O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Estatisticas do site Diplomatizzando: crescendo...

Parece que estamos crescendo a um ritmo maior do que o da economia mundial, o que pode não querer dizer muita coisa. Em todo caso, sempre é interessante verificar a marcha dos seguidores, alguns satisfeitos, outros muito descontentes, mas não se pode contentar todo mundo, certo?

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Indulging in Narcisism: lancamento dos livros na Cultura

Lino Gill, provavelmente satisfeito com o evento, tirou foto e colocou no seu... ops, blog, site coletivo, whatever works, e anunciou no seu twitter:
http://twitter.com/#!/linoxgill/status/142361959315161088/photo/1

Lino M. Gill
José Roberto Novaes de Almeida, Paulo Roberto de Almeida e Amado Luiz Cervo em um debate. 
Eu já falei desse evento nestes posts: 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Veja, caro leitor, como roubam o seu dinheiro...

Vamos fazer uma conta simples: imaginemos que aquele assessor do ministro, que era funcionário do partido, aliás tesoureiro, tenha recolhido o que parece ser, atualmente, um pedágio normal para esse tipo de prebenda, autorização, facilitação, seja lá o que for: 15%.
Com isso, ele teria arrecadado, se tivesse ficado o tempo todo -- o que, reconheçamos, não foi o caso -- cerca de R$ 45 milhões.
Mas, mesmo descontando esse valor pela metade, ainda assim dá uma bela pacotama de dinheiro, um ajutório para comprar mansão, carros, passeios pelo mundo, restaurantes, amantes (ops, foi só para rimar...), etc. e tal...
Grande negócio esse de trabalhar em certos postos do governo.
Depende de qual, obviamente, mas sempre existem oportunidades para fazer negócios nos lugares mais insuspeitos.
Apenas para terminar, duas perguntas: o ministro que sai será homenageado com belas frases de agradecimento, reconhecimento, elogio e toda aquela hipocrisia e mentira novamente?
E o galinheiro vai ficar novamente a cargo do mesmo plantel de larápios?
Não precisa responder, eu só estava perguntando...
Paulo Roberto de Almeida 
PS.: Acho que os Adesistas Anônimos desistiram de me incomodar com suas defesas do que é indefensável...
PS2.: Sim, o ministro saiu com palavras elogiosas. Parece que ele só saiu por perseguição da imprensa -- que imprensa malvada, não é? -- mas  vai continuar "colaborando com o Brasil". Eu entendo que, se ele seguir sua verdadeira natureza, ele vai continuar roubando contra o Brasil, e mentindo para nós...


Jaílton de Carvalho e Geraldo Doca
O Globo, 4/12/2011

A fartura de dinheiro repassado pelo Ministério do Trabalho, de Carlos Lupi (PDT), para organizações não governamentais contrasta com a precária estrutura de controle da boa aplicação dos recursos destinados a programas de qualificação de mecânicos, garçons, marceneiros, entre outros trabalhadores. Levantamento com dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) informa que o ministério acumula R$ 282 milhões em prestações de contas de ONGs, fundações e prefeituras não analisadas.
Isso significa que o ministério liberou o dinheiro, mas não sabe se os serviços foram executados. As pilhas de prestações de contas estão acumulando poeira desde 2004. Entre as contas pendentes estão os processos do Instituto Brasil Voluntário - Bravo, ONG indicada pelo deputado Weverton Rocha (PDT-MA), um dos principais assessores de Lupi à época da assinatura do convênio entre a entidade e o ministério. A entidade firmou, em dezembro de 2007, um convênio de R$ 2.184.870,00 com o pretexto de qualificar jovens para o primeiro emprego. Mas, segundo um fiscal, depois de receber o dinheiro, desapareceu. Esse fiscal relata que a entidade entregou a prestação de contas da primeira parcela (aproximadamente R$ 800 mil) e simplesmente sumiu.
Nos documentos apresentados ao ministério, a Brasil Voluntário informa como endereço um escritório em Timon, no Maranhão, uma das bases eleitorais de Weverton. Em 2008, ano seguinte à assinatura do convênio, dirigentes da entidade teriam ajudado a campanha do ex-deputado Chico Leitoa (PDT) à prefeitura local. Leitoa é um dos principais aliados de Weverton Rocha.
Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta graves irregularidades no convênio. Entre outras ilegalidades, os fiscais verificaram “indícios de fraude na formulação de planilhas de custos de cursos de qualificação específica” e “pagamentos indevidos a servidores públicos”.
Nos papéis relegados a segundo plano estão ainda uma das prestações de contas da Fundação Pro-Cerrado, do empresário Adair Lima, o mesmo que providenciou um avião para Lupi fazer uma viagem ao Maranhão no final de 2009. Em 2007, a ONG fez convênio de R$ 2.379.282,62 também para qualificar trabalhadores, mas as contas da entidade não foram analisadas. A ONG já caiu na malha fina da CGU e está sob investigação do Ministério Público do Distrito Federal.

