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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 23 de março de 2024

O que falta ao Brasil para ser um país desenvolvido? - Paulo Roberto de Almeida (revista Crusoé)

Meu mais recente artigo publicado: 

4595. “O que falta para o Brasil ser um país desenvolvido? (2)”, Brasília, 7 março 2024, 3 p. Continuidade da série sobre o desenvolvimento brasileiro, a partir do trabalho n. 4530, focando nos elementos de políticas macroeconômicas e setoriais para um processo de desenvolvimento sustentado. Revista Crusoé (n. 307, 22/03/2024). Relação de Publicados n. 1553. 

Paulo R. de Almeida na Crusoé: 

O que falta ao Brasil para ser um país desenvolvido?

Não é seguro que as lideranças políticas e econômicas do Brasil atual consigam concertar um consenso básico sobre um amplo programa de reformas,.


O que falta ao Brasil para ser um país desenvolvido? (2) 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Quarto e último artigo da série “desenvolvimento” para a revista Crusoé

 

Em três artigos anteriores discutimos as razões pelas quais o Brasil continua, ainda, um país persistentemente em desenvolvimento – 4509. “Por que o Brasil ainda não é um país desenvolvido? (1); 4510. Por que o Brasil ainda não é um país desenvolvido? (2) – e, o terceiro da série: “O que falta para o Brasil ser um país desenvolvido? (1). Vamos encerrar o ciclo, desta vez, discutindo o caminho pelo qual o Brasil poderia, finalmente, alçar-se à condição de país desenvolvido. Os argumentos, em cada um dos quatro artigos, são necessariamente sintéticos, dada a amplitude das questões, mas eles estão baseados num largo conhecimento da literatura especializada – economia e sociologia do desenvolvimento –, mais a experiência adquirida em décadas (como diplomata e acadêmico) de viagens pelo mundo, de atenta observação da trajetória de países fracassados e exitosos na trilha do crescimento econômico e do desenvolvimento social sustentado e sustentável, assim como em reflexões ponderadas sobre como o Brasil pode dar, finalmente, a sua arrancada final.

Se o Brasil cresce pouco, a razão está simplesmente na baixa taxa de investimento, a partir de percentuais irrisórios de poupança do setor privado, quando não da despoupança estatal. É notório que o Estado extrai recursos em demasia da sociedade, diminuindo, assim, a capacidade do setor privado de se expandir e de criar empregos, renda e riqueza. Não se pode acreditar que o Estado passe a criar riquezas a serem distribuídas à sociedade, ou pelo menos aos mais pobres, apenas pela via da extração de uma parte da renda gerada no setor privado. A OCDE costuma justamente insistir em que os Estados devem normalmente se concentrar naquilo que eles podem fazer melhor: prestar serviços coletivos e contribuir para a criação de um bom ambiente de negócios, capaz de, justamente, gerar ainda mais renda e riqueza pela via de mercados livres. Ora, se o Estado se apropria de uma parte desproporcionalmente elevada da renda gerada na sociedade, como ocorre tradicionalmente no país, ele diminui proporcionalmente o volume de investimentos necessários à expansão da oferta agregada (para empregar termos que os adoradores do Estado compreendem bem). Ora, o Brasil possui uma carga fiscal próxima da média dos países da OCDE para uma renda per capita cinco vezes menor: algo, portanto, está profundamente equivocado no plano da tributação.

(...)


Não é seguro que as lideranças políticas e econômicas do Brasil atual consigam concertar, entre si, um consenso básico a respeito de um amplo programa e um processo de reformas estruturais e setoriais em torno dos cinco conjuntos de medidas sintetizadas nos parágrafos anteriores. Observando-se, contudo, os poucos países que saltaram a barreira do não desenvolvimento para uma situação de “classe média confortável” – quase todos na franja asiática do Pacífico –, constatamos que aqueles que o fizeram acumularam mais sucessos nas reformas indicadas do que fracassos temporários na direção de um projeto nacional exequível. 

“Ficar rico é glorioso” disse, na distante década de 1980, o líder chinês pós-maoísta Deng Xiaoping, dando início à reconstrução de uma nação miserável, então dotada de uma renda per capita inferior à metade da do Brasil. O preconceito contra a riqueza, a inveja dos ricos, a obsessão contra as desigualdades (inerentes às sociedades, em toda a história da humanidade) talvez sejam um dos principais defeitos da nacionalidade no caminho do desenvolvimento sustentado. Mas o Brasil tem condições de superar seu atraso delongado...

 

Brasília, 4595, 9 março 2024.


domingo, 3 de dezembro de 2023

A trajetória do Brasil para o gasto infinito - Paulo Roberto de Almeida

A trajetória do Brasil para o gasto infinito

  

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre as políticas econômicas do Brasil na pós-democratização e o aumento de gastos. 

