O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Getulio Vargas: 62 anos do seu suicidio - trilogia de Lira Neto

Por ter estado tomado de outras obrigações, não pude escrever algo em torno da efeméride em questão: o suicídio (premeditado) de Getúlio Vargas, no meio de uma das mais graves crises da política brasileira.
Sem tempo de fazê-lo, registro apenas a existência de uma boa biografia do mais importante político brasileiro do século XX (talvez um dos mais nefastos também, como ditador e como impulsionador do Estado fascista).
Paulo Roberto de Almeida



Descrição

 Getúlio Vol. 1:
Neste primeiro volume da trilogia, o leitor acompanha Getúlio Vargas desde suas origens na pequena São Borja até a tomada do poder federal após a Revolução de 30.

Getúlio Vol. 2:
Nesta segunda parte da grandiosa trilogia biográfica de Getúlio Vargas, Lira Neto reconstitui a trajetória do político gaúcho entre o momento de consolidação do poder após a Revolução de 1930 e o golpe militar que encerrou o Estado Novo em 1945.

Getúlio Vol. 3:
Na terceira e última parte da consagrada série biográfica sobre Getúlio Vargas, Lira Neto reconstitui os acontecimentos políticos e pessoais mais importantes dos anos finais do ex-presidente. Entre a deposição por um golpe militar, em outubro de 1945, e o suicídio, em agosto de 1954, o livro revela como a história do Brasil se entrançou com a vida de Getúlio, inclusive enquanto afastado do poder.

Detalhes

Autor: João De Lira Cavalcante Neto
Editora: Companhia das Letras
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 1760 páginas
ISBN: 978-85-3592-775-7

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Magistrados brasileiros nao sao mandarins; eles sao marajas (OESP)

Os juízes e o ajuste fiscal

Editorial O Estado de S. Paulo, 23/08/2016


Que os salários da magistratura estadual estão entre os mais altos de todo o funcionalismo público, superando os dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), já é conhecido há tempo. O que não se sabia é que os vencimentos dos desembargadores dos Tribunais de Justiça superam os dos juízes de segunda instância de países desenvolvidos, como a Inglaterra e os Estados Unidos. Em alguns casos, são superiores aos dos presidentes da Suprema Corte dos países da União Europeia.
Levantamento comparativo realizado pela Fundação Getúlio Vargas, sob coordenação do professor Nelson Marconi, revela que, no Tribunal de Justiça de São Paulo, alguns desembargadores receberam, entre janeiro e junho de 2016, ganho mensal líquido de R$ 100 mil. No de Minas Gerais, foram identificados ganhos maiores, próximos a R$ 200 mil. As duas Cortes alegaram que os desembargadores teriam recebido de uma só vez vários benefícios acumulados. Essa justificativa é usada sempre que há vencimentos elevados, quase nunca se esclarecendo o que sejam os “benefícios acumulados”.
Em média, um desembargador mineiro recebe salário mensal líquido de R$ 56 mil – quase R$ 20 mil acima do teto fixado pela Constituição para o funcionalismo. Já em São Paulo, um desembargador recebe salário líquido de R$ 52 mil por mês. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, países com renda per capita maior e custo de vida superior, um juiz ganha R$ 29 mil e um desembargador, R$ 43 mil.
Os altos vencimentos da magistratura brasileira decorrem de pressões corporativas e artimanhas para contornar o teto constitucional. Quando o teto foi introduzido pela Emenda Constitucional da reforma da administração pública, em 1998, a ideia era incluir no cálculo os salários e todos os auxílios. Mas estes acabaram ficando de fora do cálculo, sob a justificativa da magistratura de que os “penduricalhos” não são renda, mas “verbas de natureza indenizatória”. Dependendo dos 92 tribunais, que têm diferentes padrões de contabilidade, juízes e desembargadores recebem auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-creche, auxílio para plano de saúde e retribuição por acúmulo de jurisdição. Pela Lei Orgânica da Magistratura em vigor, os juízes e desembargadores têm direito a 10 benefícios. O projeto da nova Lei Orgânica prevê 21 benefícios – dentre eles, a concessão de dois salários extras nas férias, reembolso total por despesas médicas e odontológicas não cobertas por plano de saúde e auxílio-transporte para juízes que não tiverem carro oficial, além de prêmio por produtividade e adicionais por prestação de serviços de “natureza especial”.
Ao justificar os altos vencimentos e os expedientes para burlar o teto constitucional, as entidades da magistratura alegam que a carreira de juiz precisa ter as “motivações necessárias” para atrair bons quadros. Na elaboração do projeto da nova Lei Orgânica, o ministro Luiz Fux, do STF, invocou a “necessidade de valorização institucional” da categoria para propor a transferência do poder de reajustar os salários de juízes do Congresso para o Supremo. Por causa das criativas iniciativas da magistratura para burlar o teto, especialistas em finanças públicas alertam para o ajuste fiscal em discussão. Se não houver rigor, afirmam, poderá ocorrer a fixação de um limite para o crescimento dos gastos públicos, peça-chave do ajuste. Nesse caso, os salários do Judiciário terão de se enquadrar nos limites dos gastos públicos, o que deixaria os juízes em direta competição com milhares de servidores.
Por sua vez, o coordenador da pesquisa, Nelson Marconi, avalia que a resistência dos juízes possa levar a resultados diferentes. Nas negociações da ajuda da União aos Estados, a magistratura foi a primeira categoria a se opor à contabilização dos ganhos adicionais como parte dos salários, para efeito de adequação aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Todas as categorias atuarão contra o ajuste fiscal, depois de ver o que os juízes conseguiram”, afirma Marconi, chamando a atenção para a mobilização dos servidores da Polícia Federal, da Receita Federal, da Advocacia-Geral da União, do Banco Central e do Tesouro Nacional.

