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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Academicos querem permanecer na torre de marfim (mais comodo...)

Quando um acadêmico começa a falar em "lógica do mercado", pode sair debaixo que lá vem bobagem.
Essas pessoas acham que a sociedade precisa pagá-las regiamente e não pedir nada em troca, e eles, de forma muito condescendente, se por acaso produzirem algo de útil, quem sabe poderão prestar contas à sociedade do que fizeram?
Inúteis, preguiçosos, irresponsáveis...
Paulo Roberto de Almeida 

TENDÊNCIAS E DEBATES

A universidade a serviço do mercado?

Nova ferramenta da plataforma eletrônica do Lattes quer obrigar cientistas a 'prestarem contas' à sociedade. Mas seria dever do pesquisador apresentador resultados palpáveis? 

Por Bolívar Torres

Opinião e Notícia, 9/03/2012
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciou que irá acrescentar duas novas abas para divulgação pública no Lattes, plataforma eletrônica que exibe currículos e atividades de 1,8 milhão de pesquisadores de todo o país. A partir de agora, os cientistas brasileiros também deverão descrever, além de informações básicas pessoais e acadêmicas, iniciativas de divulgação e de educação científica – o que significa, na prática, fazer a promoção de seus projetos ao público não especializado e, segundo a instituição, “ligar o trabalho a inovações que contribuam com as políticas públicas e até mesmo para a criação de novos produtos a serem lançados no mercado”. Apresentada como um grande benefício à sociedade, a obrigação de prestar contas não agradou a diversos pesquisadores e professores, que veem nas novas abas um sintoma dos rumos da pesquisa no país.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do CNPQ, Glaucius Silva, justificou o proposta: “No século 21, o cientista reconhece seu papel de engajamento na sociedade. Ele sabe que está sendo pago e financiado e que deve uma prestação de contas sobre o que faz. Ainda há um fosso grande entre aqueles que fazem ciência e aqueles que consomem e financiam a ciência. A sociedade não conhece com profundidade toda a riqueza com que a ciência brasileira tem contribuído para o desenvolvimento nacional”.
Em outras palavras, o cientista deverá se explicar para a sociedade, justificando o seu financiamento. Seria a nova proposta um passo importante para uma relação mais transparente entre os cientistas e o grande público, ou, ao contrário, uma inoportuna intromissão no trabalho científico?
“A tendência geral é subordinar a ciência a uma lógica de mercado e produtividade. Acho isso fortemente desaconselhável”, avalia o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, professor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Se for opcional não vejo porque não fazê-lo, desde que não se julgue o pesquisador por não fazer a auto-propaganda. O fundamental é que não percamos tempo demais promovendo e vendendo a pesquisa a tal ponto de não termos mais tempo de fazê-la. Esse é o maior problema”.
Já para Bruno Gripp, professor de Letras da UFF, a proposta, longe de “ajudar a ciência”, vai de encontro à própria noção de universidade.
“Não se estuda, por exemplo, física teórica ou filosofia analítica na busca de um produto palpável, de um resultado que a sociedade pode ver”, argumenta . “É impossível para pesquisadores de áreas mais áridas como essa simplesmente serem compreendidos por seus pares, quanto mais atingirem o grande público. É bom notar que, por mais nobre que seja, a divulgação científica não é ciência em si, é apenas algo que fica no lugar da ciência, serve para introduzir, entreter e motivar ao estudo, mas apenas para isso”.
A ‘utilidade’ da ciência
Gripp acredita que há um erro muito comum em todos os lados do espectro político, de tentar ver na educação uma “função” e um “objetivo”.
“Educa-se a população para ‘crescimento econômico’, ‘justiça social’ ou qualquer dessas palavras de ordem que um governo elege para si e é eleito por elas. Mas na verdade essa maneira de ver a educação impede de ver aquilo que ela realmente é: formadora de pessoas. E isso é válido em todos os escalões do sistema educacional, desde o primário até a pós graduação. A exigência de que o pesquisador traga resultados palpáveis é desprezar uma das características mais importantes do conhecimento: ele é um objetivo por si só”.
Alguns acadêmicos também veem na proposta uma submissão perversa à lógica de mercado. Desiludido com os rumos da universidade brasileira, um professor de filosofia da Universidade Federal do Paraná, que preferiu não se identificar, acredita que o “engajamento na sociedade” proposto pela instituição é interpretado segundo “o modelo político-econômico da relação entre produção e consumo”, como se os resultados da pesquisa científica pudessem assumir a forma da mercadoria sem se desfigurar completamente.
“Isso se manifesta de forma bem evidente na vida acadêmica”, explica. “Os cursos de graduação e pós-graduação têm se tornado inteiramente dependentes da adesão à lógica mercadológica imposta pelas agências financiadoras da pesquisa. Sem isso, eles simplesmente não dispõem de recursos para funcionar. Concretamente, essa condição influencia o trabalho de professores e estudantes de forma decisiva: as atividades burocráticas se assomam às da pesquisa, de forma a sobrepor-se a estas, o professor tendo de atuar como administrador de recursos financeiros destinados à pesquisa, e o estudante, como funcionário da ‘empresa’”.
Estabeleceria-se assim, segundo ele, um tipo de hierarquia claramente mercadológica, uma “mentalidade desenvolvimentista” que, ao excluir agentes formadores não quantificáveis, provocaria uma homogeneização do trabalho acadêmico e um consequente decréscimo da qualidade das pesquisas.
“É incrível como, atualmente, o grande assunto entre os professores que trabalham na pós-graduação (falo, a princípio, a partir de minha própria experiência na área de ciências humanas) é a competição entre os programas por verbas e prestígio institucional”, desabafa. “O foro em que se decide essa competição são as cúpulas e as coordenações das áreas de pesquisa no CNPq, onde entram em disputa, inclusive por parte de pesquisadores-líderes, interesses políticos e fisiológicos externos à pesquisa acadêmica, sem que nisso os projetos de pesquisa sejam avaliados preferencialmente segundo o mérito e, como seria ainda mais desejável, conforme um espírito pluralista de respeito e cultivo da diversidade das perspectivas teóricas. Mesmo quem discorda desse sistema, e não são todos, é constrangido a colaborar, para manter seu posto na pós-graduação como pesquisador e orientador dos trabalhos dos estudantes”.
Libânio Cardoso, professor de filosofia, da Unioeste (Paraná), acredita que os pressupostos errados têm produzido efeitos nocivos em todos os níveis, inclusive na formação escolar.
Educar vs. profissionalizar
“É decisivo lembrar que esta ideia de produção e consumo, de quantificação e avaliação de resultados objetivos, e agora de ‘prestação de contas’, corrói o ensino fundamental e o ensino médio, porque lança sobre eles valores e conceitos que nada têm a ver com a paixão pelo estudo e pela investigação científica livres. Já há escolas para crianças que ‘se’ divulgam como formadoras de líderes, de empreendedores, como se fossem campos de profissionalização. Isto deveria ser imediatamente objeto de escândalo e de intervenção pública e é, no entanto, chancelado pela concepção errônea de educação que temos operado, no ensino superior. Educar não é profissionalizar, nem formar líderes sociais, empreendedores, pesquisadores utilizáveis para fins – não é formar gente como instrumento social. Educar é fazer ver que o grande problema do Homem, em qualquer época e situação, é tornar-se integralmente humano. Só depois desse aprendizado alguém pode assumir uma profissão”.
Ainda em entrevista à Agência Brasil, o presidente do CNPq defendeu outra medida polêmica, em vigor desde junho de 2011: a exigência de que os relatórios eletrônicos de concessão científica sejam escritos em “linguagem para não especialistas”, apresentando-os de forma atraente e simplificada.
“Com isso, eu passo a ter um banco fantástico para alimentar [com os dados] os jornalistas”, disse Silva.
A exigência, porém, poderia implicar um outro efeito nocivo, o de nivelar a pesquisa de acordo com a demanda. Não haveria o risco de se fomentar, por causa disso, um vício jornalístico em buscar e publicar informações “mastigadas”, praticamente cópias de release? Para Eduardo Viveiros de Castro, seria muito mais útil o CNPq promover cursos e formação para jornalistas científicos do que transformar pesquisadores em jornalistas.
“Não acho que criar bancos de dados para jornalistas seja uma necessidade urgente do sistema”, pontua. “Dependendo da pesquisa, em áreas de matemática avançada e física avançada, não vejo como tornar a linguagem acessível sem trair a pesquisa. E o talento para divulgação não é dado a todo mundo. Há cientistas que sabem fazê-lo, mas é um mérito secundário, não um pré-requisito. Um cientista não deve ser julgado pelos seus talentos de divulgação. O que ele tem que fazer bem é aquilo que não é inteligível ao leigo. Se o que tem para dizer fosse acessível a todos, então, para que dizê-lo?”
Procurado pelo Opinião e Notícia, o presidente do CNPq, Glaucius Silva, não retornou o pedido de entrevista.