 

Desde a redemocratização, a qualidade da política econômica da nação tem sido tão errática quanto o foi sob a ditadura e, anteriormente, sob a República oligárquica. 

O projeto militar do Brasil Grande Potência levou o Brasil a dez anos de estabilização com crescimento, seguidos de dez outros anos de gastança desenfreada, inflação e dívida externa. 

Os militares abriram as portas para um longo declínio, com estatismo exacerbado e o mesmo protecionismo renitente desde os tempos do mercantilismo colonial.

O inflacionismo de Sarney foi o resultado do aventureirismo econômico e da pesada herança deixada pelo regime militar.

Collor foi um turbilhão econômico com amadores no comando da economia, a despeito da vontade de modernizar um país acostumado ao voluntarismo.

O aumento de gastos reais sob FHC foi obra de uma Constituição generosa demais, mas pelo menos legou um plano de estabilização que ainda se sustenta precariamente, a despeito das bobagens estatizantes que vieram em seguida.

Os déficits de Temer foram consequência do desastre econômico mais do que previsível sob Dilma: ela conseguiu produzir uma mega recessão, que superou a crise de 1929-1931. Ainda assim, Temer começou um ajuste fiscal mais do que necessário, infelizmente descontinuado.

Os orçamentos fictícios do Bozo foram o efeito do seu puro desespero eleitoral e uma enorme irresponsabilidade política de um psicopata desvairado, apoiado pelos milicos vingativos da ditadura, drogados em sinecuras corporativas. 

Já a gastança instintiva do lulopetismo é a tradicional deformação populista de esquerdistas que detestam os limites impostos pela dura realidade dos mercados: acham que a vontade política deve predominar sobre a cupidez de um “capitalismo” imaginário.

Resumindo: todos os governos acabaram tungando os cidadãos, em especial os pequenos e médios empresários e os trabalhadores em geral. 

E todos eles tiveram um comportamento predatório no tocante à opção sensata de uma sólida política macroeconômica voltada para o crescimento, desde que respeitada a responsabilidade fiscal. 

O estamento político oligárquico do Centrão sempre ajudou a esquerda e a direita a concentrar ainda mais a renda e a aumentar a desigualdade social.

O Brasil, finalmente, não mudou tanto assim: acabou acomodando-se ao atraso e à mediocridade!

Alguma possibilidade de melhoria?

Sempre existe, mas ainda não se encontra no horizonte previsível das opções políticas: a baixa educação política, a péssima qualidade da educação tout court são dois óbices ao progresso da nação.

Os avanços, modestos, são feitos aos trancos e barrancos, como diria Darcy Ribeiro, mais um desses visionários que acreditam ter a chave de um país sempre surpreendente na repetição do mesmo.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4522, 3 novembro 2023, 2 p.


domingo, 29 de maio de 2022

Brasil Paralelo: Paulo Roberto de Almeida (14/10/2016) - uma entrevista sobre políticas econômicas e diplomacia

De vez em quando alguém comenta neste vídeo do Brasil Paralelo – entidade que eu desconhecia completamente quando voltei ao Brasil e me convidaram para dar uma entrevista sobre economia e política externa, o que foi feito de completo improviso – no qual eu comento, em OUTUBRO DE 2016, as políticas econômicas e a diplomacia da era petista, e do Brasil em geral.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O que Margaret Thatcher teria a ensinar ao Brasil? - Paulo Roberto de Almeida (Instituto Millenium)

O que Margaret Thatcher teria a ensinar ao Brasil?

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: gravação de podcast; finalidade: Convite do Instituto Millenium]
Podcast do Instituto Millenium em 6/11/2018, disponível no seguinte link: https://www.institutomillenium.org.br/destaque/o-que-o-brasil-pode-aprender-com-margaret-thatcher/


Em 1 de novembro de 2018 concedi uma entrevista em áudio, sob a forma de podcast, para o Instituto Millenium, a propósito da figura da falecida primeira ministra britânica Margaret Thatcher e os ensinamentos que sua experiência como estadista poderiam ter para o novo governo brasileiro. 
Relaciono abaixo as perguntas efetuadas, e as simples notas que eu havia tomado para desenvolver oralmente no momento da gravação, de aproximadamente meia hora no total. O podcast foi editado e recebeu uma introdução-resumo pelo jornalista Frederico Portella, editor de conteúdo do IM, cujo texto transcrevo ao final. O link para a gravação do áudio também está disponível.

