Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 27 de dezembro de 2015
Uma vida entre dois seculos: um balanco retrospectivo - Paulo Roberto de Almeida
sábado, 26 de dezembro de 2015
Avaliando o desempenho do PT no poder (mediocre) - Vinicius Carrasco e João Manoel Pinho de Mello
Nossa desgraça atual não é culpa do ajuste fiscal que não houve. É culpa da falta de construção de uma base sólida para o crescimento
Anos depois escrevemos o artigo "A Década Perdida: 2003 – 2012". Nele, respondemos uma questão distinta mas parecida: o Brasil foi bem sob o comando do PT no governo federal? Quase todos dirão: claro! Crescemos mais do que na década anterior, e com inflação controlada. A pobreza e a desigualdade caíram e milhões foram incorporados ao mercado de consumo. Resposta simples para uma pergunta tola. Por que então dizemos que a década foi perdida? Porque a resposta simples é, na verdade, simplista.
Apesar de intuitiva, e por isso conveniente para as narrativas eleitorais, a comparação antes-e-depois é enganosa. Não seria se nada mudasse entre o antes e o depois. Mas muito mudou. Um exemplo cotidiano ajuda a entender. Imagine que o trânsito diminua no mês seguinte à adoção do rodízio de carros de passeio. A intervenção melhorou o trânsito? Sim, sugere o antes-e-depois. Mas e se o rodízio foi adotado no final de dezembro e, consequentemente, o mês de trânsito bom foi em um janeiro? As condições “externas” são diferentes: no mês de Natal as pessoas se movimentam mais pela cidade; em janeiro, mês de férias, muita gente viaja. Logo, a melhora em janeiro (depois) em relação a dezembro (antes) não pode ser exclusivamente atribuída ao rodízio.
Elimina-se a sazonalidade comparando janeiros, uma adaptação do método antes-e-depois. Imagine que o trânsito piorou em relação a janeiro do ano anterior. O tiro do rodízio saiu pela culatra? Não. A frota pode ter aumentado entre janeiros. Para que dois janeiros sejam comparáveis, é preciso que a frota de automóveis seja a mesma. E que sejam os mesmos o preço da gasolina, a quilometragem de metrô, e assim por diante. Necessitaríamos saber como teria sido o trânsito sem o rodízio, algo que não aconteceu. Temos que saber o contrafactual.
Os cientistas laboratoriais constroem contrafactuais usando experimentos aleatorizados. Aplicam um tratamento – e.g. remédio - em um grupo de pacientes, e um placebo no outro. Este, chamado de grupo de controle, faz o papel do contrafactual, o que ocorre sem o remédio. Para o trânsito, ou para governos, é difícil usar o método experimental. Sortearíamos quais cidades aplicarão rodízio de automóvel? Ou se o PT ou o PSDB ocupará o Palácio do Planalto?
Felizmente, os cientistas sociais bolaram métodos engenhosos para emular, ainda que imperfeitamente, desenhos experimentais e fazer comparações educadas. Usamos um deles: o método do controle sintético.
O nome é assustador mas a ideia é simples. Avaliamos o desempenho de um país comparando-o com países similares. O PIB brasileiro cresceu mais ou menos do que o resto da América Latina? A comparação faz sentido. Mas o incômodo persiste: qual a comparação correta? Com a média da América Latina? Ou melhor comparar só com a Argentina, parceira comercial importante? Ou com o Chile, também grande exportador de riquezas minerais? Ou com o México, industrializado como o Brasil? Por que não comparar com outros emergentes, como a Índia, economia tão fechada quanto a brasileira?
Em suma, a escolha não é óbvia. Parece fadada à arbitrariedade. Aí está a beleza do método do controle sintético: ele ata as mãos do pesquisador, diminuindo a arbitrariedade. Escolhe-se como grupo de comparação a combinação de países que melhor emule o Brasil antes de 2003. Em outras palavras: cria-se um país sintético que aproxime nossas características, o país “gêmeo” do Brasil. Os dados decidem, não o pesquisador. Sendo suficientemente parecido com o Brasil antes do “tratamento” – a chegada do PT ao poder – quaisquer diferenças que apareçam depois de 2002 são mais facilmente atribuíveis ao tratamento.
