quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Book review: Victor Gaetan, Diplomacia papal e do Vaticano - Anne Marie Cammisa (H-Diplo Review)

 

Greetings Paulo Roberto Almeida,
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Table of Contents

Vou ser seletivo no noticiário nos próximos quatro anos - Paulo Roberto de Almeida

 Desculpem a comparação, mas quando eu vejo Trump, Musk e seus acólitos fanáticos na TV, falando aquelas coisas absurdas, olhando a face e os gestos raivosos do chefão trambiqueiro, as suas declarações e as dos seus seguidores bovinos, eu tenho a impressão de que os EUA, nos próximos quatro anos, serão comandados por um bando de debeis mentais (com perdão dos próprios, geneticamente, mas eles o são voluntariamente).

Não quero ofender os verdadeiros, mas Trump e sua tropa de trogloditas políticos e falsamente religiosos, são debiloides perversos, perigosos para o próprio país, para a sociedade americana, para os miilhões de imigrantes (latinos, brasileiros) e para o mundo inteiro.
Costumo ver todas as notícias relevantes na TV, nas rádios, nos jornais, mas não vejo novelas, esportes ou programas de auditório. Pretendo desativar as matérias sobre Trump e sua tropa de alucinados seguidores. Não tenho estômago para isso.

J'accuse (mas não é o Émile Zola): Declaração Pública e Acusação Pessoal contra o chefe presumido da Política Externa e de sua Diplomacia - Paulo Roberto de Almeida

J'accuse (mas não é o Émile Zola):

Declaração Pública e Acusação Pessoal contra o chefe presumido da Política Externa e de sua Diplomacia

Paulo Roberto de Almeida

Tendo servido à diplomacia brasileira desde o regime militar – e publicado artigos sob outros nomes para evitar repressão da ditadura, que já me tinha levado a um autoexílio de sete anos, ante de ingressar na carreira –, tendo escrito incontáveis artigos e muitos livros sobre nossa política externa e nossa história diplomática, além de muitas notas, seminários, debates sobre política internacional e relações internacionais em geral. tendo assistindo a tragédias humanitárias, provocadas por impérios, ou resultando de guerras civis entre países da periferia, e, levando em consideração o valor de meus colegas diplomatas, engajados na defesa dos interesses nacionais, mas tendo de se submeter aos desígnios políticos (alguns partidários) dos dirigentes políticos do momento, nem sempre em acordo com esses interesses nacionais, e os objetivos de desenvolvimento nacional com autonomia e neutralidade em face dos conflitos geopolíticos entre as grandes potência, retomo, tendo em conta tudo o que escrevi até aqui, PARA MIM É INACEITÁVEL QUE O ATUAL GOVERNO DO BRASIL, QUE A DIPLOMACIA PRESIDENCIAL PERSONALISTA DE LULA, SE PERMITA, EM FACE DE TODAS AS BARBARIDADES PERPETRADAS POR PUTIN NA UCRÂNIA, CONTINUAR A APOIAR OBJETIVAMENTE, MATERIALMENTE, ECONOMICAMENTE, O GOVERNO RUSSO EM SUA GUERRA DE AGRESSÃO CONTRA A UCRÂNIA.
REPITO: ISSO NÃO É ACEITÁVEL, e não por eu esteja dizendo. Isso representa uma VIOLAÇÃO DA CARTA DA ONU, das regras mais elementares do Direito Internacional, do espírito e da letra dos princípios e valores da diplomacia brasileira, expressos nas cláusulas de relações internacionais do Artlgo 4 da Constituição de 1998.
LULA ESTÁ SENDO INCONSTITUCIONAL E CONIVENTE COM UM DITADOR BÁRBARO, O TIRANO DE MOSCOU, QUE ESTÁ MATANDO CIVIS INOCENTES UCERANIANOS TODOS OS DIAS.
Muito bem que Lula proteste contra os crimes de guerra de Netanyahu em Gaza e na Cisjordânia, que ele condene o genocidio israelense contra o povo palestino, contra a destruição completa da Faixa de Gaza e partes do Líbano, não importa tudo isso, se ele continua AMIGO DE PUTIN E APOIANDO O ESFORÇO DE GUERRA DE UM CRIMINOSO PROCURADO PELO TPI.
PARA MIM ISSO É UMA VERGONHA PARA O BRASIL E SUA DIPLOMACIA.