(A) Notas rápidas preliminares de Paulo Roberto de Almeida: 

1) Quem foi Margaret Thatcher e por que ela era conhecida como “a dama de ferro”?
Formação em trabalho de mercearia; estudos universitários, com leituras de obras de Friedrich Hayek, Adam Smith, Milton Friedman, entre outros autores liberais. 
Situação da Grã-Bretanha nos anos 1970: declínio industrial, crises fiscal e monetária, aprofundamento do sindicalismo agressivo, Inglaterra quase país do Terceiro Mundo, com PIB per capita inferior ao de sua colônia Hong Kong.
Ela só passou a ser chamada de Dama de Ferro depois de ter sido elevada ao cargo de primeira-ministra e ter se mostrado inflexível na sua resolução de reformar a Inglaterra num sentido liberal, e também ter enfrentado o desafio da reconquista das ilhas Falkland/Malvinas, que haviam sido tomadas pela ditadura militar argentina.

2) Quais foram as medidas liberais que o thatcherismo implantou na Inglaterra durante o tempo em que ela ocupou o cargo de primeira ministra? 
Em primeiro lugar, as privatizações de quase todas as companhias públicas, dominadas pelo sindicalismo militante e pela ineficiência, sob a forma de ações oferecidas ao grande público, uma forma de devolver o poder às pessoas; nisso ela teve de enfrentar batalhas duríssimas contra os sindicatos, sobretudo os mineiros de carvão, tendo a Inglaterra passado um inverno no frio, por causa da falta de aquecimento.
Ademais de sua batalhar pela abertura econômica, ela também passou a defender os valores e ideais do Ocidente democrático e capitalista, podendo ser apontada, junto com o Papa João Paulo II e o presidente americano Ronald Reagan, como um dos estadistas responsáveis pelo desmantelamento final do sistema comunista, uma vez que soube dialogar firmemente com o último SG-PCUS Mikhail Gorbatchev.

3) O Brasil tem ao longo da sua trajetória uma postura estatista, onde medidas liberais não prosperaram. A própria Thatcher já afirmou que o país era o contrário do que ela defendia: um estado grande e fraco. Como o novo governo eleito pode se inspirar em Margaret Thatcher para implantar aqui medidas similares? 
A receita é exatamente a mesma: privatizações de todas as empresas públicas, abertura econômica, liberalização comercial, redução do peso do Estado na economia e enfrentamento das corporações que conquistaram o Estado em seu benefício exclusivo.

4) O corte da inflação também era uma meta do governo Thatcher e pra isso, ela cortou radicalmente gastos. Conter o gasto público também é uma urgência no Brasil? 
Certamente, e como tarefa urgente, imediata, de caráter fiscal, mas ao lado disso já empreender as tarefas de médio prazo de novos investimentos privados em setores importantes da economia, ademais de cuidar da tarefa de longo prazo de melhorar os índices de produtividade do país.

5) Em um país que destina bilhões de reais a partidos e campanhas, a responsabilidade com o uso do dinheiro dos impostos, que também era defendida por Thatcher, deve estar entre as prioridades? 
Certamente, isso faz parte da reforma política e do ataque à fragmentação e dispersão do sistema partidário. Seria preciso extinguir imediatamente o Fundo Eleitoral e depois também completamente o Fundo Partidário. Essas duas medidas permitiriam reduzir radicalmente o número de partidos políticos existentes no país.

6) Perguntada sobre Collor em uma entrevista, ela disse que o Brasil não havia tido um bom governo capaz de atuar com base em princípios, na defesa da liberdade, sob o império da lei e com uma administração profissional. Tivemos outros presidentes depois disso, mas de maneira geral, o que o senhor acha das administrações públicas que tivemos até aqui no sentindo de buscar desinchar o país e impor medidas liberais? 
Foram poucos os presidentes que enfrentaram efetivamente a obesidade do Estado, e praticamente nenhum conseguiu vencer o corporativismo estatal.

7) Qual é a sua expectativa para os próximos anos? 
Um longo período de adaptação, a curto, a médio e a longo prazo.

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(B) Apresentação-resumo do áudio-gravado pelo jornalista Frederico Portella: 
     O podcast recebeu edição do jornalista Frederico Portella, editor de conteúdo do Instituto Millenium; transcrevo a seguir o seu resumo do podcast.

