Parece que algumas pessoas que hoje ocupam o poder não apenas não gostam do 31 de março, de qualquer 31 de março, mas sobretudo do 31 de março de 1964, quando "militares da direita", segundo eles, deram um golpe contra um "governo democrático", segundo eles, interrompendo aquele itinerário que deveria nos levar, segundo eles, a um outro regime, menos capitalista, ou puramente socialista, segundo eram suas intenções, e a uma "democracia popular", segundo eles.
Parece que os militares da ativa, que todo ano lembram o 31 de março, como um evento a ser comemorado, foram instruídos, na verdade foram ordenados, a não comemorar essa data, de lembranças tão auspiciosas para uns, e tão dolorosas, para outros, sim, aqueles mesmos que não gostam que se faça menção a uma data histórica (pois que histórica ela é).
Este blog não se submete a ordens sem sentido, nem comandos arbitrários, e por isso vai continuar postando tudo o que lhe parecer interessante, ou útil, para um debate inteligente, bem informado, equilibrado e objetivo, tanto quanto possível, sobre essa data, e sobre todas as demais datas relevantes de nossa história.
Não que eu concorde com tudo o que vai aqui postado, longe disso. Certas postagens são mesmo exemplos de tudo o que não penso, como ocorre com muita coisa que circula por aí, numa assemblagem de mistificações, mentiras e erros primários, que fizeram o Brasil retroceder nos últimos anos.
Tampouco concordo com a linguagem que se vê no texto abaixo, ou com certos adjetivos, para ser mais exato, ainda que eu a compreenda, como expressão de justa indignação com o que vem sendo praticado contra os militares, provavelmente a corporação de melhor formação, e de maiores serviços prestados ao país.
Registre-se que, não exatamente em 1964, pois eu era muito jovem, mas logo em seguida, eu me colocava em situação completamente oposta à dos militares, e fui daqueles que pretendiam derrubar a "ditadura militar" para implantar um regime socialista em seu lugar. Mais tarde, lendo, me instruindo, viajando pelo mundo, conhecendo TODOS os socialismos, refletindo, cheguei à conclusão que, por maiores que tenham sido as falhas, equívocos e limitações do projeto militar para o país, o "nosso" projeto, ou seja, o dos socialistas radicais, era muito pior, e teria sido um desastre para o Brasil e para a sua sociedade. A começar pelo fato de que pretendíamos uma ditadura de verdade, a do proletariado, que nada mais seria do que a de um partido. Para chegar lá, teríamos de sacrificar muita gente, na verdade eliminar a burguesia e os latifundiários, "enquanto classe", como ordenou Lênin, logo depois da conquista do poder pelo putsch bolchevique. Depois, teríamos provavelmente levado o Brasil à miséria, como a que eu vi em TODOS os socialismos, não apenas uma miséria material, feita de penúria e da falta de produtos mais elementares, mas sobretudo uma miséria moral, a de um Estado policialesco, em nada distinto dos regimes nazi-fascistas que eles dizem se opor (nada mais parecido com o nazismo hitlerista, por exemplo, do que o regime chavista na Venezuela).
Por todos esses motivos, e por vários outros mais, e não apenas por ser contrarianista, vou continuar postando aqui os materiais que me parecerem interessantes, no plano da história, e da reflexão política.
Volto a dizer: não concordo com tudo o que vai escrito abaixo, uma espécie de manifesto de uma chapa candidata ao Clube Militar, e que me parece bastante aguerrida contra os companheiros no poder (no que eles têm inteiramente razão). Não concordo mais na forma, do que no conteúdo, mas isso é porque, provavelmente, não estou envolvido diretamente com os embates atuais, em torno da tal de Comissão da Verdade (parcial, ou mesmo deformada), e em torno das principais escolhas de políticas públicas dos companheiros no poder.
Não preciso esconder o que penso, pelo menos ainda não.
Esta situação, de liberdade, ainda que tentativamente limitada (no caso dos militares certamente), nós a devemos aos militares e aos civis que se juntaram em 1964 para inverter o curso da História.
Se o "nosso" projeto -- isto é, o dos companheiros socialistas, hoje no poder, mas que era também o meu em 1964 -- tivesse vencido, eu não estaria aqui escrevendo, pois estaríamos vivendo numa perfeita ditadura, como ainda é hoje em Cuba, desde 1959, e como é, sob uma outra forma, a China comunista. Já nem refiro à Coreia do Norte, pois parece difícil a qualquer país chegar ao nível de delírio criminoso a que está reduzido aquele infeliz país da península coreana. Talvez o Brasil não se convertesse em uma nova Cuba ou numa China comunista; mas o projeto dos companheiros apontava, como talvez ainda aponte segundo a vontade de alguns, para algo próximo disso.
A História dá muitas voltas, e nunca se repete, mas sempre procuramos aprender com ela.
A mensagem abaixo reflete uma parte dessa história, que provavelmente precisa ser melhor explicada aos mais jovens, para que eles tenham consciência de uma coisa: se o Brasil, atual, não é certamente o país dos nossos sonhos, tenham certeza de que ele seria muito pior se outro tivesse sido o curso da história. Aos homens que impediram isto, minhas homenagens.
