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Abolição da escravidão em 1888 foi votada pela elite evitando a reforma agrária, diz historiador
Amanda RossiDa BBC Brasil em São Paulo
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Em 13 de maio de 1888, há 130 anos, o Senado do Império do Brasil aprovava uma das leis mais importantes da história brasileira, a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão. Não era apenas a liberdade que estava em jogo, diz o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores pesquisadores da escravidão no Brasil. Outro tema na mesa era a reforma agrária.
O debate sobre a repartição das terras nacionais havia sido proposto pelo abolicionista André Rebouças, engenheiro negro de grande prestígio. Sua ideia era criar um imposto sobre fazendas improdutivas e distribuir as terras para ex-escravos. O político Joaquim Nabuco, também abolicionista, apoiou a ideia. Já fazendeiros, republicanos e mesmo abolicionistas mais moderados ficaram em polvorosa.
"A maior parte do movimento republicano fechou com os latifundiários para não mexer na propriedade rural", diz Alencastro. Foi aí que veio a aprovação da Lei Áurea, sem nenhuma compensação ou alternativa para os libertos se inserirem no novo Brasil livre. "No final, a ideia de reforma agrária capotou."
Nesta entrevista para a BBC Brasil, o historiador fala ainda sobre a origem da violência do Estado atual contra os negros, afirma que a escravidão saiu da pauta e passou a ser vista como um passado distante, apesar de não ter acabado há tanto tempo assim, e critica o uso da palavra "diversidade" para se referir aos negros. "Falar de diversidade é considerar que os negros são uma minoria, como nos Estados Unidos. Mas no Brasil eles são a maioria. É muito mais que diversidade, é democracia".
Alencastro é hoje professor da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. É também professor emérito da universidade de Paris Sorbonne, onde lecionou por 14 anos, e autor do livro O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul . Veja abaixo os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil - Como entender que o Brasil tenha sido o último país a abolir a escravidão nas Américas?
Luiz Felipe de Alencastro - O Brasil foi o último porque foi o que mais importou africanos - 46% de todos que foram trazidos coercitivamente para as Américas. Esse volume assombroso de africanos que chegou aqui acorrentado era considerado como uma propriedade privada. Isso cria uma dinâmica em que a propriedade escrava era muito importante. Muita gente tinha escravos. Nas cidades havia gente remediada que tinha um ou dois escravos. Os estudos mostram que a propriedade escrava no Brasil era muito mais difundida que na Jamaica ou no Sul dos Estados Unidos. Assim, muita gente, e não só os fazendeiros, achava que o país ia se arruinar se parasse de trazer africanos. Quase tudo dependia do trabalho escravo e da chegada dos africanos.
O Haiti é um caso limite, porque é primeiro país americano que chega à independência, com uma revolução feita pelos escravos (iniciada em 1791). É a única insurreição de escravos que chega ao poder no mundo. Já nos outros países em volta do Brasil, a escravidão não era importante. E era importante no Sul dos Estados Unidos.
BBC Brasil - Qual a diferença do processo de abolição no Brasil e nos Estados Unidos, em 1863?
Alencastro - No Brasil, a escravidão não era como nos Estados Unidos. Lá, a escravidão era regional, no Sul. No restante do país, havia uma economia agrícola independente e movimentos abolicionistas. Já no Brasil a escravidão era nacional, no país inteiro, e não havia um setor camponês independente. Por isso, o abolicionismo não tinha como crescer em regiões circunvizinhas às zonas escravistas. Como foi nos Estados Unidos? O norte do país, não escravista, elegeu Abraham Lincoln, do partido republicano, e que era contrário à expansão do escravismo nos novos territórios dos EUA e buscava uma solução negociada para extingui-lo nos estados onde ele existia. Isso causou a ruptura dos estados sulistas com a União. Ocorreu então uma guerra civil para acabar com a escravidão, uma guerra sangrenta, que traumatiza até hoje o país. Aqui não existia nenhuma parte do território em que a escravidão fosse ilegal. Então, mesmo que houvesse 60 escravos no Amazonas na mão de alguns senhores, esse grupo fechava com o partido escravocrata no Parlamento. Havia uma espécie de união nacional em torno do tráfico negreiro e da escravidão.
BBC Brasil - Já se disse que as grandes transformações do Brasil ocorreram sem participação popular, pelas mãos da elite política e econômica. A independência, a abolição, a República. Mas isso é verdade para a abolição?
