O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O Panorama visto em Mundorama - Livro em Kindle de Paulo Roberto de Almeida

O panorama visto em Mundorama: Ensaios irreverentes e não autorizados 

(Portuguese Edition) eBook Kindle



Coletânea de todos os artigos publicados pelo autor na revista digital Mundorama, onde são publicadas contribuições breves versando sobre os temas da agenda internacional contemporânea, e para a qual ofereci colaborações desde janeiro de 2007. A obra divide as dezenas de artigos nas seguintes categorias: 1. Política externa brasileira e diplomacia companheira; 2. Economia política internacional; 3. Globalização, Embromação; 4. Política internacional, Questões estratégicas; 5. Ideias, cultura, livros; 6. O Brasil e o mundo, de um século a outro; 7. Miscelânea de artigos dos anos 2015 a 2017.



Al enfrentarme a su concepción... quise utilizar la historia... para reflexionar sobre la perversión de la gran utopía del siglo XX, ese proceso en el que muchos invirtieron sus esperanzas y tantos hemos perdido sueños, años y hasta sangre y vida. (...) En ese dilatado proceso, me resultó imprescindible... el conocimiento, las experiencias y las investigaciones previas... y hasta las incertidumbres sobre una historia las más de las veces sepultada o pervertida por los líderes que durante... años fueron los dueños del poder y, por supuesto, de la Historia.

Leonardo Padura
El Hombre que Amaba los Perros

 (Barcelona: Tusquets, 2009), p. 763-764.


Índice 
Apresentação
O mundo visto no diorama de Mundorama

Primeira Parte
Política externa brasileira e diplomacia companheira
1. Fim das utopias na Casa de Rio Branco?
2. A política externa companheira e a diplomacia partidária
3. Continuidade e mudança na política externa brasileira 
4. A diplomacia brasileira numa nova conjuntura política
5. O Brasil e a integração regional, da Alalc à Unasul: algum progresso?

Segunda Parte
Economia política internacional
6. Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo
7. Os Brics na nova conjuntura de crise econômica mundial
8. A Guerra Fria Econômica: um cenário de transição?
9. Desafios da economia brasileira na interdependência global
10. A agenda econômica internacional: o cenário atual
11. Como o Brasil se insere no cenário mundial, agora e no futuro próximo?
12. Como e qual seria uma (ou a) agenda ideal para o Brasil?
13. O que o Brasil deveria fazer para maximizar a “sua” agenda?

Terceira Parte
Globalização, Embromação
14. A globalização e o direito comercial: uma longa evolução
15. Fluxos financeiros internacionais: é racional a proposta de taxação?
16. Fórum Econômico e Fórum Social: dois mundos contraditórios
17. Fórum Social Mundial: uma década de embromação
18. Triste Fim de Policarpo Social Mundial
19. A falência da assistência oficial ao desenvolvimento

Quarta Parte
Política internacional, Questões estratégicas
20. A guerra de 1914-18 e o Brasil: impactos imediatos, efeitos permanentes
21. O mundo sem o Onze de Setembro: explorando hipóteses
22. Wikileaks: verso e reverso
23. Wikileaks-Brasil: qual o impacto real da revelação dos documentos?
24. Digressões contrarianistas sobre o desarmamento nuclear
25. Um congresso de Viena para o século 21?
26. As ilusões perdidas do século 21

Quinta Parte
Ideias, cultura, livros
27. A ideia do interesse nacional: onde estamos?
28. Imperfeições dos mercados ou “perfeições” dos governos
29. Miséria do Capital no século 21
30. Reformando o sistema monetário internacional
31. As quatro liberdades e um projeto para o Brasil
32. Algumas recomendações de leituras
33. Estratégia diplomática: relendo Sun Tzu para fins menos belicosos
34. Memória e diplomacia: o verso e o reverso
35. Da democracia à ditadura: uma gradação cheia de rupturas

Sexta Parte
O Brasil e o mundo, de um século a outro
36. A diplomacia dos antigos comparada à dos modernos
37. A ordem econômica mundial, do século 19 à Segunda Guerra
38. The world economy, from belle Époque to Bretton Woods
39. Relações Brasil-EUA no início do século 21: desencontros
40. A falácia dos modelos de desenvolvimento: enterrando um mito sociológico
41. O TransPacific Partnership e seu impacto sobre o Mercosul
42. Quais são as grandes ameaças ao Brasil?
43. Desafios externos ao Brasil no futuro próximo

