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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O velho nacionalismo protecionista, a anacrônica reserva de mercado volta ao cartaz...

... nas telas dos cinemas.
Os "liberais" do governo podem até se esforçar por abrir a economia, mas o velho nacionalismo protecionista volta a entrar pela janela, como comenta Ricardo Bergamini: 

Quando o governo – em nome de boas intenções – tenta reorganizar a economia, legislar a moralidade ou proteger interesses especiais, o resultado é a ineficiência, a falta de motivação e a perda de liberdade. O governo deve ser um árbitro, não um jogador ativo. MILTON FRIEDMAN:

Prezados Senhores

Presidente Jair Bolsonaro desmoraliza o pensamento liberal, com a volta da jurássica reserva de mercado. Que vergonha!


Cota de Tela 2020: Governo estabelece as regras para exibição obrigatória de filmes brasileiros nos cinemas

Decreto regulamenta reserva de salas do audiovisual brasileiro no próximo ano, conforme aguardava o setor; indefinição ao longo de 2019 prejudicou o mercado

Helena Aragão e Luiza Barros

25/12/2019

Sala de cinema: exibição de filmes nacionais será obrigatória em 2020 

RIO - Um decreto publicado na terça-feira (24) pelo presidente Jair Bolsonaro estabelece as novas cotas obrigatórias de exibição de filmes brasileiros nos cinemas do país em 2020. A regulamentação das regras para o próximo ano era aguardada pelo setor audiovisual.

Conhecida como Cota de Tela, a obrigatoriedade da exibição de filmes nacionais nos cinemas foi estabelecida pela Medida Provisória 2.228 de 2001. O objetivo do dispositivo é proteger e fomentar a produção audiovisual no país. Todo ano, o Poder Executivo tem que publicar, até 31 de dezembro, os parâmetros da Cota para o ano seguinte — ou seja, por quantos dias uma sala deve abrigar um filme nacional ao longo de um ano.

O número de filmes brasileiros que devem ser exibidos varia de acordo com o tamanho das empresas exibidoras. Por exemplo, uma empresa que tiver apenas uma sala é obrigada a exibir por 27 dias filmes brasileiros em sua programação de 2020. Já empresas que tenham a partir de 201 salas devem dedicar 57 dias de sua programação ao cinema nacional.

Também é exigida a variação nos títulos exibidos. Uma empresa com apenas uma sala, por exemplo, precisa exibir três filmes diferentes. A partir de 16 salas, deve ser feita a exibição de pelo menos 24 filmes nacionais distintos.

Salas que optarem por programar voluntariamente filmes brasileiros a partir das 17h poderão reduzir em 20% a cota obrigatória. Será estabelecido um limite mínimo de títulos diferentes a ser oferecido por cada complexo, de forma a garantir a diversidade de obras exibidas.

O decreto ainda determina que os requisitos e as condições de validade para o cumprimento da obrigatoriedade da cota de tela, bem como a metodologia de cálculo da quantidade de dias para cumprimento da obrigação, serão disciplinados em ato expedido pela Ancine.

"Em suma, a proposta tem por finalidade ampliar os resultados e atualizar o modelo vigente à atual conjuntura do setor, garantindo não só a expansão do cinema nacional, mas também sua capilaridade e divulgação em todo o país", diz nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

Como estava a situação?

Para 2019, o ex-presidente Michel Temer não assinou o decreto no fim do ano anterior. Em janeiro, o então secretário especial de Cultura, Henrique Medeiros Pires, afirmou que, sem a definição daquele ano, as regras de 2018 seguiam valendo. Mas produtores e distribuidores seguiram com dúvidas jurídicas: segundo eles, advogados especializados contradiziam a afirmação de Pires.

No fim de abril, a ausência de definição ficou clara com a estreia de "Vingadores: Ultimato". Por causa do grande número de salas ocupadas, o blockbuster acabou diminuindo o alcance de "De pernas pro ar 3", filme brasileiro que fazia uma boa campanha nos cinemas.

Por conta disso, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, chegou a assinar a nova Cota de Tela em maio de 2019. Mas, para a nova regra valer, ela dependia de uma assinatura de Jair Bolsonaro, que nunca se concretizou.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cinebiografias, nos EUA e no Brasil... (que não tem cachorro, se vira com ratos...)

Um leitor, que leu meu meu post de homenagem ao 4 de julho, me escreve o que segue: 



...estou vendo um seriado chamado John Adams, trata-se de eventos da vida de um dos pais fundadores dos EUA relativos à época da independência.

Brilhante o seriado. Chama a atenção o fato dos americanos mostrarem com orgulho homens como Adams, diplomata, presidente, cristão reto e culto. Aqui no Brasil as cinebiografias que fizemos refletem, também, o que o país apresenta de melhor para a sociedade atual: Lula, Bruna Surfistinha, Cazuza, Olga Benário...