O desempenho de um país pode ser avaliado em várias dimensões. Comecemos com o PIB per capita. Encontramos um país “gêmeo” cuja renda antes de 2003 era parecida com o Brasil, tanto no nível quanto na trajetória, mostrando o êxito do método. O “gêmeo”, talvez contra-intuitivamente, tem pouco de América Latina. A Turquia aparece com grande peso. Por quê? Porque é um dos poucos países grandes e industrializados que tinha renda parecida com a brasileira antes de 2003.
Depois de 2002 o Brasil cresceu mais do que no período imediatamente anterior. Mas o país “gêmeo” também cresceu ainda mais. Tendo enfrentado condições externas menos favoráveis, cresceu 21% mais do que o Brasil entre 2003 e 2015. No “gêmeo”, a produtividade, medida pelo PIB por pessoa empregada, dobrou (até 2012); no Brasil, ficou parada.
O Brasil, em relação ao gêmeo, investiu menos, adicionou menos valor na indústria e teve inflação um pouco mais alta; perdeu competitividade, avançou menos em pesquisa e desenvolvimento, piorou sensivelmente a qualidade regulatória, e foi mal em quase todos os setores importantes. No social, a desigualdade de renda, a subnutrição e a pobreza caíram, mas em linha com o “gêmeo”. Educação e saúde andaram em linha, apesar de termos gasto mais; a segurança pública foi mal. No mercado de trabalho, o desempenho foi misto: o salário mínimo real aumentou tanto quanto; o salário médio real aumentou menos. A principal conquista foi no emprego: aumentou a massa salarial no PIB através da incorporação de mais pessoas na força de trabalho e da queda no desemprego. Ou seja, o crescimento veio de mais gente trabalhando, e não de maior produtividade.
Terminamos onde começamos, sem conseguir responder a pergunta do Nicolini. Mas aprendemos que, à luz dos nossos pares, crescemos pouco e assentamos bases frágeis para o futuro. Nesse sentido, desperdiçamos a década.
Por fim, um comentário sobre o período mais recente. O crescimento brasileiro perde fôlego a partir de 2011, ano da chegada de Dilma ao poder. De fato, em 2014 já houve queda no produto per capita medido em dólares constantes. Ou seja: não, André Singer! Nossa desgraça atual não é culpa do ajuste fiscal que não houve. É culpa da falta de construção de uma base sólida para o crescimento quando os tempos eram de bonança. Além de uma grande dose de irresponsabilidade nos anos recentes.
Vinicius Carrasco e João Manoel Pinho de Mello são PhDs em economia pela Stanford University. São, respectivamente, professores no Departamento de Economia da PUC-Rio e no Insper.
Argentina: terra arrasada inclusive na diplomacia - Celso Ming
Paulo Roberto de Almeida
Terra arrasada
O governo Kirchner deixou um cenário de terra arrasada para o governo do seu sucessor, Mauricio Macri. As primeiras notícias foram de sumiço de coisas e de documentos da Casa Rosada, a sede do executivo, e dos ministérios. O que se pode dizer é que não há nem levantamento do material desaparecido, pela inexistência de listas sobre o que antes havia.
Por onde recomeçar?
Na área das relações internacionais, os antigos ocupantes de cargos-chave, quase todos fora da carreira diplomática nomeados por critérios políticos, destruíram ou levaram tudo embora. Os novos têm de recompor até mesmo a agenda de contatos e de eventos já programados. A saída é buscar ajuda nas embaixadas e instituições de países vizinhos.
(da coluna do jornalista Celso Ming, no Estadão deste sábado, 26/12/2015)
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Em síntese, o que temos, nesta manhã de sábado 26 de dezembro, é isto.
