O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Ordem do Rio Branco 2019: mais do mesmo e mesmo do menos

Todo início de governo é a mesma coisa: se concede a Ordem do Rio Branco a todos os que ganharam cargos no novo governo, independentemente do que fizeram antes, do que vão fazer durante ou depois, se prestaram grandes, pequenos ou nenhum serviço à nação, do seu caráter e ficha pregressa (ou até de ficha policial), de que possam cair em desgraça pouco depois, se estão ali por simples acaso ou capricho do soberano.
Ou seja, é sempre assim: ocorre uma farta distribuição de comendas, até para quem nem desejaria receber, pois a coisa é mais ou menos automática para a maioria dos casos: se aciona a lista dos empossados no novo governo e, pimba!, não falta praticamente ninguém, até alguns inimigos do novo regime, que estão ali quase que por acaso, por acidente, distração ou esquecimento de que passaram à oposição. Não esquecer dos líderes religiosos próximos da nova elite dirigente, de quem financiou campanha também, mesmo em regime de caixa 2.
Entra todo mundo naquela farra. No segundo ano do governo, já é mais difícil premiar tanta gente e é preciso raspar o fundo tacho para encontrar quem ganhou um modesto cargo de Aspone em algum dos muitos palácios faraônicos de Brasília.
E tem mais: quem caiu em desgraça, ou foi pego em alguma investigação da Lava Jato, levado em algum rapa da Polícia Federal, indiciado em processo do MPF ou até mesmo condenado e encarcerado, inclusive por ter matado a mãe, não precisa devolver a Ordem: ninguém vai pedir de volta, nenhum Comitê de Ética, tribunal de revisão ou o próprio Conselho da Ordem: pode dormir tranquilo ou até deixar no currículo, exibir a Ordem num quadro, mesmo na prisão.
A Ordem é generosa, mais até do que coração de mãe...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2/05/2019


Bolsonaro concede mais alta condecoração diplomática a Olavo de Carvalho

Mourão e Moro também receberam



Bolsonaro ao lado de Olavo de Carvalho em jantar nos Estados Unidos Alan Santos/PR - 17.mar.2019
01.maio.2019 (quarta-feira) - 19h00
atualizado: 01.maio.2019 (quarta-feira) - 21h03

O presidente Jair Bolsonaro condecorou o escritor Olavo de Carvalho com a Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz. Mais alta homenagem diplomática conferida pelo governo brasileiro.
De acordo com o Itamaraty, ela é destinada para as “pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços ou méritos excepcionais”.