Alencastro - José Bonifácio de Andrada, que era uma espécie de primeiro-ministro logo depois da independência do Brasil, mandou um projeto para a Assembleia Constituinte, prevendo a abolição progressiva do tráfico e da escravidão. Já naquele momento, a classe dirigente, o corpo da administração imperial tinham perfeita noção de que manter o tráfico de escravos criaria um impasse. Porque a Inglaterra deixara claro que só reconheceria a independência se o Brasil acabasse com o tráfico. E o governo inglês, nessa época, tinha uma importância enorme. Era como se fosse a ONU (porque garantia o reconhecimento diplomático internacional), o FMI (porque emprestava dinheiro para o governo) e a OIT (porque vetava a importação de africanos, mão-de-obra essencial no Brasil) juntos, com uma força naval que desde a batalha de Trafalgar (1805) mandava em todos os mares.
Quando a Inglaterra começou a pressionar mais fortemente, os dirigentes brasileiros cederam, prometendo acabar com o tráfico a médio prazo. Em 1831 é votado o fim do tráfico. Porém, sobretudo no Rio, e em menor medida na Bahia e no Recife, se organizam redes de comércio semiclandestino de escravizados africanos. Só em 1850, o comércio de africanos acabou de fato. Acabou de uma vez. Caiu de 60 mil africanos desembarcados em 1849 para 6 mil em 1851. Como? Porque houve um conchavo entre traficantes e governo. Se amanhã acabar o tráfico de cocaína na Colômbia, não é porque o consumo de cocaína acabou e de um dia para o outro os policiais ficaram virtuosos.
BBC Brasil - Que conchavo foi esse?
Os traficantes foram prevenidos antes que o tráfico ia acabar e foram tirando o dinheiro. Houve uma negociação entre a classe dirigente (a administração imperial) e a classe dominante (os fazendeiros, as oligarquias regionais). O governo propôs uma lei de imigração para trazer trabalhadores rurais, uma estrada de ferro na região cafeeira - porque o transporte era feito em lombo de mula - e a redução das tarifas de exportação de café.
BBC Brasil - Depois que o tráfico acabou, qual passou a ser a estratégia do Império?
Alencastro - Quando acaba o tráfico de escravos, acaba a fonte externa de reprodução do sistema escravista. Depois há a Lei do Ventre Livre em 1871 (que declarou livres os filhos de mães escravas que nascessem a partir daquela data). Isso estanca outra fonte de reprodução da escravidão, que é a reprodução demográfica interna. Dessa forma, houve uma estratégia gradualista para acabar com a escravidão.
Este gradualismo se resume nesta ideia: a escravidão acaba quando o último escravo morrer. Essa era a estratégia do Império. Aí ninguém perde dinheiro. Mas surge então o abolicionismo. É um movimento como as Diretas já!: Abolição já! Não tem que esperar até o último escravo morrer para acabar com a escravidão. Vamos abolir já, e sem indenização para os proprietários de escravos. Joaquim Nabuco (político abolicionista) afirmou que o Brasil não tinha dinheiro para pagar pelos crimes que cometeu.
BBC Brasil - Qual foi a participação do movimento abolicionista? E o povo, participou?
Alencastro - O abolicionismo se acentuou na década de 1880. Há importante liderança negra. Luís Gama, André Rebouças, José do Patrocínio, que se batiam nos tribunais e nos jornais. Esses são os heróis. Também há muita gente anônima que participou. Houve movimentos organizados para dar fuga a escravos, por exemplo. Aqui em São Paulo, havia o grupo do Antônio Bento, os Caifazes. Havia um grupo em Recife, que ajudava os escravos a fugirem para o Ceará, onde a maioria dos municípios já não tinha mais escravos desde 1884 e onde os escravocratas eram minoritários. Já o Rio de Janeiro era a província onde o escravismo era mais renitente. Em São Paulo, o oeste do Estado já estava apostando na imigração porque havia muita fuga, e a fuga é uma forma de revolta, dos escravos comprados no Nordeste. Essas ações acentuaram a crise do escravismo.
BBC Brasil - Também se falava de reforma agrária, dar terras para os ex-escravos.
Alencastro - A reforma agrária não estava na pauta da maioria dos abolicionistas. Foi uma radicalização de uma parte minoritária. André Rebouças, um engenheiro negro com muito prestígio, tinha um programa para criar um imposto territorial sobre as fazendas improdutivas e fundar cooperativas de pequenos camponeses. Nabuco, nos anos 1880, foi porta-voz dessas reinvindicações. Mas no final, a ideia de reforma agrária capotou.
BBC Brasil - Por quê?