Não nos interessamos por brasileiros do quilate de Ruy Barbosa, Machado de Assis, Carlos Drummond, Joaquim Nabuco etc.

Preciso acrescentar algo?
Paulo Roberto de Almeida 

quinta-feira, 8 de março de 2012

O fascismo avanca no Brasil, subrepticiamente...

Claro, existem vários tipos de fascismos, de direita, de esquerda, surrealistas, bolivarianos, indígenas, carnavalescos e até cinematográficos.
Abaixo, um exemplo deste último, bem apropriado para o regime dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida 

Por Luiz Fernando Vaz, dono do blog O Anticamarada
Posted: 08 Mar 2012 09:24 AM PST

A banda paraense Madame Saatan teve os seus últimos dois videoclipes (Respira/ Até o fim) considerados "produtos gringos" pela Ancine ( Agência Nacional de Cinema) e não podem participar de editais e mostras de vídeo. 

A direção de ambos tem a assinatura de P.R. Brown e a fotografia de Jaron Presant, que já trabalharam em quatro videoclipes do Slipknot (”Sulfur”, “Psychosocial”, “Dead Memories” e “Snuff”). A dupla também já assinou clipes de nomes consagrados como Smashing Pumpkins, Audioslave, My Chemical Romance, Mötley Crüe, Evanescence e Foo Fighters, entre outros. A limitação da agência reguladora impede a banda de participar do edital até da patrocinadora do último disco produzido pelos roqueiros.

Formada em 2003 por Sammliz (voz), Ed Guerreiro (guitarra), Ícaro Suzuki (baixo) e Ivan Vanzar (bateria), a banda de rock pesado Madame Saatan acaba de lançar o segundo CD da carreira “Peixe Homem”.

A parceria com os realizadores americanos foi uma conquista vitoriosa da própria banda, como explica a vocalista Sammliz em entrevista ao Universo do Rock: "Entramos em contato com alguns diretores para fazer parceria, mas nenhum deu resposta positiva. Nosso produtor ia fazer, mas em uma última tentativa mandou uma mensagem via Facebook para o P.R Brown - que respondeu perguntando mais sobre a banda. Bernie, nosso produtor, enviou duas músicas do disco novo e contou um pouco de nossa trajetória e P.R então disse que havia adorado tudo e queria vir ao Brasil para trabalhar conosco. Veio na parceria, bancou a própria passagem e fez um trabalho excelente com o quase nada de equipamento que trouxe. Virou um grande amigo."

Mas a ANCINE parece não ver com bons olhos a parceria e a iniciativa de sucesso, apesar dos dois clipes terem sido gravados em Belém do Pará, com co-produção da produtora local TV Norte independente e restante da equipe 100% nacional. Segundo advogados que aconselharam livremente a banda cabe mandato de segurança para reverter a situação. "De qualquer forma não vamos conseguir isso a tempo de participar do edital da Vivo, que era algo que já contávamos...", diz Sammliz, decepcionada.

No entanto, o episódio serve como amostra da equivocada política cultural brasileira que, a pretexto de proteger o "produto nacional" a partir de uma ideologia fuleira de DCE, acaba desestimulando trocas culturais enriquecedoras como a protagonizada pela banda. Se a banda tivesse convidado um diretor e fotógrafo cubanos ou norte-coreanos (se é que lá existem videoclipes?) talvez não tivessem todo esse transtorno. Mas não. É a velha e empoeirada implicância com "o imperialismo yankee" transmutada em antipolítica cultural que, infelizmente, também norteia o governo atual do PT.

Esperamos que - apesar de todo o esforço contrário da ANCINE - essa estupidez jurássica em plena inserção do país na globalização não prevaleça. E que isso sirva de lição para que os roqueiros e demais artistas brasileiros entendam de uma vez como é que as coisas funcionam em Venezuela ou em Cuba. Socialismo é isso - atraso e estupidez ideológica de burocratas "iluminados" sufocando a iniciativa individual.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O poder emburrece (por sorte nao é absoluto)