Encruzilhadas mundiais - Fernando Henrique Cardoso


Encruzilhadas mundiais

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, sociólogo, foi presidente da República 

O Estado de S.Paulo, 04 de dezembro de 2011 | 3h 03

Diante dos horrores da 2.ª Guerra Mundial, os vencedores dispuseram-se a criar a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras instituições internacionais para impedir as grandes conflagrações e regular, dentro do possível, certas matérias de interesse geral, como o comércio, com a Organização Mundial do Comércio (OMC), os desequilíbrios financeiros globais e o socorro a países endividados, com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Outras, ainda, para promover o desenvolvimento (Banco Mundial) ou para remediar as questões básicas dos povos em matéria de saúde (Organização Mundial da Saúde) e da educação (Unesco). Embora longe do ideal, é inegável que essas organizações alcançaram algum progresso. Em pelo menos um ponto crucial a ONU foi vitoriosa: apesar da guerra fria, não se deu um choque direto entre os Estados Unidos e a União Soviética. No período pós-guerra fria tampouco se veem riscos de confronto militar entre a China e as potências ocidentais.

Acontece, entretanto, que já se passaram mais de 50 anos da formação da ONU e os fundamentos econômicos e políticos da ordem mundial se transformaram enormemente. Pelo menos quatro fatos significativos impõem uma revisão dessas instituições internacionais: o fim da União Soviética, a incrível expansão econômica da China, a reaparição do mundo islâmico na cena internacional e a emergência de novos polos de poder econômico e político no mundo (não apenas o Bric, mas a Turquia, o Irã, a África do Sul, a Coreia do Sul e outros países asiáticos). Sem esquecer que o Japão e a Alemanha, que não têm assento no Conselho de Segurança, se colocaram no topo da economia mundial.

No mundo ocidental, a transformação de maior significado foi a construção da União Europeia, por seu alcance político-civilizatório. Esse movimento unificador foi consequência do mesmo impulso que levou à formação da ONU: cansadas de guerrear, a Alemanha e a França tornaram-se o sustentáculo da Comunidade Europeia, conjunto de nações cujas relações se devem basear na solidariedade entre a Europa mais rica e a mais pobre, num arranjo supranacional que busque a paz fundamentada na prosperidade comum.

Considerados em conjunto, os acontecimentos político-econômicos pós-Guerra Mundial foram capazes de substituir a guerra pela luta por melhores posições na produção, no comércio e nas finanças mundiais. Os conflitos refluíram para o âmbito regional e muito frequentemente tiveram, depois do desabamento da União Soviética e dos ideais comunistas, mais fundamentos culturais e religiosos do que propriamente econômicos. As transformações no sistema produtivo nos últimos 40 anos, com uma série de avanços tecnológicos, permitiram uma expansão econômica à escala global sem guerras nem anexações territoriais. A atual globalização difere, portanto, da anterior expansão capitalista, denominada geralmente de imperialismo, que supunha o poder dos Estados, com exércitos, guerras e ocupações coloniais.