O que podemos aprender com Margaret Thatcher?
A Inglaterra não vivia os seus melhores dias nos anos 1970. A ilha britânica não só havia sido ultrapassada por outros países desenvolvidos, como por sua própria colônia Hong Kong, que chegou a ostentar uma renda per capita superior à da metrópole ao adotar uma economia aberta. Esse cenário mudou após 1979, quando Margaret Thatcher assumiu o cargo de Primeira-Ministra do Reino Unido. À frente do Estado, a Dama de Ferro conseguiu reconquistar o caminho de prosperidade ao travar uma batalha para implementar medidas liberais.
Do outro lado do oceano, o Brasil de 2018 muito se parece com a Inglaterra de algumas décadas atrás. Desde o pós-guerra, partidos com programas marxistas, socialistas e intervencionistas se alternavam no poder. Recursos da sociedade eram dominados por sindicatos e corporações, e a economia sofria com o retrocesso no âmbito das liberdades e a decadência nos planos industrial e de negócios. O diplomata Paulo Roberto de Almeida, Doutor em ciências sociais e Mestre em planejamento econômico, lembra que muitas das medidas impostas por Thatcher poderiam ser colocadas em prática aqui no Brasil. O especialista do Instituto Millenium destaca que o Brasil aparece na 144ª posição do relatório sobre as liberdades econômicas do mundo, produzido pelo Fraser Institute. “A China comunista está em 108º lugar no ranking. Isso significa que ela tem uma postura mais capitalista do que nós! Somos dominados pela república sindical, corporações, sindicatos de funcionários públicos... Valores que estavam presentes na Inglaterra pré-Thatcher”.
As privatizações estão entre as principais medidas adotadas pelo Thatcherismo. A Primeira-Ministra privatizou a maior parte das estatais britânicas de diferentes setores e a população teve acesso à compra de ações das empresas. “Nós temos ainda 146 estatais, das quais a maioria produz déficit público que é alimentado por todos os brasileiros. Acredito que o governo eleito começaria bem se fizesse uma privatização radical, inclusive as consideradas estratégicas. Elas são estratégicas unicamente para os políticos, que as usam para cargos, verbas e outras medidas políticas”, alerta Paulo Roberto.
Outra medida importante apontada pelo especialista é a necessidade de quebrar o poder das corporações e grupos organizados que promovem verdadeiros “assaltos aos recursos da população”. O diplomata lembra que, para devolver o poder às pessoas, Thatcher travou uma longa batalha contra sindicatos que dominavam empresas estatais e a política britânica. Longas greves foram deflagradas na época e os mineiros de carvão chegaram a paralisar as atividades por um ano, deixando a Inglaterra gelada no rigoroso inverno europeu.

O alerta ao gasto público
A contenção do gasto público também era amplamente defendida por Margaret Thatcher, que governou até 1990. Em seus discursos, a dama de ferro salientava que não há “dinheiro público”, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos. Paulo Roberto  acrescenta que o Brasil vive um crescimento desenfreado de suas receitas, e além disso possui uma carga grande de subsídios destinados a quem já é rico:
“A Thatcher costumava dizer que o socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros. É um fato. Os gastos públicos na era do lulo-petismo subiram sistematicamente, sempre acima do crescimento do PIB, da produtividade e da taxa de inflação. É uma conta para o futuro que se reverteu no que a gente viu nos anos de 2014 a 2017. Nenhum país, família ou indivíduo pode viver acima do que ganha. O Brasil chegou em 2015 a ter um déficit orçamentário de 10% de PIB. É um suicídio! É condenar os nossos filhos e netos a uma conta de dívida pública impagável”.

O futuro
Ao longo da sua história, o Brasil teve governos com diferentes níveis de centralização, mas de maneira geral, ideias desestatizantes e liberais nunca prosperaram. Para Paulo Roberto, temos pela frente uma longa trajetória para recuperar a destruição das contas públicas. O especialista lembra que em 2022, quando comemoramos os 200 anos de independência, teremos uma renda per capita igual a de uma década atrás.
“A destruição das contas públicas foi de tal ordem que vai exigir três ou quatro anos apenas para tapar o buraco, diminuir o déficit orçamentário e restabelecer as bases de um superávit primário. Acredito que apenas em 2022 ou 2023, teremos restabelecido o equilíbrio. Isso a curto prazo. No médio, temos um problema de investimento que depende de mudança na regulação para atrair investidores estrangeiros e nacionais. E no longo prazo, temos um problema de produtividade, que está muito vinculada à educação. Será preciso trabalhar duro para fazer o Brasil enveredar por um processo de crescimento sustentado”, prevê.

Podcast do Instituto Millenium em 6/11/2018 disponível no seguinte link: https://www.institutomillenium.org.br/destaque/o-que-o-brasil-pode-aprender-com-margaret-thatcher/


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 1 e 6 de novembro de 2018


domingo, 28 de outubro de 2018

O caminho da prosperidade - Antony Mueller (2011)

Ordem Livre, Postado em 25 de Outubro, 2011.

O governo brasileiro colocou a eliminação da miséria no topo da sua lista de prioridades políticas. Assim o governo atual continua a política da promoção do crescimento econômico como foi feito do governo anterior com o chamado PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. No entanto, com o crescimento econômico, a questão não é tanto de alcançar altas taxas de crescimento por um curto período de tempo; o verdadeiro desafio é se se pode sustentar o crescimento econômico ao longo do tempo.