Venezuela: ate quando os paises vizinhos vao assistir inermes 'a deterioracao dramatica do pais?

Notícias do dia 23/08/2016:

O Globo online – Chefe da OEA manda carta a López: 'Venezuela não tem Estado de Direito'


WASHINGTON/CARACAS - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse nesta segunda-feira que a ratificação da condenação contra o opositor venezuelano Leopoldo López foi o "marco" do final da democracia e do Estado de Direito nesse país.
"Nenhum foro regional, ou sub-regional, pode desconhecer a realidade de que, hoje, na Venezuela, não há democracia nem Estado de Direito", escreveu Almagro em uma carta aberta a López, a quem chamou de "amigo". "A princípio, não sabia que você era um preso político. Quando vi a sentença, assimilei palavra após palavra a dimensão do horror político que vive seu país."
Um recurso do líder opositor contra uma sentença de 14 anos de prisão por seu papel nos protestos antigoverno dois anos atrás foi rejeitado na semana passada por um tribunal venezuelano. López estava na vanguarda das manifestações exigindo a renúncia do presidente Nicolás Maduro. Quarenta e três pessoas morreram durante os protestos.
Almagro fala ainda na carta que a ratificação da condenação é "um marco do final da democracia".
Os críticos dizem que seu julgamento foi uma farsa e que López, a quem Maduro chama de criminoso perigoso, foi preso para sufocar a dissidência. Um promotor fugiu do país dizendo que foi pressionado a incrimá-lo. A acusação afirmou que López enviou mensagens subliminares para incitar a violência.
A condenação em 2015 estragou uma breve reaproximação entre Caracas e Washington, meses após os dois lados terem começado discussões para acabar com mais de uma década de discórdia. López se tornou célebre entre os opositores do governo do presidente Nicolás Maduro, que o acusam de violar direitos humanos. O governo dos EUA, as Nações Unidas e grupos de direitos internacionais pediram a libertação do opositor. A Anistia Internacional criticou a decisão da corte, dizendo que López é vítima de "uma caça às bruxas".
Para Almagro, os venezuelanos "são vítima da intimidação", "símbolo de uma gestão ineficaz". Ele ainda apelou pela liberação imediata a um referendo revocatório sobre o mandato de Maduro.
Almagro e Maduro já tiveram algumas discussões acaloradas através de discursos e cartas. Enquanto o chefe da OEA (que foi chanceler do Uruguai sob o governo de José Mujica, presidente aliado de Maduro) chamou o venezuelano de "projeto de ditador", o mandatário o classificou como "lixo" e "escravo do imperialismo" em diferentes ocasiões.

