O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Chamada de artigos para a revista Tempo do Mundo (Ipea): Desenvolvimento Fronteiriço e Migrações

 Divulgamos a chamada de artigos da Revista Tempo do Munddo (Qualis A4):

Desenvolvimento Fronteiriço e Migrações

O Brasil possui 16,9 mil quilômetros de fronteiras terrestres. Dos 12 países da América do Sul, o país faz fronteira com 10 deles e com o departamento ultramarino da França na região. Desde a perspectiva subnacional, são 11 estados fronteiriços, 588 municípios na faixa de fronteira e 33 cidades gêmeas. Tal realidade se impõe como uma agenda de oportunidades para o Brasil, seus estados e municípios, em que se faz necessário pensar no desenvolvimento regional e local alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A Política Nacional de Fronteiras (PNFron) foi instituída pelo Decreto Nº 12.038 de 29 de maio de 2024 e tem por finalidade orientar as ações do Poder Executivo federal para a atuação coordenada com os entes federativos e com as instituições privadas, com vistas à promoção da segurança, do desenvolvimento sustentável, da integração regional, dos direitos humanos, cidadania e proteção social nas fronteiras brasileiras.

Tal iniciativa foi considerada inédita, pois permite integrar políticas relativas às fronteiras e aprimorar a governança, tendo como objetivo ampliar a atuação das instituições do Estado nas regiões de fronteiras. Por exemplo, pode-se citar a segurança de fronteira em Pacaraima e a segurança pública em Boa Vista, que se complexificaram com a elevada migração; a mobilidade, dificultada com o fechamento e restrições de passagem na fronteira, trazendo estrangulamentos na zona fronteiriça; e a integração dos migrantes ligada à interiorização nas diversas regiões o país. Durante a reunião dos presidentes da América do Sul em 30 de maio de 2023, o mandatário brasileiro Lula da Silva propôs a atualização da carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN), reforçando a multimodalidade e priorizando os de alto impacto para a integração física e digital, especialmente nas regiões de fronteira.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) possui uma série de publicações sobre fronteiras, sendo este um tema transversal na instituição. Entre os estudos da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur), destacam-se os livros “Fronteiras do Brasil: uma Avaliação de Política Pública (volume 1)”, “Fronteiras do Brasil: Diagnóstico e Agenda de Pesquisa para Política Pública (volume 2)”, “Fronteiras do Brasil: uma Avaliação do arco Norte (volume 3)”, “Fronteiras do Brasil: uma avaliação do arco Central (volume 4)” e “Fronteiras do Brasil: uma avaliação do arco Sul (volume 5)”, elaborados em parceria com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Entre as publicações da Diretoria de Estudos Internacionais (Dinte), destaca-se o livro “O Mercosul e as Regiões de Fronteira”, além das publicações sobre integração regional, infraestrutura e regiões fronteiriças, como o livro “Corredor bioceânico de Mato Grosso do Sul ao Pacífico: produção e comércio na rota da integração sul-americana”, o artigo “O protagonismo do Mato Grosso do Sul para a resiliência do Corredor Rodoviário Bioceânico”, o Boletín FAL-392 “Red Interoceánica en América del Sur: corredores bioceánicos y el rol de los estados articuladores” (publicado pela CEPAL), os Textos de Discussão 2901 (em Português) e 01 (em Espanhol) “Redes de atores e o seu papel no desenvolvimento de corredores: diagnóstico e proposta de governança para o Corredor Rodoviário Bioceânico Mato Grosso do Sul-Portos do Norte do Chile” e a Nota Técnica “A Ponte do Abunã e a Integração da Amacro ao Pacífico”.

O Ipea também tem participado ativamente de espaços regionais e governamentais relativos à temática, principalmente com o recorte de integração regional, como o Subgrupo de Trabalho N°18 (SGT N°18) “Integração Fronteiriça” do Mercosul e o Subcomitê de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano do Ministério do Planejamento e Orçamento - SIDSA/MPO.