Receba a newsletter do Poder360

A decisão está em edição extra do Diário Oficial da União de 3ª feira (30.abr.2019).
O vice-presidente Hamilton Mourão disse no dia 22 de abril que o escritor Olavo de Carvalho “deve se limitar à função que desempenha bem, que é a de astrólogo”.
Mourão e o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, são alvos constantes de críticas de Olavo.
“O Olavo de Carvalho perdeu o timing. Ele não está vendo o que está se passando no Brasil, até porque ele mora nos Estados Unidos. Ele não está apoiando o governo, não está sendo bom para o governo realmente”, criticou o vice.
Mourão também recebeu a condecoração, além de ministros como Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia) e Abraham Weintraub (Educação).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e os governadores Romeu Zema (Novo-MG), João Doria (PSDB-SP), Wilson Witzel (PSC-RJ) e Ibaneis Rocha (MDB-DF) também foram escolhidos.
Bolsonaro concedeu a Ordem do Rio Branco no grau de Grande Oficial, 2ª maior homenagem diplomática, aos seu filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Também receberam congressistas  simpáticos ao governo federal como os senadores Major Olímpio (PSL-SP), Soraya Thronicke (PSL-MS) e os deputados federais major Vítor Hugo (PSL-GO), delegado Waldir (PSL-GO), Joice Hasselmann (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF) e Marcel Van Hatten (Novo-RS).
O secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, também recebeu a condecoração no grau de Grande Oficial.
Leia a lista dos escolhidos por Bolsonaro para receber e a Ordem de Rio Branco nos 2 mais importantes graus:
I – no grau de Grã-Cruz:
ANTÔNIO HAMILTON MARTINS MOURÃO, Vice-Presidente da República;
DAVID SAMUEL ALCOLUMBRE TOBELEM, Presidente do Senado Federal;
SÉRGIO FERNANDO MORO, Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública;
PAULO ROBERTO NUNES GUEDES, Ministro de Estado da Economia;
TARCISIO GOMES DE FREITAS, Ministro de Estado da Infraestrutura;
TEREZA CRISTINA CORRÊA DA COSTA DIAS, Ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento;
ABRAHAM BRAGANÇA DE VASCONCELLOS WEINTRAUB, Ministro de Estado da Educação;
LUIZ HENRIQUE MANDETTA, Ministro de Estado da Saúde;
RICARDO DE AQUINO SALLES, Ministro de Estado do Meio Ambiente;
MARCELO HENRIQUE TEIXEIRA DIAS, Ministro de Estado do Turismo;
GUSTAVO HENRIQUE RIGODANZO CANUTO, Ministro de Estado do Desenvolvimento
Regional;
DAMARES REGINA ALVES, Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos;
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA, Advogado-Geral da União;
ROBERTO DE OLIVEIRA CAMPOS NETO, Presidente do Banco Central do Brasil;
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR, Governador do Distrito Federal;
WILSON JOSÉ WITZEL, Governador do Estado do Rio de Janeiro;
JOÃO AGRIPINO DA COSTA DORIA JÚNIOR, Governador do Estado de São Paulo;
ROMEU ZEMA NETO, Governador do Estado de Minas Gerais;
EDUARDO FIGUEIREDO CAVALHEIRO LEITE, Governador do Estado do Rio Grande do Sul;
CARLOS MOISÉS DA SILVA, Governador do Estado de Santa Catarina;
CARLOS ROBERTO MASSA JÚNIOR, Governador do Estado do Paraná;
GLADSON DE LIMA CAMELI, Governador do Estado do Acre;
ANTÔNIO OLIVERIO GARCIA DE ALMEIDA, Governador do Estado de Roraima;
Almirante de Esquadra CLAUDIO PORTUGAL DE VIVEIROS;
Almirante de Esquadra ALIPIO JORGE RODRIGUES DA SILVA;
Almirante de Esquadra ALMIR GARNIER SANTOS;
General de Exército CLAUDIO COSCIA MOURA;
General de Exército ARTUR COSTA MOURA;
General de Exército WALTER SOUZA BRAGA NETTO;
General de Exército DÉCIO LUÍS SCHONS;
Tenente-Brigadeiro do Ar CARLOS DE ALMEIDA BAPTISTA JUNIOR;
Tenente-Brigadeiro do Ar LUIZ FERNANDO DE AGUIAR;
Tenente-Brigadeiro do Ar LUIS ROBERTO DO CARMO LOURENÇO;
JOSÉ MUCIO MONTEIRO FILHO, Presidente do Tribunal de Contas da União; e
OLAVO LUIZ PIMENTEL DE CARVALHO;
II – no grau de Grande Oficial:
FLÁVIO NANTES BOLSONARO, Senador;
MARCOS RIBEIRO DO VAL, Senador;
SELMA ROSANE SANTOS ARRUDA, Senadora;
SÉRGIO OLÍMPIO GOMES, Senador;
SORAYA VIEIRA THRONICKE, Senadora;
BEATRIZ KICIS TORRENTS DE SORDI, Deputada Federal;
EDUARDO NANTES BOLSONARO, Deputado Federal;
HÉLIO FERNANDO BARBOSA LOPES, Deputado Federal;
JOICE CRISTINA HASSELMANN, Deputada Federal;
LUIZ PHILIPPE DE ORLÉANS E BRAGANÇA, Deputado Federal;
MARCEL VAN HATTEM, Deputado Federal;
NILSON PINTO DE OLIVEIRA, Deputado Federal;
VITOR HUGO DE ARAÚJO ALMEIDA, Deputado Federal;
WALDIR SOARES DE OLIVEIRA, Deputado Federal;
LUIS ROBERTO DI SAN MARTINO-LORENZATO DI IVREA, Deputado do Parlamento da República
Italiana;
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Presidente do Superior Tribunal de Justiça;
JOÃO BATISTA BRITO PEREIRA, Presidente do Tribunal Superior do Trabalho;
MARIA THEREZA ROCHA DE ASSIS MOURA, Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça;
General de Divisão CESAR LEME JUSTO;
Major-Brigadeiro do Ar HERALDO LUIZ RODRIGUES;
Major-Brigadeiro do Ar PAULO BORBA;
CÉLIO FARIA JÚNIOR;
JORGE ANTÔNIO DE OLIVEIRA FRANCISCO;
JOSÉ COÊLHO FERREIRA;
MARCOS PRADO TROYJO;
PEDRO CESAR NUNES FERREIRA MARQUES DE SOUSA; e
ROGÉRIO SIMONETTI MARINHO;