Que modificações advirão do quadro de poder que se vai desenhando no mundo, somado à crise financeira iniciada em 2007, e que perdura? Uma coisa parece certa: o predomínio do Ocidente vê-se contestado pela emergência de fatores econômicos, demográficos, e mesmo culturais, sinocêntricos, ou, melhor, "asiáticocêntricos". Está reaberta a rota para o Extremo Oriente. Dominique Moïsi, analista francês da cena internacional, vem insistindo nessa tese, exposta no livro A Geopolítica da Emoção. Em artigo mais recente, mostrou que a América está tentando se adaptar ao que chama de "século da Ásia", formando uma comunidade econômica com países dessa região. Alguns países emergentes, como o próprio Brasil, desde a década de 1990 se vêm aproximando da China e da Ásia em geral - em nosso caso, as relações com o Japão são mais antigas e já foram mais próximas. Países africanos, mesmo não sendo "economias emergentes", do mesmo modo se vinculam crescentemente à China como exportadores de matérias-primas, tendência seguida por vários países da América Latina.

Com as consequências econômicas da crise financeira atual, é natural que a tendência a depender da Ásia se reforce. Dela escapa a Europa, embora não tenha sido capaz de tomar decisões que interrompam a débâcle econômico-financeira. Velhas tensões voltam a incandescer os corações europeus. Berlim quer se manter na ortodoxia financeira, não aceita que o Banco Central Europeu empreste aos Tesouros nacionais, teme que os eleitores reajam negativamente a ajudar países que, ao ver deles, não souberam ser previdentes. Por isso se recusa a emitir bônus salvadores em troca de títulos das dívidas dos bancos e países europeus. É como se, de alguma maneira, voltássemos, figurativamente, à linguagem das guerras. Em alguns países europeus se deu a falência da política: enquanto os povos protestam, indignados, os "mercados" indicam e conseguem impor primeiros-ministros, tal a desmoralização dos partidos e da classe dirigente.

Neste panorama, é premente que apareçam lideranças globais do calibre das que conseguiram criar a ONU e suas diferentes organizações e daquelas que construíram a velha-nova Europa. Os governos norte-americanos já erraram muito ao não perceberem o significado do mundo árabe e islâmico e tentarem impor-lhe o seu estilo de democracia, quando eles próprios já se retorciam em dificuldades econômicas e políticas. O mundo todo paga o preço da expansão do terrorismo e da quase impossibilidade de manter unidas comunidades religiosas, culturais e nacionais diversas sob o domínio de um mesmo Estado. Caiu o Iraque, mas a paz não veio. O Afeganistão padece entre a corrupção e os senhores da guerra e do ópio. Na Líbia, uma intervenção que tinha propósitos humanitários percorreu o caminho das atrocidades. E por aí vamos, sem mencionar as áreas mais quentes, como Palestina/Israel, Irã ou Paquistão.

Com realismo, mas sem perder de vista os ideais universais desenhados em 1948, é urgente que as potências dominantes reconheçam as novas realidades e convidem à mesa os que têm vez e voz no mundo. Tomara que Dominique Moïsi tenha razão e a liderança americana esteja mesmo construindo as bases para um relacionamento estável, de paz, prosperidade e respeito aos direitos humanos, com a Ásia, sem ambicionar difundir sua ideologia política, muito menos aceitar a generalização do modelo chinês.

E agora, apertem os cintos: a aterrisagem será dura...