O Observatório Fronteiriço das Migrações Internacionais (MIGRAFRON) visa aprofundar o conhecimento teórico, metodológico e empírico a respeito das configurações e das especificidades que os processos migratórios internacionais produzem nos espaços fronteiriços. A junção das categorias fronteira e migração internacional é seu principal conteúdo conceitual, dada, principalmente, pelas singularidades que esse espaço possui e pelos diversos desdobramentos que esse fluxo produz ali. O MIGRAFRON é fruto de articulações desenvolvidas através de pesquisadores do Mestrado de Estudos Fronteiriços e da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Surge, ainda, como inciativa das Cátedras Sérgio Vieira de Mello da UFMS e da UFGD, lhe dando maior ênfase às possibilidades de inserção social e busca por conectividades e soluções criativas nas diversas esferas em que a questão migratória é pautada. Nos dias 26 a 28 de junho de 2024, de forma híbrida, foi realizado o II Congresso do MIGRAFRON a partir do Campus Pantanal da UFMS, de onde emerge a parceria com o Ipea para a proposição deste dossiê.

O número 35 da Revista Tempo do Mundo (Qualis A4) abordará o fenômeno migratório na fronteira, abrangendo os seguintes temas:

* Integração de Infraestrutura e Desenvolvimento Fronteiriço
* Segurança, Mobilidade e Integração socioeconômica dos migrantes no território
* Trabalho, Documentação e Registros Públicos em Fronteira
* Educação e Cultura em Fronteira
* Saúde e Assistência Social em Fronteira
* Preconceito, Racismo, Xenofobia e Redes Solidárias em Fronteira
* Gênero e Diversidade na Migração em Fronteira

Este número será coordenado por Patricia Teixeira Tavano, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e Bolívar Pêgo, Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os manuscritos podem ser enviados pelo site da Revista Tempo do Mundo até a data de 30 de setembro de 2024.

https://www.ipea.gov.br/revistas/index.php/rtm/migracoes


Mudando de casa: arquitetura dos 20 aos 90 - Carlos Eduardo Novaes

A despeito de ainda estar longe da casa dos 80, pretendo chegar lá, inclusive porque ainda preciso dar um destino certo a alguns milhares de livros. PRA

A NOVA CASA

Carlos Eduardo Novaes

Meu amigo Luiz está se mudando. Mês que vem deixa a casa dos 70 e de mala e cuia se muda para a casa dos 80. Luiz pretende viver uns bons anos na nova casa, mais próxima do fim da rua.

Ele sabe que estou morando lá há mais de dois anos e perguntou-me se gostei da mudança. Ora, não se tratou de gostar ou não. Terminou meu tempo na casa dos 70 depois de 10 anos, e saí feliz porque podia ter sido despejado antes do final do contrato.

Assim como a casa dos 20 lembra uma universidade, a casa dos 60, um posto do INSS, a casa dos 80 lembra uma clínica geriátrica. Lembrava! Quando entrei na casa a primeira surpresa foi vê-la cheia de “cabeças brancas”. Na época da minha avó alcançar a casa dos 80 era uma façanha olímpica, para poucos. A segunda e maior surpresa foi ver a “rapaziada”, pulando, malhando, correndo, namorando, como se não houvesse amanhã.

De uns anos para cá a casa dos 80 foi aumentada com vários puxadinhos, para abrigar tanta gente. E não é só! Da minha janela vejo que estão reformando a casa vizinha que estava caindo aos pedaços, a casa dos 90.

Disse ao meu amigo que a casa dos 80 tem um estilo anos 40, estilo vintage, pé direito alto, esquadrias em arco, piso de tacos de madeira, cadeiras de palha e uma imponente cristaleira. Claro que precisa de cuidados e manutenção constante, muito mais do que a casa dos 30, para evitar rachaduras e infiltrações. Em compensação, amigos, tem a mais bela vista do Passado.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Programa Brasilianistas na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP

 Programa Brasilianistas na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP 

Chamada 2024/2025 

O programa tem como objetivo incentivar o intercâmbio e o diálogo entre pesquisadores vinculados a instituições de pesquisa e ensino no exterior com a comunidade acadêmica da USP, por meio de estágios de pesquisa de curta duração a serem realizados na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da Universidade de São Paulo. 