Tragedia educacional brasileira - uma historia real


Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011
 
Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)
Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.
Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.
Fica cristalina a visão de que, neste país:
Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES
Ø NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM
Alguns exemplos atuais:
· Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...
· Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...
TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE:CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.
Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado? Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....
SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
Ø Educação Física: Futebol;
Ø Música: Sertaneja, Pagode, Axé;
Ø História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento das "Celebridades"
Ø História da Arte: De Carla Perez a Faustão;
Ø Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
Ø Cálculo: Percentual de Comissões e Propinas;
Ø Português e Literatura: ?... Para quê ?...
Ø Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.
Está bom assim? ... eu quero mais!...
ESSE É O NOSSO BRASIL ...
Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;
Ø Bombeiro - R$ 960,00.....................para ........ Salvar vidas;
Ø Professor - R$ 728,00.....................para ........ Preparar para a vida;
Ø Médico - R$ 1.260,00......................para ........ Manter a vida;
E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).
IMPORTANTE:
Faça parte dessa “corrente patriótica” um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e Congresso Nacional e, principalmente, para despertar desse “sono egoísta” as autoridades que governam este nosso maravilhoso país, pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas “fofas” poltronas, de seus luxuosos gabinetes climatizados, nem aí para esse povo brasileiro. Acorda Brasília, acorda Brasil !...

P.S.: Divulgue logo esta carta para todos os seus contatos. Infelizmente é o mínimo que, no momento, podemos fazer, mas já é o bastante para o Brasil conhecer essa "pouca vergonha". As próximas eleições estão chegando!