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Não está mal, mas pode sempre melhorar...
Paulo Roberto de Almeida
Anápolis, 26/12.2015
Terrorismo economico? Nao, so as previsoes de Adolfo Sachsida para 2016
Não atirem no mensageiro...
Paulo Roberto de Almeida
Blog do Adolfo Sachsida
sábado, 26 de dezembro de 2015
Previsões para 2016
Inflação: 10%
Déficit primário do setor público consolidado de 3% do PIB
Desemprego: 10%
Vai ser um ano merda pra cacete. Infelizmente o governo Dilma NÃO FEZ um único ajuste na economia no ano de 2015, a consequência óbvia disso é a implosão fiscal que ocorrerá em 2016.
Quantas vezes eu pedi que se cancelassem as olimpíadas no Brasil??? Eu pedia isso enquanto ainda era possível tal cancelamento. As olimpíadas do Rio custarão algo como R$ 40 bilhões. Isto é, custará o equivalente a uma CPMF!!!! Isso num país sem escolas e sem saúde pública!!! Sem esgoto, sem infraestrutura básica!!!!!
O ano de 2016 será o ano do COLAPSO FISCAL da União, dos Estados e dos Municípios. Diversos municípios ficarão inadimplentes, os estados seguirão firme e forte rumo a insolvência, e a União vai se virar como puder. Prestem atenção: boa parte dos empresários prefere deixar de pagar os impostos, pois este governo usou e abusou do REFIS. Isto é, os empresários sabem que lá na frente terão um programa de refinanciamento de suas dívidas tributárias. Resultado: é melhor se endividar junto ao Fisco do que junto aos bancos. Isso vai gerar uma queda enorme na arrecadação, que também terá caído muito por causa da queda na atividade econômica.
Um governo prudente tentaria emplacar reformas para diminuir o gasto público, mas alguém acredita que o novo ministro da Fazenda vai emplacar medidas sérias para reduzir o déficit da previdência? Pelo contrário, em 2016 o gasto público continuará aumentando, mesmo num cenário de queda da arrecadação!!!!
O teste de seriedade para o novo ministro da Fazenda é simples: ele tem que fazer dois anúncios. Primeiro, NÃO HAVERÁ reajuste do salário mínimo em 2016 (cada 1 real de aumento no salário mínimo custa em torno de R$ 320 milhões nas contas da previdência). Segundo, não haverá reajuste para o funcionalismo público em 2016. Como ele não fará nenhum desses dois anúncios resta evidente que quem não faz o básico dificilmente fará o avançado (reforma trabalhista, reforma previdenciária, reforma tributária, abertura econômica, desburocratização, etc.).
A única coisa que o governo fará em 2016 será procurar por novas formas de se endividar mais (seja alterando regras, seja usando um dinheiro que não lhe pertence (tal como o assalto que os governos estaduais estão fazendo com o fundo previdenciário de seus funcionários, ou manobras para assaltar ainda mais o FGTS do trabalhador), seja criando permissões para gastar recursos que estão em litígio judicial, etc.).
Eu não tenho a menor dúvida de que em junho de 2016 teremos outro governo, só não sei qual governo será. Ãssim que começarem os saques a supermercados (e eles começarão em breve) a situação desse governo ficará ainda pior. A irresponsabilidade do STF (ao mudar o rito de um processo de outro poder com a finalidade única de tentar salvar a presidente Dilma) pode custar sangue. Rezo a Deus por uma saída institucional: impeachment, cassação de chapa, ou renúncia. Mas sempre existem saídas não institucionais, eu não as apoio. Mas elas existem.
Só para lembra-los: ainda existem diversas caixas pretas contábeis nesse governo. Cada uma delas é um esqueleto contábil novo, são mais dívidas, mais problemas. Caixa Econômica Federal, e BNDES são apenas dois desses exemplos.