Os estágios de pesquisa devem estar relacionados aos estudos brasileiros e em diálogo com itens do acervo da Brasiliana. O programa terá sede, será executado e estará sob a responsabilidade acadêmica da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), e seguirá as normas estabelecidas na Resolução CoPq Nº 7413/2017. 

O objetivo da chamada é consolidar na BBM um ambiente internacional de pesquisa, congregando pesquisadores e projetos de excelência, com vistas ao fortalecimento da rede de pesquisadores que trabalham com assunto brasileiros no Brasil e no Exterior. Trata-se de um programa que busca contribuir para a internacionalização da universidade, por meio do acolhimento de pesquisadores estrangeiros na USP, assim como para a difusão dos acervos guardados pela Universidade. 

Chamada 2024/2025 

Público-alvo: pesquisadores com título de doutor em qualquer área do conhecimento, com carreira consolidada, que atuem e tenham vínculo com instituições de ensino e pesquisa no exterior. 

Duração: de 1 a 2 meses (estágios de maior duração estão previstos no Edital Residência em Pesquisa, lançado anualmente). 

Candidatura: as propostas devem ser encaminhadas para o e-mail da BBM (bbm@usp.br), contemplando o propósito do estágio, a justificativa para sua realização na BBM, a duração pretendida, os resultados esperados e a disponibilidade para realizar palestra e/ou participar dos eventos da BBM. Solicita-se o envio de breve Curriculum Vitae e um documento constando o Resumo do projeto (300 palavras); Projeto (1500 palavras) e plano de trabalho (500 palavras), 

Avaliação: As candidaturas serão avaliadas pelo Comitê Acadêmico da BBM, que eventualmente poderá solicitar pareceres ad hoc para a tomada de decisão.

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terça-feira, 13 de agosto de 2024

Embaixador designado para Taiwan: Um deslize na lua de mel entre Brasil e China - Marcelo Ninio (O GLobo)

 O GLOBO, 13/08/2024

Um deslize na lua de mel entre Brasil e China

Brasília nomeou embaixador de mesmo nível hierárquico do chefe da missão em Pequim para atuar na capital de Taiwan

Por Marcelo Ninio

 — Pequim

O Globo, 13/08/2024 04h30  Atualizado há 5 horas


Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

LEIA AQUI

A diplomacia é feita de sutilezas e simbolismos. Detalhes que podem parecer insignificantes exigem atenção redobrada, para evitar ruídos indesejados. Uma nomeação recente do Itamaraty tem nuances que passaram quase despercebidos, mas não escaparam de observadores mais argutos da relação Brasil-China, que completa 50 anos esta semana.

Trata-se da escolha do novo representante do Brasil em Taiwan. A ilha de 23 milhões de habitantes funciona de forma independente, mas o governo de Pequim a considera um território rebelde que deve ser reunificado com a China continental. É, sem dúvida, a questão mais sensível para a diplomacia chinesa. Tanto que a condição básica da China para manter relações oficiais com qualquer país é que ele não reconheça Taiwan como nação independente.

Desde que estabeleceu laços diplomáticos com a China em 1974, transferindo a embaixada de Taipé para Pequim, o Brasil segue esse princípio com rigor. Por isso, chamou a atenção a mudança observada num decreto do dia 14 de junho. Ele designa Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos “para exercer a função de Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Taipé”. Santos é “ministro de primeira classe”, o cargo mais elevado da carreira diplomática, também conhecido como “embaixador”.

Até agora, o Itamaraty buscava ocupar a chefia do escritório em Taipé com um profissional de nível hierárquico inferior, para deixar claro que o escritório não tem status de missão diplomática e evitar atritos com Pequim. É o caso de Miguel Magalhães, que voltou no domingo a Brasília após quatro anos no cargo. Embora tenha chefiado a embaixada do Brasil no Iraque, sua graduação é de “ministro de segunda classe”, uma abaixo da máxima.