Cartas a um Jovem Economista: um manual introdutorio - Robert P. Murphy




Teaching Tomorrow's Economists
by Robert P. Murphy
Mises Daily, March 9, 2012

I am happy to announce that the Teacher's Manual is now available for my introductory textbook, Lessons for the Young Economist. For those readers who are unfamiliar with it, let me explain that the student text was designed with junior-high students in mind, but it is applicable for younger, precocious students, and also even for adults who never got a solid grounding in free-market economic principles.
The newly available manual is intended to guide the teacher through the course, giving the broader context of the material in the student text, as well as offering suggested test questions and further activities. It can be used by classroom teachers, but is also ideally suited to homeschooling instruction by parents who may not be confident in their own economics knowledge.
A Teaching Plan
Here's how the manual works: First, before introducing a particular chapter (or lesson), the teacher needs to read it in the student text. Then, the teacher should read the accompanying material in the manual. For each section of each chapter, the manual may give the historical context, clarify the relationship between what the student is learning from the text compared to a typical college textbook, warn about possible confusions the student may encounter, give links for the teacher's own edification (not necessarily to be assigned to the student), and so forth.
After walking through the main body of the student text in a given chapter, the manual then provides thorough answers to the study questions found at the back of each lesson. The manual then lists optional supplemental materials, which are free online videos, audio lectures, and readings, along with instructions as to their level of difficulty and relevance, helping the teacher determine which (if any) to assign.
Next the manual will list one or more suggested activities, which are applied ways to illustrate the concepts from the chapter. Some of the activities will be suitable for classroom use, while others will be more relevant for homeschooling families where the teacher and student will be out in the "real world" together on a regular basis.
Finally, each chapter of the manual ends with a sample test, which can be printed out (if the teacher is using a PDF version) or copied (if using a physical book).
Sample Activities
In this section I'll summarize some of the suggested activities listed in the manual, to motivate teachers to consider it. (The book can be perused for free in PDF form.)
Lesson 2 from the student text is entitled "How We Develop Economic Principles." It lays out the rudiments of Ludwig von Mises's conception of human action and the nature of economic law, and in particular how we do not "test" economic laws the same way we test laws in chemistry or physics. In the Teacher's Manual, the suggested activity is
Get the student comfortable with the distinction between purposeful action versus reflexive (mindless) behavior by working with extreme examples. For example, does the sun "want" to rise in the east every morning? Does a plant "want" to gradually move its leaves toward the sunlight? Does a dog perform a trick for a treat "on purpose"? Are the zombies in movies using means to achieve ends?
In Lesson 3, one of the principles the student learns is that only individuals act. The student text explains the danger in statements such as, "Germany attacked France." In reality, of course, it is more precise to say that certain individuals in the German army obeyed orders to invade the borders of France, and launch attacks on French military targets. To motivate these ideas, the suggested activity in the Teacher's Manual for this chapter is "Have the student browse a newspaper or watch the nightly news, and note how many times a collective entity (such as a country or government) is reported to have taken a purposeful action."
Lesson 4 of the student text is devoted to "Robinson Crusoe" economics. The chapter explains the various categories or concepts of economics, such as scarcity, goods, consumer goods, producer goods, saving, investment, and so on. The book emphasizes that these concepts exist in the mind of the individual; economics is subjective, in other words.
To make these abstract ideas a bit more concrete, the suggested activities in the Teacher's Manual include:
  1. Ask the student to think of situations in which typically non-scarce goods can become scarce and hence subject to economic analysis. For example, deep sea divers must purchase tanks of oxygen, and we could imagine space travelers buying gravity-generating devices for their ships.
  2. Ask the student to come up with scenarios in which changing beliefs can alter which physical things are considered scarce economic goods. For example, if a certain root is believed to have medicinal properties, people will pay others to collect it. But if it turns out that the man publicizing the claims is a fraud, then the root might lose its status as a good.
  3. The next time you and the student are at a store, ask about the status of the items on the shelf, from the point of view of the store owner and the customer. For example, the student could say that all of the items on the shelves are producer goods to the owner, because he or she looks at them as a means of earning money. But from the point of view of the customer, some of the items (such as a loaf of bread) could be classified as a consumer good, while others (such as a drill) could be classified either way, depending on how the student frames the situation. (Note that in one sense, a drill doesn't confer direct happiness on the consumer, except in a Tim Allen-macho-man fashion.) Furthermore, even "obvious" consumer goods could be classified as producer goods, depending on how the student frames the issue. A woman might buy expensive clothes in order to fit in with a certain group of people, for example, even though she would rather wear sweatpants; in this sense the items are a means to an end, i.e., producer goods.
Lesson 5 of the student text explains the social function of the institution of private property. It follows the approach of Hans Hoppe, arguing that property rights are necessary to peacefully resolve potential conflicts over the contradictory uses of scarce resources. The Teacher's Manual suggests the following activities for thoughtful students:
  1. Especially if the student is an animal lover, you could ask whether it's really correct to say that Crusoe was the only intelligent mind on his island, appraising the scarce goods. For example, what if Crusoe's activities destroyed bird nests? There is no preferred answer here, but you should point out the difficulties in actually assigning property rights to birds, monkeys, etc. Note too that just because someone has the legal right to use an object (i.e., is its owner), doesn't relieve him or her of moral or religious responsibilities. For example, even if we can agree that Crusoe is the effective owner of everything on the island, we can still consider it deeply immoral for him to commit wanton cruelty to the animals on it.
  2. One of the most difficult problems in applying the concept of private property in the real world, is understanding the boundaries between various property rights. A discussion on these issues might be fruitful. The classic expression of this idea is to say, "Your right to extend your fist ends where my nose begins," but there are many other examples. For example, does a homeowner have the right to throw a noisy party on his own property at 3 a.m., or do his neighbors have the right to exclude disturbing sound vibrations from entering their property? These subtleties lie outside the scope of this course, but they could provoke interesting discussions. Murray Rothbard laid out a particular view of property rights in his book The Ethics of Liberty. Note that not all libertarian or even Austrian scholars would necessarily endorse Rothbard's views, but the book at least provides an example of a serious attempt to answer the question of assigning actual property titles.
As a final example, let's jump ahead to Lesson 17, which discusses the problems with price controls, including the minimum wage. Here the suggested activities are well suited for homeschooling families:
  1. Often a good way to introduce the problems with the minimum wage — especially with someone who initially thinks it's a good idea — is to ask, "Why not set a minimum wage of $100 per hour, so everyone would be rich?" (The same thing could be done for rent control of $10 per month.) Another way to approach the issue is to ask, "Why doesn't every worker — including brain surgeons and star quarterbacks — get paid the minimum wage?
  2. While on an interstate road trip, have the student find out the minimum wage levels applicable in each state along the route using Wikipedia. Then pay attention to how many workers the various restaurants have along the way, trying to hold other factors constant (such as time of day, weekday versus weekend, size of the crowd, etc.). For example, as of this writing the minimum wage in Washington State was $8.55 for workers 16 and older, whereas in adjacent Idaho it was only $7.25. Other things equal, we would expect to see fewer workers at fast-food restaurants in Washington. (Be careful if stopping at a fancier restaurant, because minimum wage laws usually make exceptions for workers who earn tips.)
Conclusion
Whether a homeschooling parent or a professional educator, anyone who teaches economic principles to students in the junior-high through high-school level should consider adding the new Teacher's Manual as a resource. And if the teacher hasn't already done so, he or she should review the original student textbook, Lessons for the Young Economist, to see if it is appropriate to incorporate into the curriculum.

Robert Murphy is an adjunct scholar of the Mises Institute, where he teaches at the Mises Academy. He runs the blog Free Advice and is the author of The Politically Incorrect Guide to Capitalism, the Study Guide to "Man, Economy, and State with Power and Market," the "Human Action" Study Guide, The Politically Incorrect Guide to the Great Depression and the New Deal, and his newest book, Lessons for the Young Economist. Send him mail. See Robert P. Murphy's article archives.

Um debate sobre a China - Foreign Affairs

The Great China Debate
Will Beijing Rule the World? 
By Derek Scissors; Arvind Subramanian 
Foreign Affairs, January/February 2012 


ESSAY 
The Inevitable Superpower 
Arvind Subramanian 
Is China poised to take over from the United States as the world’s leading economy? 
Yes, judging by its GDP, trade flows, and ability to act as a creditor to the rest of the world. In fact, China’s economic dominance will be far greater and come about far sooner than most observers realize. 
ESSAY 
The Middling Kingdom 
Salvatore Babones 
Sure, China’s economic growth has been unprecedented, even miraculous. But the country is unlikely to keep up its breakneck pace. Instead, China’s growth should level out soon, returning to rates more like those of comparable middle-income countries, such as Brazil, Mexico, and Russia. 
SNAPSHOT 
The Challenge for China's New Leaders 
Yukon Huang 
In recent years, Beijing had plans to balance equality with rapid economic growth. But rigid government controls over land and labor have instead exacerbated divides, and in turn, social tensions. Now a new set of leaders taking power this year will have to fight the party system. The problem is that they could lose, and set the Middle Kingdom on a path to another decade of unequal growth. 