Estaria a China a ponto de quebrar?
Sim, quero me referir  à possibilidade de que a China faça, não um pouso suave, mas aquilo que os americanos chamam de "crash landing", uma queda brutal, o que afetaria a tudo e a todos, indiscutivelmente. 
Eu costumo dizer que a China ainda não é uma locomotiva mundial, e que ela ainda não tem a capacidade de liderar o mundo econômico, e que seu único impacto mundial seria sob a forma de uma "disruption", ou seja, um fator perturbador, mais do que um fator de ruptura positiva para algo que possa consolidar a economia mundial. A China é um elefante na loja de louças, que durante mais de dez anos desempenhou um papel eminentemente positivo na economia mundial: destruindo empregos industriais no resto do mundo, mas obrigando os países avançados a avançarem na escala tecnológica e provocando um efeito deflacionista sobre os preços das principais manufaturas intercambiadas nos mercados internacionais.
Pois bem, isso agora acabou, não de vez, mas pelo menos na presente conjuntura.
Lembro-me de um desses ministros lulistas, mais lulista que o próprio, adorador do "Nosso Guia" como ele dizia, que "congratulou-se" -- termo mais besta, não é? -- com todos e cada um, quando da primeira fase da crise atual, quando os EUA aterrisaram pesadamente o seu "boeing" econômico na sequência do estouro da bolha imobiliária em 2007 e das falências bancárias de 2008.
Pois o preclaro ministro achou ótimo que a gestão lulista tivesse rompido com as negociações da Alca e diminuido a "dependência brasileira em relação aos EUA", assim disse ele, referindo-se aos fluxos de comércio bilaterais, e à crise que afetou o México em função de sua extrema concentração nos mercados americanos. "Imaginem", disse o desonesto intelectual, "se estívessemos na Alca; em lugar de uma minicrise, como estamos tendo, teríamos uma super-recessão, como está acontecendo com o México".
As palavras podem não ter sido exatamente essas, já que cito de memória, mas o sentido era claramente esse.
E ele referiu-se, uma vez mais, à tal de "nova geografia do comércio internacional", que o governo do "Nosso Guia" estaria supostamente criando, ao desviar comércio dos países desenvolvidos  -- o que era chamado de "dependência comercial", dizia o supremo idiota -- para os aliados estratégicos antihegemônicos e para os países do Sul de forma geral.
Pois é: rompendo a tal de "dependência comercial" dos países hegemônicos, os companheiros criaram uma nova dependência para a economia brasileira, desta vez representada pela China.
O Brasil NUNCA foi dependente do comércio com os EUA, e em todo caso é MUITO MAIS dependente atualmente da China do que jamais o foi dos EUA em décadas passadas, quando grande parte do nosso comércio com o gigante hemisférico era feita de manufaturas, em qualquer hipótese um comércio bem mais diversificado e positivo para o Brasil do que o que ocorre hoje com a China, com a qual mantemos uma típica relação de dependência colonial: 95% de commodities exportadas do lado brasileiro, e 95% de importações de manufaturas chinesas, que estão destruindo empregos e indústrias inteiras no Brasil.
E o "Nosso Guia", genial condutor dos povos, ainda cometeu a idiotice de propor acordo de livre comércio e intercâmbio "em moedas nacionais" com os chineses, o que faria o Brasil recuar mais de 80 anos em sua interface comercial externa. Idiotas desse tamanho são raros na história brasileira, mas existem, acreditem.
Conseguiram implodir a Alca -- para eles um fator destruidor da indústria brasileira -- e conseguiram amarrar o Brasil a um elefante ainda mais destruidor...
Tomem crise, agora...
Paulo Roberto de Almeida 


China Hard Landing Possible; Impact ‘Devastating’: Faber
Supervising Digital Editor
CNBC Asia, Friday, 2 Dec 2011 | 2:14 AM ET

