Transcrevo abaixo o discurso de abertura da VI Conferência de Relações Exteriores, organizada pela Fundação Alexandre de Gusmão, proferido pelo presidente da Funag, embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima, e realizada no Itamaraty, entre os dias 8 e 10 de novembro.
Não estive presente na abertura, por motivo de viagem e imediata obrigação de aula no programa de doutorado em Direito do Uniceub, mas participei do terceiro dia, presidindo uma sessão dividida em duas fases, uma voltada aos 30 anos de existiencia do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI-Funag), do qual sou Diretor atualmente, e outra para a interação com os coordenadores de cursos de pós-graduação em RI das universidades brasileiras.
Nessa abertura, destaco o trecho voltado para o IPRI:
"
Nesta VI edição
da CORE, comemora-se 30º aniversário do Instituto de Pesquisa de Relações
Internacionais (IPRI), razão pela qual convidamos ex-diretores do Instituto
para participar da Conferência e da Reunião de Coordenadores, paralela a este
evento. O IPRI é órgão da FUNAG que tem
por finalidade desenvolver e divulgar estudos e pesquisas sobre
temas atinentes às relações internacionais; promover a coleta e a
sistematização de documentos relativos a seu campo de atuação; fomentar o
intercâmbio científico com instituições congêneres nacionais e estrangeiras; e
realizar cursos, conferências, seminários e congressos na área de relações
internacionais."
Transcrevo agora a íntegra do discurso inaugural:
Palavras do Embaixador Sergio Eduardo Moreira Lima,
Presidente da FUNAG, na cerimônia de abertura da VI Conferência sobre Relações
Exteriores (CORE), no Auditório Paulo Nogueira Batista, em Brasília, 9 de
novembro de 2017.
Senhor Ministro de Estado das
Relações Exteriores, Senador Aloysio Nunes Ferreira,
Embaixador Paulo Estivallet de
Mesquita, Subsecretário-Geral da América Latina e do Caribe;
Ministro Michel Arslanian Neto,
Diretor do Departamento de Integração Econômica Regional;
Senhores coordenadores e
coordenadoras de cursos de Relações Internacionais,
Caros colegas, professores e
alunos,
Senhoras e senhores,
Gostaria de dar as boas vindas aos participantes da VI
Conferência sobre Relações Exteriores (CORE), sobretudo aos que vieram de
outras cidades. Sejam benvindos. A Fundação Alexandre Gusmão realiza, anualmente,
a CORE, que já se vem tornando tradicional no meio acadêmico. Ela aproxima
professores, pesquisadores, alunos e diplomatas. Seu foco recai na compreensão
das tendências da evolução do poder no cenário internacional, desafios
regionais, globais e oportunidades para o Brasil.
2. A primeira Conferência foi organizada em
conjunto com a Universidade de Fortaleza, em 2012. As quatro edições seguintes
foram realizadas, respectivamente, com a Universidade de Vila Velha; com a Universidade
de Brasília, em homenagem ao 40º aniversário do Curso de Relações
Internacionais; com a PUC-Rio, em comemoração aos 15 anos do primeiro curso de
pós-graduação em Relações Internacionais no Brasil; e com a Universidade da
Amazônia, em Belém, para marcar o lançamento do livro Pedro Teixeira, a Amazônia e o Tratado de Madri, os 400 anos da
fundação daquela cidade histórica - na presença do belenense Embaixador Baena
Soares, ex-secretário Geral da OEA e ex-Presidente da Funag - e também os 45
anos da Fundação Alexandre de Gusmão.
3. A participação do Ministro Aluízio Nunes na
abertura da VI CORE ressalta a importância que o Itamaraty atribui a este espaço
de reflexão e interação entre diplomacia e academia. Sem o apoio da alta chefia
desta Casa, especialmente, do chanceler e Presidente do Conselho da Funag não
teria sido possível criar as condições que levaram a Fundação a ser incluída entre
os melhores think tanks do mundo, classificação
atribuída pela Universidade da Pensilvânia. Tampouco seria provável que 186
países estivessem acessando o portal e a Biblioteca Digital da Funag, que
caminha para atingir a marca de 2 milhões de acessos.
4. A Conferência está dividida em cinco
painéis temáticos, sendo eles: i) O futuro da integração na América do Sul:
desafios políticos e econômicos; ii) Estratégia de inserção do Brasil na
Economia Global; iii) A liderança brasileira em Desenvolvimento Sustentável e o
futuro do Acordo de Paris; iv) A reforma da ONU e o futuro do multilateralismo;
e v) O retorno da geopolítica e os principais focos de tensão globais.