 THE WOBBLY DRAGON 
Derek Scissors:  
Arvind Subramanian claims that China will unquestionably replace the United States as the dominant global power in the next two decades (“The Inevitable Superpower,” September/October 2011). 
He is right that if the U.S. economy continues on its current trajectory, the United States will not be able to maintain its position of global leadership. But he is far too bullish on China. Subramanian overlooks Chinese policies that will complicate the country’s economic rise and ignores the possibility that Chinese growth will simply stop. And he uses a definition of “dominance” that bears little resemblance to the U.S.-style preeminence he sees China assuming. 
 Consider how Subramanian measures China’s growing power. He cites the ability of Beijing to convince African countries to recognize it instead of Taipei, but outmuscling Taiwan diplomatically is hardly a sign of global leadership. He sees the ease with which China undervalues the yuan by pegging it to the dollar as proof of the country’s strength, but hiding behind a foreign currency is not a sign of economic might. 
He forecasts that China in 2030 will have an economy that is one-third larger than the United States’, yet he admits that it will remain only half as wealthy. These are notable trends, to be sure, but not ones that indicate China will attain anything close to the position the United States has held over the past 60 years. 
 The biggest flaw in Subramanian’s index of dominance is the importance he assigns to China’s status as a net creditor. Based on this alone, he is prepared to say that China’s economic strength is already comparable to that of the United States. 
But China’s creditor status does not make up for the fact that its economy is presently less than half the size of the United States’ and its people are barely one-tenth as wealthy as Americans. Creditor status is also a misleading metric by which to judge China because it is usually used to describe financially open economies, and China is largely closed. Countries with open economies can invest their money in many places. Beijing, because it cannot spend its foreign reserves at home, is forced to keep buying U.S. Treasury bonds. 
 China’s creditor status arises largely from its weaknesses, not its strengths. The country’s $3.2 trillion worth of foreign currency holdings represents an imbalance between investment and consumption. Instead of loaning money to rich countries, China should be importing capital in order to speed its domestic development and meet its sizable needs, starting with properly capitalized pension and financial systems. 
 China’s financial books are strictly divided, with huge assets in foreign currency (primarily dollars) on one side and huge liabilities in local currency on the other. Local governments have incurred high debts by spending heavily on programs such as railroad expansion and by borrowing to fund the 2009 stimulus (which came mostly from local, not national, government coffers). Beijing should be paying down this debt and addressing other domestic shortfalls with its mountain of foreign currency, but it cannot do so under its present balance-of-payments rules, which are designed to keep foreign currency in the hands of the national monetary authorities. 
Due to a closed capital account, domestic holders cannot send money overseas, and foreign currency can be converted to yuan only through the state financial system. The Chinese government has not let money flow freely because doing so would undermine its control of domestic interest rates, reducing its ability to influence economic cycles, and it would expose the domestic banking sector to devastating competition. If domestic entities were allowed to send money abroad, hundreds of billions of dollars would flee the country for financial ­institutions that operate commercially, unlike Chinese banks. Such a stark fear of competition does not suggest a country ready to exert dominance anytime soon. 
Lastly, Subramanian inflates China’s financial influence over the United States, forgetting that influence in a buyer-seller relationship is determined not by what-if scenarios but by who has better alternatives. The United States has already diversified away from Chinese debt by having the Federal Reserve flood the U.S. financial system with liquidity. This is hardly ideal, but it has driven down the Chinese share of U.S. debt while keeping interest rates historically low. 
In contrast, Beijing, despite its best efforts to diversify, still holds 70 percent of its foreign currency reserves in dollars. The reason is simple: those reserves are so large and growing so quickly that there is no alternative. The United States needs China to keep U.S. interest rates below historic norms; China needs the United States to maintain its entire balance-of-payments system. 
 Even if Subramanian acknowledges that China’s lopsided financial system is holding the country back now, he assumes that Beijing will soon rewrite its balance-of-payments rules and become an open economy. This assumption underestimates the Communist Party’s antipathy to change. In fact, the principal advocate for such reforms has been Washington, which hopes to encourage China’s transformation from an investment-led to a consumption-led economy. Such a transition would undermine China’s net creditor status -- what Subramanian sees as its main claim to dominance. 
But implementing market reforms would also allow China to keep growing at its blistering pace and surpass the United States in GDP. If China insists on maintaining government control over development, on the other hand, its long-term growth prospects will be dim. Salvatore Babones (“The Middling Kingdom,” September/October 2011) warns against drawing conclusions about China’s trajectory by simply projecting its growth rates forward. Indeed, it is entirely possible that Chinese GDP growth will simply stop. Growth depends on land, labor, capital, and innovation. China has depleted its ecology, its labor surplus will soon begin to erode, and vast overspending has driven down the return on capital -- all discouraging trends from the standpoint of growth. 
 As for innovation, Subramanian praises China’s growing technology sector and its ability to absorb new advances. But a true economic leader must create, not absorb, and Beijing’s favoritism toward large state firms will hinder innovation. Moreover, the quality of the Chinese higher-education system is poor and not necessarily improving. A no-growth scenario is a genuine danger -- just ask the Japanese. 
 By underemphasizing or ignoring China’s various weaknesses, Subramanian underestimates the United States’ ability to influence the competition with China. That said, his criticisms of the United States are valid; indeed, his baseline prediction of U.S. growth at 2.5 percent annually may be too optimistic. 
Crippled by debt, the United States faces a period of stagnation. If the overall economy remains sluggish, a lack of import growth will cause trade to lag and further reduce the United States’ global influence. Still, the Chinese dragon will not fly forward indefinitely, as Subramanian suggests; it may even crash. For the foreseeable future, China will not attain the kind of dominance the United States has long held. 
The world should not expect to crown a new global leader but prepare for the absence of one.


DEREK SCISSORS is Research Fellow in Economics at the Asian Studies Center of the Heritage Foundation and Adjunct Professor of Economics at George Washington University.


 SUBRAMANIAN REPLIES 
 Derek Scissors argues that my article prematurely heralds the rise of China and overstates the dominance that it will achieve. Above all, he takes issue with the importance I give to China’s status as a net creditor and disputes my assessment of the country’s prospects for growth and reform. 
 For starters, Scissors is simply wrong to claim that my characterization of China’s economic might is driven by its status as a net creditor. In the index I designed to measure economic dominance, I give net creditor status a weight of just five percent; the size of a country’s economy and the amount it trades account for the rest. 
I argue not that China’s dominance in 2030 will depend on the country’s remaining a creditor nation but rather that it will mostly stem from China’s economy and trade outpacing those of the United States by nearly 50 percent. That said, history is replete with ­examples of countries whose status as creditors has given them great power. 
After World War II, for example, the United States used its position as Europe’s major creditor to design the rules of the International Monetary Fund, which, not coincidentally, favored the United States. Today, Europe is assiduously courting the world’s new major creditor, China, in the hope that Beijing will put up the money for an EU bailout fund. 
If it does, it will surely use this leverage to shape the rules of international finance and trade. Scissors also argues that China’s creditor status reflects an underlying weakness because it is caused by “an imbalance between investment and consumption.” 
But China’s creditor status is the result of a strategy that has delivered humanity’s most dramatic economic transformation in the shortest period of time, posting unprecedented rates of growth and consumption. That is hardly a sign of weakness. Still, it is true that this strategy has distorted the economy, especially the prices of capital and foreign exchange. Keeping these prices artificially low will certainly entail future costs. Moreover, when China’s exchange rate reverts to normal levels, its hoard of foreign reserves will lose value in terms of yuan. But whether these future costs will prove catastrophic for China, as Scissors contends, depends on the country’s prospects for growth, since rapid growth makes all problems manageable. On this issue, Scissors alleges that I am being too bullish; I would argue that he is being far too pessimistic. My central growth forecast assumes that China will grow at a rate of seven percent over the next two decades, about 40 percent slower than its current growth rate of 10.5 percent. This is a conservative estimate. Plenty of countries at China’s level of economic development have posted that kind of growth. 
And as long as China’s standard of living remains lower than those of Western countries, its wages will stay low. This will continue to make China an attractive destination for investments and exports and will spur more growth. For this reason, Scissors’ Japan analogy is misleading: at the time of its slowdown in the 1990s, Japan had already achieved Western standards of living and exhausted its catch-up possibilities. 
China, by contrast, has a GDP per capita that is only about 20–25 percent of the United States’, which means China will remain internationally competitive for the foreseeable future. Scissors nonetheless insists that China’s growth could soon stop because the Communist Party will resist making necessary financial reforms. But China’s policymakers know that delivering steady growth, which their legitimacy hinges on, will require reform. And although growth could always be derailed by developments overseas (such as a European crisis), China has shown that it can ably counteract such problems. In 2008, when the financial crisis caused Chinese exports to collapse, Beijing implemented a mammoth stimulus package to offset the shock in a way that few other countries could. As this suggests, China still has both the political will and the fiscal ability to grapple with problems as they arise. Finally, Scissors argues that China will not be able to exercise economic dominance in the way that the United States has so long as it lacks the ability to create technology. True, innovation can give a country a unique kind of influence by inspiring others to want what it wants. As long as China remains politically closed, with a state-dominated economy and a lackluster technology sector, it cannot hope to attain this kind of dominance. But my article focuses on a different kind of dominance: the ability to get others to do what you want or to prevent them from forcing you to do what you do not want. With its large and rapidly growing economy, China already wields such power. Consider, for example, how China’s depressed exchange rate hurts economies from the United States to Bangladesh. Yet despite protests from across the world, Beijing continues to do what it wants. If that’s not dominance, what is? 