Outra novidade no decreto é a omissão do consulado do Brasil em Tóquio, ao qual a representação em Taiwan é subordinada. O vínculo costumava aparecer nas nomeações anteriores, evidenciando que Taipé não é uma missão independente. As nuances foram notadas por diplomatas que conhecem bem o tema, causando inquietação entre eles.


Diplomatas fazendo greve? Acho que ainda não nasceu o que ousaria essa iconoclastia...

 Mon Dieu! Le ciel nous tombe sur la tête!


Correio Braziliense - 13/08/2024 - Itamaraty pode parar em breve
 Metrópoles Online - 12/08/2024 - Diplomatas brasileiros votam a favor de indicativo de greve inédito
 Último Segundo - IG - 12/08/2024 - Diplomatas brasileiros aprovam indicativo de greve em meio a negociações salariais
 UOL Notícias - 13/08/2024 - Diplomatas ameaçam entrar em greve às vésperas da cúpula do G20
 Carta Capital Online - 12/08/2024 - Às vésperas da cúpula do G20, diplomatas aprovam indicativo de greve
 IstoÉ Online - 12/08/2024 - Diplomatas do Itamaraty aprovam indicativo de greve pela 1ª vez
 Blog O Cafezinho - 12/08/2024 - Exclusivo! Diplomatas brasileiros aprovam indicativo de greve às vésperas da Cúpula do G20
 Brasil 247 - 12/08/2024 - Diplomatas aprovam indicativo de greve e pressionam governo às vésperas de eventos importantes
 Revista Exílio Online - 13/08/2024 - Em decisão inédita, diplomatas brasileiros aprovam indicativo de greve
 SBT News - 13/08/2024 - Diplomatas brasileiros aprovam indicativo de greve inédito na história do Itamaraty
 Poder 360 - Online - 12/08/2024 - Diplomatas do Itamaraty podem entrar em greve pela 1ª vez
 Jornal O Sul - Online - 13/08/2024 - Judiciário mais caro do mundo ficará ainda mais caro
 Jota Info - 12/08/2024 - Sindicato dos Diplomatas aprova indicativo de greve - JOTA
 Gazeta Brasil - 12/08/2024 - Pela Primeira Vez na História, Diplomatas Brasileiros Rejeitam Proposta do Governo Lula e Aprovaram Indicativo de Greve
 Pleno News - 13/08/2024 - Diplomatas rejeitam proposta do governo Lula e podem entrar em greve pela 1ª vez
 Head Topics Brasil Online - 13/08/2024 - Diplomatas brasileiros aprovam indicativo de greve inédito na história do Itamaraty
 Head Topics Brasil Online - 13/08/2024 - Às vésperas da cúpula do G20, diplomatas aprovam indicativo de greve



Ministério das Relações Exteriores

 Jornal GGN Online - 13/08/2024 - Pela primeira vez na história, diplomatas aprovam indicativo de greve no Itamaraty


The Kursk incursion logic - Hans Petter Midttun (EuroMaidan)

 

The Kursk incursion logic

The Kursk Offensive helps speed up the Russian military’s demise, reinvigorate Western support, and strengthen Ukrainian resolve and resilience.


Hans Petter Midttun 

EuroMaidan, 13/08/2024


On 6 August, Ukraine executed an assault against Kursk Oblast, to the surprise of both Russia and Ukraine’s international partners. In a fully transparent battlefield, it managed to secretly relocate and deploy units from at least four elite brigades and execute a surprise mechanized assault.

The new offensive comes at great risk. Attacking the Russian Federation, Ukraine risks triggering Article 4 of the CSTO Collective Security Treaty, in which “Member State shall immediately provide the [victim of aggression] with the necessary help, including military one, as well as provide support by the means at their disposal in accordance with the right to collective defense pursuant to article 51 of the UN Charter.” This would completely change the dynamic of the war.

The incursion will also challenge an already stretched Ukrainian Armed Forces, still suffering the consequences of the Russian offensive, the US temporary stop in defense aid (Oct-Apr), the slow and incremental inflow of European pledged weapons and ammunition, and Ukrainian manpower shortage.