O desenvolvimento econômico é uma maratona e o que parece às vezes bem sucedido no curto prazo se mostra desastroso no longo prazo. Gastos públicos e intervencionismo funcionam para instigar um surto de crescimento, mas para alcançar a prosperidade duradoura precisa-se boa governança e de uma economia livre.

Gastos não garantem crescimento econômico
Qualquer governo pode instigar um surto de crescimento econômico por um período limitado através de programas de despesas financiadas com empréstimos.  Dependendo das condições do início de tais programas – como, por exemplo, o tamanho da dívida e o nível do crescimento antecedente – políticas de endividamento podem produzir altas taxas de crescimento econômico. No entanto, o problema é se os custos desses programas estão em linha com os benefícios dos projetos financiados pela dívida. Por exemplo, uma estrada para lugar nenhum irá aumentar a taxa de crescimento econômico durante o período da sua construção, mas no longo prazo isso não vai trazer benefícios que poderiam compensar o custo.

Um projeto como esse, então, representaria um desperdício de recursos e não apenas não contribuirá para um maior crescimento como diminuirá o nível de bem-estar no futuro. Não são raros os projetos do governo que receberam muito aplauso durante o tempo do seu planejamento, mas no final de sua realização representavam nada mais que cargas pesadas. O caminho certo para a prosperidade é através da produtividade. Mais produtividade permite o aumento de salários. A chave para eliminar a miséria encontra-se na produtividade. O aumento da produtividade requer a acumulação de capital e progresso tecnológico; e é na fracasso em se ganhar produtividade que se encontra a causa principal para a persistência da miséria em um país como o Brasil.

Inovação
Enquanto existem cada vez menos governos que acreditam que com mais gastos públicos ou com a socialização da produção pode-se sair da pobreza, ainda existem muitos que acham que sua atividade é indispensável para o progresso econômico. Para esses governos, a inovação é o novo slogan, um lema que pode ser ouvido em todo o mundo. Mas com a promoção de inovação pelo governo também o que se vê à primeira vista é diferente dos resultados no final. Dado que o progresso tecnológico pela inovação é uma necessidade para atingir níveis mais elevados de renda per capita, parece quase natural para os governos que se empenhem em fomentar esse caminho. E ainda, quando a distância entre os países mais ricos e as economias emergentes se torna mais estreita, esses países sentem a necessidade de aumentar a inovação própria em vez de simplesmente importar conhecimentos do exterior.

No entanto, como é o caso com qualquer outro empreendimento, gastos para a inovação representam custos. Alguns governos, de fato, não aprenderam essa lição até hoje e continuam a confundir despesa com crescimento econômico. Mas temos também governos, aparentemente mais esclarecidos, nos quais se abandonou o primitivismo de confundir gastos com benefícios. Alguns governos presumem que o caminho para sair da miséria com mais crescimento econômico precisa de inovações através de mais gastos governamentais em tecnologia. O que se esquece nessa linha de raciocino é que gastos públicos, enquanto podem promover alguns tipos de inovação, podem impedir outras inovações com mais benefícios.

Desvio de fundos
Governos gostam de usar o tamanho dos seus gastos públicos para ciência e tecnologia como indicador de seu apoio ao progresso econômico. Para receber financiamento público os pesquisadores em empresas e universidades são incentivados a elaborar projetos que estão mais em linha com o que se presume que sejam as preferências da comissão de julgamento do que com o mercado. E no final? Quantas vezes algo realmente útil surgiu desse financiamento do governo? Na verdade, o registro geral de sucesso do financiamento público de projetos de pesquisa é bastante sombrio. De fato, além de pesquisa para projetos militares (incluindo a tecnológica nuclear e espacial) quase nada se nota de invenções úteis que têm origem no financiamento público. Quase todas as grandes invenções e inovações que encontraram um grande mercado por serem altamente úteis foram inventadas não somente sem a ajuda do governo, mas, frequentemente contra a resistência das instituições governamentais e seus conselheiros experts.

A tecnologia não tem valor intrínseco.  O que é tecnologicamente mais eficiente não precisa ser também economicamente o melhor investimento. Sempre há mais projetos que se pode realizar e existem mais tecnologias já prontas que se pode implantar. Fazer essas escolhas é uma das tarefas principais dos empreendedores. A imprevisibilidade de qual será a melhor tecnologia no futuro requer a concorrência empresarial como método de descobrimento.

Raízes da prosperidade
Quase todos os produtos altamente úteis e práticas da nossa vida diária, as coisas que tornam a vida cotidiana menos pesada, não foram resultado de projetos de pesquisa promovidos pelos governos, mas sim resultado da iniciativa privada. O histórico se torna ainda pior para o governo quando se comparam os recursos gastos com o sucesso mercantil. Invenções e inovações surgem da inspiração humana; elas são o resultado da capacidade da mente humana de gerar ideias. Uma nova ideia é uma surpresa e, como qualquer outra surpresa, ela não pode ser prevista. Desta forma, a criação de novas ideias é o oposto da burocracia e é o oposto do estado. Acreditar que um burocrata estatal em algum ministério ou agência pública deve ser capaz de conceber produtos para um mercado que ainda não existe é bastante absurdo. Na verdade, a imprevisibilidade é fundamental para a inovação.