Folha de S. Paulo – Maduro dá 48 horas para defensores de referendo deixarem o governo


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou a saída, no prazo de 48 horas, de funcionários que ocupam cargos de liderança em cinco ministérios e que tenham assinado em favor do referendo revogatório contra o presidente, alavancado pela oposição.
O dirigente chavista Jorge Rodríguez afirmou nesta segunda (22) que há listas com "os nomes das pessoas (...) que, de forma pública, expressam sua proximidade com a direita venezuelana e que participaram do processo de autorização para a ativação do falido referendo revogatório".
"Há um prazo de 48 horas para que essas pessoas que estão nos chamados cargos de confiança, cargos de liderança, tenham outro destino profissional", disse em coletiva de imprensa.
Apoiadores da oposição ao presidente Nicolás Maduro participam de marcha em maio, em Caracas
A lista dos nomes foi entregue aos ministérios da Alimentação, Indústrias Básicas, Finanças, Trabalho e o gabinete da Presidência, "para estabelecer de forma categórica que não podem ter cargos de liderança (...) pessoas que estão contra a revolução e o presidente Nicolás Maduro", disse Rodríguez.
Agora a oposição se prepara para uma marcha a Caracas, em 1º de setembro, para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral estabeleça uma data adequada para o recolhimento de quatro milhões de assinaturas necessárias para a próxima etapa de chamamento do referendo.
A oposição cobra um processo acelerado para o referendo, com conclusão antes de 10 de janeiro, o que permitiria a convocação de novas eleições no caso da perda de Maduro. Após esse prazo, assumiria o atual vice-presidente.
Na semana passada, Maduro prometeu que, em caso de golpe contra seu governo, o país reagiria de maneira mais dura que a Turquia, que sofreu uma tentativa frustrada de golpe em 15 de julho.
"Vocês viram o que aconteceu na Turquia? Erdogan vai parecer um bebê de colo comparado com o que a Revolução Bolivariana fará caso a direita ultrapasse a linha com um golpe", disse Maduro na sexta-feira (19), em pronunciamento na TV.