O ano de 2016 será mais um ano ruim por culpa EXCLUSIVA das péssimas políticas econômicas adotadas pelo governo do PT. O custo da irresponsabilidade petista está matando o brasileiro, e quanto mais demorar para retirarmos o PT do poder mais caro será esse custo.
Para finalizar: é patética a fala do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, dizendo que fará reformas previdenciárias e trabalhistas. Alguém realmente acredita que o governo Dilma prepara um pacote para CORTAR direitos trabalhistas e previdenciários? Alguém realmente acredita que esse governo, que acabou de demitir Joaquim Levy, vai realmente fazer qualquer ajuste fiscal? Essa é apenas mais uma mentira desse desgoverno petista que jura de pé junto uma coisa, mas faz o seu oposto. Em 2016 teremos mais um ano ruim graças ao PT.
Impeachment por improbidade administrativa - Ives Gandra Martins
Está em pleno andamento a discussão sobre o impeachment da presidente no Congresso Nacional, com o governo contratando juristas e liberando verbas para deputados que o apoiam.
Creio que o governo objetiva, exclusivamente, manter¬-se no poder, pouco importando não ter credibilidade popular para qualquer iniciativa e ter gerado a pior crise econômica e política da história nacional. Por essa razão, volto a relembrar os fundamentos jurídicos de meu parecer, de janeiro de 2015, sobre o impeachment.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dois acórdãos (RE n.º 816.193¬MG e AgRg no Agravo de Instrumento n.º 1.375.364¬MG), decidiu que a culpa grave pode caracterizar improbidade administrativa. No primeiro, de relatoria do ministro Castro Meira, lê-¬se que: "Doutrina e jurisprudência pátrias afirmam que os tipos previstos no art. 10 e incisos (improbidade por lesão ao erário público) preveem a realização de ato de improbidade administrativa por ação ou omissão, dolosa ou culposa. Portanto, há previsão expressa da modalidade culposa no referido dispositivo".
E, no segundo, de relatoria do ministro Humberto Martins, há a afirmação de que: "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece que o ato de improbidade administrativa não exige a ocorrência de enriquecimento ilícito, sendo a forma culposa apta a configurá-lo".
Desta forma, a culpa configura ato contra a probidade da administração (omissão, imperícia, imprudência ou negligência).
Apesar de, a cada dia que passa, ficar mais evidente que havia uma rede de corrupção monitorada pelos altos escalões do governo e por figuras do partido da presidente, quero apenas lembrar que o impeachment já poderia ter sido declarado apenas por culpa da primeira mandatária.
Basta analisar o artigo 85, inciso V, da Constituição (impeachment por atos contra a probidade da administração), além dos artigos 37, § 6.º (responsabilidade do Estado por lesão ao cidadão e à sociedade) e § 5.º (imprescritibilidade das ações de ressarcimento que o Estado tem contra o agente público que gerou a lesão por culpa ou dolo, única hipótese em que não prescreve a responsabilidade do agente público pelo dano causado) para que essa conclusão se imponha.
Ora, o artigo 9.º, inciso III, da Lei n.º 1.079/50, com as modificações da Lei n.º 10.028/00, determina: "São crimes de responsabilidade contra a probidade de administração: (...) 3 - não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição".
Se acrescentarmos os artigos 138, 139 e 142 da Lei das S/As, que impõem responsabilidade dos conselhos de administração na fiscalização da gestão de seus diretores, com amplitude absoluta deste poder fiscalizatório, percebe¬-se ter incorrido S. Exa. em crime administrativo por culpa. Há, ainda, a considerar o § 4.º do artigo 37 da Constituição federal, que cuida da improbidade administrativa (os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda de função pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento do Estado), e o artigo 11 da Lei n.º 8.429/92, que declara: "Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições" (grifo meu).
Ao interpretar o conjunto dos dispositivos citados, entendo que a culpa é a hipótese de improbidade administrativa a que se refere o artigo 85, inciso V, da Lei Suprema.