SNAPSHOT, APRIL 25, 2011 
Taxing China's Assets
 Joseph Gagnon and Gary Hufbauer 
For years, officials in Washington have complained loudly about Beijing's efforts to manipulate its currency. One novel option to stem the practice is both within international rules and would likely work: taxing the income on Chinese holdings of U.S. financial assets. 


ESSAY, JAN/FEB 2012 
The Future of the Yuan 
Sebastian Mallaby and Olin Wethington 
China seems to want the yuan to dethrone the dollar as the global reserve currency. But don’t expect China’s currency to take over anytime soon. The yuan will rise, but far slower than predicted, and Beijing’s puzzling efforts to help it along reveal flaws in the government’s divided and incremental approach. 


ESSAY, APR 1972 
China and Taiwan: The Economic Issues 
Robert W. Barnett 
Can Mao or the inheritors of Mao's authority entertain the possibility of some "separateness" for any Chinese within his egalitarian One China world? The answer to this question will influence Peking's attitudes toward peaceful coexistence with Taipei, intellectual and cultural diversities at home, and possibilities for future organization of China's economic system.

A tragedia do euro - Philip Bagus (livro em edicao brasileira)

A Tragédia do Euro
prefácio à edição brasileira por Philipp Bagus
Mises.org Brasil, quinta-feira, 8 de março de 2012  

Quando escrevi A Tragédia do Euro, jamais poderia imaginar que, no futuro, viria a escrever um prefácio para uma edição brasileira do livro.  Eu sabia que o euro estava destinado ao fracasso, mas realmente subestimei o sucesso que o livro viria a ter. 
Hoje, o livro já está disponível em inglês americano, inglês britânico, eslovaco, polonês, italiano, alemão, espanhol, finlandês, português europeu, búlgaro, romeno, holandês e grego. 
Enquanto escrevo estas linhas, o livro está sendo traduzido para o francês e para o russo. Quando você lê o livro, você entende o porquê de seu sucesso. 
As pessoas querem compreender o que realmente está acontecendo na Europa e querem entender, com detalhes, como uma crise sem conserto e com consequências mundiais pôde ocorrer na zona do euro.  Elas temem o futuro de sua riqueza e de toda a sua poupança acumulada.
 Esta crise, com efeito, é muito mais grave hoje do que era quando a primeira edição deste livro foi lançada em dezembro de 2010. 
O fundamental problema da zona do euro não foi de modo algum resolvido.  Se alguma coisa ocorreu neste ínterim foi a piora do problema, uma vez que um enorme volume de dívida pública continuou sendo impavidamente acumulado. Fora isso, ainda não houve nenhuma decisão sobre como lidar com o problema fundamental que atormenta a zona do euro. 
Quem irá pagar pelos investimentos insustentáveis que ocorreram no passado e que hoje, após seguidas rodadas de estímulo governamental, são representados por pilhas e pilhas de dívida pública? Na Grécia atual, a batalha continua para ver quem irá, no final, pagar a conta destes investimentos. 
Durante o início dos anos 2000, uma política monetária expansionista reduziu artificialmente as taxas de juros.  Empreendedores deram início ao financiamento de projetos que pareciam lucrativos somente por causa dos juros artificialmente reduzidos; a realidade, no entanto, é que não havia e nem nunca houve poupança real para sustentá-los. 
A consequência desta expansão monetária e do crédito foi o surgimento de bolhas imobiliárias e uma explosão sem precedentes do consumo nos países da periferia europeia. Em 2007, as bolhas começaram a estourar.  Os preços dos imóveis começaram a estagnar e até mesmo a cair.  Construtoras endividadas e residentes com hipotecas começaram a dar o calote em seus empréstimos. 
Isso afetou diretamente os bancos.  Como vários deles haviam financiado estes empreendimentos, eles sofreram prejuízos.  Após o colapso do banco de investimento Lehman Brothers, o mercado de empréstimos interbancário congelou e entrou em colapso.
 Os governos intervieram.  Eles socorreram os bancos e assumiram seus prejuízos — prejuízos estes resultantes de financiamentos concedidos a investimentos insustentáveis. Dado que os prejuízos destes investimentos insustentáveis foram socializados, a dívida pública na zona do euro disparou.  Ademais, as receitas de impostos despencaram em decorrência da crise.  Ao mesmo tempo, os governos começaram a conceder subsídios ao setor industrial e aos desempregados.
 Não bastasse tudo isso, mesmo antes da crise, os governos já haviam acumulado enormes dívidas em decorrência de seus excessivos gastos assistencialistas.  Dois fenômenos incentivaram o aumento dos gastos e a acumulação de dívida nos países periféricos.
 O primeiro foi a redução das taxas de juros.  As taxas de juros foram acentuadamente reduzidas em decorrência tanto de uma política monetária expansionista feita pelo Banco Central Europeu (BCE) quanto pela própria introdução da moeda única. 
O euro surgiu tendo como suporte uma implícita garantia de socorro.  Os participantes de mercado sabiam que os governos mais fortes iriam socorrer os governos mais fracos com o intuito de salvar o projeto político do euro caso o pior ocorresse.  Sendo assim, por causa desta garantia, as taxas de juros que os governos da Itália, da Espanha, de Portugal e da Grécia tinham de pagar sobre suas dívidas caíram drasticamente quando estes países foram admitidos ao euro. 
As baixas taxas de juros deram a estes países um espaço adicional para incorrerem em mais gastos e, por conseguinte, em mais déficits. O segundo fenômeno é que o euro é um exemplo típico da tragédia dos comuns. Na zona do euro, cada governo nacional pode utilizar o Banco Central para financiar seus déficits.  Os custos destes déficits podem ser parcialmente externalizados e jogados sobre os outros países, onde eles se transmutam em aumentos de preços.
 Atualmente, as dívidas governamentais em vários países da zona do euro são tão altas que eles jamais serão capazes de pagá-las em termos reais.  Governo nenhum é capaz ou sequer está disposto a fazer isto.  Se eles aumentarem impostos, suas economias entram em colapso e os déficits podem até aumentar como consequência.  Se eles reduzirem os gastos, poderá haver inquietação social.  Em ambos os casos, eles perderiam influência e, principalmente, votos. 
Como estas dívidas jamais serão quitadas, elas também representam investimentos insustentáveis. Investimentos insustentáveis significam que recursos escassos da sociedade foram desperdiçados e não podem ser recuperados. 
Riqueza real foi dissipada em gastos assistencialistas e em pacotes de socorro concedidos a indústrias que só prosperaram enquanto durou a bolha criada pelo crédito fácil.  Mas ainda não está claro quem irá pagar as perdas geradas por estados assistencialistas insustentáveis e pelo socorro às indústrias. Até o início da crise da dívida soberana, a conta estava sendo paga por meio da redistribuição monetária interna criada pelo arranjo institucional do sistema do euro. 
Os principais contribuintes líquidos eram os cidadãos dos países mais fiscalmente sólidos, como a Alemanha, que estavam implicitamente sendo os fiadores da gastança que vinha ocorrendo na periferia europeia.  Os pacotes de socorro à Grécia, à Irlanda e a Portugal apenas tornaram este processo de transferência de riqueza mais explícito.  Os incentivos que sempre existiram para se socorrer governos irresponsáveis estão hoje óbvios para todos. 
Mas os alemães não mais querem continuar pagando as contas da periferia.  As tensões se avolumam diariamente, com bandeiras alemãs e bonecas de Angela Merkel com bigodes de Hitler sendo queimadas nas ruas de Atenas. A pergunta sobre quem irá pagar a conta dos investimentos insustentáveis surge repetidamente desde o início oficial da crise da dívida soberana em 2010.  Mas uma resposta conclusiva a esta pergunta nunca foi oferecida.  E é esta resposta que decidirá o futuro do euro, o futuro da União Europeia, o futuro das relações de paz na Europa e talvez até mesmo o futuro monetário do mundo.  Não é exagero algum dizer que o futuro do euro irá mudar as relações de comércio do mundo. 
Existem várias possibilidades, em teoria, para este futuro, as quais são analisadas por inteiro na última seção deste livro, na qual foi incluído um novo capítulo cobrindo todos os acontecimentos até os dias de hoje. É de se esperar que esta edição brasileira, expandida em relação à original, contribua para uma melhor e mais ampla compreensão das questões em jogo na Europa e, quem sabe, evitar que os mesmos erros sejam cometidos na América do Sul. 
Embora seja uma tragédia, desejo a você leitor uma leitura prazerosa e, para nós todos, um final feliz.

