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domingo, 2 de setembro de 2018

Como salvar judeus, por todos os meios possíveis - Jamil Chade (OESP)

 Os passaportes, a rigor, não eram falsos, e sim verdadeiros. O conteúdo é que não correspondia à informação correta dos detentores. Isso se fez por dinheiro? Certamente, mas provavelmente não por motivos sórdidos.
Paulo Roberto de Almeida 

Ajuda latino-americana salvou centenas de judeus do Holocausto
Passaportes falsos de Paraguai, Bolívia e Haiti foram usados para enganar
a repressão nazista e impedir que judeus poloneses fossem enviados ao Gueto de Varsóvia
Jamil Chade, Correspondente / Genebra, 
O Estado de S.Paulo, 02 Setembro 2018 | 06h00

GENEBRA - Centenas de judeus poloneses foram salvos do Gueto de Varsóvia graças a passaportes latino-americanos falsos. As informações constam em documentos encontrados em arquivos da diplomacia da Suíça, que mostram um novo papel para Paraguai, Honduras, Bolívia e El Salvador na 2.ª Guerra.
Em 1942, mais de 340 mil judeus ainda viviam no Gueto de Varsóvia. A ordem de deportação em massa veio no verão. Mas, pelas regras estabelecidas pelos nazistasalemães, judeus com passaportes de países neutros poderiam se salvar. O motivo: uma eventual troca por alemães detidos no exterior. O Brasil, que havia declarado guerra ao Eixo em agosto de 1942, deixara de ser um país neutro. 
Usando essa brecha, um diplomata polonês em Berna iniciou uma operação de falsificação de passaportes para retirar milhares de judeus de Varsóvia. Aleksander Lado e seus assistentes Juliusz Kühl, o cônsul Konstanty Rokicki e outros infiltrados, iniciaram a operação que ficaria conhecida como “Serviços de Passaporte”. 
A ideia surgiu depois do caso de Eli Sturnbuch, um polonês judeu que vivia na Suíça e falsificou um passaporte paraguaio para retirar do Gueto de Varsóvia sua noiva, Guta Eisenzweig.
De acordo com os documentos, a operação começou em outubro de 1941 e envolvia o suíço Rudolf Hugli, que na época era o cônsul honorário do Paraguai em Berna. Em troca de dinheiro pago pela própria embaixada da Polônia, ele garantiria lotes de passaportes falsos do país, que eram enviados ao gueto. 
A partir de 1942, uma lista de pessoas que deveriam ser resgatadas começou a ser feita na Suíça. Ela incluía professores, rabinos, estudantes e ricos empresários capazes de, uma ver terminada a guerra, restabelecer a influência dos judeus na região.

Fuga do Nazismo

Um dos retirados foi Aharon Rokeach, rabino da dinastia Belz Hasidic. Ele escapou dos nazistas graças a um dos passaportes fabricados pela rede clandestina de poloneses. Para que ele pudesse receber o documento, a Santa Sé garantiu a entrega. 
Aos poucos, outros países latino-americanos que tinham declarado neutralidade passaram a ser consultados e uma tabela de preços foi estabelecida. Para um passaporte paraguaio, o interessado deveria pagar 1,2 mil francos suíços, numa época em que o salário diário não chegava a 20 francos suíços. 
A notícia do esquema rapidamente chegou a Varsóvia. Dando propinas aos soldados alemães, judeus conseguiam enviar à Suíça cartas com fotos e dados pessoais. Improvisadas, algumas das fotos estavam distantes de qualquer padrão de documento oficial. Algumas delas eram recortadas de fotos de famílias. Em outras, quem buscava ser salvo estava em posições informais ou mesmo fumando. 
Os documentos, uma vez prontos, eram enviados de novo ao gueto e garantiam a sobrevivência dos judeus. Quem tivesse aquele passaporte estrangeiro era enviado para acampamentos e prisões, não para campos de extermínio. 
Segundo os arquivos, mais de 2,2 mil passaportes paraguaios foram comprados, além de centenas de outros dos demais países latino-americanos. Alguns documentos chegam a mencionar o fato de que o sistema fez circular mais de 4 mil passaportes. Durante dois anos, os funcionários da embaixada da Polônia preencheram à mão os nomes nos passaportes. 