quarta-feira, 1 de maio de 2019

O povo contra a democracia - Yascha Mounk (livro)


O mundo está em crise. Populistas autoritários tomaram o poder. Os cidadãos estão perdendo a confiança em seu sistema político. A democracia liberal foi posta em xeque. Em O povo contra a democracia, um livro contundente e necessário, Yascha Mounk faz uma análise precisa desse cenário comum a diversas nações. Ainda é possível reverter a situação e assegurar os valores democráticos? Sim, mas não há tempo a perder.
“Qual é exatamente a natureza dessa crise? E o que a impulsiona? Em meio a tantos livros do gênero, O povo contra a democracia destaca-se pela qualidade das respostas a essas perguntas. Mounk fornece uma combinação admirável de experiência acadêmica e senso político.” — The Economist
Inclui prefácio exclusivo à edição brasileira.

Leia um trecho: https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/14645.pdf

Confira a repercussão na imprensa 

Veja: Civilização em risco
O cientista político Yascha Mounk diz que a ligação histórica entre liberdade individual e instituições democráticas está se esgarçando.

Estadão: “Temo que possa ser o início de uma era populista”, afirma Yascha Mounk em entrevista
Cientista político analisa o fenômeno político em novo livro e diz que discurso de Jair Bolsonaro é preocupante”.

Folha de S.Paulo: “Democracia liberal está sendo corroída”
Para Yascha Mounk, conflito entre vontade popular e direitos individuais ameaça sistema.

BBC News Brasil: “É preocupante depender de militares para manter estabilidade do governo”, diz cientista político de Harvard

Correio Braziliense: Cientista político Yascha Mounk fala sobre as ameaças autoritárias
Em entrevista ao Correio, Yascha Mounk analisou a situação de democracias no Brasil e no mundo.

Folha de S.Paulo: “Se subestimarem o perigo que vem de Bolsonaro, teremos um problema”, diz professor de Harvard

Yascha Mounk, autor de O povo contra a democracia, lançou edição em português na quinta-feira (25).