A hard landing for China will have a major negative impact on global commodities and risk currencies, says Marc Faber, the editor of The Gloom, Boom & Doom report, who adds that he is more worried about a Chinese economic downturn than a recession in Europe.
Faber, whose investment portfolio is concentrated in Asia, believes a Chinese slowdown is already under way.
"The (Chinese) economy consists of many sectors and I think some sectors are already probably in a recession," Faber said to CNBC on Friday in a phone interview. "I think growth will be much lower and it is possible that we could have a hard landing with no growth at all."
Faber, who correctly predicted the 1987 stock market crash and more recently forecast the stock market correction in August, says China's economy depends largely on capital spending, which tends to be volatile and has a strong multiplier effect on the economy.
While a recession in Europe could mean a gross domestic production contraction of 1-2 percent, he expects a shrinking Chinese economy to have a more widespread impact globally.
The commodities market, in particular, will bear the brunt of a China economic deceleration, said Faber. "If the Chinese economy grows at 10 percent, or 5 percent or no growth, it has a huge impact on iron ore, copper, nickel, anything. “
"It will have on the global economy a devastating impact via the resource producers of the world, whether it's Brazil or Australia or the Middle East or Africa," Faber added.
When asked about investor Jim Rogers' view that commodities will continue to do well in the long-run, in spite of a China slowdown, Faber said: "If I was always bullish about commodities and completely missed out on the crash in 2008, then obviously, having tied essentially my reputation to commodities, I'd continue to be bullish." Read Rogers' rebuttal here.
Still, Faber says gold [XAU=  1745.66    -0.43  (-0.02%)   ] should get some support over the near-to-medium term as he expects central banks in Europe and the U.S. to print more money to prop up their economies. As such, he advises investors to steer clear of the Australian dollar [AUD=  1.0211    0.0014  (+0.14%)   ], the Canadian dollar [CAD=  1.0192    0.0001  (+0.01%)   ] and resources stocks.
Faber says he is staying well diversified with his portfolio divided equally in four parts between gold, real estate, stocks, and cash and bonds. He adds that he is keeping cash on hand to scoop up assets should markets correct further.

Related Links:
© 2011 CNBC.com

Imprensa vs... (voces sabem quem...): 10 a 0 (zero, ZERO...)

Bem, já passou muito da hora de demitir dois ou três personagens realmente problemáticos, e isso por que ainda estamos em falta com o calendário: tem outros três anteriores, igualmente problemáticos, e que já deveriam ter saído há muito tempo e que só ficaram porque a imprensa parou de relatar casos escabrosos.
Parece que tem de ser assim: a imprensa relata, o outro lado resiste, até que o fruto caia de podre...

Que vergonha...
Aliás, a vergonha é toda minha: tenho vergonha de morar num país assim, em que a corrupção, a mentira, o desprezo pela cidadania se tornaram marcas registradas daquilo que vocês sabem o que é...
Paulo Roberto de Almeida

Veja como torram o seu dinheiro, caro leitor; alias, desde o começo...