Assino embaixo de minhas acusações ao cúmplice de Putin:
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23 de janeiro de 2025

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

A agenda de Trump - Deirdre Nansen McCloskey Folha de S. Paulo

Trump acaba de provocar uma economista transgênero que não deixará passar o ataque a todos os LGTBQI+, e responderá à altura. PRA


Introdução de Maurício David:
Quando eu vivia em Santiago do Chile no começo dos meus anos de exílio e era um mero estudante de economia na Escola de Economia da Universidade Católica do Chile (berço dos posteriormente famosos “Chicago boys” que viriam a ser o núcleo de economistas neoliberais que formularam as políticas econômicas de Pinochet no Chile pós-golpe militar de 1973), McCloskey era um economista mais ou menos conhecido ( menos do que mais, na verdade, mas não totalmente desconhecido...) nos Estados Unidos (um professor – vejam bem que escrevi professor, e não professora), da qual havia lido alguns artigos interessantes sobre metodologia econômica. Passou-se algum tempo e o professor McCloskey descobriu o seu lado feminino, passou a usar elegantes trajes femininos e cabelos longos cacheados e mudou o seu nome para Deirdre para grande escândalo dos seus colegas à época ( hoje não provocaria muito escândalo, mas lembrem-se que estou falando do final dos anos 60 e começo dos anos 70... Imaginem só o escândalo que ainda provocaria no Brasil de hoje se o presidente Lula de repente descobrisse o seu lado feminino, passasse a usar elegantes roupas femininas e perucas cacheadas e se casasse com o Ministro-sindicalista Luís Marinho... nem a deputada petista trans Erika Hilton aguentaria o baque...). Hoje, esta entrevista da agora professora não provoca escândalo, apenas curiosidade... Mas ela está com medo de perder direitos... Arre !
MD

A agenda de Trump
Deirdre Nansen McCloskey
Folha de S. Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Muitas de suas propostas serão contestadas em tribunal, e o Judiciário ainda não está totalmente do seu lado

Eu moro em Washington e nesta segunda a cidade estava bloqueada para a segunda posse de Donald Trump. Serei diretamente afetada pela implementação da sua agenda de usar o poder coercitivo do Estado federal para atacar imigrantes, funcionários públicos federais e gays, porque uma de suas ordens será que o Departamento de Estado emita passaportes e outros documentos conforme o gênero em que você nasceu. Quando o meu for renovado, em janeiro de 2027, ele terá que dizer gênero "masculino" em vez de "feminino". Uma pessoa rica como eu não precisa se preocupar muito. Mas pessoas trans pobres serão as únicas prejudicadas.

Ele não pode obter tudo o que quer, porque os Estados Unidos ainda são uma nação de leis. Muitas de suas propostas serão contestadas em tribunal, e o Judiciário ainda não está totalmente do lado de Trump. E o Exército, crucialmente, ainda não é político, como sempre foi, surpreendentemente. Vocês, brasileiros, sabem bem como são importantes um Judiciário independente e um Exército apolítico.
É verdade que Trump tem maiorias, embora muito pequenas, em ambas as casas do Congresso. Se ele quiser tornar os servidores federais menos seguros em seus empregos, pode fazê-lo. E os congressistas, especialmente na câmara baixa, estão aterrorizados com as ameaças dele de se opor à reeleição em dois anos de qualquer um que vote contra a sua agenda.

Suas ameaças se tornam verossímeis por dois fatos. Primeiro, a disposição de muitos americanos, embora não seja uma grande maioria, é conservadora, e muitos são populistas trumpistas que agora votam com entusiasmo. E, segundo, o sistema "primário" que cresceu nos últimos 50 anos facilita para os conservadores radicais entrarem na câmara baixa.
Antigamente, os candidatos a cargos de nossos meros dois grandes partidos eram escolhidos como são no Brasil, por políticos profissionais em segredo, em "salas cheias de fumaça", como diz a expressão americana. Os políticos apresentavam candidatos que achavam que venceriam a chamada eleição "geral", aquela que realmente coloca as pessoas no poder.
Mas hoje os candidatos de ambos os partidos enfrentam uma eleição primária anterior, que geralmente é restrita a pessoas que se declararam anteriormente a favor de um dos partidos. Crucialmente, o meio do eleitorado não se preocupa em votar nas primárias. Os extremos sim. Portanto, hoje em dia, os democratas acabam com candidatos de esquerda mais radicais e os republicanos com candidatos mais radicalmente conservadores.