O Estado de S. Paulo – Mulher denuncia ameaça a opositor venezuelano


Lilian Tintori, casada com Leopoldo López, líder antichavista preso em Caracas, diz que marido sofre maus-tratos e tortura psicológica
A opositora venezuelana Lilian Tintori, mulher do líder do partido Voluntad Popular, Leopoldo López, disse ontem que ele foi ameaçado de morte por um dos guardas que o mantêm sob custódia no presídio militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas. Frequentemente Lilian denuncia maus-tratos contra o marido que, segundo ela, também sofre tortura psicológica e é submetido a humilhações pelos carcereiros. “Levaram Leopoldo ao limite. Eles o ameaçaram de morte. Um sargento disse ‘temos de matá- lo’”, declarou Lilian em entrevista à rádio RCR, crítica do chavismo. Segundo ela, o militar que ameaçou Leopoldo, identificado como “Corredor”, pertence à Diretoria de Contrainteligência Militar do Exército. Ainda conforme o relato da opositora, López questionou o militar sobre a ameaça e o sargento teria respondido que ele só cumpria ordens.
Lilian cobrou explicações da cúpula militar, leal ao chavismo, sobre as ameaças. “Por isso temos denunciado que a vida dele está em risco. Quem o ameaça é o carcereiro que o maltrata e o humilha e aponta uma arma em seu peito”, disse Lilian. “Nós, como família, temos de denunciar isso. É urgente que a cúpula militar responda por isso.” Ainda de acordo com a opositora, desde que López se reuniu com o ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, as condições dele na prisão pioraram bastante. “Todos os dias tiram algo dele e o tratam de maneira ainda pior”, disse. Ela disse que López está isolado e não pode falar com os filhos. As únicas pessoas com acesso a ele são quatro guardas que o monitoram por vídeo o tempo todo.
“A falta de autonomia nos poderes públicos chegou a tal ponto que não se pode interromper esse tipo de ordem (vinda do governo)”, acrescentou Lilian. Ainda ontem, a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD)voltou a pressionar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para acelerar o processo do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro. Segundo a MUD, o prazo para a formalização da data da nova etapa do coleta de assinaturas acabou no dia 19. O CNE informou que isso ocorreria no fim de outubro, mas sem estipular os dias específicos.
No entendimento do CNE, no entanto, essa definição pode demorar mais duas semanas. “O CNE mais uma vez deixou de cumprir a regulamentação, o que representa um obstáculo para o exercício de participação popular na convocação do referendo”, afirmou a MUD em comunicado. Para que o referendo seja seguido de novas eleições, ele precisa ocorrer ainda este ano, algo que, pelo cronograma do CNE, é improvável. /

Valor Econômico / Financial Times - Crise leva quase 300 mil venezuelanos à Colômbia


Por Andres Schipani |, de Bogotá

Mesmo sem dinheiro e um emprego estável desde que chegou à Colômbia, no começo de julho, Eduardo já recuperou a maior parte do peso que havia perdido em casa, na Venezuela.O engenheiro de sistemas de 44 anos ganhava US$ 18 por mês em sua cidade natal de Barquisimeto, mas isso não era suficiente para ele e o filho se alimentarem, dada a inflação galopante e da falta crônica de alimentos e medicamentos.
Eduardo, que não revela seu verdadeiro nome por ser um imigrante ilegal, diz que trabalha "aqui e ali e um amigo me ajuda" em Bogotá. "Pelo menos consigo encontrar comida aqui. Na Venezuela falta tudo para comer."