 Philipp Bagus 
Majadahonda, Espanha, 6 de março de 2012
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 O professor Philipp Bagus estará em São Paulo nos dias 12 e 13 de maio para o lançamento da edição brasileira deA Tragédia do Euro e será um dos palestrantes da nossa III Conferência de Escola a ser realizada na sede da Fecomércio.  Junto a ele estarão também Peter Schiff, Jeffrey Tucker, Walter Block e vários outros.  Confira aquie não deixe de fazer já sua incrição. Philipp Bagus  é professor adjunto da Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. 
É o autor do livro A Tragédia do Euro
Veja seuwebsite.
 Tradução de Leandro Augusto Gomes Roque

quinta-feira, 8 de março de 2012

Desigualdades salariais entre homens e mulheres: vai dar errado...

Se o governo se meter onde não deveria -- ou seja, obrigar o setor privado a pagar salários absolutamente iguais para homens e mulheres -- vai recolher o que não pretende: desemprego feminino.
Que ele faça isso na sua esfera, problema dele, pois governos nunca se preocuparam com produtividade de seus trabalhadores, mesmo, pagando a todos como mãe generosa, sem perguntar quanto vale, e quanto retorna desse "investimento" aplicado em mão-de-obra.
Agora, pretende obrigar um cidadão independente, como são os empresários, a pagar o salário que ele acha que devem receber homens e mulheres, além de ser uma violência constitucionais, e uma irracionalidade econômica, ainda vai custar o emprego de muito mulher (e outras nem encontrarão trabalho no mercado).
Assim vai o mundo.
Paulo Roberto de Almeida

Mulheres receberam 72,3% do salário dos homens em 2011, diz IBGE


Número repete a proporção dos levantamentos de 2009 e 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


08 de março de 2012 | 16h 03
Daniela Amorim, da Agência Estado
RIO - As mulheres receberam, em média, 72,3% do salário dos homens em 2011, segundo o estudo Mulher no mercado de trabalho: perguntas e respostas, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O número repete a proporção encontrada nos levantamentos de 2009 e 2010. 
O estudo mostrou ainda que a jornada de trabalho das mulheres foi inferior à dos homens. Em 2011, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, contra 43,4 horas dos homens, uma diferença de 4,2 horas. Entretanto, segundo o IBGE, 4,8% das mulheres ocupadas em 2011 gostariam de aumentar a carga horária semanal.
As atividades que mais absorveram mão de obra feminina em 2011, em relação ao patamar de 2003, foram o comércio, em que a participação das mulheres cresceu de 38,2% para 42,6%, e os serviços prestados às empresas, com aumento de 37,3% para 42,0%. Nos serviços domésticos, ainda predomina a mão de obra feminina (94,8%), com porcentual idêntico ao registrado em 2003.
O levantamento constatou também que as mulheres aumentaram sua participação na ocupação formal. Em 2003, a proporção de homens com carteira assinada no setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24,7 pontos porcentuais. No ano passado, essas proporções foram de 59,6% de homens e de 40,4% de mulheres, reduzindo a diferença para 19,1 pontos porcentuais. Porém, o maior crescimento da participação feminina foi observado no emprego sem carteira no setor privado, cuja fatia saiu de 36,5% em 2003 para 40,5% em 2011.
Em 2011, as mulheres somaram 53,7% da população brasileira com 10 anos ou mais (idade ativa). Na população ocupada, elas ainda ficaram em menor número do que os homens (45,4%), mas, em relação a 2003, houve crescimento de 2,4 pontos percentuais na população ocupada feminina.
Entre as mulheres pretas e pardas, a taxa de desocupação caiu de 18,2% em 2003 para 9,1% em 2011. Entre as brancas, o indicador teve redução de 13,1% em 2003 para 6,1% no ano passado.