Não pense que as obras serão retomadas e terminadas, caro leitor; apenas lamente o dinheiro gasto inutilmente, especialmente se você for nordestino, ou sobretudo se você confiava em que o governo pode fazer coisas sensatas, com base em decisões insensatas...



Por Eduardo Bresciani 
Estado de S.Paulo, 4/12/2011

Entre Betânia e Custódia, obras estão paralisadas e placas de concreto começam a se soltar

Cenário de propaganda eleitoral da presidente Dilma Rousseff e responsável por parte de sua expressiva votação recebida no Nordeste, a transposição do Rio São Francisco foi abandonada por construtoras e o trabalho feito começa a se perder. O Estado percorreu alguns trechos da obra em Pernambuco na semana passada e encontrou estruturas de concreto estouradas e com rachaduras, vergalhões de aço abandonados e diversos trechos em que o concreto fica lado a lado com a terra seca do sertão nordestino.
O Ministério da Integração Nacional afirma que é de responsabilidade das empresas contratadas a conservação do que já foi feito e que caberá a elas refazer o que está se deteriorando. Informa ainda que vai promover novas licitações em 2012 para as chamadas obras complementares, trechos em que a pasta e as empreiteiras não conseguiram chegar a um acordo sobre preço. Segundo o ministério, as obras estão paralisadas em 6 dos 14 lotes e em um deles o serviço ainda será licitado.
Marcada por controvérsias, a obra da transposição começou a sair do papel em 2007 e, no ano seguinte, com os canteiros em pleno funcionamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua então ministra-chefe da Casa Civil e mãe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) fizeram uma vistoria pela região para fazer propaganda da ação. Os dividendos eleitorais foram colhidos no ano passado por Dilma. Em Pernambuco, Estado onde começa o desvio das águas, ela obteve mais de 75% dos votos válidos no segundo turno da eleição. Nas cidades visitadas pelo Estado, onde as obras estão agora abandonadas, o desempenho foi ainda melhor. Em Floresta, a presidente obteve 86,3%; em Cabrobó e Custódia, 90,7%; e em Betânia, 95,4%.
Prometida para o final do governo Lula, a obra tem seu prazo de entrega sucessivamente adiado. A nova previsão é concluir os 220 quilômetros do eixo leste, de Floresta a Monteiro (PB), até o fim de 2014 e terminar no ano seguinte os 402 quilômetros do eixo norte, que sai de Cabrobó para levar água ao Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A obra está atualmente orçada em R$ 6,8 bilhões, 36% a mais do que a projeção inicial. Segundo o ministério, foram empenhados R$ 3,8 bilhões para a obra e pagos R$ 2,7 bilhões às construtoras.
Abandono
Durante três dias, a reportagem percorreu cerca de 100 quilômetros da extensão dos canais da obra. O abandono foi a tônica da viagem, com canteiros completamente parados. As únicas exceções foram as partes da transposição sob responsabilidade do Exército.
Em um dos trechos visitados, na divisa das cidades pernambucanas de Betânia e Custódia, cerca de 500 metros de concreto estão totalmente quebrados, com pedaços se soltando do solo. Esse trecho terá de ser refeito para a água do São Francisco passar. O padre Sebastião Gonçalves, da diocese de Floresta, foi quem encontrou o trecho destruído durante vistoria frequente que faz pelas obras. “As empresas abandonaram as obras e já começou a se perder o trabalho feito. É um desperdício inexplicável.”
A parte que aparece com as maiores avarias está no lote 10 da obra, que teve as obras iniciadas pelas construtoras Emsa e Mendes Júnior.