The incursion, however, potentially also offers huge gains.

1. Force Russia to redeploy forces from the frontline 

Russia is being forced to redeploy units from the Kherson, Zaporizhzhia, Pokrovsk, Kharkiv, and Kupiansk directions. Russian milbloggers allege that it is redeploying up to nine brigades (or elements of brigades) to Kursk Oblast as a response to the Ukrainian attack. A Ukrainian military observer reports, however, that Russian forces have so far redeployed 10 to 11 battalionsfrom across the theatre to the Kursk Oblast. These battalion units are believed to lack manpower and equipment but are sufficiently strong to buy Russia time to organize a proper defense and counteroffensive.

The intensity of fighting along the frontline in the East and South has already somewhat decreased. The daily average of combat clashes has fallen from 130 during the first week of August to 105 after the start of the Kursk offensive. The number of artillery and MLRS attacks, however, remains unaffected.

2. Demonstrate Russian vulnerabilities 

On 23-24 June 2023, the Wagner rebellion and its march against the Kremlin demonstrated how vulnerable Russia’s interior is to surprise attacks. Having deployed most of its regular ground forces to Ukraine and lost the entire professional army by the fall of 2022, Russia is today “fighting with mobilized soldiers, prisoners – anyone.” The Russian interior is lightly defended by conscripts and irregular forces.

The assault was executed at a moment when more experts were gradually highlighting Russian defense industrial shortcomings. Russia’s war efforts depend on its ability to repair and send Soviet legacy tanks, APCs, and artillery to the frontline. While its manpower might be close to “inexhaustible,” its stockpiles of heavy weapons are not.

The IISS believes that Russia can sustain its assault on Ukraine for about two or three years. Other experts believe Russia will reach a “critical point of depletion” in 2025 already.

The Kursk invasion helped speed up Russia’s demise and helped “shoot down” the perception that Russia could not be defeated.


3. Undermine Western argument policy of self-deterrence

Russian President Putin has repeatedly warned the West not to cross a “red line” with Russia, stressing that this would trigger an “asymmetrical, rapid and harsh” response. Russia’s red lines include:

Russia red lines nuclear war escalation
Ukraine consistently crosses Russia’s “red lines” with no consequencecs. Infographic by Euromaidan Press


The list also includes the supply of lethal aid to Ukraine, arms capable of hitting Russian territorylong-range missiles, Patriot Air Defence systems, main battle tanksF-16MiG-29 fighters, and ATCAMS. It has threatened a strong response to a No Fly Zone over Ukraine, stressing that it would consider any third-party declaration of a no-fly zone as a direct participation in the war.

Most of the so-called “red lines” have already been violated without triggering the repercussions the Kremlin has threatened.

As Ukraine is “defeating Russia in Russia,” the Kursk assault is the clearest infringement of Russia’s red line until now.


The list of Ukrainian “violations” has grown long and includes Ukrainian destruction of the Black Sea Fleet; raids into Crimea; destruction of strategic bombers, early warning radars, and command and control nodes; strikes against defense industrial base, fuel and ammunition depots deep inside Russia, and more.

They are all meant to motivate NATO to act according to its late strategic concept and undermine its policy of self-deterrence.

4. Demonstrate Ukrainian resolve and capabilities

Ukraine has long realized that it cannot fight on Russian terms. For the last ten years, it has aimed for NATO interoperability, focusing on quality instead of quantity. Lacking the support needed to defeat Russia, Ukraine is also developing its national defense industry, focusing on technological innovation.

Its many military “victories” have been the result of both Ukrainian innovation and ingenuity and Western support. A huge technological transformation is taking place on the battlefield as Ukraine is determined to ensure that technology creates the basis for victory.


The Kursk invasion is a result of careful planning and preparations. Occupying around 800 km2 in days, it has potentially occupied more territory than Russia has achieved in a year at tremendous and unsustainable costs. The surprise attack demonstrates Ukrainian military capabilities and serves as a reminder of NATO’s strategic blunders in failing to invite Ukraine to join the Alliance.

