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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 9 de fevereiro de 2014

O governo e suas agencias de viagem: uma proposta decente

Ouço na rádio (e deve estar nos jornais brasileiros desta segunda) que um novo escândalo sacode o Senado Federal (bem, mais um, e desta vez não necessariamente por culpa dos próprios, ou talvez sim, mas indiretamente).
Uma agência de viagens, escolhida sem licitação para fornecer passagens aéreas para os nobres senadores (e alguns associados) estava cobrando um pouquinho acima da tarifa das próprias companhias aéreas para emitir o bilhete para suas excelências.
Um exemplo: um Senador achou um tantinho cara a sua passagem para Miami. A conta veio em mais de 14 mil reais. Ele verificou a tarifa na própria companhia, e seria de apenas 4 mil reais, um aumento de várias vezes, portanto, sempre no orçamento do Congresso, e portanto saindo do seu bolso caro leitor.
Ele achou um pouco exagerado e mandou investigar.
Aposto como vão trocar de companhia, ou fazer uma licitação, e tudo vai continuar como antes...
Tive essa mesma experiência, em 2013, ao ser convidado para um seminário oficial no Brasil, e ao me pagarem a passagem, em clase econômica, de ida e volta.
Pois bem, eu tive o cuidado de ir checando, conforme a proximidade da data, quanto eu teria de pagar para a companhia, caso decidisse ir eu mesmo com o meu dinheiro, e também para comprar uma passagem, nas mesmas datas para a minha mulher, Carmen Lícia, mas em classe executiva.
Dois meses antes do evento, eu tinha oferta no site da companhia por 1.100 dólares, ida e volta, Hartford-Brasília. Depois foi indo a 1200, 1300, enfim, chegou a 1.600 na véspera da partida.
Sabem quanto o órgão oficial pagou pela minha passagem em classe econômica? 2.200 dólares. Fiquei estarrecido e reclamei, pois este era o preço que eu estava pagando para a minha mulher em classe executiva.
Sobre o preço de 1.100, iniciais, eu podia colocar mais 450 dólares em cada trecho, ou seja, 900 dólares no total, para viajar em classe executiva. Foi o que fiz, aliás, com a passagem oficial, paguei do meu dinheiro para viajar com um pouco mais de conforto, uma vez que a classe econômica atualmente virou pouco mais que um ônibus...

Bem, fui ver agora nova passagem para o Brasil, em abril próximo, e em lugar de me ater ao site da companhia, onde eu pagaria cerca de 2.300 pela classe executiva, fiz um pouco de shopping entre companhias de viagem. Consegui a mesma passagem por 1.748 dólares.
Apenas pesquisando, esclareço...

Por que o governo não suprime essas ilusões da licitação com um monopólio temporário, que vai superafaurar enquanto durar a bonança?
Trata-se apenas de uma sugestão, claro, o que eu chamo de proposta decente.
Afinal de contas, o dinheiro vem de todos nós, certo?
Um pouco de concorrência não pode fazer mal ao serviço público.
Ou será que a palavra ofende os brios ideológicos de alguns?
Paulo Roberto de Almeida

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Bravo: eles ganharam a reducao: o povo vai pagar, mesmo os que nao sabem disso...

Brilhante Brasil, consegue andar para trás a cada vez:


Tarifa congelada a R$ 3 eleva subsídio para transportes em SP a R$ 8,6 bilhões nos próximos quatro anos

Todos vão pagar a conta, e incorporar o prejuízo, de uma forma ou de outra, mesmo os que não pagam passagem, não usam ônibus, ou supostamente andam de graça ou com passagem reduzida.
De uma forma ou de outra, todos vão pagar, sendo que a carga mais pesada sempre acaba com os mais pobres...
Brilhante, eles conseguiram.
O Brasil é um país de estadistas, ao contrário...
Paulo Roberto de Almeida