O FMI ajudado pela America Latina - The Washington Post


Inédito, sem dúvida, em termos históricos, o fato de países latino-americanos -- não todos, claro, e certamente não a Venezuela ou a Argentina, a despeito das imensas em receitas de petróleo do primeiro país -- estarem ajudando países europeus, via FMI.
Paulo Roberto de Almeida 

In role reversal, Latin America may help IMF
By Juan Forero
The Washington Post, December 3, 2011

SAO PAULO, Brazil — In years past, the International Monetary Fund would bail out Latin American nations on the brink of economic disaster, including Brazil, which was often hammered by international crises and its own fiscal mismanagement.
But this past week, the new director of the Washington-based multilateral lender, Christine Lagarde, visited Brazil, fast-growing Peru and economically solid Mexico to praise the region’s macroeconomic management and take steps to ensure that Latin America is not infected by Europe’s debt crisis. Brazilian and Mexican financial officials also told reporters their countries are leaning toward contributing to the IMF’s war chest, as Lagarde, who is French, determines how the lender will assist Europe.
“Those bilateral loans will be important,” Lagarde said in an interview here Friday in Brazil’s industrial heart. “They are a very efficient way to increase resources, if that was needed. And to have a strong signal from various emerging markets that should it be the case — if it’s necessary — they will stand ready to do so.”
Though the IMF has $390 billion available for loans, Lagarde has indicated that it may not be enough should the situation markedly worsen in Europe. The possibility of more contributions to its funds, then, is “reassuring,” she said.
“It gives confidence both within but also more importantly outside the IMF that the institution will be equipped to deal with the issue,” she said.
Economists and observers say Lagarde’s visit represents a sharp role reversal for Latin America and the IMF, which historically preached austerity in the face of hard economic times.
Over the past decade, Brazil and its neighbors have controlled inflation, implemented fiscally responsible policies and restored confidence. Chinese demand for commodities, along with increasingly robust domestic demand, has fueled the fastest sustained growth in Latin America in decades.Rainy-day funds in some countries and a well-managed banking sector helped shield the region from the subprime collapse in the United States and now from the European crisis.
“It seems like the tables have been turned,” said Michael Shifter, president of the Inter-American Dialogue policy analysis group in Washington. “Latin American finance ministers used to shudder when IMF officials came to the region. And they were scolded, they were berated by IMF officials, who told them the way to do things. . . . Now they’re the model of fiscal discipline and responsibility.”
Though not dependent on any one region or country, the IMF is looking to the biggest economies here — Brazil’s is the world’s seventh-largest, and Mexico is in the top dozen — to join forces with China, India, Russia and other muscular emerging economies. Lagarde stressed that it is not just about loans but about creating a buffer against European spillover while remaining a robust market for Europe’s exports.
“It’s often the case that when one part of the world is not doing so well, the other ones are going to drive the bus and take the global economy forward,” Lagarde said.
The 55-year-old former French finance minister, who became the IMF chief in July, said that she does not expect the emerging markets to have the firepower to rescue the developed countries that are in trouble. “But it’s terribly important for Latin America to continue on this very sustainable, solid, well-balanced path that they have embarked on 10 to 20 years ago,” she said.
To many countries in this region, the 1980s and much of the ’90s were considered lost years, as economies stagnated and inflation skyrocketed.
Now, those countries have a debt-to-GDP ratio hovering around 50 percent, less than half what it is in many European countries, said Claudio Loser, an Argentine economist who worked at the IMF for 30 years. As recently as last year, some countries grew at rate of 6 to 9 percent. Even this year, economic output for Latin America is expected to hit 4.5 percent, three times higher than in developed countries.
Loser said the region can contribute to the worldwide economy simply by adequately addressing troubles such as an uptick in inflation or a slide toward recession. “By being stable, they can continue demanding the products that they buy from Europe,” Loser said. “So a good situation in Latin America helps Europe.”
In the interview, Lagarde noted the region’s adherence to market fundamentals but said she had also been “amazed by the determination” of some governments to implement policies that reduced poverty. Indeed, her visit came as newly released U.N. statistics showed poverty in Latin America at its lowest level in 20 years, having fallen from 48 percent of the population in 1990 to 31 percent last year.
Lagarde also stressed that she was here to learn from countries that had been whipsawed by economic storms and to see “what suggestions, what advice, they can give.”
Latin American leaders, Lagarde said, “recognize in some of the European reactions their own reactions” to crises in the past, namely, a denial phase in the face of increasingly bad news. She said that finance officials here had emphasized to her the need “to act fast and to act decisively.”
Much of the public interest generated by her visit, though, centered on how much Brazil and other emerging countries might provide the IMF. That remained unclear even as Lagarde left Brazil late Friday, but the government here seemed to savor that there had even been talk about the issue.
“This time, the IMF did not come to bring money but to ask for money,” Finance Minister Guido Mantega told reporters Thursday. “I would prefer to be a creditor than a debtor.”
In a switch from the past, when the IMF made loans to the region contingent on certain conditions, officials in Brazil and other developing countries have been talking about the structural reforms needed in Europe as they consider funneling money there.
Carlos Marcio Cozendey, secretary for international affairs in the Brazilian Finance Ministry, spoke in a phone interview of the importance of lessening risk. Still, he said, Brazilian leaders felt obliged to help.
“Brazil has a stable economic situation and, on the external side, we have the reserves,” Cozendey said, referring to foreign reserves topping $350 billion. “It would be part of our responsibility to help in these efforts.”

sábado, 3 de dezembro de 2011

O FMI ajudando a Europa pode espalhar a crise pelo mundo - Washington Post

Um artigo do Washington Post que reflete as preocupações de Washington no sentido em que a mobilização do FMI, e do dinheiro de todos os 187 membros, para salvar os europeus, poderia espalhar a crise para todos os lados...
Paulo Roberto de Almeida 