Em 1972, por exemplo, eu ainda era um pouco de esquerda, ainda não como sou hoje, totalmente fora do espectro comum —uma liberal essencial sentada em nossa pequena casa na árvore olhando assustada para os partidos estatistas no espectro. E, como eu era contra a Guerra do Vietnã em curso sob o então presidente Nixon, trabalhei como observadora de votação para o democrata radical antiguerra George McGovern, que tinha saído do sistema primário. Na eleição geral, ele perdeu em cada um dos 50 estados, exceto meu Massachusetts natal.

O presidente dos EUA é importante para os brasileiros, nem preciso dizer. Observem atentamente.

Comércio China-EUA: Pequim é ágil para driblar tarifas - Tej Parikh Valor Econômico

 Pequim é ágil para driblar tarifas

Esforços protecionistas de Trump podem causar menos danos do que se imagina

Tej Parikh

Valor Econômico, 21/01/2025


Bem-vindo de volta. Donald Trump foi empossado como presidente dos Estados

Unidos ontem. Que melhor momento do que este para agitar os ânimos com uma

visão contrária aos planos de sua equipe para pressionar a China no comércio

exterior, indústria e tecnologia?

De forma compreensível, muitos entendem que as tarifas e restrições adicionais

sobre a China serão ruins para sua economia. Os esforços protecionistas de

Trump, contudo, poderiam causar menos dano do que se imagina. Na verdade, a

indústria chinesa pode ser capaz de prosperar apesar deles (ou mesmo por causa

deles). Aqui estão os contra-argumentos.

Comecemos com o impacto econômico direto e imediato das tarifas. A China

diversificou-se e passou a depender menos do mercado americano desde o

primeiro mandato de Trump. Hoje, a demanda total dos EUA por produtos

chineses representa cerca de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da China, de

acordo com a firma de análises Capital Economics. Seus cálculos indicam que

um aumento na tarifa efetiva de cerca de 15% para 60% (no cenário extremo) -

como ameaçado por Trump - poderia fazer a economia chinesa encolher apenas

1%. Outros economistas têm conclusões semelhantes.

Esse impacto talvez seja menor do que muitos imaginavam e, além disso, não leva

em conta outros fatores neutralizadores.

A China pode desviar exportações para outros destinos onde a demanda está em

alta. Na esteira das tarifas aplicadas no primeiro mandato de Trump, as

exportações de Pequim para mercados emergentes de rápido crescimento

decolaram. A demanda por produtos chineses no mundo desenvolvido, excluindo

os EUA, também aumentou. Outros países - em particular, os da Iniciativa do

Cinturão e da Rota, também conhecida como Nova Rota da Seda, com os quais a

China passou décadas fortalecendo laços econômicos - desejarão manter o

comércio de baixo custo com Pequim.

Além disso, os produtos chineses ainda podem chegar aos EUA via reexportação -

envio por meio de um terceiro país - permitindo aos produtores driblarem as

tarifas. Trump já sabe disso e tentará fiscalizar países como México e Vietnã. Isso,

porém, não será fácil nem rápido. As empresas chinesas já vêm se protegendo

contra esse risco ao montar fábricas em outros países.

O yuan provavelmente também se desvalorizará quando as tarifas forem

anunciadas, mantendo as exportações chinesas competitivas. No primeiro

mandato de Trump, a desvalorização do yuan compensou o impacto das tarifas.

Levando em conta todos os fatores, o impacto econômico direto pode ser bem

inferior a 1 %.

As pressões no custo de vida e a urgência das mudanças climáticas fazem com

que a lógica econômica de importar produtos baratos da China (pelo menos fora

dos EUA) continue forte.

A competitividade cie preços da China vem de sua especialização na obtenção de

suprimentos, refino e produção de bens alinhados aos setores globais de alto

crescimento. Uma estratégia industrial de décadas guiada pelo Estado deu à

China um domínio vertical nas cadeias de suprimentos para veículos elétricos,

baterias e fontes de energia renováveis, desde as commodities de terras-raras até

os produtos acabados.