O caminho para o progresso econômico não é o seu planejamento, mas o método que traz o sucesso é o experimentação na forma de tentativa e erro. Ninguém sabe antes de experimentar qual será a direção certa da solução. Assim, essas economias mais prósperas são aquelas que deixam uma multidão de empreendedores livres para buscar o caminho certo. A grande vantagem do capitalismo se encontra no fato de que novas empresas podem se estabelecer e crescer com novos produtos. Assim, o que conta são baixas barreiras de entrada.

O que não importa é se o projeto que é promovido pelo estado leva a um patente – as bibliotecas dos escritórios públicos de patentes estão cheio de patentes inúteis. O ponto que importa é se o projeto leva a um produto comercializável. No final, ninguém além do consumidor é quem decide sobre a qualidade do produto.

Conclusão
A solução para sair da pobreza e manter a prosperidade não se consegue com mais gastos públicos. Gastos significam custos, e gastos sem benefícios são nada mais que cargas. O que é necessário para obter um crescimento econômico e sair da miséria para sempre é a inovação. Inovação, por sua vez, requer liberdade. O progresso tecnológico floresce nas sociedades que possuem uma atmosfera de criatividade que engloba toda a economia e a sociedade, conjunto com a cultura.

Os fundamentos para a inovação encontram-se numa economia livre dentro de uma sociedade criativa. Para as empresas, incentivos à inovação são dados quando a carga fiscal é baixa, as restrições burocráticas são minimizadas e quando a concorrência é intensa.


Antony P. Mueller é doutor em economia pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, e atualmente atua como professor na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ele é o fundador do Continental Economics Institute e mantém os blogs Economia Nova, Cash and Currencies e Sociologia econômica.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mudancas de regime economico na historia do Brasil - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente artigo publicado:


Paulo Roberto de Almeida:
Mudanças de regime econômico na história do Brasil: transformações estruturais, evolução institucional”,  
Revista de Economia Política e História Econômica 
(ano 10, n. 34, agosto de 2015, p. 169-225; ISSN: 1807-2674; 
Relação de Originais n. 2701; Publicdos n. 1189.

Excerto: 