Bem, não só o poder, mas outras coisas também. Por exemplo, um pouco de reflexão, um mínimo que seja de considerações racionais em torno de simples relações de causa a efeito.
Isto a propósito de um projeto do Senador -- já foi governador do DF, já foi reitor da UNB, já foi até ministro da Educação, mas o processo começou lá atrás... -- que visa tornar obrigatória a projeção de filmes nacionais nas escolas públicas do Brasil.
Quando li, pensei: "Não é possível, o Cristovam está batendo pino, querendo fazer demagogia com a educação pública, ou tentando oferecer um maná aos medíocres cineastas nacionais..."
Pois é, quando eu era criança, ainda analfabeto (pois é, nasci analfabeto, deve ter sido um defeito da minha mãe, que tampouco tinha lá seu primário completo), frequentava uma biblioteca pública infantil: ainda não lia, mas toda quinta-feira tinha sessão de cinema, e lá ia eu contente, já que minha família não tinha dinheiro para nos levar, eu e meu irmão maior, ao cinema no fim de semana.
Passavam todos aqueles filmes de Hollywood (Tarzan, Roy Rogers, Hopalong Cassidy, Zorro, o do seu amigo Tonto, Três Patetas, Gordo e Magro, Buster Keaton, Charlie Chaplin, whatever), mais aqueles histórico-marmeladas de Cinecittà: Maciste, Hércules, Sansão e Dalila, enfim o besteirol italiano dos anos 1950.
Mas passavam também, e eu apreciava particularmente, o nosso próprio besteirol: Oscarito e Grande Otelo, Mazzaropi (nunca apreciei aquele caipira de araque), Zé Trindade, e os galãs tradicionais, mas geralmente era comédia pastelão mesmo. Uma gostosura...
Sobre o projeto do nobre Senador (que não mais merece o título), pretendia escrever algo, mas não tenho tempo para tudo.
Para remediar, trancreveo aqui a crônica, sempre saborosa e extremamente cáustica, do iconoclasta Janer Cristaldo (vale uma visita ao seu blog):
Paulo Roberto de Almeida

SENADO QUER ENFIAR GOELA ABAIXO O MEDÍOCRE CINEMA NACIONAL
Janer Cristaldo
Terça-feira, Maio 25, 2010

Quando não mais indignar-me, é porque estou envelhecendo, dizia André Gide. Se assim for, o Brasil me promete eterna juventude. Nos estertores do século passado, Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal, afirmava em seu cartão de fim de ano: “O século XX criou o computador e o flanelinha, a nave espacial e o trombadinha, o robô e o pivete, o internauta e o cheira-cola”. O sofisma não só passou impune, como foi citado como um momento de brilho do governador.

Fosse eu o século XX, processava por calúnia este senhor e ainda exigiria indenização por danos morais. Pois quem criou o computador e a nave espacial não foi o século, mas os Estados Unidos. Quanto aos flanelinhas, trombadinhas e cheira-colas, estas originais instituições são coisas nossas, made in Brazil. Sofismador de mão cheia, o governador junta avanço tecnológico e miséria no mesmo saco e os atribui ao tempo.

Que me conste, a Europa vive em nosso mesmo século e lá não encontramos os flanelinhas, trombadinhas e cheira-colas, instituições que, à semelhança dos juízes classistas, reitores eleitos por bedéis e cheques pré-datados, são tupiniquins. A frase do governador é típica de patrioteiros: o Brasil é lindo e suas mazelas são decorrências do tempo que passa.

No início deste ano, comentei brilhante projeto do analfabeto agora senador, que estava prestes a ser examinado na Comissão de Educação do Senado, propondo que os estudantes brasileiros das escolas públicas e privadas assistissem no período de um mês a pelo menos duas horas de filmes nacionais.

Ora, em dezembro passado, o sedizente filho do Brasil assinou decreto fixando a cota mínima de exibição de filmes brasileiros nas salas de cinema de todo o país. Cada sala deverá exibir 28 dias de 2010 de filmes nacionais. Parece que não foi suficiente. Sua biografia, apesar dos bilhetes distribuídos com desconto para sindicatos, encalhou. Até um outro vigarista, o Chico Xavier, atraiu mais público.

Rola na rede uma tese interessante, a de que Fábio Barreto cometeu um equívoco ao pintar seu personagem como um herói impoluto. Que brasileiro não gosta de heróis impolutos. Que se Lula fosse pintado como é, malandro adepto da lei de Gérson, o filme seria mais verossímil. Existe uma massa de jovens indefesos na rede escolar? Jogue-se então Lula, o filho do Brasil, goela abaixo dessas gerações.

A medida é de caráter obrigatório. Rosalba Ciarlini, senadora do DEM, partido tão venal como o PT, deu então dois pareceres totalmente diferentes sobre o projeto. Em maio passado, defendeu sua rejeição. “Esse tipo de norma, por sua rigidez, conquanto possa servir a interesses diversos e estranhos à escola, pouco ou nada contribui para a melhoria do ensino. Ao contrário, pode diminuir a margem de autonomia e de flexibilidade dos estabelecimentos de ensino".