4. Muito agradeço aos moderadores e
palestrantes, professores e diplomatas, a participação na CORE e a contribuição
para o êxito de seus trabalhos, bem como aos coordenadores de Relações
Internacionais, que vieram de todas as regiões deste imenso Brasil para enriquecer
os nossos debates. Com eles, teremos também, a exemplo dos anos anteriores,
reunião para troca de ideias sobre política externa, relações internacionais do
Brasil, expectativas, demandas, críticas, que fortalecerão o diálogo em prol do
conhecimento, da qualidade do debate e do aprimoramento de nossas instituições
governamentais e acadêmicas ligadas ao tema.
5. Uma palavra de reconhecimento às
Subsecretarias do Itamaraty, a Coordenação de Projeto da Funag e a equipe
técnica do IPRI, que tanto contribuíram no planejamento e organização deste evento.
A exemplo dos anos anteriores, o IPRI colabora na preparação da Reunião de
Coordenadores dos Cursos de Relações Internacionais, este ano representados nos
níveis de mestrado e de doutorado pelos Professores escolhidos dentro de suas
instituições para coordenar o Curso.
6. Nesta VI edição
da CORE, comemora-se 30º aniversário do Instituto de Pesquisa de Relações
Internacionais (IPRI), razão pela qual convidamos ex-diretores do Instituto
para participar da Conferência e da Reunião de Coordenadores, paralela a este
evento. O IPRI é órgão da FUNAG que tem
por finalidade desenvolver e divulgar estudos e pesquisas sobre
temas atinentes às relações internacionais; promover a coleta e a
sistematização de documentos relativos a seu campo de atuação; fomentar o
intercâmbio científico com instituições congêneres nacionais e estrangeiras; e
realizar cursos, conferências, seminários e congressos na área de relações
internacionais.
7. Essas atribuições traduziram-se, em 2017,
em extenso calendário de eventos acadêmicos, como palestras-debates com
professores brasileiros e estrangeiros, a série de palestras “Encontro
IPRI-IRBr: Percursos Diplomáticos”, palestras ministradas por Embaixadores de
carreira, lançamentos de publicações e a edição dos números 4 e 5 do periódico
“Cadernos de Política Exterior”, além do seminário “O Brasil e a Grande Guerra:
diplomacia e história, realizado na segunda-feira última no Rio de Janeiro .
8. Durante o ano de
2017, a Funag colaborou com diversas iniciativas em conjunto com o Itamaraty. Destaco
o Curso para Diplomatas da CPLP, a IV Mesa-Redonda “O Brasil, o BRICS e a
Agenda Internacional” e a Conferência “Micro e Pequeno Empreendedorismo
Brasileiro no Exterior”, além de seminários como a “Novas Disciplinas do
Comércio Internacional”, “Os Tribunais Internacionais e a Regulação da Economia
Internacional”, “Diálogo sobre Financiamento de Florestas e Mudança do Clima”,
“Palácios: Expressão Espacial do Poder Político” e o “Centenário de Roberto
Campos”.
9. Gostaria de ressaltar, igualmente, algumas
das principais obras editadas pela Fundação no ano de 2017: “A Obrigação
Universal do Desarmamento Nuclear", do juiz da Corte Internacional de Justiça
Antonio Augusto Cançado Trindade, os volumes da série “Barão do Rio Branco:
caderno de notas”, a edição revista da A Integração Brasil-Argentina – Historia
de uma ideia na "visão do outro"; “Os Desafios e Oportunidades na
Relação Brasil-Ásia; "A Security Council for the 21st Century: Challenges
and Prospects"; “A diplomacia do marechal: intervenção estrangeira na
Revolta da Armada”, “Formação da
Diplomacia Econômica no Brasil” e “The
Non-Proliferation Treaty and Latin America as a Nuclear Weapon-free Zone”. Diplomacia Presidencial; e Oswaldo Aranha, um
Estadista brasileiro (em dois volumes).
10. A FUNAG possui uma Biblioteca digital com mais
de 600 livros. Com mais de 1,5 milhão
de livros baixados entre janeiro e setembro deste ano, o acesso digital
gratuito à Biblioteca Digital da FUNAG tem contribuído para democratizar o
conhecimento das relações internacionais e disciplinas correlatas. Concorre,
também, para que a literatura especializada brasileira nesses campos alcance os
grandes centros editoriais formadores de opinião no mundo. Não se trata de um
resultado trivial. Este ano, o Brazilian Diplomatic Thought, Policymakers and
Agents of Foreign Policy (1750-1964) foi recomendado pelo Kings College de
Londres, prestigiosa universidade britânica, a seus alunos de pós
graduação. Foi também apresentado em
Londres durante a Conferência Internacional de Editores Diplomáticos,
patrocinada pelo Foreign Office.
11. É
com satisfação que convido, assim, todos os presentes a conhecer as atividades
da FUNAG, principalmente sua biblioteca digital.
12. Agradeço
a atenção de todos e formulo os melhores votos de êxito aos participantes da VI
CORE. De acordo com o Programa, o Ministro das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes, fará a abertura oficial da Conferência com sua palestra magna.
Muito obrigado.
Embaixador Sergio Eduardo Moreira Lima