5. Strengthen Western support

As I have repeatedly stressed, failure to support Ukraine and a subsequent Russian victory will have far-reaching and devastating consequences for both the US and Europe. Defence support to Ukraine is, in reality, direct support of NATO security and stability.

Despite this, Ukraine is forced to maintain a continuous and exhausting diplomatic effort trying to convince the US and Europe that it’s in their national interest to uphold their defense, and financial and humanitarian support for Ukraine.

Success breeds success. In principle, it is believed that success generates confidence, which then increases the likelihood of success in subsequent activity.

After months of persistent and slow grinding Russian advance, triggering both calls for negotiations and compromise as well as questions about the merits of continued Western support, the Kursk offensive helps reinvigorate Ukraine’s international partners. It has the same effect as Ukraine’s demonstration of bravery during the first days of the full-scale war, it’s routing of Russian forces from Kharkiv and Kherson oblast, and not least, Ukraine’s asymmetric approach to Russian sea power in the Black Sea and the subsequent destruction of more than a third of the Russian Black Sea.

6. The Psychological factor

The cognitive space has always been one of the most crucial battlefields. This is where Russia’s belief in its imperialism, fundamentalism, exceptionalism, and superiority is borne. This is where the false narrative of Western aggression is created. It is also where Russia’s disinformation about Ukraine (e.g., allegations of “Nazism” and “genocide”) is disseminated. Russia’s red lines, nuclear threats, and the risk of World War 3 have their breeding grounds in the cognitive space.


This is also where Russians and the West are made to believe that Russia cannot be defeated, and its resources are inexhaustible.

Along with all its other military success stories, the Kursk incursion serves as a wake-up call.

On one hand, it helps motivate Ukrainians, Americans, and Europeans alike. It might help reverse the downward trend in public support for Ukraine. Additionally, it undermines the Russian self-image and confidence.

It undermines the Kremlin regime. It is still making strategic blunders like its failed Blitzkrieg in 2022. It demonstrates that Russia has failed to rectify the vulnerabilities discovered during the Wagner revolt. It has ignored calls for strengthening the border as a result of past Ukrainian cross-border raids.

A war Putin promised to end in days, is instead spreading to Russian territory, indicating that success is no longer guaranteed.

Conscripts are once again being sent into battle. President Putin might be forced to transfer Russian society fully to a war-time footing and further mobilize the population, increasing the risk of domestic discontent that could threaten the stability of Putin’s regime.

More embarrassing, Ukraine might be about to establish the buffer zone Russia set out to create when it opened the new front in Kharkiv on 10 May.

“ We are on the offensive. The aim is to stretch the positions of the enemy, to inflict maximum losses, and to destabilize the situation in Russiaas they are unable to protect their own border,” the security official said on condition of anonymity.

7. Victory

The incursion is, however, first of all, a stepping stone in Ukraine’s quest to defeat Russia on the battlefield.

According to ISW, “Russia has sought to use the threat of cross-border incursions to draw and fix Ukrainian forces along the border by concentrating rear elements in the border zone […]. Russia’s prolonged treatment of the international border area as a dormant frontline is a strategic failure of imagination.”

Russia failed to understand the risk of Ukraine using the forces defending the international border to attack Russia. Instead of assaulting well-defended, fortified positions defended by minefields, artillery, MLRS, aviation, tank traps, and anti-tank weapons, Ukraine turned and struck Russia’s soft underbelly.

Ukraine’s invasion of Kursk Oblast has allowed Ukraine to temporarily seize the battlefield initiative locally and, thereby, potentially contest Russia’s theatre-wide initiative. Once Russia starts redeploying forces to Kursk, new opportunities open.

“The current Ukrainian incursion poses significant threats to Russian military operations in Ukraine and Putin’s regime stability and demands a response.”


The Kursk Offensive helps speed up the Russian military’s demise, reinvigorate Western support, and strengthen Ukrainian resolve and resilience.

Ukraine is demonstrating that quality beats quality. Technology, innovation, and ingenuity – will help secure David’s victory over Goliath.

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