 Não há muito tempo, a Colômbia experimentou o próprio êxodo. Mas isso foi revertido com a aproximação de um possível acordo de paz com as guerrilhas da Farc, e com a Venezuela mergulhando cada vez mais fundo na desesperança, sob seu impopular presidente Nicolás Maduro.
 "Hoje em dia, a maioria das famílias [na Venezuela] espera que um membro vá embora para algum lugar, para depois lhes mandar dinheiro", diz Eduardo.
 Sua experiência é parecida com a do contador venezuelano que chegou à Colômbia no último fim de semana e está determinado a ficar, "mesmo que eu tenha de ficar parado em uma esquina o dia inteiro vendendo arepas [iguaria venezuelana à base de milho]".
Um funcionário de alto escalão da imigração colombiana confirma essa tendência: "O número de venezuelanos que estão atravessando a fronteira, legal ou ilegalmente, vem crescendo muito".
Nos últimos dois meses, em cenas que lembram a queda do Muro de Berlim, quase 300 mil venezuelanos atravessaram reaberta fronteira para comprar comida e remédio. Muitos ficaram. Espanha e Panamá também vêm registrando a entrada de venezuelanos, principalmente ricos e de classe média.Quando Hugo Chávez assumiu o governo em 1999, os venezuelanos começaram a partir - primeiro, os trabalhadores do setor de petróleo que perderam o emprego, depois empresários fugindo dos controles cambiais; em seguida, estudantes em busca de melhores oportunidades. Pessoas de todas as camadas da sociedade estão cada vez mais desesperadas para deixar o país, no que observadores vêm descrevendo como uma crise humanitária em formação.
Os que saem, deixam para trás a escassez crônica, a criminalidade em alta acelerada, a inflação desenfreada e a redução das liberdades democráticas. Um venezuelano teria morrido ao tentar chegar à ilha caribenha de Aruba em uma jangada improvisada.
"No pior cenário, uma guerra civil vai explodir e pessoas tentarão deixar o país em botes em grandes números", diz Glenn Sulvaran, membro do parlamento da ilha próxima de Curaçao. "Elas tentarão chegar ao porto seguro econômico mais próximo."
A Venezuela está quase no topo da lista dos pedidos de asilo feitos aos Estados Unidos, ficando atrás apenas da China e do México, segundo o Pew Research Center, sendo que o número de pedidos cresceu 168% desde o ano passado.
A Guiana, um dos países mais pobres da América Latina, está deportando venezuelanos que buscam comida. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados disse que o número de venezuelanos em busca do status de refugiado aumentou de 127 em 2000 para 10.300 no ano passado.
Com a atenção voltada para os migrantes da África, Oriente Médio e América Central, Daniel Pagés, da Associação dos Venezuelanos na Colômbia, diz que o problema de seus compatriotas deveria ser visto como "parte dessa onda".
Tomás Páez Bravo, um professor de sociologia da Universidade Central da Venezuela, diz que cerca de 1,8 milhão de pessoas abandonaram o país nos últimos 17 anos. "A segurança jurídica e pessoal, juntamente com a situação econômica, historicamente sempre foram motivadores para os que saem do país", afirma. "Como esses dois fatores pioraram dramaticamente, uma onda enorme de pessoas está deixando o país."
A queda dos preços do petróleo alimenta a pior crise política, social e econômica de que se tem notícia. "Estou muito preocupado com a situação atual, em que não se encontra artigos básicos e serviços como alimentos, água, itens de cuidados com a saúde e roupas", disse recentemente o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon. "Isso desencadeou uma crise humanitária na Venezuela, que foi criada pela instabilidade política."

