújo

@ernestofaraujo

 

2:25 PM · Jan 7, 2021·Twitter for iPhone

https://twitter.com/ernestofaraujo/status/1347232805269417984

 

-Há que lamentar e condenar a invasão da sede do Congresso ocorrida nos EUA ontem. -Há que investigar se houve participação de elementos infiltrados na invasão -Há que deplorar e investigar a morte de 4 pessoas incluindo uma manifestante atingida por um tiro dentro do Congresso

 

- Há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral.

 

- Há que distinguir “processo eleitoral” e “democracia”. Duvidar da idoneidade de um processo eleitoral NÃO significa rejeitar a democracia. Ao contrário, uma democracia saudável requer, como condição essencial, a confiança da população na idoneidade do processo eleitoral.

- Há que parar de chamar “fascistas” a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições. Deslegitimar o povo na rua e nas redes só serve para manter estruturas de poder não democráticas e seus circuitos de interesse.

 

- Há que perguntar, a propósito, por que razão a crítica a autoridades do Executivo deve considerar-se algo normal, mas a crítica a integrantes do Legislativo ou do Judiciário é enquadrada como atentado contra a democracia.

 

- Nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem. Mas ao mesmo tempo nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam.

 

- O direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado. Que os fatos de ontem em Washington não sirvam de pretexto, nos EUA ou em qualquer país, para colocar qualquer instituição acima do escrutínio popular.

 

2:25 PM · Jan 7, 2021·Twitter for iPhone

Ernesto Araújo

@ernestofaraujo

 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O governo Temer e seus descontentes: nota de repudio ao Ministro JoseSerra nas Relacoes Exteriores

Tomei conhecimento justo agora, minutos antes da inauguração efetiva do Ministro José Serra como novo chanceler do Brasil, desta nota de repúdio assinada por alunos que se transformaram em órfãos do governo passado, contra uma política externa que eles ainda nem sabem qual será, mas que eles já adivinham que será submissa, neoliberal, alinhada às potências hegemônicas e outras bobagens do gênero.
Nem tive tempo de ler com cuidado, ainda, mas já registro a nota e os nomes, para uma reflexão ulterior. Todos são membros de uma Articulação do Movimento Estudantil de Relações Internacionais.
Interessante que eles já dizem de cara que não aceitarão Serra no Itamaraty. Pois não...
Corajosos os bravos antagonistas, mas acredito que eles ainda precisam ler um pouco mais para aprender o que é política externa.
Em todo caso, uma coisa é certa: esses aluninhos, ignorantes como são, resultam ser o produto de anos de ensino gramsciano por professores ineptos na pesquisa fundamentada e adeptos de slogans e simplismos redutores, absolutamente maniqueistas, como convém ao partido totalitário que nos governava até há pouco. Todos eles, gramscianoso do partido e da academia se especializaram na montagem de uma formidável máquina de propaganda, de fraudes subintelquituais e de mentiras, que se reflete inteiramente nas baboseiras acumuladas nesse manifesto patético.
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Destaco os trechos mais "interessantes".