Tocqueville’s Rigorous Logic of Egalitarian Conformity - James R. Rogers

Tocqueville’s Rigorous Logic of Egalitarian Conformity

Tocqueville several times argues in Democracy in America that the social structures people inhabit — aristocracy or democracy most notably — affects the social and personal possibilities people can conceive or imagine. I term this Tocqueville’s theory of “social semiotics,” meaning how social relationships construct the cognitive world in which people think and live.
It sounds more complicated in the abstract than it is in application. Tocqueville’s implicit deployment of the theory, however, is absolutely fascinating.
Tocqueville applies the theory at different times throughout Democracy in America. Perhaps the clearest application comes toward the end of Volume 2. Here he discusses several topics, including, importantly, “secondary” or mediating powers. Tocqueville writes,
The idea of secondary powers, placed between the sovereign and the subjects, presented itself naturally to the imagination of aristocratic peoples, because these powers contained within them individuals or families who were elevated above all others by birth, enlightenment, and wealth and who seemed destined to command. This same idea is naturally absent from the minds of men in times of equality for opposite reasons; it can only be introduced there in an artificial way, and it is only retained there with difficulty, whereas they conceive, as it were without thinking about it, the idea of a unique and central power that leads all the citizens by itself.
Aristocrats are a secondary power between “the sovereign and the subjects.” But the implications of their existence in a society — or their absence — goes beyond their direct mediatorial influence. It primes people psychologically to see some social and political possibilities, and to be blind to others. In the absence of an aristocracy, “in politics . . . as in philosophy and religion,” Tocqueville writes, “the mind of democratic peoples takes in general and simple ideas with delight. Complicated systems repel it . . .”
For example, as a result of democratic equality, “the idea of a unique and central power . . . presents itself most spontaneously to the minds of men.” This, for example, invites the administrative centralization Tocqueville famously warns against. (Interestingly, however, Tocqueville also suggests the semiotics of democratic equality also changes “the imagination of princes” in Europe. In particular, it allowed royal sovereigns to conceive of an omnipotence and ubiquity to their own powers that they did not imagine previously.)
The semiotic world created by one set of social structures or the other — aristocratic or democratic —are so powerful, and so invisible, that they lead to legal, political, and social outcomes in ways people are not aware. So powerful are these implications that they overpower other ways of framing issues, providing ostensibly solutions to problems that don’t really exist.
These opposite penchants of mind [aristocracy versus democratic uniformity] end up, on both sides by becoming instincts so blind and habits so invincible that they still govern actions even in the face of exceptional cases. . . . [I]n our day governments exhaust themselves in order to impose the same practices and the same laws on populations who are not yet alike.
Initial steps down the path of equalitarianism in turn create their own momentum, picking up speed and insisting on ever more conformity. “These ideas take root and grow as conditions become more equal and men more alike; equality brings them into being, and they in their turn speed up the progress of equality.” (Tocqueville also discusses how the power of aristocratic semiotics resulted in artificial inequalities being imposed upon “alike” people in the Middle Ages.)
It is, as so many of Tocqueville’s observations, a trenchant hypothesis. And one seemingly with explanatory bite even today. For example, the rapid spread of the idea of “marriage equality.” This could hardly have been called even the glimmer of an idea in the 1970s. Yet within one generation it moves from barely being even conceived to being enshrined in the U.S. as a matter of constitutional law. Legal recognition of heterosexual couples became legal privileges, and so were necessarily flattened by the intrinsic logic of equality as it gathered momentum.
More than that, the example illustrates the power of the idea. Increasingly today, many Americans cannot even think of permissible difference regarding marriage equality: Hence, if someone deigns to distinguish between heterosexual and homosexual marriage, the distinction is ascribed to animus, the possibility of an alternative explanation that is not hateful is rejected. Hence intolerance toward the Colorado cake maker, Jack Phillips, all in the name of equalitarian tolerance.
Tocqueville’s hypothesis holds the possibility of numerous other implications and applications. What is fetching about his notion, however, is that that it accounts for how socially compelling ideas arise so naturally out of our social experience that we are not even aware of how they shape and control our thinking.

James Rogers is associate professor of political science at Texas A&M University, and is a fellow with the Institute for Science, Technology and Public Policy at the Bush School of Government and Public Service. He also served as editor of the Journal of Theoretical Politics from 2006 through 2013.

Mini-reflexões sobre o atual momento político - Paulo Roberto de Almeida

Duas reflexões de oportunidade, em plena viagem: 

Cidadãos livres, conscientemente e verdadeiramente democratas, deveriam estar profundamente preocupados com o movimento revolucionário-reacionário olavista-bolsonarista em curso atualmente no Brasil, enquanto poderosa ameaça à nossa frágil democracia. Portanto, os democratas devem acionar o modo resistência e se preparar para uma dura luta no sentido de conscientizar a imensa massa de corações e mentes já tomados e/ou dominados pelo movimento em questão. A acomodação passiva à nova ordem em fase de instalação pode nos levar à mesma triste situação de outros regimes iliberais, antiliberais e reacionários de direita já conhecidos na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. A ameaça é real e pode durar muitos anos. 
Por isso, termino com uma pequena adaptação da Marselhesa:
Aux armes (intelectuelles et pratiques), citoyens...
Aux armes...
Paulo Roberto de Almeida
Uberlândia, 28/04/2019