1. Mudanças políticas e alterações de regimes econômicos: o panorama geral
As sociedades modernas avançam normalmente por meio de uma combinação de transformações estruturais com algum aperfeiçoamento institucional, ou, numa linguagem marxista, com alterações na estrutura econômica e mudanças na sua superestrutura política. Mas não se trata, obviamente, da luta de classes como motor da história, e sim do lento acumular de progressos na base material com a construção de instituições que acomodam, facilitam e potencializam esses progressos, por meio da incorporação – se possível de forma consensual – de novas normas e regras que reforçam a adesão de todos a um conjunto de situações e relações recíprocas que apontem para maior bem estar e prosperidade.
Obviamente, nem todas as sociedades avançam, e algumas até recuam na escala civilizatória, mas, com exceção de períodos de decadência institucional ou de retrocessos materiais (que podem ser de maior ou menor duração), a constatação que pode ser feita nos últimos três séculos de história da humanidade – grosso modo desde a Revolução Industrial – é que existe uma evolução constante, ainda que irregular, em direção a maiores patamares de riqueza e de segurança para a maioria dos povos. A partir da criação dos Estados nacionais – um processo que teve início muitos séculos atrás na civilização chinesa, mas que só tomou as formas conhecidas na era moderna na Europa pós-Renascimento – a maioria das nações se organizou em territórios bem definidos, com jurisdições mais ou menos respeitadas pelos demais Estados soberanos, e daí se passou a construir o moderno sistema internacional, uma construção ainda imperfeita, mas que hoje se identifica com as organizações multilaterais da família da ONU e outras acessórias, algumas até relevantes, como as de Bretton Woods e a OMC.
O crescimento econômico contemporâneo é o resultado de um lento processo de transformações estruturais na base econômica das sociedades – grosso modo, as revoluções industriais ocorridas a partir do final do século 18 – e da maturação das políticas públicas em um seleto grupo de países, justamente aqueles reunidos na OCDE. A entidade com sede em Paris, surgida em 1948, existente na presente forma desde 1960, é normalmente identificada como um “clube de países ricos”, um número mais ou menos estável desde várias décadas, mas incorporando progressivamente certo número de emergentes (Japão, Coreia, México, Chile, etc.).
Evidências empíricas coletadas ao longo de décadas, inclusive pela própria OCDE, em diversos países, já demonstraram que, independentemente do nível de desenvolvimento econômico, cargas fiscais mais elevadas se traduzem quase naturalmente em níveis mais modestos de crescimento econômico. Ou seja, a partir de certo patamar de tributação, o volume de recursos da sociedade apropriado pelo Estado deixa de ser um fator de estímulo ao crescimento – como poderia ser a concentração de riqueza destinada não ao consumo, mas ao investimento – para se tornar um fator redutor do crescimento da renda e da riqueza social; isso acontece se o Estado destinar maior volume de recursos ao consumo, ou à distribuição desvinculada da produtividade, ou às suas próprias despesas, isto é, à máquina pública e aos que a servem.
Já existem evidências estatísticas suficientes para demonstrar que o Brasil alcançou tal situação, uma vez que as séries históricas mais recentes indicam forte tendência ao baixo crescimento econômico, associada a gastos públicos crescentes. Ou seja, já ocorreu uma mudança de regime econômico, e ele parece implicar baixo dinamismo e reduzida inclinação para taxas mais consistentes de criação de riqueza e de prosperidade para os brasileiros. Se os dados apresentados são consistentes com os argumentos acima desenvolvidos – e eles o são, contra quaisquer outras evidências em contrário – resta, portanto, discutir possíveis políticas públicas que redundariam numa inversão de tendência, ou seja, medidas favoráveis à retomada de taxas mais sustentadas de crescimento, com moderação nos níveis de carga fiscal, nem sempre consistentes com a melhor distribuição de renda na sociedade.
Grandes mudanças de regime econômico costumam corresponder a mudanças sensíveis no ordenamento político-constitucional, como foi o caso no Brasil desde os anos 1930, no decorrer dos anos 1960, e também na segunda metade dos anos 1980, o que cabe examinar com atenção nas seções seguintes deste ensaio. Não se pode dizer, aliás, que as mudanças tenham terminado com a Constituição em vigor (de 1988), uma vez que ela já acumula várias dezenas de emendas, muitas delas voltadas para direitos coletivos ou individuais, sempre em constante ampliação. Alterações também vêm ocorrendo de forma constante, com grande ênfase, justamente, nos ordenamentos econômicos setoriais; aqui se destacam as reformas no sistema tributário, não no sentido de reduzi-lo, ou simplificá-lo, mas para regular a distribuição dos recursos públicos, com um comprometimento cada vez maior das receitas de impostos com gastos pré-determinados (processo vulgarmente chamado de engessamento orçamentário). O Brasil é um caso único entre os países emergentes com um carga fiscal equivalente ou superior à de vários países avançados, com renda per capita superior à de seus cidadãos na escala de cinco a seis vezes. Existe aí uma clara distorção de seu regime econômico,....
(...)

   

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Curso no Uniceub: Cinco requisitos para o crescimento sustentavel - Paulo Roberto de Almeida

Reproduzo abaixo o anúncio feito pela Secretaria dos programas de mestrado e doutorado em Direito do Uniceub (onde sou professor), sobre o seminário especial que darei durante minha breve estada no Brasil, em Brasília, na segunda quinzena do corrente mês de Abril. Depois acrescento mais algumas informações.

Seminário
Requisitos básicos para um crescimento econômico sustentado (9h)

Áreas: Políticas Públicas e Relações Internacionais
Professor: Dr. Paulo Roberto de Almeida
Datas: 28, 29 e 30 de abril de 2014
Horário: das 9h às 12h        
Local: Sala reuniões Multimeios  - Biblioteca

 Informações adicionais
- Para aproveitamento, de cada seminário são necessários 100% de presença e entregar resumo ou atividade que o professor definir (entrega até 06/06/2014);
- Leitura obrigatória antes dos seminários.

O programa do Seminário Especial encontra-se disponível no seguinte link: http://cl.ly/40142D1I1f0f

Textos oferecidos para leitura dos alunos e discussão em classe, encontram-se disponíveis como segue: 


1) ALMEIDA, Paulo Roberto de. “Políticas econômicas nacionais no contexto da globalização: a questão do desenvolvimento”, Revista Espaço da Sophia, vol. I, n. 11, fevereiro 2008,  ISSN: 1981-318X, 20 p; disponível: http://cl.ly/0A1V3o2X0u35 
2) –––––––– . “A Experiência Brasileira em Planejamento Econômico: uma síntese histórica”, 2004; disponível: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1277HistorPlanejBrasil.pdf.
3) –––––––– . “Dinâmicas da economia no século XX”, in SILVA, Francisco Carlos Teixeira da (org.). O Século Sombrio: uma história geral do século XX. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2004, p. 47-70; disponível: http://www.academia.edu/5783550/040_Dinamicas_da_economia_no_seculo_XX_2004_.
4) BARRO, Robert J.; SALA-I-MARTIN, Xavier, Economic Growth. 2nd. ed.; Cambridge, Mas.: The MIT Press, 2003; Introduction, p. 1-22; disponível: http://cl.ly/3F193S3K3s17
5) JOHNSON, Harry C. “The Case For Flexible Exchange Rates”, Journal of the Federal Reserve Bank of St. Louis, June 1969, p. 12-24; available: https://research.stlouisfed.org/publications/review/69/06/Flexible_Jun1969.pdf