Portentosas obras de um governo extraordinario...

Bem, o título deste post é para ser lido "al revés", como certas aulas de economia que escutamos por aí, falando de tsunamis e outras calamidades vindas de fora, só para atrapalhar a magnífica obra de administração econômica deste governo preclaro.
Por que é que não temos mais aulas dos mesmos personagens?
Atenção, estou falando sério...
Paulo Roberto de Almeida 

A celebração do fiasco

Editorial O Estado de S.Paulo, 08 de março de 2012 | 3h 07
O governo fez um balanço triunfal de mais um fiasco - o primeiro ano do PAC 2 - e reiterou o compromisso de elevar o investimento e conduzir a economia a uma expansão de 4,5% neste ano. A exibição de otimismo contrastou com mais uma notícia ruim divulgada poucas horas antes: em janeiro, a indústria produziu 2,1% menos que em dezembro. O grande assunto do dia anterior havia sido o pífio desempenho da economia nacional no ano passado. Mas tudo será melhor a partir de agora, apesar da crise internacional, garantiram os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior.
Foram feitos investimentos de R$ 204,4 bilhões em 2011, primeiro ano da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento. Esse é o total das operações realizadas pelos envolvidos no PAC 2 - administração direta, estatais e setor privado. Esse valor corresponde a 21% do previsto para os anos de 2011 a 2014. Mas, como em todo balanço desse programa, o bolo apresentado como investimento é um tanto inflado. Uma parcela de R$ 75,1 bilhões - 36,7% do total - corresponde a financiamentos para habitação. Além disso, a maior parte do dinheiro investido pelas estatais foi aplicada, como em outros anos, por um único grupo - o da Petrobrás.
O chamado PAC orçamentário, incluído no Orçamento-Geral da União e financiado diretamente pelo Tesouro, ficou, de novo, longe da meta fixada para o período. O desembolso, de R$ 28 bilhões, foi maior que o de 2010, mas correspondeu a apenas 69,3% da verba autorizada para o ano, de R$ 40,4 bilhões.
Nenhum ministro deu atenção a esse detalhe nem se dispôs a discutir a enorme parcela de restos a pagar incluída nos desembolsos de cada ano. No ano passado, por exemplo, os restos corresponderam a R$ 18,6 bilhões, dois terços dos R$ 28 bilhões desembolsados. A maior parte da verba aplicada em 2011 destinou-se, portanto, a liquidar compromissos do PAC 1. Para este ano foram transferidos R$ 39,6 bilhões de compromissos assumidos e não quitados.
Apesar da execução medíocre, o PAC 2 foi apresentado no balanço como barreira protetora contra os impactos da crise internacional. É um evidente exagero, até porque, em 2011, o investimento das estatais da União, responsáveis pela maior parte do PAC, foi menor que em 2010.
Mas os dois ministros mantiveram quase sem mudança o discurso otimista e as promessas do ano passado. O Brasil, segundo o ministro da Fazenda, terá condições para um crescimento econômico bem maior que o de 2011. O governo dispõe de meios para enfrentar a enorme onda monetária criada nos países desenvolvidos e assim evitar a valorização excessiva do real. Essa valorização é nociva para a economia nacional porque torna os produtos brasileiros muito caros em moeda estrangeira. O ministro prometeu ficar atento e pronto, o tempo todo, para tomar as medidas necessárias para defender a indústria e animar a economia. Até esse ponto, nenhuma novidade.
Mas ele anunciou, na mesma cerimônia, a redução de uma das metas fixadas para 2012 - um volume de investimento produtivo equivalente a 20,8% do Produto Interno Bruto (PIB). O alvo foi baixado para 20,4%, porque a proporção alcançada em 2011 ficou em 19,3%, segundo as contas divulgadas no dia anterior. O governo havia estimado uns 19,6% ou 19,7%. A nova meta, explicou o ministro, foi calculada sobre uma base mais baixa que a anterior.
Muito mais importante que esse palavrório é o problema real. O Brasil investe muito menos que o necessário para sustentar um crescimento igual ou superior a 5% por vários anos. Para isso seria preciso investir uns 24% do PIB.
Para investir aqueles 24%, seria preciso elevar a poupança nacional. Isso depende, em primeiro lugar, de uma gestão pública mais eficiente e de uma ampla desoneração do setor privado. Mas o governo continua apostando em benefícios fiscais paliativos, programas oficiais de baixo grau de execução e financiamentos especiais aos beneficiários de sempre - um número pequeno de grandes grupos. O fracasso dessa estratégia está mais que provado. Juros menores podem ajudar, segundo o ministro, mas juros dependem também do gasto público. 

O fascismo avanca no Brasil, subrepticiamente...

Claro, existem vários tipos de fascismos, de direita, de esquerda, surrealistas, bolivarianos, indígenas, carnavalescos e até cinematográficos.
Abaixo, um exemplo deste último, bem apropriado para o regime dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida 

Por Luiz Fernando Vaz, dono do blog O Anticamarada
Posted: 08 Mar 2012 09:24 AM PST

A banda paraense Madame Saatan teve os seus últimos dois videoclipes (Respira/ Até o fim) considerados "produtos gringos" pela Ancine ( Agência Nacional de Cinema) e não podem participar de editais e mostras de vídeo. 

A direção de ambos tem a assinatura de P.R. Brown e a fotografia de Jaron Presant, que já trabalharam em quatro videoclipes do Slipknot (”Sulfur”, “Psychosocial”, “Dead Memories” e “Snuff”). A dupla também já assinou clipes de nomes consagrados como Smashing Pumpkins, Audioslave, My Chemical Romance, Mötley Crüe, Evanescence e Foo Fighters, entre outros. A limitação da agência reguladora impede a banda de participar do edital até da patrocinadora do último disco produzido pelos roqueiros.

Formada em 2003 por Sammliz (voz), Ed Guerreiro (guitarra), Ícaro Suzuki (baixo) e Ivan Vanzar (bateria), a banda de rock pesado Madame Saatan acaba de lançar o segundo CD da carreira “Peixe Homem”.

A parceria com os realizadores americanos foi uma conquista vitoriosa da própria banda, como explica a vocalista Sammliz em entrevista ao Universo do Rock: "Entramos em contato com alguns diretores para fazer parceria, mas nenhum deu resposta positiva. Nosso produtor ia fazer, mas em uma última tentativa mandou uma mensagem via Facebook para o P.R Brown - que respondeu perguntando mais sobre a banda. Bernie, nosso produtor, enviou duas músicas do disco novo e contou um pouco de nossa trajetória e P.R então disse que havia adorado tudo e queria vir ao Brasil para trabalhar conosco. Veio na parceria, bancou a própria passagem e fez um trabalho excelente com o quase nada de equipamento que trouxe. Virou um grande amigo."