Retaliação de Hitler

Quando o esquema foi descoberto pela polícia suíça, o temor de uma retaliação por parte de Adolf Hitler contra os países latino-americanos deu fim ao sistema. Ou seja, não evitou que milhares de judeus fossem enviados para Auschwitz. 
Os suíços, preocupados em não irritar Hitler, iniciaram investigações no início de 1943. Os alemães também começaram a desconfiar do número exagerado de latino-americanos que apareciam nos campos de Vittel, para onde os judeus estrangeiros eram enviados. 
Berlim consultou os governos latino-americanos, que desconheciam os cidadãos. Na segunda metade de 1943, os suíços desmantelaram o esquema. Em setembro, os diplomatas foram punidos com a retirada de seu status de representantes. 
A seguir, a repressão contra os judeus que receberam passaportes fez com que muitos fossem enviados a Auschwitz. A Polônia diz que 330 pessoas escaparam do gueto graças aos passaportes falsos. Outros 387 que já tinham recebido o documento foram enviados a campos de extermínio. Outros 430 desapareceram após receber os passaportes. 
No início de agosto, o governo polonês anunciou que, depois de meses de negociação, uma parte desses documentos, que estavam numa coleção privada em Israel, será entregue ao Museu Auschwitz-Birkenau, incluindo fotos e exemplares de oito passaportes falsificados. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Cruzeiro do Sul: a realidade e a ficcao mercosuliana, em galaxias diferentes

Este é o Cruzeiro do Sul, o real, aquele que está ao alcance dos olhos de todos (em países e cidades não muito poluídos), tal como ele pode ser visto até mesmo sem telescópio, a partir do Brasil, do Mercosul, dos países do Sul em geral:





Todos os demais países do hemisfério sul possuem a mesma percepção do cruzeiro do sul, enquanto constelação, na qual se destaca um estrela intermediária situada à direita, olhando de face, do braço principal da suposta cruz. Por que só o Brasil faz ao contrário?


Nas informações disponíveis em espanhol sobre a famosa constelação, outra não é a posição da quinta estrela, como se pode constatar pela imagem abaixo:


Agora confiram o cruzeiro do sul da casa da moeda do braziu, na capa do novo passaporte que supostamente deve durar dez anos, e que é feito inclusive em nome do mercosul, esse fabuloso bloco de integração, que vive em alguma galáxia distante.
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Fascismo economico em construcao no Brasil: Correios monopolizam entrega de passaportes

Mantida entrega de passaporte pelos Correios
A exclusividade da atuação dos Correios no serviço de entrega de passaportes no Brasil foi mantida por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A corte, que atende aos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, confirmou decisão liminar da 8ª Vara da Justiça Federal em São Paulo.
Segundo os Correios, os consulados e a Embaixada dos EUA já foram informados da disposição da empresa para receber e despachar os passaportes em remessas expressas com pagamento à vista.
Os Correios informam que têm mantido reuniões com os serviços consulares norte-americanos e com a DHL Brasil, empresa até então responsável pela postagem dos passaportes, e que está pronta para “prosseguir com a celebração do contrato para o início das atividades de distribuição”.
Desde a decisão de primeira instância, a Embaixada dos EUA havia alertado sobre uma possível demora na devolução dos passaportes com os vistos. 
Para evitar prejuízos aos cidadãos, o juiz federal Clécio Braschi, titular da 8ª Vara Cível, determinou que os passaportes fossem enviados pelos Correios até o fim do processo.

Fonte: Agência Brasil.