Ora, tal omissão da presidente Dilma Rousseff nos anos de gestão como presidente do conselho da Petrobrás e como presidente da República permitiu a destruição da Petrobrás, ao deixar de combater a corrupção ou concussão, durante oito anos, gerando desfalque de bilhões de reais, por dinheiro ilicitamente desviado e por operações administrativas desastrosas.
Como ela mesma declarou, que, se tivesse melhores informações, não teria aprovado o negócio de quase US$ 2 bilhões da Refinaria de Pasadena, à evidência, restou demonstrada ou omissão, ou imperícia, ou imprudência, ou negligência ao avaliar o milionário negócio. E a insistência, no seu primeiro mandato e início do segundo, em manter a mesma presidente da estatal caracteriza improbidade, por culpa continuada, de um mandato ao outro.
À luz deste raciocínio, entendo - independentemente das apurações dos desvios que estão sendo realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público (hipótese de dolo) - que há fundamentação jurídica para o pedido de impeachment (hipótese de culpa). E esta configura¬-se, também, nas pedaladas fiscais detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que levaram à rejeição das contas de 2014. Neste caso, a gravidade é maior, pois foi o governo alertado por técnicos do Tesouro Nacional da violação e dos riscos que o País correria, inclusive do rebaixamento do grau de investimento, sem nada ter feito, pois objetivou iludir o eleitorado em 2014.
Não deixo, todavia, de esclarecer que o julgamento do impeachment pelo Congresso Nacional é mais político que jurídico, lembrando o caso do presidente Collor, que, afastado da Presidência pelo Congresso, foi absolvido pela Suprema Corte.
O certo é que analistas brasileiros e estrangeiros, hoje, estão convencidos de que, se não houver o impeachment, o Brasil continuará afundando, como mensalmente os índices econômicos estão a sinalizar, numa pátria de 9 milhões de desempregados, da alta inflação, de PIB negativo, de juros estratosféricos, da falta de diálogo da presidente com empresários, trabalhadores, estudantes e políticos, sem perspectivas para 2016 e com a primeira mandatária com apenas 10% de credibilidade da população. O poço continua sem fundo, nesta queda livre.
Ives Gandra da Silva Martins, advogado, jurista, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra
Artigo publicado originalmene no jornal O Estado de S. Paulo
O Brasil no FMI: aumento de cotas - Paulo Nogueira Batista Jr.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Uniao Sovietica: o fim oficial, no Natal de 1991 - NYTimes
Imaginei que o mundo se tornaria mais cooperativo, e ameno, no que fui enganado em minha proverbial atitude otimista, alimentada por uma postura basicamente de Idealpolitik, ou seja, confiando na racionalidade dos homens...
Sempre pecamos por ingenuidade...
Paulo Roberto de Almeida
ON THIS DAY
On Dec. 25, 1991, Soviet President Mikhail S. Gorbachev went on TV to announce his resignation as the eighth and final leader of a Communist superpower that had already gone out of existence.
Gorbachev, Last Soviet Leader, Resigns; U.S. Recognizes Republics' Independence
Communist Flag Is Removed: Yeltsin Gets Nuclear Controls
By FRANCIS X. CLINES
Special to The New York Times
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In Farewell, President Cites Gorbachev's Historic Role
The Soviet State, Born of a Dream, Dies OTHER HEADLINES Retailers Report Sales Fell Short of Dim Forecasts: Last-Minute Buying Spree Fails to Carry Merchants Ahead of Last Year's Receipts Pineapple, After Long Affair, Jilts Hawaii for Asian Suitors From L.I. to Angry Illinois: A 5-Day Trash Odyssey |
'I hereby discontinue my activities at the post of President of the Union of Soviet Socialist Republics,' declared the 60-year-old politician, the last leader of a totalitarian empire that was undone across the six years and nine months of his stewardship.
Mr. Gorbachev made no attempt in his brief, leanly worded television address to mask his bitter regret and concern at being forced from office by the creation of the new Commonwealth of Independent States, composed of 11 former republics of the collapsed Soviet empire under the informal lead of President Boris N. Yeltsin of Russia.