Sétima Parte
Miscelânea de artigos dos anos 2015 a 2017
44. O pensamento estratégico de Francisco Adolfo de Varnhagen
45. A posição bizarra do Brasil na economia mundial
46. O Mercosul aos 25 anos: minibiografia não autorizada
47. Do lulopetismo diplomático a uma política externa profissional
48. Política externa e política econômica no Brasil pós-PT
49. Um século de mudanças na vida do Brasil e do mundo, nos anos 6...
50. Populismo econômico e ‘destruição destrutiva’ na América Latina
51. China’s pivot, Brazil’s stance: a personal view
52. O que esperar de 2017: economia e política internacional
53. Roberto Campos, 100 anos: atualidade de suas ideias
54. RBPI: itinerário de uma revista essencial
55. Uma visão crítica da política externa brasileira: a da SAE-SG/PR


Apêndices
Relação cronológica dos ensaios publicados em Mundorama
Relação dos artigos publicados anteriormente em RelNet
Livros publicados pelo autor
Nota sobre o autor 

Detalhes do produto

  • Tamanho do arquivo: 5725 KB
  • Quantidade de dispositivos em que é possível ler este eBook ao mesmo tempo: Ilimitado
  • Editora: Edição de autor; Edição: 3 (21 de dezembro de 2019)
  • Data da publicação: 21 de dezembro de 2019
  • Vendido por: Amazon Digital Services LLC
  • Idioma: Portuguese
  • ASIN: B082ZNHCCJ
  • Dicas de vocabulário: Não habilitado
  • Empréstimo: Habilitado
  • Configuração de fonte: Habilitado 