O país fabrica mais de 30% da produção industrial mundial (superando a soma

dos nove maiores produtores seguintes). A China possui vantagens comparativas

em uma ampla gama de produtos: não apenas nos tradicionais brinquedos e

roupas "Made in China", mas também em produtos complexos de alta tecnologia.

De fato, os esforços para restringir o poderio industrial da China costumam

subestimar seu grau de domínio e a capacidade de Pequim de usar o aparato

estatal para respaldar seus produtores. O economista chinês Lisheng Wang, do

Goldman Sachs, sinalizou que "as contínuas políticas de apoio à indústria de alta

tecnologia" e "o afrouxamento fiscal" ajudariam a suavizar o impacto das tarifas.

Pequim poderia usar o crescente protecionismo dos EUA como uma oportunidade

para melhorar relações comerciais com aliados frustrados dos EUA. Também

poderia retaliar vetando o acesso a materiais brutos vitais. A China detém 36%

das reservas mundiais de terras-raras, mas controla 70% da oferta mundial (daí a

obsessão de Trump com a Groenlândia).

Por fim, embora o Ocidente tenha vantagens na inteligência artificial (IA),

semicondutores e computação quântica, o protecionismo nessas áreas pode não

atrapalhar o avanço tecnológico da China tanto quanto se imagina.

Com controle federal sobre seu setor privado, Pequim se vale de subsídios,

diretrizes e incentivos para cumprir o objetivo de Xi Jinping de liderar o mundo em

inovação científica e tecnológica. A estratégia industrial liderada pelo Estado tem

suas falhas, mas a China é melhor do que qualquer outro país em executá-la bem.

Isso significa que os controles dos EUA sobre suas exportações podem motivar as

empresas chinesas - apoiadas por Pequim - a redobrar os esforços de substituição

de importações e de independência tecnológica por meio de soluções criativas,

da colaboração local e até de mercados paralelos. As fabricantes chinesas

enfrentam "competição ferrenha" entre si por apoio estatal.

"Em termos líquidos, as restrições americanas aceleraram o ímpeto chinês de

inovação", disse Dan Wanq, pesquisador no Pau Tsai China Center, da Yale Law

School. "Antes, Huawei e BYD compravam os melhores componentes no

mercado, mas agora seus incentivos estão alinhados aos do governo chinês. O

dinheiro da Huawei agora vai para as firmas locais de semicondutores".

Segundo o Australian Strategic Policy Institute, entre 2003 e 2007, a China liderava

em só 3 entre 64 tecnologias consideradas críticas. Entre 2019 e 2023, o país

tornou-se líder em 57 dessas tecnologias.

Pequim desenvolveu um processo local para impulsionar a inovação científica. O

país tem o maior número de formados do mundo nas áreas conhecidas como

STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e oferece capital de longo

prazo para pesquisa e desenvolvimento (que, como proporção do PIB, está cada

vez mais próximo ao dos EUA).

Ainda assim, a situação pode não se desenrolar a favor da China. Por exemplo, a

agenda protecionista de Trump poderia gerar uma incerteza internacional

generalizada, o que deprimiria a demanda e amplificaria o impacto das tarifas

sobre a economia chinesa. O resto do mundo também poderia adotar uma

postura mais rigorosa em relação às importações provenientes da China. Além

disso, o modelo de inovação guiado pelo Estado chinês não é uma nenhuma

panaceia. Depende de o governo tomar as decisões corretas na alocação (e na

retirada) cie recursos. Isso pode gerar desperdícios.

A China também se depara com grandes problemas econômicos estruturais. Sua

trajetória cie crescimento perdeu força e o país encontra dificuldade para

reanimar os "espíritos animais" e impulsionar o nível do consumo, depois da crise

do mercado imobiliário. Isso toma o país dependente demais do crescimento

alimentado pelos investimentos e pelas exportações.

Ainda assim, o argumento continua de pé. As tarifas de Trump podem não ser tão

prejudiciais para a indústria e a supremacia tecnológica da China como se previa.

Pequim tem problemas maiores com os quais se preocupar. 


(Tradução de Sabino Âhumada)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...