A esquerda, tanto a gramsciana quanto a neobolchevique - ambas representadas pelo PT e presentes em diversos outros partidos e movimentos de esquerda - deslanchou uma revolução cultural ainda em curso, e com força social, capital humano e muitos recursos financeiros (que desviaram do Estado, extorquiram dos capitalistas e roubaram do povo) para durar e tentar voltar ao poder. 
Mas não se deve descurar o fato de que certa direita rústica, reacionária e também antidemocrática, e que conquistou esse poder em outubro de 2018, também deslanchou uma guerra cultural, confusamente representada pelo movimento olavista-bolsonarista em fase de organização, com o objetivo de se consolidar no poder.
Considero ambas tendências antiliberais e antidemocráticas, forças profundamente nefastas e perigosas para o enraizamento de um sistema verdadeiramente democrático no Brasil.
Como não sou de me juntar a partidos ou movimentos, vou reforçar meus instrumentos de luta democrática no meu quilombo de resistência intelectual que é o meu blog Diplomatizzando.
Paulo Roberto de Almeida 
Uberlândia, 28/04/2019

Uma nota sobre a diplomacia improvisada do momento - Paulo Roberto de Almeida

Inevitável num feriado parar para pensar nas características mais gerais de determinadas políticas públicas: a diplomacia constitui um desses lamentáveis exemplos de total descompasso entre os requerimentos mais desejáveis para a inserção global do Brasil na globalização e a mais total incompreensão sobre as bases racionais da adequação entre meios e fins, provavelmente porque seus promotores aderiram de maneira beata (e a meu ver completamente estúpida) às invectivas alucinadas contra o globalismo e o fantasma do “marxismo cultural” emanadas de um guru destrambelhado que vive há 16 anos fora do Brasil.
A realidade é que a diplomacia brasileira atual converteu o Brasil em objeto do ridículo universal.

Uma das características mais evidentes (e mais alarmantes) da atual diplomacia bolsonarista é o alinhamento da política externa brasileira com a dos EUA, mais exatamente com a diplomacia de Donald Trump, numa demonstração inédita em nossa história de extrema subserviência a um dirigente estrangeiro.
Ficará certamente como marca exclusiva de uma gestão que não conseguiu, em 4 meses de governo, explicar racionalmente as bases conceituais, os princípios estratégicos e as prioridades táticas de uma diplomacia até aqui extremamente confusa, hesitante, incompreensível no plano da estrita funcionalidade entre meios e fins, provavelmente porque seu titular não possui nenhum dos atributos que normalmente qualificam um chanceler consciente da responsabilidade inerente ao alto significado nacional de seu trabalho.
Demonstra, ao contrário, sua subserviência total aos amadores que guiam de forma autoritária o seu trabalho de mera assistência sabuja, atendendo inclusive a recomendações estapafúrdias de um sofista completamente inepto em matéria de relações internacionais.
Nunca antes na diplomacia, mesmo...

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 1. de maio de 2019

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Academia.edu: uma boa plataforma de interação acadêmica - Paulo Roberto de Almeida

Uma postagem suscita outra e mais outra e mais além...
Como esta aqui, por exemplo:

https://www.academia.edu/38426254/Lista_de_Trabalhos_Originais_de_2019_Preliminar_
Lista de Trabalhos Originais de 2019 (Preliminar)
Trabalhos Originais de Paulo Roberto de Almeida, 2019








21 Views

74 Views

15 Views

30 Views

177 Views

18 Views

65 Views

31 Views

116 Views

54 Views

27 Views

58 Views

25 Views

51 Views

56 Views

43 Views

215 Views

42 Views

72 Views

64 Views

87 Views

18 Views

23 Views

25 Views