Apresentação
O mundo visto no diorama de Mundorama

Diorama, segundo as definições e as representações costumeiras, é um modelo, que pode ser construído tanto em miniatura quanto em tamanho natural, representando, num formato tridimensional, algum evento, indivíduos ou integrantes do mundo natural, ou ainda, alguma configuração marcante de uma determinada sociedade, do presente ou do passado, que possua relevância suficiente para justificar sua reprodução de forma realista daquilo que se pretenda oferecer aos visitantes como comemoração histórica, ou antropológica, ou qualquer outra, geralmente fazendo parte de um museu ou construção especialmente construída para tal finalidade. Não chegam ao realismo extremo de certas figurações típicas da história patriótica americana – quando se reencenam, com atores do presente em trajes de época, batalhas ou cenas da formação progressiva do país – mas constituem, ainda assim, representações atrativas, pois se destinam justamente a finalidades didáticas, para o público leigo e infanto-juvenil.
Alguns dioramas são extremamente sofisticados: sempre me lembro do realismo com o qual se recriou a batalha de Waterloo, na cidade belga desse nome, com todos os exércitos alinhados para a derradeira derrota de Napoleão. Os militares apreciam esses figurações, e lhes emprestam o maior realismo possível. Vem-me à mente, igualmente, o excelente Liberty Memorial da Primeira Guerra Mundial, em Kansas City, com um imenso painel relatando a entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1917. Combinando diversas técnicas, é um dos mais completos que me foi dado visitar em torno da Grande Guerra, igualando, provavelmente, o Memorial de Péronne, na França.
Pois bem, o veículo virtual com o qual tenho o privilégio de colaborar, o boletim eletrônico Mundorama, dirigido pelo ativíssimo professor Antonio Carlos Lessa, é uma espécie de diorama sobre o mundo contemporâneo (e do passado também). Trata-se, antes de tudo, de um empreendimento extremamente didático, ainda que bastante leve e diversificado, embora não tridimensional, mas suficientemente rico para atrair todos aqueles – estudantes, pesquisadores, curiosos, “livre atiradores”, como eu – que se interessam muito, pouco, ou mesmo muito pouco, pelas relações internacionais e pela inserção mundial do Brasil. Segundo sua definição editorial, “Mundorama é uma abordagem ágil sobre os temas da agenda internacional e da política externa brasileira” e nele “são publicadas contribuições breves versando sobre os temas da agenda internacional contemporânea.” 
Desde que comecei a colaborar, primeiro esporadicamente, agora de forma mais regular, com o boletim, confesso que não tenho sido muito breve, ou sintético. Como poderão constatar os que percorrerem estas páginas, mais uma compilação de meus escritos de uma década inteira, algumas dessas contribuições se estendem por mais de dez páginas, o que destoa das recomendações dos organizadores quanto ao caráter leve dos textos ali recolhidos. Devo, entretanto, à generosidade do professor Lessa o bom acolhimento que tenho encontrado para meus textos de certo modo prolixos, tortuosos, por vezes torturados, em torno de todos os problemas – nacionais ou internacionais – que clamam pela minha atenção na leitura diária de um volume razoável de periódicos e de boletins virtuais. Meus agradecimentos renovados pela compreensão e tolerância.
Não estão aqui compilados todas as contribuições publicadas nas “páginas” de Mundorama, inclusive porque várias delas foram reproduzidas no boletim irmão, um tanto mais formal – quase de terno e gravata – que é o Meridiano 47, já objeto de uma anterior compilação minha, igualmente disponível: Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015), livro digital montado a partir de uma seleção de minhas colaborações a esse boletim (e disponível neste link: https://www.academia.edu/11981135/28_Paralelos_com_o_Meridiano_47_ensaios_2015_). Vou ainda aperfeiçoá-lo, graficamente, visualmente, e colocá-lo em minha página. 
Em todo caso, a lista das contribuições até agora oferecidas estão listadas no Apêndice, que também relaciona meus escritos no boletim predecessor de Mundorama, em sua primeira encarnação, as Colunas do RelNet, uma iniciativa pioneira dessa tribo de desbravadores do atual IRel-UnB, com a qual colaboro sempre quando me chamam, mas sempre como livre atirador, jamais como representante de qualquer entidade ou escola de pensamento. Ser livre significa escolher em total autonomia todos e cada um dos temas que são aqui submetidos ao meu  bisturi analítico: jamais recebi qualquer encomenda dos editores, ou de quem quer que seja, para tratar deste ou daquele assunto. 
Minto: nos anos comemorativos, tanto o professor Lessa quanto os editores ou responsáveis pelo IBRI e pela RBPI, me sugeriam algum escrito recapitulativo, isto é, de cunho histórico, o que eu teria feito voluntariamente de igual modo. Salvo essas poucas “encomendas”, todos os demais temas figuram nos meus cadernos de notas como sendo o resultado de leituras, reflexões, pesquisas e debates, que são mais raros, estes últimos, na medida em que eu prefiro o labor solitário, geralmente com o concurso dos livros e das revistas, em frente à tela de um computador, na consulta virtual de todas as fontes disponíveis, sempre na companhia intelectualmente estimulante de Carmen Lícia, que costuma ter meus péssimos hábitos de leituras e trabalhos noctívagos. 
Não creio que eu necessite apresentar qualquer um dos textos aqui reproduzidos, pois acredito que eles falam por eles mesmos. A despeito de algum overlapping entre Mundorama e Meridiano 47, evitei as repetições entre os dois volume de compilações, com uma única exceção, o texto 6: “Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo”, uma vez que penso que ele oferece uma boa introdução à problemática que vai discutida na seção dedicada à economia política internacional, como já tinha sido o caso no volume anterior. Aproveitei, tanto quanto possível, as belas imagens que decoravam a edição original de cada um dos escritos em Mundorama, ao qual os curiosos podem recorrer, para uma formatação mais agradável, ou conferir o texto de fato publicado (http://mundorama.net/?s=Paulo+Roberto+de+Almeida).
Este volume está destinado a crescer em tamanho em futuras edições – ainda que não pretenda imitar os verdadeiros dioramas em seu formato tridimensional –, à medida em que novos escritos vierem completar os temas aqui tratados, geralmente de forma mais rápida que os trabalhos mais “pesados”. Mas, como os congêneres de museus, ele se pretende igualmente didático em espírito e em intenção, tanto quanto sintético de realidades sempre complexas e multifacetadas das relações internacionais e da inserção do Brasil nos seus vários ambientes. Não preciso, em absoluto, oferecer qualquer tipo de “disclaimer” quanto ao fato, deveras conhecido de todos que acompanham meus trabalhos, que as ideias e posições aqui expostas correspondem inteiramente ao meu próprio pensamento, não refletindo de nenhuma forma, posturas e políticas de qualquer corporação com a qual eu possa estar envolvido ou servindo. 
Ser livre atirador significa assumir inteira responsabilidade pelas tomadas de posição, pelas críticas mais amenas ou mais acerbas que possam estar aqui contidas, como aliás sempre foi minha postura ao longo de minha trajetória intelectual. Simples curiosos, alunos de áreas que são as de minhas leituras e pesquisas, colegas de profissão ou de academia, podem ter certeza de que todas as ideias aqui defendidas são sempre expostas com o mesmo ardor e convicção que desde anos animam os meus estudos.
Vale!

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 21 de abril de 2015; Edição ampliada: Brasília, 2 de dezembro de 2015
3ª. Edição com acréscimo de uma 7ª Parte: Brasília, 22 de dezembro de 2019

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O governo liberal que entrega dinheiro do povo a banqueiros - Ricardo Bergamini

Bolsonaro desmoraliza o pensamento liberal (Ricardo Bergamini).