'A New World'
Within hours of Mr. Gorbachev's resignation, Western and other nations began recognition of Russia and the other former republics.
'We're now living in a new world,' Mr. Gorbachev declared in recognizing the rich history of his tenure. 'An end has been put to the cold war and to the arms race, as well as to the mad militarization of the country, which has crippled our economy, public attitudes and morals. The threat of nuclear war has been removed.' [A transcript of Mr. Gorbachev's speech and excerpts from interviews with Mr. Gorbachev and Mr. Yeltsin are on pages A12 and A13.]
Mr. Gorbachev's moment of farewell was stark. Kremlin guards were preparing to lower the red union flag for the last time. In minutes, Mr. Gorbachev would sign over the nuclear missile launching codes for safeguarding to Mr. Yeltsin, his rival and successor as the dominant politician of this agonized land.
Yeltsin's Assurance on Weapons
Earlier today, Mr. Yeltsin told his Russian Parliament that 'there will be only a single nuclear button, and other presidents will not possess it.'
But he said that to 'push it' requires the approval of himself and the leaders of Ukraine, Byelorussia and Kazakhstan, the four former republics that have strategic nuclear weapons on their soil.
'Of course, we think this button must never be used,' Mr. Yeltsin said.
Out in the night beyond the walled fortress as Mr. Gorbachev spoke, a disjointed people, freed from their decades of dictated misery, faced a frightening new course of shedding collectivism for the promises of individual enterprise. It is a course that remains a mystery for most of the commonwealth's 280 million people.
'I am very much concerned as I am leaving this post,' the union President told the people. 'However, I also have feelings of hope and faith in you, your wisdom and force of spirit. We are the heirs of a great civilization and it now depends on all and everyone whether or not this civilization will make a comeback to a new and decent living.'
Still Against Commonwealth
In departing, the Soviet leader took comfort in the world's supporting his singular achievements in nuclear disarmament. But even more, he firmly warned his people that they had not yet learned to use their newly won freedom and that it could be put at risk by the commonwealth, which he fought to the last.
'I am concerned about the fact that the people in this country are ceasing to become citizens of a great power and the consequences may be very difficult for all of us to deal with,' he declared, implicitly arguing that his union could have remained a superpower despite the cold war's end, which he helped engineer.
'We have paid with all our history and tragic experience for these democratic achievements,' Mr. Gorbachev said, assessing centuries of suffering across serfdom and revolution, 'and they are not to be abandoned whatever the circumstances, and whatever the pretext. Otherwise, all our hopes for the best will be buried.'
Mr. Gorbachev's stringent gaze and strong caution to the now dismembered nation were in contrast to the smiling ease displayed during this transition day by President Yeltsin, chief heir to this land's political and economic chaos.
'They Need Some Belief'
'The people here are weary of pessimism, and the share of pessimism is too much for the people to handle,' Mr. Yeltsin declared in an interview with CNN. 'Now they need some belief, finally.'
Mr. Yeltsin made a point in the interview of sending Christmas wishes to his listeners today as the West celebrated the holiday, although the Russian Orthodox Christmas is not until Jan. 7. Mr. Yeltsin also took care in addressing the outside world to stress that commonwealth leaders had agreed to fulfill the disarmament commitments made by Mr. Gorbachev.
'I don't want the international community to be worried about it,' President Yeltsin said, vowing that there would 'not be a single second after Gorbachev makes his resignation' that the missile codes would go astray.
The weapons are only one item in a long list of needed precautions that the commonwealth republics must attend to if they are to establish credibility in a decidedly skeptical world that has watched the Soviet Union reverse its totalitarian course and collapse in a matter of a few years.
Mr. Yeltsin is first among equals in the 11-member commonwealth. This is a very loose political association resorted to by the former Soviet republics because of their disenchantment with the very notion of union and their need, nonetheless, for some common arrangement that might ease the escape from post-Communist destitution.