Euro program at IMF could spread rescue risk worldwide

The Washington Post, December 2, 2011


The Obama administration has been adamant that Europe can afford to resolve its financial crisis on its own, and that U.S. taxpayers and others outside the region should not foot the bill for any expanded bailout effort.
But a developing plan for Europe to funnel rescue funds through a series of loans to the International Monetary Fund could leave the United States and other IMF members holding the bag.
Video
Dec. 2 (Bloomberg) -- Wolfgang Munchau, president and co-founder of Eurointelligence, talks about the European sovereign-debt crisis and the outlook for next week's leaders' summit. He speaks with Maryam Nemazee on Bloomberg Television's "The Pulse." Bob Janjuah, co-head of cross-asset allocation strategy at Nomura International Plc, also speaks. (Source: Bloomberg)
Dec. 2 (Bloomberg) -- Wolfgang Munchau, president and co-founder of Eurointelligence, talks about the European sovereign-debt crisis and the outlook for next week's leaders' summit. He speaks with Maryam Nemazee on Bloomberg Television's "The Pulse." Bob Janjuah, co-head of cross-asset allocation strategy at Nomura International Plc, also speaks. (Source: Bloomberg)
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European finance officials emerged from high-level meetings last week saying they would “rapidly explore” how to use the IMF as a way to channel money from European countries that can afford it, such as Germany, to ones such as Italy or Spain that might need extensive amounts of support.
Routing the money through the IMF would solve a number of political problems for Europe — chiefly allowing Germany and other wealthier nations to avoid the appearance of directly underwriting spendthrift nations such as Italy.
“There is a certain subterfuge” involved in the plan that is taking shape, said Edwin M. Truman, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics and a former adviser to the U.S. Treasury.
But the proposal would also spread the risks of bailing out struggling European countries throughout the IMF’s membership. Any loans made to the IMF would become obligations of the agency’s 187 members – including the United States, the fund’s largest single shareholder. If the money is used to pay for bailouts of major nations, such as Italy, and those efforts go sour, the fund’s members would have to ensure that the IMF repaid the nations that provided the funds.
U.S. officials are exploring a number of waysto allow the IMF to get more involved in Europe’s problems at no cost to U.S. taxpayers, including an increase in an IMF-administered loan pool that lets countries borrow major currencies, such as dollars and euros.
Treasury officials say that the IMF has never lost money bailing out a country and that any additional loans made by the agency would be subject to strict oversight.
Bilateral loans — with one country lending money directly to the IMF — have been used before as a way to boost the IMF’s financial power without forcing the full membership to pay for a general increase in the agency’s capital base.
IMF officials note that there has never been a complete default by a country on loans provided as part of an IMF rescue.
Countries do, however, occasionally fall behind on payments due the IMF. Sudan, Somalia and Zimbabwe, for example, are in “protracted arrears” for debts going back as far as the 1980s and now totaling around $2 billion.
While the prospect of a developed European country defaulting on a loan to the IMF may have long seemed slim, the agency has been navigating new terrain since the onset of the financial crisis in 2007 — with a dramatic increase in its funds, lending and the associated risks. Instead of its traditional role in helping individual countries that are facing difficulty, the agency has been supersized into a “systemic” backstop for the entire world economy. The IMF has expanded the types of loans and financing programs it offers and, with the start of the European debt problems, was plunged into a crisis in the industrialized world as never before.
Of the fund’s roughly $950 billion in financing, less than $400 billion remains available — not enough to comfortably shoulder major programs in Spain or Italy if they are needed.
“The IMF will need more resources should the crisis deepen further,” fund spokesman Gerry Rice said Friday.
But there is opposition, including from the U.S. government, to boosting IMF funding solely to help the euro zone, a region with $12 trillion in annual economic output and immense household and corporate wealth.
The bilateral loan arrangement would skirt that and other touchy issues.
Countries that don’t want to participate in the program wouldn’t have to. Increases in the agency’s general financing are paid for by member countries based roughly on their size and the importance of their economy. But no IMF member would be obligated to provide a bilateral loan. European officials say they hope the program may draw contributions from countries such as China, but they expect that much of any new funding would come from Europe itself.
Using the IMF also prevents the euro region’s deep-pocket countries, primarily Germany, from being pressured to make direct loans to any other countries.
Direct loans were provided by Germany and other countries to Greece for its current bailout. That provoked strong opposition from German citizens, who were resentful of helping a country seen as lacking financial discipline. Help for Italy, if it is needed, would be far more expensive — and the political controversy that much more intense.
Loaning money to the IMF, instead of directly to a failing euro neighbor, could defuse the difficult politics. The agency can use the money for rescue programs as needed, attaching economic and budget conditions to any bailout.