Mas a ANCINE parece não ver com bons olhos a parceria e a iniciativa de sucesso, apesar dos dois clipes terem sido gravados em Belém do Pará, com co-produção da produtora local TV Norte independente e restante da equipe 100% nacional. Segundo advogados que aconselharam livremente a banda cabe mandato de segurança para reverter a situação. "De qualquer forma não vamos conseguir isso a tempo de participar do edital da Vivo, que era algo que já contávamos...", diz Sammliz, decepcionada.

No entanto, o episódio serve como amostra da equivocada política cultural brasileira que, a pretexto de proteger o "produto nacional" a partir de uma ideologia fuleira de DCE, acaba desestimulando trocas culturais enriquecedoras como a protagonizada pela banda. Se a banda tivesse convidado um diretor e fotógrafo cubanos ou norte-coreanos (se é que lá existem videoclipes?) talvez não tivessem todo esse transtorno. Mas não. É a velha e empoeirada implicância com "o imperialismo yankee" transmutada em antipolítica cultural que, infelizmente, também norteia o governo atual do PT.

Esperamos que - apesar de todo o esforço contrário da ANCINE - essa estupidez jurássica em plena inserção do país na globalização não prevaleça. E que isso sirva de lição para que os roqueiros e demais artistas brasileiros entendam de uma vez como é que as coisas funcionam em Venezuela ou em Cuba. Socialismo é isso - atraso e estupidez ideológica de burocratas "iluminados" sufocando a iniciativa individual.

O "tissuname" de dinheiro e uma pergunta para idiotas

Bem, "tissuname" é como certos jornalistas que costumam falar na TV se referem ao fenômeno bem conhecido, e dramático, de fato, incontrolável, para qualquer padrão de defesa civil.
A presidente, na Alemanha, se referiu ao tsunami de dinheiro, ou seja, a pletora de recursos financeiros, que estariam, segundo ela, afluindo para o Brasil e causando uma indevida valorização do real.
Daí o governo ser obrigado a tomar medidas de taxação de "aplicações especulativas", de controle de capitais, e ameaçar com "outras medidas cambiais", como sempre aventa certo ministro confuso da área econômica.
Abaixo vou postar um texto extremamente crítico do economista Kleber Pires, que fica, como eu, absolutamente estupefato com o festival de bobagens que costuma emanar de certos meios, que possuem um conhecimento precário de economia, e estão sempre buscando bodes expiatórios nos outros, sobretudo nos estrangeiros, em lugar de olhar para o próprio rabo, e corrigir as mazelas internas do Brasil.
Só vou fazer uma pergunta singela, dessas bem idiotas, para idiotas, e não preciso de nenhuma resposta: 


Se os juros no Brasil estivessem sendo arbitrados pelo mercado, como diversos outros preços básicos da economia, em lugar de serem fixados administrativamente pelo governo, e se o governo não se esforçasse tanto para captar recursos privados, os juros seriam tão altos quanto são atualmente?


Pronto, não precisa responder, e não espero um tsunami de comentários disparatados...
Paulo Roberto de Almeida 



Por Klauber Cristofen Pires
Libertatum, 08 Mar 2012 11:17 AM PST

Ao ter usado da expressão de efeitocom bons resultados políticos – o tsunami de dólares - DilmaRoussef deve ter dado uma piscadela e um sorrisinho de esgueira àsua colega alemã...

As recentes reclamações junto àchanceler alemã Angela Merkel de que o Brasil está sofrendo umtsunami de moeda estrangeira, proferidas pela “presidenta” DilmaRoussef, e depois papagaiadas para a mídia pelo restante de suaequipe econômica remeteram minha memória quase como queautomaticamente a outro momento histórico semelhante, para ser maispreciso, em 1999, em que os protagonistas no governo eram o entãopresidente Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Fazenda, PedroMalan.
Naquele ano, o Brasil encontrava-seextremamente dependente de recursos externos para fazer face à suagigantesca dívida pública interna e externa, de modo que decretouum aumento da taxa básica de juros para a estratosférica marca de45%! E lá se via o Sr Pedro Malan, com a cara brilhando de tantoóleo de peroba: “- esta medida é uma resposta para osespeculadores!”
Se é incrível como a linguagem políticaconsegue inverter a fama do mocinho e do bandido, mais fantásticoainda é não aprendermos nada com nossa própria e sofrida história.Afirmo isto porque praticamente nada encontrei na imprensa quedesmascarasse tamanho ato de lesa-pátria, qual seja, o enganocoletivo a que o governo submete a nação neste campo. Pelocontrário, esta age como um alegre cachorrinho a correr serelepepara buscar os releases que o governo atira quais fossembiscoitos ou suas bolinhas de estimação.
Muita gente leiga e honesta deve estarpensando como a entrada de moeda no país pode nos fazer mal, e muitagente leiga e desonesta deve estar repetindo as besteiras que assistenos telejornais para seus amigos como se conhecedor do assunto fosse. Vamos as fatos, de forma simples, para que qualquer pessoa entenda:a verdade é somente uma: o governo brasileiro oferece taxas de jurosmuito maiores do que as praticadas por países de economia maissadia, de modo que se torna atrativo emprestar-lhe dinheiro. Emoutras palavras, o governo brasileiro está difamando justamenteaqueles que lhes dão crédito.
Agora, leitor, responda: se um indivíduoque está atolado até o pescoço de dívidas por ter se entregado aojogo de azar se dirige até o agiota e consegue convencê-lo de lheconceder mais um empréstimo – desta vez a uma taxa de juros bemmais alta, justamente por causa do alto risco que o sujeitorepresenta – será moralmente admissível xingar e culpar esteúltimo?
É certo sim, que há em curso umaexpansão monetária mundial, mas neste campo o Brasil se comportacomo o sujeito sujo falando do mal-lavado, vez que o padrão-ouro foiabandonado há muito tempo.
Sob o regime do padrão-ouro e das taxasde juros funcionando pelo próprio mercado para a calibragem dos seusinvestimentos - e não como instrumento de financiamento daprodigalidade estatal e manipulação macroeconômica no consumo,nada destas coisas teria lugar. O ouro poderia entrar ou sair poisseria uma moeda internacional, e seu uso seria destinado aoinvestimento, e não à despesa inflacionária.
Portanto, digníssimos leitores, não sedeixem enrolar pelo economês brasiliense. Tudo isto não passa demalabarismos com a finalidade de aquietar o público. Já passa dahora de formarmos um público mais exigente que não se deixeengabelar, ainda que a mídia tradicional abdique da importância doseu papel.