Retiro, do programa do seminário, esta informação:

Requisitos básicos para um crescimento econômico sustentado

EMENTA:
O seminário especial de Economia Política, no quadro da concentração em Direito e Políticas Públicas do programa de Mestrado e Doutorado em Direito, tem por objetivo aprofundar o conhecimento dos mestrandos ou doutorandos sobre os requerimentos básicos de um processo sustentado de crescimento econômico, base essencial de um processo inclusivo de desenvolvimento econômico e social. Ele vai tratar essencialmente da prática econômica dos Estados, com especial referência à experiência brasileira de desenvolvimento ao longo da últimas décadas, mas também se referirá aos elementos teóricos que sustentam as políticas econômicas, em escala macro, setorial ou de nível microeconômico. O seminário abordará, assim, tanto a parte conceitual, na qual serão expostas e discutidas as principais variáveis macroeconômicas, em termos teóricos, de um processo de crescimento sustentado, quanto uma parte especialmente referida aos processos registrados no caso do Brasil, com alguns exercícios comparativos sobre as políticas macroeconômicas e setoriais seguidas por países avançados e emergentes, seja os que apresentaram um bom desempenho no caminho do desenvolvimento, seja aqueles que registraram performances menos felizes.
            Serão discutidos conceitos e realidades relativas aos principais agregados econômicos e monetários, as teorias e as realidades do comércio internacional, ademais dos temas financeiros e de balanço de pagamentos. Para cada um dos pontos destacados para desenvolvimento analítico serão dados exemplos retirados da evolução econômica brasileira, assim como serão referidos dados e informações relativos à economia mundial. Os alunos tomarão conhecimento das principais bases de dados disponíveis, bem como dos sites dos principais organismos econômicos internacionais. As discussões em classe buscarão abordar os problemas econômicos correntes da agenda brasileira, com uma referência constante às medidas de política econômica adotadas pelo governo, bem como seu tratamento analítico, e crítico, com base nesses dados. Dois textos são fornecidos para leitura e discussão em classe.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
I.           ESTABILIDADE MACROECONÔMICA: ELEMENTOS BÁSICOS
1)    Política Monetária: Inflação, emissões de moeda; Milton Friedman
2)    Política Fiscal: contas nacionais, tributação, dispêndio
3)    Política Cambial: taxa de câmbio, movimentos de capitais
4)    Da microeconomia à macroeconomia: progressos conceituais?

II.             MICROECONOMIA COMPETITIVA: PARA UMA ECONOMIA SADIA
5)    Os preços como sinalizadores de toda economia: Ludwig von Mises
6)    Poupança e investimento: o processo de crescimento
7)    O governo e as medidas de intervenção na economia: o caso do Brasil
8)    Políticas setoriais: industrial, comercial, agrícola
9)    Desemprego e mercado de trabalho: condicionantes e políticas de governo
10) Leis de concorrência, carteis, monopólios, regimes de concessão

III.           BOA GOVERNANÇA: INSTITUIÇÕES FAZEM A DIFERENÇA
11) Planejamento: uma ilusão do século XX?; Friedrich Hayek
12) Planejamento e mercados: políticas indutoras e promotoras de crescimento
13) Executivo, Legislativo, Judiciário, órgãos de controle
14) Uma instituição chamada Justiça do Trabalho: necessária
15) O Estado e seu papel no processo de desenvolvimento: o caso brasileiro

IV.           EDUCAÇÃO DE ALTA QUALIDADE: O PAPEL DO CAPITAL HUMANO
16)   Ensino primário universal e de boa qualidade: a base de tudo; Adam Smith
17)  Escola técnica profissionalizante: ganhos de produtividade
18) Terceiro ciclo: a necessidade de conexão universidade-indústria
19) Políticas tecnológica e de investimentos: abertura externa e regulação

V.             ABERTURA AO COMÉRCIO INTERNACIONAL E AOS INVESTIMENTOS
20) Política comercial: abertura externa, blocos econômicos, OMC; David Ricardo
21) Política financeira externa: balanço de pagamentos, câmbio, dívida externa
22) Crescimento e crise na economia mundial: a trajetória brasileira
23) O resto do mundo: balanço de pagamentos e economia internacional
24)  A globalização, os antiglobalizadores e os reticentes: mitos e crenças