Golpe militar de 1964 no Brasil: mais documentos dos EUA - NSArchives

Continuando a postagem de alguns documentos relevantes para nossa própria história.
Paulo Roberto de Almeida
LBJ Library Photo by Yoichi Okamoto (Image Number: W1-20)
BRAZIL MARKS 40th ANNIVERSARY OF MILITARY COUP

DECLASSIFIED DOCUMENTS SHED LIGHT ON U.S. ROLE
Audio tape: President Johnson urged taking "every step that we can" to support overthrow of Joao Goulart
U.S. Ambassador Requested Pre-positioned Armaments to aid Golpistas; Acknowledged covert operations backing street demonstrations, civic forces and resistance groups
Edited by Peter Kornbluh
peter.kornbluh@gmail.com / 202 994-7116
Washington D.C., 31 March 2004 - "I think we ought to take every step that we can, be prepared to do everything that we need to do," President Johnson instructed his aides regarding preparations for a coup in Brazil on March 31, 1964. On the 40th anniversary of the military putsch, the National Security Archive today posted recently declassified documents on U.S. policy deliberations and operations leading up to the overthrow of the Goulart government on April 1, 1964. The documents reveal new details on U.S. readiness to back the coup forces.
The Archive's posting includes a declassified audio tape of Lyndon Johnson being briefed by phone at his Texas ranch, as the Brazilian military mobilized against Goulart. "I'd put everybody that had any imagination or ingenuity…[CIA Director John] McCone…[Secretary of Defense Robert] McNamara" on making sure the coup went forward, Johnson is heard to instruct undersecretary of State George Ball. "We just can't take this one," the tape records LBJ's opinion. "I'd get right on top of it and stick my neck out a little."
Among the documents are Top Secret cables sent by U.S. Ambassador Lincoln Gordon who forcefully pressed Washington for direct involvement in supporting coup plotters led by Army Chief of Staff General Humberto Castello Branco. "If our influence is to be brought to bear to help avert a major disaster here-which might make Brazil the China of the 1960s-this is where both I and all my senior advisors believe our support should be placed," Gordon wrote to high State Department, White House and CIA officials on March 27, 1964.
To assure the success of the coup, Gordon recommended "that measures be taken soonest to prepare for a clandestine delivery of arms of non-US origin, to be made available to Castello Branco supporters in Sao Paulo." In a subsequent cable, declassified just last month, Gordon suggested that these weapons be "pre-positioned prior any outbreak of violence," to be used by paramilitary units and "friendly military against hostile military if necessary." To conceal the U.S. role, Gordon recommended the arms be delivered via "unmarked submarine to be off-loaded at night in isolated shore spots in state of Sao Paulo south of Santos."
Gordon's cables also confirm CIA covert measures "to help strengthen resistance forces" in Brazil. These included "covert support for pro-democracy street rallies…and encouragement [of] democratic and anti-communist sentiment in Congress, armed forces, friendly labor and student groups, church, and business." Four days before the coup, Gordon informed Washington that "we may be requesting modest supplementary funds for other covert action programs in the near future." He also requested that the U.S. send tankers carrying "POL"-petroleum, oil and lubricants-to facilitate the logistical operations of the military coup plotters, and deploy a naval task force to intimidate Goulart's backers and be in position to intervene militarily if fighting became protracted.
Although the CIA is widely known to have been involved in covert action against Goulart leading up to the coup, its operational files on intervention in Brazil remain classified-to the consternation of historians. Archive analyst Peter Kornbluh called on the Agency to "lift the veil of secrecy off one of the most important episodes of U.S. intervention in the history of Latin America" by completely declassifying the record of CIA operations in Brazil. Both the Clinton and Bush administrations conducted significant declassifications on the military regimes in Chile and Argentina, he noted. "Declassification of the historical record on the 1964 coup and the military regimes that followed would advance U.S. interests in strengthening the cause of democracy and human rights in Brazil, and in the rest of Latin America," Kornbluh said.

On March 31, the documents show, Gordon received a secret telegram from Secretary of State Dean Rusk stating that the Administration had decided to immediately mobilize a naval task force to take up position off the coast of Brazil; dispatch U.S. Navy tankers "bearing POL" from Aruba; and assemble an airlift of 110 tons of ammunition and other equipment including "CS agent"-a special gas for mob control. During an emergency White House meeting on April 1, according to a CIA memorandum of conversation, Secretary of Defense Robert McNamara told President Johnson that the task force had already set sail, and an Esso tanker with motor and aviation gasoline would soon be in the vicinity of Santos. An ammunition airlift, he reported, was being readied in New Jersey and could be sent to Brazil within 16 hours.
Such U.S. military support for the military coup proved unnecessary; Castello Branco's forces succeeded in overthrowing Goulart far faster and with much less armed resistance then U.S. policy makers anticipated. On April 2, CIA agents in Brazil cabled that "Joao Goulart, deposed president of Brazil, left Porto Alegre about 1pm local time for Montevideo."
The documents and cables refer to the coup forces as "the democratic rebellion." After General Castello Branco's takeover, the military ruled Brazil until 1985.