Paulo Roberto de Almeida
31 de Março, DATA A SER LEMBRADA E COMEMORADA
Por: Gen Marco Antonio Felicio da Silva - Candidato à Presidência do Clube Militar
Em: 26 de FEVEREIRO de 2014
"A Instituição será maculada, violentada e conspurcada diante da leniência de todos aqueles que não pensam, não questionam não se importam, não se manifestam"
TRADIÇÃO, COESÃO e AÇÃO
Hoje, somente os de má fé, hipócritas, aproveitadores de ocasião, ressentidos por viés marxista, ignorantes e covardes não reconhecem as razões que nos levam a lembrar, pois, esquecer é também trair, do Dia 31 de Março de 1964. As mesmas razões nos indicam que devemos comemorá-la, intensamente, pois, levada a efeito por militares e civis, respondendo aos anseios da maioria da população brasileira, temerosa do jugo comunista, objetivo de tresloucados subversivos, o qual, então, avassalava Cuba, União Soviética, Cortina de Ferro e China, onde foram trucidadas milhões de pessoas em nome de esdrúxula ideologia.
Esta é uma verdade pétrea desfigurada pelos subversivos de antanho e por seus asseclas atuais, que escrevem nova estória, hoje travestidos de democratas, amantes da liberdade e dos direitos humanos, ocupando os mais altos postos do governo, infelicitando a Nação, levando-a a verdadeiro debacle político, social, financeiro e moral, gerando insegurança e colocando em xeque o Estado Democrático de direito.
Em seminário realizado em março de 2004, noticiado pelo "O Globo", reconheciam os que desejavam o regime comunista em 64:
"- Houve grupos que planejaram a ação armada ainda antes do golpe de 1964, caso do pessoal ligado ao Francisco Julião, das Ligas Camponesas. Depois de 1964, buscava-se não só derrubar a ditadura, mas também caminhar decisivamente rumo ao socialismo." (Professor da UNICAMP, Marcelio Ridente - O Globo, 29 de março de 2004)
"-As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no país por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba. Mas, evidentemente, elas falavam em resistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora, aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre a guerra." (Daniel Aarão Reis - professor de História da UFF, ex-guerrilheiro do MR-8 - O Globo, 29 de março de 2004).
O mesmo jornal que, hoje, por motivos espúrios, renega o ato de sua figura maior ter apoiado à contra-revolução de 64, àquela época noticiava: "Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada"… "atendendo aos anseios nacionais de paz, tranquilidade e progresso… as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal". - (O Globo, 2 de abril de 1964).
A recente e vergonhosa encenação, montada pela Secretária Nacional dos DH, Maria do Rosário (a que admite em solenidade pública o canto da Internacional Comunista no lugar do Hino Pátrio), com recursos do Tesouro Nacional, tentando reabilitar a imagem do incapaz e moralmente fraco João Goulart e comprovar a sua morte como causada por envenenamento por parte do Governo Militar, mostra apenas como o atual desgoverno se assemelha ao do próprio Jango, cuja deposição foi apoiada pela quase totalidade da Imprensa e pela população, à época do ocorrido, em função dos desatinos por ele cometidos.
Os desatinos atuais passam pela submissão ideológica marxista de nossos interesses ao "Foro de São Paulo", pela fratura da sociedade brasileira, pelo tratamento especial dado aos irmãos Castro e a Cuba e aos regimes bolivarianos, pelo fracassado atrelamento ao Mercosul, pela corrupção moral e descalabro financeiro, pela insegurança gerada pela criminalidade crescente, pela incapacidade administrativa, pela falta de projeto de Nação, substituído por projeto de poder pelo poder.
Não há dúvidas de que já nos encontramos no caminho do comprometimento da normalidade democrática e do funcionamento das instituições, perpassadas, na contramão da História, por viés ideológico ultrapassado e pelo rio de lama que escorre do Executivo e contamina os demais poderes.
Não vamos elencar os inúmeros benefícios que a ação das FFAA e dos governos militares, no período de 64 a 84, trouxeram ao País, e o que representam, ainda hoje, embora, então, combatendo focos de guerrilha urbana e rural. Como, por exemplo, guindando o Brasil da posição de quadragésima sétima à oitava economia mundial, transformando-o em país industrial com diversificada produção.
Entretanto, o bem maior assegurado foi o de impedir que se subjugasse a Nação à ditadura sanguinária e, ao mesmo tempo, permitir que a população viesse à desfrutar, amplamente, das liberdades individuais e coletivas, após o extermínio da violência armada, esta iniciada pelas diversas organizações comunistas. As mesmas liberdades de que, ainda hoje, usufruímos e que corremos o risco de perdê-las por iniciativas de governo com viés ideológico e que delas, liberdades, se aproveita para, criminosamente, assassiná-las.
Uma dessas ações se consubstancia na criação da 'Comissão da Verdade", uma forma de afronta à busca da reconciliação e pacificação da sociedade, por meio da Lei de Anistia e que, acintosamente, infringindo a própria lei, vem atingindo principalmente militares, por meio de ressentidos e revanchistas ideológicos.
Como brasileiros, temos que lamentar a luta entre irmãos e as mortes havidas no período, embora próprias de uma luta armada. Há que se enfatizar que toda e qualquer guerra é cruel e todos, que dela lancem mão para a consecução de seus objetivos, devem ter isso em mente e arcar com as respectivas consequências.
Como militares, não podemos aceitar o ressentimento ideológico que leva ao revanchismo explícito e que atinge, ilegalmente, através de interpretações jurídicas descabidas, camaradas que combateram, com as armas necessárias, os terroristas do passado, defendendo a liberdade da Nação
Assim, a data de 31 de Março, em seu jubileu, tem que ser intensamente lembrada e comemorada por todos os brasileiros que amam e prezam a liberdade e, também, pelos militares e Forças Armadas, estas, ao comemorar, enviando recado esperado por uma Nação, a quem devem submissão prioritária, que já se mostra ansiosa e insegura com o futuro do País, de que estão alertas, como em 35 e em 64, prontas para a defesa da paz social, da liberdade e da democracia.