The commonwealth members are free to decide their individual economic and political plans. But they are pledged to a common military command for joint defense needs and to certain economic denominators as well, including the hope of a resuscitated ruble as their common currency.
Russia has already taken the lead in economics as well as defense, with the giant republic of 149 million people bracing for Mr. Yeltsin's first steps toward free-market reform next week. Sweeping price rises are to be legalized on Jan. 2 as an end comes to much of the consumer-goods subsidies that Communism maintained to make its regime minimally palatable.
Mr. Yeltsin made a point in his CNN interview of expressing some displeasure at the limited amount of aid that has been extended by the outside world.
'There has been a lot of talk, but there has been no specific assistance,' he said, offering a small smile. He quickly offered an explanation that with the union collapsing for the last year, willing nations probably found no clear address to which to donate.
'Now everything is clear, and the addressees are known,' he said, beaming as if in invitation. 'And I think that this humanitarian aid will step up now.'
A Poke at Baker
He offered the same hint of mischief in dealing with the fact that Secretary of State James A. Baker 3d waited until he headed home from an initial visit before talking quite pessimistically of the commonwealth's chances.
'Mr. Baker, when he and I had a four-and-a-half-hour meeting here in Moscow, Mr. Baker never told me that,' Mr. Yeltsin said. 'So those who doubt as to the success of the commonwealth should beware and not be so pessimistic,' he advised. 'We are sick and tired of pessimism.'
In leaving, Mr. Gorbachev had no kind words in the televised speech for the commonwealth and never mentioned Mr. Yeltsin.
He reviewed his own campaign to preserve a drastically revised union. It would have accepted the sovereignty the republics gained after the hard-line Communist coup failed in August. This led to the fall of the Communist Party and, tonight, of the union's most prominent defender, Mr. Gorbachev.
'The policy prevailed of dismembering this country and disuniting the state, which is something I cannot subscribe to,' Mr. Gorbachev told the nation, his jaw set forward firmly in defeat as the presidential red union flag gleamed its last behind his right shoulder.
As Mr. Yeltsin deftly acquired the Moscow remnants of the union's powers and real estate across the last few weeks, the huge red union flag atop the Kremlin's domed Council of Ministers building had waved mainly as a symbol of Mr. Gorbachev's holdout resistance to the commonwealth.
The Flag Comes Down
The flag was lowered from its floodlit perch at 7:32 tonight. A muted moment of awe was shared by the few pedestrians crossing Red Square.
'Why are you laughing at Lenin?' a man, obviously inebriated against the winter cold, suddenly shouted in the square. He reeled near Lenin's tomb.
The mausoleum was dusky pink against the evergreen trees outside the Kremlin walls. Within, for all the sense of history wheeling in the night sky, the embalmed remains of the Communst patriarch still rested.
The drunk was instantly shushed by a passer-by who cautioned that 'foreigners' were watching and he should not embarrass the reborn Russia.
'Foreigners?' laughed another Muscovite. 'Who cares? They're the ones who are feeding us these days.'
In the Gorbachev era there were countless moments of floodlit crisis and emergency solutions hurriedly concocted and rammed through in the Kremlin. Previously, Mr. Gorbachev prevailed and often proved brilliant in his improvising. Tonight, though, he was the executive focus for the last time and he seemed brisk and businesslike, a man containing himself against defeat.
In an interview with CNN later, when asked about his plans, he said he would not comment now on the 'many proposals and offers' he had received. He said he would 'have to recover a little bit, relax, take a rest.'
'Respect' From Rival
'Today is a difficult day for Mikhail Gorbachev,' President Yeltsin said a few hours before the Soviet President resigned, when the Russian leader was invited to describe Mr. Gorbachev's main mistakes along the difficult road of reform.
'Because I have a lot of respect for him personally and we are trying to be civilized people and we are trying to make it into a civilized state today, I don't want to focus on these mistakes,' Mr. Yeltsin responded.