Note: Documents are in PDF format. You will need to download and install the free Adobe Acrobat Reader to view.
Hear/Read the Documents
l) White House Audio Tape, President Lyndon B. Johnson discussing the impending coup in Brazil with Undersecretary of State George Ball, March 31, 1964
This audio clip is available in several formats:
Windows Media Audio - High bandwidth (7.11 MB)
Windows Media Audio - Low bandwidth (3.57 MB)
MP3 - (4.7 MB)

In this 5:08 minute White House tape obtained from the Lyndon Baines Johnson Library, President Johnson is recorded speaking on the phone from his Texas ranch with Undersecretary of State George Ball and Assistant Secretary for Latin America, Thomas Mann. Ball briefs Johnson on that status of military moves in Brazil to overthrow the government of Joao Goulart who U.S. officials view as a leftist closely associated with the Brazilian Communist Party. Johnson gives Ball the green light to actively support the coup if U.S. backing is needed. "I think we ought to take every step that we can, be prepared to do everything that we need to do" he orders. In an apparent reference to Goulart, Johnson states "we just can't take this one." "I'd get right on top of it and stick my neck out a little," he instructs Ball.
2) State Department, Top Secret Cable from Rio De Janiero, March 27, 1964
Ambassador Lincoln Gordon wrote this lengthy, five part, cable to the highest national security officers of the U.S. government, including CIA director John McCone and the Secretaries of Defense and State, Robert McNamara and Dean Rusk. He provides an assessment that President Goulart is working with the Brazilian Communist Party to "seize dictatorial power" and urges the U.S. to support the forces of General Castello Branco. Gordon recommends "a clandestine delivery of arms" for Branco's supporters as well as a shipment of gas and oil to help the coup forces succeed and suggests such support will be supplemented by CIA covert operations. He also urges the administration to "prepare without delay against the contingency of needed overt intervention at a second stage."
3) State Department, Top Secret Cable from Amb. Lincoln Gordon, March 29, 1964
Ambassador Gordon updates high U.S. officials on the deterioration of the situation in Brazil. In this cable, declassified on February 24, 2004 by the LBJ Presidential Library, he reiterates the "manifold" need to have a secret shipment of weapons "pre-positioned prior any outbreak of violence" to be "used by paramilitary units working with Democratic Military groups" and recommends a public statement by the administration "to reassure the large numbers of democrats in Brazil that we are not indifferent to the danger of a Communist revolution here."
4) CIA, Intelligence Information Cable on "Plans of Revolutionary Plotters in Minas Gerias," March 30, 1964
The CIA station in Brazil transmitted this field report from intelligence sources in Belo Horizonte that bluntly stated "a revolution by anti-Goulart forces will definitely get under way this week, probably in the next few days. The cable transmits intelligence on military plans to "march toward Rio." The "revolution," the intelligence source predicted, "will not be resolved quickly and will be bloody."
5) State Department, Secret Cable to Amb. Lincoln Gordon in Rio, March 31, 1964
Secretary of State Dean Rusk sends Gordon a list of the White House decisions "taken in order [to] be in a position to render assistance at appropriate time to anti-Goulart forces if it is decided this should be done." The decisions include sending US naval tankers loaded with petroleum, oil and lubricants from Aruba to Santos, Brazil; assembling 110 tons of ammunition and other equipment for pro-coup forces; and dispatching a naval brigade including an aircraft carrier, several destroyers and escorts to conduct be positioned off the coast of Brazil. Several hours later, a second cable is sent amending the number of ships, and dates they will be arriving off the coast.
6) CIA, Secret Memorandum of Conversation on "Meeting at the White House 1 April 1964 Subject-Brazil," April 1, 1964
This memorandum of conversation records a high level meeting, held in the White House, between President Johnson and his top national security aides on Brazil. CIA deputy chief of Western Hemisphere operations, Desmond Fitzgerald recorded the briefing given to Johnson and the discussion on the progress of the coup. Defense Secretary reported on the movements of the naval task force sailing towad Brazil, and the arms and ammunition being assembled in New Jersey to resupply the coup plotters if necessary.
7) CIA, Intelligence Information Cable on "Departure of Goulart from Porto Alegre for Montevideo," April 2, 1964
The CIA station in Brazil reports that the deposed president, Joao Goulart, left Brazil for exile in Uruguay at l pm, on April 2. His departure marks the success of the military coup in Brazil.