Nota de repúdio à nomeação de José Serra como Ministro das Relações Exteriores
Não aceitaremos Serra no Itamaraty
No dia 12 de maio de 2016 o presidente golpista Michel Temer tomou posse e, logo em seus primeiros dias, desferiu golpes duros a vários direitos sociais conquistados nos últimos 13 anos. A política interna não está desconectada da política externa, assim, também nos preocupam os rumos que as relações internacionais brasileiras tomarão. Os nomes anunciados para os ministérios deram uma amostra dos tempos difíceis que iremos enfrentar. A entrega do Ministério das Relações Exteriores a José Serra, do PSDB, é inaceitável e pode representar o fim da política externa ativa e altiva.
Nos governos Lula e Dilma, o Brasil voltou sua atenção para o Sul Global, por meio da integração latino-americana e da diversificação das parcerias. Além disso, o país conquistou um papel de destaque na comunidade internacional, seja por sua performance econômica (o que não mais se verifica), seja por seu engajamento na democratização das estruturas de governança global, dando forte ênfase ao multilateralismo. O Brasil integrou-se a novas instituições, como a Celac e a Unasul, fortalecendo, assim, processos regionais de tomada de decisão, em que os países emergentes estiveram menos subordinados aos interesses das grandes potências imperialistas.
Ademais, o Brasil valorizou seus vizinhos, principalmente no âmbito econômico, e seguiu apostando no Mercosul, apesar dos ventos parados que temos verificado nos últimos anos. As parcerias também foram estendidas até a Ásia e a África, por meio de relações bilaterais com países africanos, e do BRICS - que reune as maiores economias emergentes e que tem conseguido se apresentar como um contra-peso ao poder do dólar e das instituições financeiras de Bretton Woods, como Banco Mundial e FMI.
Todos esses avanços, apenas para citar alguns, podem estar seriamente ameaçados sob o ministério de Serra. O novo ministro é um crítico mordaz da política externa ativa e altiva, além de ter olhos e mente voltados para o Norte. As suas ligações com empresas petrolíferas internacionais, como a Exxon e a Chevron, denunciadas pelo WikiLeaks, evidenciam o baixo interesse de Serra pelo desenvolvimento do país de maneira autônoma e soberana, golpeando os interesses nacionais e agindo de forma a ratificar um retrocesso econômico e social brasileiro na cena internacional, submetendo-se aos interesses do capital internacional. A presença de José Serra no MRE é retrogredir nos poucos e aguerridos avanços democráticos no campo da política externa brasileira conseguidos no transcorrer do século XXI.
Corremos o risco de passar de uma política externa voltada para integração regional para uma que busque inserir o Brasil nas cadeias produtivas globais a todo custo, mesmo que isso implique uma mudança radical de orientação da política econômica. Neste cenário, o Mercosul pode ser colocado em segundo plano, com Estados Unidos e União Europeia sendo considerados como prioridade na agenda internacional brasileira. Os acordos bilaterais que começaram a ser assinados logo após a derrota da proposta da ALCA podem ser acelerados, representando assim uma subordinação ainda maior de nossa economia ao neoliberalismo.
A política externa brasileira havia conseguido avanços no sentido de uma maior popularização. Apesar de haver problemas em sua formulação e implementação, mais setores sociais foram envolvidos em seus processos e seus rumos tornaram-se assunto comum nos noticiários. Com Serra, é provável que ocorra um retrocesso e que a política externa volte a ser assunto exclusivo de uma elite letrada. A prioridade anunciada do governo Temer será a recuperação da economia e, para implementar as reformas desejadas, usará todas as burocracias que estiverem ao seu alcance, incluindo o Itamaraty. Desse modo, o ministério cumprirá função análoga a de uma Câmara de Comércio e as nossas relações internacionais poderão ser subordinadas ao plano da Ponte para o Futuro, que deixa mulheres, jovens, negras e negros, pessoas pobres e LGBTs de fora da travessia.
Não é esse o Itamaraty que queremos e não é essa a política externa pela qual a AMERI luta. Expressamos nosso repúdio à nomeação de José Serra para o Ministério das Relações Exteriores, bem como nosso pesar à possível morte da política externa ativa e altiva. 

As coordenadoras e coordenadores nacionais da Articulação do Movimento Estudantil de Relações Internacionais assinam esta nota.

Natália Lima de Araújo - mestranda do Instituto de Relações da USP - Núcleo USP da AMERI.
Jéssica Girão Florêncio - mestranda da UFABC
Leandro Fontes Corrêa - graduando da UNESP - FCHS
Giovani Benito Mena del Prete - graduando da UFABC
Júlia Machado Dias - graduanda da UFU
Mairise Souza- Mestre em Educação/ FE/UNICAMP e Consultora em Ed. Infantil-Free lance/ Membro Gestão Coletiva -FPEI/SP.
Sabrina Pero de Souza Maciel
CIERI UFGD
Katiele Rezer Menger
Daniel Wanderley Caliman
Gustavo Rodrigues Costa
Leandro Ortolan dos Anjos - UFF
Matheus de Campos Farias
Marina Biagioni Marquezi
Jamile Chadud Montero
Diego Lopes Costa
Roberto Domingos
Vinicius Medeiros - Graduando Univale
Letícia Cruxen Godinho - graduanda da UFF
Nina Recine
Inês dos Santos
Henrique Freitas Alves
Felipe Augusto Oliveira Rezende
Felipe Augusto de Jesus Ferreira - graduando da USP
Rafaela Cristina Fernandes Ramos
Bruna Fiali Costa
Adriana Elisa Bozzetto
Fábio Vaccaro de Carvalho / Espaço Rural Panaceia
Virginia Santiago dos Santos Góes - mestranda em Integração Contemporânea da América Latina - UNILA
Helena Salim de Castro
Raquel Helene Salvato Delatorre
Lara Stachetti Gomes - graduanda da UNESP - FCHS
Jonatas de Oliveira Serra
Gustavo Henrique Gonçalves Ferreira - UNESP
Paula Luzia Ribeiro Rodrigues
Filipe Gallo Bizari - graduado UNESP
Alana de Oliveira Valério
Bruno César Silva
Guilherme Augusto Conceiçao da Silva
Leila Dias de Lira
Juliana Monteiro
Paloma Breit dos Santos - graduanda da UFABC
Katusca Bonilha Dell'Antonia
Wallace Anderson Fernandes de Albuquerque
Murillo Ribeiro Moreira de Lima
Nathalia Vieira Ferreira - graduanda da UFABC
Jonathan Lauro Rossi Machado
Karina Moysés - Unesp Franca
*Obrigatório
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