Em novembro, por ocasião do lançamento do hagiológio ao analfabeto-mor, a senadora só teve elogios para a proposta, sob a alegação de que a obrigatoriedade das escolas exibirem filmes nacionais "será benéfica para ambos, estudantes e indústria cinematográfica. A produção nacional, com raras exceções, tem qualidade plástica e conteudista irretorquível, diversidade temática e de público-alvo". O que a senadora propõe, no fundo, é a exibição obrigatória de uma ficção sobre o presidente mais analfabeto, mais incoerente, mais mentiroso, mais corrupto e o maior acobertador da corrupção que o Brasil jamais teve em seus dias de república.

Leio hoje na Veja on line que o Senado aprovou o projeto de lei do estúpido senador. A proposta foi apreciada em caráter terminativo na Comissão de Educação, Cultura e Esporte e agora segue para a Câmara dos Deputados, antes de ser sancionada pelo presidente. Se a lei for colocada em prática, as unidades de ensino básico do país terão que separar pelo menos duas horas por mês da grade extracurricular para exibições do cinema nacional.

As artes nacionais, de tão excelentes, vivem hoje de esmolas do poder. Tanto escritores como cineastas, artistas plásticos, atores de teatros, são humildes pedintes de verbas governamentais, que estendem o chapéu ao Planalto e vivem de caridade pública.

Segundo Buarque, o projeto estimulará a formação de público para o cinema brasileiro. Ele acredita que as crianças e os adolescentes que tiverem acesso aos filmes agora vão desenvolver o senso estético e passar a apreciar a produção cinematográfica do país, hoje feita basicamente por meio de incentivos fiscais e verba pública. "A médio e longo prazo, o público poderá de fato financiar o cinema, como acontece em outros países", afirma o desinformado senador.

Que outros países, senador? Estará Vossa Excelência se referindo aos extintos países socialistas, onde toda arte dependia da complacência do poder? Ou aos Estados Unidos, onde um Kubrick quase foi à falência para produzir Apocalipse Now, mas não recebeu um vintém do Estado? Ou à Itália, que produziu um Fellini – e tantos outros cineastas de gênio – sem jamais meter a mão no bolso do contribuinte? Ou a outros países do Ocidente, onde cinema é uma questão de indústria e não de esmola estatal?

Para a cineasta e professora do curso de Audiovisual da Universidade de Brasília, Dácia Ibiapina, a proposta será muito bem recebida entre os produtores e diretores de cinema, que convivem com um mercado exibidor restrito. "O ideal era que naturalmente os brasileiros demandassem seu cinema, mas, como a gente vive num país em que a indústria cinematográfica tem muita dificuldade de se afirmar e muitos filmes nem chegam a ser lançados, mecanismos como essa lei podem ajudar a reverter essa situação".

Claro que será muito bem recebido por produtores e diretores de cinema, estes corruptos que não conseguem fazer arte decente e dependem do Estado para vender seus peixes podres. Porque cargas d’água eu, brasileiro, tenho de ver cinema brasileiro? Vejo o cinema que me agrada, ora bolas! Os distribuidores já nos impõem o cinema ianque, os Titanics, Arcas Perdidas e Avatares da vida. Agora o Estado brasileiro passa a impor os abacaxis nacionais. Os abacaxis do Norte pelo menos têm melhor gramática.

Não bastasse o contribuinte financiar esta mediocrada que faz cinema, teatro e literatura no Brasil, agora os filhos dos contribuintes terão de engolir goela abaixo as “obras” – no sentido pejorativo do termo – dos medíocres amigos do poder. A medida é de um viés totalitário que sequer foi sonhado pelos países comunistas. Aliás, nem precisava ser imposto, já que todo cinema era estatal. Mas pelo menos não era obrigatório nas escolas.

Nestes dias em que se luta contra o ensino de religião nas escolas, urge agora lutar contra medida mais grave, o projeto do senador. O Senado já o engoliu. A Câmara certamente o aprovará. E é óbvio que o filho do Brasil o sancionará.

Você imaginou seu filho sendo obrigado a assistir odes a Lula e Chico Xavier? Mais apologias a terroristas e traficantes de drogas? Esta corrupção, com patrocínio do Legislativo, jornal algum denuncia. Os jornais são cúmplices. Suas páginas abrigam e louvam escritores, atores e artistas que são gigolôs do poder. Que nada valem por suas obras e que só são conhecidos porque impostos a um público indefeso. A União Soviética morreu há duas décadas. E o Brasil continua financiando escritores e artistas venais, como faziam os comunistas no século passado.

A meu ver, o projeto do senador Cristovam Buarque é tímido. Bem que podia ir mais longe. Mais duas horas obrigatórias de teatro nacional. Mais outras duas de Rede Globo. Mais outras tantas de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. Mais duas de Xuxa e Sílvio Santos. E mais duas – por que não? – de Edir Macedo e R. R. Soares.

Tudo pela cultura nacional.