Prezados Senhores

Algum leitor de nível primário duvida da volta do PT?
Gostemos, ou não, não adianta tentarmos nos esconder atrás da própria sombra, mas quem vai decidir o futuro político do Brasil serão os eleitores degradados abaixo, onde a esquerda é mestra na manipulação dessa massa de manobra: 
No trimestre encerrado em outubro de 2019 a taxa composta de subutilização da força de trabalho (23,8%) variou -0,8 p.p. em relação ao trimestre móvel anterior (24,6%) e ficou estatisticamente estável em relação ao mesmo trimestre móvel de 2018 (24,0%).  Em relação ao mesmo período móvel de 2014 (14,8%), houve crescimento de 60,81%.
No trimestre encerrado em outubro de 2019 a população fora da força de trabalho (64,9 milhões de pessoas) permaneceu estável em ambas as comparações.

Essa massa de degradados não entende de política e ideologia, mas apenas que a situação atual do emprego está 60,81% pior do que o ano de 2014. O resto é debate de bêbados.

Bolsonaro recria Proer e manda projeto ao Congresso de socorro a bancos com dinheiro público

No apagar das luzes de 2019, o governo Jair Bolsonaro encaminhou projeto ao Congresso Nacional que prevê o uso de recursos públicos no socorro a bancos, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), desde 2000. O projeto segue os moldes do Proer, programa criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso para injetar bilhões no sistema para salvar bancos

23 de dezembro de 2019

247 - Jair Bolsonaro encaminhou nesta segunda-feira (23), no apagar das luzes de 2019, um projeto de lei completar para o Congresso Nacional que prevê o uso de recursos públicos no socorro a bancos em dificuldade, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O projeto chamado de “resolução bancária”, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, representa um novo marco legal para intervenção e liquidação de instituições financeiras no Brasil.

Na publicação do Diário Oficial não há detalhes sobre o projeto, apenas a mensagem de encaminhamento ao Congresso. 

O uso de dinheiro do Tesouro Nacional, ou seja, dos contribuintes, para socorrer bancos é proibido desde 2000, com a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal. 

O governo tenta manobrar esta medida ao estabelecer no projeto que o dinheiro público só seria usado depois de esgotadas as demais fontes para o reequilíbrio das instituições financeiras.

De acordo com o Art. 45 da proposta, somente em caso de risco de crise sistêmica ou de ameaça à solidez do Sistema Financeiro Nacional, do Sistema de Pagamentos Brasileiro ou do Sistema Nacional de Seguros, Capitalização, Resseguros e Previdência Complementar Aberta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá, por meio de proposta da autoridade de resolução – o Banco Central, por exemplo – “aprovar a realização de empréstimos da União ao fundo de resolução do qual a pessoa jurídica participe”. O CMN é formado hoje por representantes do BC e do Ministério da Economia.

Com isso, ficará a cargo do CMN aprovar um empréstimo da União a um fundo de resolução do qual a instituição financeira participe. Fundo este que será criado, conforme estabelece o projeto. 

Na prática, o projeto prevê a capitalização, pela União, do fundo de resolução que, por sua vez, poderá conceder recursos a um banco em dificuldades, por exemplo.

O projeto lembra do Proer, programa criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso para injetar bilhões no sistema para salvar bancos.

Ricardo Bergamini

Origins of Globalization - Andrey Korotayev, Leonid Grinin (Academia.edu)

Academia.edu

In this article we analyze processes and scales of global integration in historical perspective, starting with the Agrarian Revolution. We connect the main phases of historical globalization with the processes of the development of the Afroeurasian world-system. In the framework of the Afroeurasian world-system the integration began several millennia BCE. In it the continental and supracontinental links became so developed long before the Great Geographic Discoveries and thus they could well be denoted as global (albeit in a somehow limited sense). Among some researchers there is still a tendency to underestimate the scale of those links in the pre-Industrial era; thus, it appeared necessary to provide additional empirical support for our statement. It also turned necessary to apply a special methodology (which necessitated the use of the world-system approach). We analyze some versions of periodization of globalization history. We also propose our own periodization of the globalization history basing on the growth of the scale of intersocietal links as an indicator of the level of globalization development. On Goals and Tasks of the Article In the framework of this article we attempt to solve the following tasks:
1) to demonstrate that it was already a few thousand years ago (at least since the formation of the system of long-distance large-scale trade in metals in the 4th millennium BCE) when the scale of systematic trade relationships overgrew significantly the local level and became regional (and even transcontinental in a certain sense);
2) to show that already in the late 1st millennium BCE the scale of processes and links within the Afroeurasian world-system did not only exceed the regional level, it did not only reach the continental level, but it also went beyond continental limits.
That is why we contend that within this system marginal systemic contacts between agents of various levels (from societies to individuals) may be defined as transcontinental (note that here we are dealing not with overland contacts only, as since the late 1st millennium BCE in some cases we confront oceanic contacts – the most salient case is represented here by the Indian Ocean communication network.