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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Os ratos roubaram a ratoeira do restaurante; recuperaremos - Guilherme Fiuza

Os ratos petralhas roubam de tudo, até ratoeiras que são feitas para pegá-los, eles tentam roubar e esconder. Vamos ter de redobrar nossa pressão, para retirar os ratos das redondezas...
Paulo Roberto de Almeida

A inocência dos roedores
Guilherme Fiuza,
O Globo, 11/04/2015

Delações indicaram que algumas centenas de milhões de reais escoaram do esquema para a campanha de Dilma

Se Dilma fosse uma ópera, ela se chamaria “Erenice”. Uma ópera em dois atos: 2010, a ascensão; 2015, a queda. A presidente ainda não caiu, mas o Brasil já está caindo. Ainda não se sabe se no abismo ou na real.
Dilma Rousseff declarou que sua campanha não recebeu “dinheiro de suborno”. Já o Lobo Mau declarou que não comeu a vovozinha. Cada um com a sua tática. Se os caçadores da floresta não tivessem aberto a barriga do Lobo, ele teria devorado também a Chapeuzinho. Os caçadores da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça estão abrindo a barriga do PT e tirando um mundo lá de dentro. Mas a cabeça falante do partido continua jurando inocência pela boca da presidente da República. E a Chapeuzinho verde-amarela, coitada, continua na dúvida se acredita.
Antes de voltarmos à ópera, uma última contribuição à fábula. Querida Chapeuzinho: se o seu plano é ser devorada, fique à vontade. Continue acreditando em Dilma quando ela diz, por exemplo, que vai salvar a Petrobras. O humorista inglês John Oliver já caiu na gargalhada diante da presunção de inocência da presidente brasileira — e riu não por ser humorista, mas por ser inglês. Se bem que já há estrangeiros em vários países não achando a menor graça nessa novela. São investidores lesados pelo petrolão e, ao contrário da cordial Chapeuzinho, resolveram chamar a polícia. E lá a chantagem emocional dos guerreiros do povo não protege ninguém. Bandido é bandido.
As delações premiadas de ex-diretores da Petrobras e de empreiteiras convergiram com a do doleiro Alberto Youssef e cravaram: o PT transformou propinas do petrolão em doação legal ao partido. Em mais uma contribuição progressista para a História, os companheiros inventaram a propina oficial. Nada dos arcaicos recursos não contabilizados do mensalão: tudo certinho, tudo declarado, enfim, um roubo absolutamente dentro da legalidade. E as delações indicaram que algumas centenas de milhões de reais escoaram do esquema para a campanha presidencial de Dilma — aquela que não recebeu “dinheiro de suborno”. O acusado de operar esse milagre é o tesoureiro do PT, João Vaccari, que por essas e outras acaba de virar réu no processo da Operação Lava-Jato.
Vejam como Dilma Rousseff realmente é uma ópera. Toda essa engenhosa sucção nacionalista foi montada sob a presidência dela no Conselho de Administração da Petrobras. Está gravado e filmado para quem quiser ver: o ex-diretor da estatal e protagonista do escândalo, Paulo Roberto Costa, acha “estranho” que Dilma não soubesse do esquema. Mais estranho ainda sabendo-se que a montagem do esquema é atribuída a figuras-chave do partido dela, às quais a presidente jamais negou solidariedade — inclusive àquelas condenadas pelo mensalão. O que a inocência de Dilma foi fazer no meio dessa podridão?
Melhor reler o libreto. Está lá, no primeiro ato. Ano de 2010, eleição presidencial (na qual, maldita coincidência, outro delator aponta “dinheiro de suborno” na campanha de Dilma). Ali, nasce uma estrela: Erenice Guerra, braço-direito da candidata à Presidência, entra para a História ao levar a Casa Civil para as páginas policiais, demitida e investigada por tráfico de influência. Erenice era a mulher de confiança de Dilma, preparada por ela para ser sua superministra. Claro que os métodos de Erenice Guerra e a inocência de Dilma Rousseff jamais se cruzaram nos corredores do palácio. É estranho à beça, como diria Paulo Roberto Costa, mas a vida é assim mesmo. Estranha.
Saltando para 2015, o libreto da ópera faz ressurgir a grande personagem. Na Operação Zelotes da Polícia Federal, quem surge no seio de um escândalo bilionário envolvendo a Receita Federal? Erenice Guerra, agindo como principal assessora da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas Chapeuzinho verde-amarela continua chupando o dedo e ouvindo Dilma dizer que vai limpar tudo e nunca viu dinheiro de suborno. Adivinhem o que vai acontecer com essa menina distraída em mais quatro anos de ópera?
Quando Vaccari entrou na CPI da Petrobras, ratos foram soltos no recinto. Mas logo se deixaram capturar. Amadores. Vaccari admitiu que esteve no escritório do doleiro Alberto Youssef, mas disse que não sabia por que foi parar lá. Questão de ginga.
Ficar assistindo a esse show de inocência não é para qualquer estômago. O Brasil já desceu da arquibancada uma vez, e vai descer de novo. Os roedores não estão nem aí — continuarão ostensivamente oprimidos, anunciando que o petróleo salvará a educação, e roendo em nome da lei. Até que os brasileiros se cansem dessa cândida obscenidade e os enxote da sala.
Ou pararam de pagar ?

Guilherme Fiuza é jornalista

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: petistas envergonhados do seu proprio partido ladrao...

Cadê o partido que estava aqui? O gato comeu?
Não, os gatos roubaram...
Pois é, o PT roubou tanto que a marca perdeu o brilho, se é que algum dia teve brilho, provavelmente apenas iluminação (com o nosso dinheiro claro).
Agora eles escondem a sigla e o nome.
Que vergonha petistas, precisando esconder o que defendem...
Paulo Roberto de Almeida

Nota preliminar: caberia saber, junto à Justiça Eleitoral, se é legal esconder o nome da sigla ou da coalizão eleitoral no material de campanha.
Tem alguma coisa nesta resolução:

Resolução nº 23.404 - Consolidada
Dispõe sobre propaganda eleitoral e condutas ilícitas em campanha eleitoral nas Eleições de 2014.
DA PROPAGANDA EM GERAL
Art. 5º A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais (Código Eleitoral, art. 242, caput, e Lei nº 10.436/2002, arts. 1º e 2º).


Paulo Roberto de Almeida 


A presidente Dilma passou a esconder o PT na divulgação de seu material de campanha   
PT some da campanha de Dilma

O desgaste do partido é tamanho junto à opinião pública que o marqueteiro João Santana, com o consentimento de Lula, insere o PT apenas nas letras miúdas da coligação no material de campanha. Por Leandro Mazzini
Opinião e Notícia, 10/10/2014

A presidente Dilma passou a esconder o PT na divulgação de seu material de campanha. O desgaste do partido é tamanho junto à opinião pública que o marqueteiro João Santana, com o consentimento de Lula, insere o PT apenas nas letras miúdas da coligação no material (em placas, folders, banners, outdoors). Predominam no material a foto dela, de Lula, a cor vermelha e frases de efeito. A decisão de dissociar a imagem de Dilma – a gerentona técnica – do PT, o partido problema e manchado no noticiário, não agradou obviamente a todos na executiva. Mas assim foi decidido por quem manda.