Alencastro - A maior parte do movimento republicano fechou com os latifundiários para trazer imigrantes que trabalhassem nas fazendas e não mexer na propriedade rural. Essa virada dos republicanos jogou Nabuco, Rebouças e outros no escanteio e os fez apoiar a monarquia até o fim. Depois disso, (no livro) Minha Formaçã o(1900), Nabuco renega sua juventude abolicionista e faz uma declaração monarquista que constitui uma das frases mais infames da história da política brasileira: "Tenho convicção de que a raça negra por um plebiscito sincero e verdadeiro teria desistido de sua liberdade para poupar o menor desgosto aos que se interessavam por ela, e que no fundo, quando ela pensa na madrugada de 15 de novembro (data da proclamação da República), lamenta ainda um pouco o seu 13 de maio".
BBC Brasil - O projeto de reforma de Rebouças e Nabuco poderia ter ido para frente?
Alencastro - A relação de forças não era favorável. Não havia um movimento camponês a favor da reforma agrária, ou uma base popular lutando pelo o direito à terra. No final das contas, o Brasil é um dos únicos grandes países agroexportadores que nunca fez reforma agrária.
BBC Brasil - Além do campo, também havia muita escravidão nas cidades?
Alencastro - Se você somar a proporção de escravos do Rio com a de Niterói, você tem uma concentração urbana de escravos que não existiu em nenhum outro lugar no mundo, só no Império Romano. No Brasil, a escravidão também tinha essa característica urbana, em uma escala que não ocorreu nas Américas. A escravidão marcava as cidades. Em 1849, o Rio tinha 260 mil habitantes, 110 mil dos quais eram escravos. Isso dá 42% da população.
BBC Brasil - Como foi o dia seguinte à abolição? O que aconteceu com os escravos que se viram livres em 13 de maio de 1888, mas sem compensações, sem apoio do Estado para começar uma vida nova?
Alencastro - Na sequência da abolição, a mão de obra imigrante vai aumentando. Muitos ex-escravos ficam fora do mercado de trabalho na zona rural e, em parte, nas cidades. Mesmo sendo brasileiros, os ex-escravos não tiveram cidadania plena, porque a sua quase totalidade era analfabeta, e o voto do analfabeto foi proibido em 1882, ainda no Império. Este ferrolho para excluir os negros livres e os ex-escravos também atingiu os brancos pobres e analfabetos, como é óbvio. Até 1985, quando o voto deles foi permitido.
BBC Brasil - A escravidão foi um processo de muita violência. Essa violência usada contra os negros acabou quando a escravidão chegou ao fim?
Alencastro - A Constituição brasileira de 1824, no art. 179, proibiu punir crimes com castigo físico. A partir daquele momento, não se podia mais torturar - a inquisição portuguesa havia institucionalizado a tortura como prova, até a pessoa confessar. Vem então o Código Criminal de 1830 que especifica no art. 30: se o condenado for escravo ele não vai para a cadeia, a pena é transformada em açoite. Isso porque se o escravo fosse para cadeia, causaria uma perda de mão-de-obra e dinheiro para o seu senhor. Assim, o escravo era açoitado publicamente, humilhado, torturado. Depois, semanas depois, quando estivesse reestabelecido (do açoitamento), o escravo voltava a trabalhar. Então, a tortura foi legal no Brasil até 1888, mas só para os escravos. Quando a abolição ocorre, a polícia já estava habituada a bater neles. Neles e nos brancos desfavorecidos. Como no caso do voto do analfabeto citado acima, os mecanismos da repressão escravista contaminam a sociedade inteira.
BBC Brasil - Cerca de 4,8 milhões de africanos aportaram como escravos no Brasil. É muito mais que em qualquer outro lugar no mundo. Nos Estados Unidos, foram menos de 400 mil. Por que a vinda de escravos para o Brasil foi tão grande?
Alencastro - São vários fatores. Do ponto de vista da navegação, há um sistema de correntes e ventos que aproxima muito o Brasil da África. A viagem de ida e volta para os portos brasileiros era 40% mais curta do que a dos navios saindo das Antilhas ou dos Estados Unidos, os quais enfrentavam turbulências na ida e na volta, quando atravessavam a zona equatorial. O Brasil também tinha mercadorias que eram trocadas por escravos, como tabaco e cachaça. Outro fator importante são as conexões do Brasil com os portos africanos. Quando a Corte portuguesa veio para cá, o Rio de Janeiro se tornou a capital do império português - isso incluía Angola, Moçambique... Também havia bases mercantis de interesse brasileiro lá - muito mais associadas ao Brasil do que a Portugal. Isso os americanos nunca tiveram. O negócio negreiro dos Estados Unidos era muito mais controlado pelos ingleses.
O terceiro fator é o boom do café, que aumentou muito o tráfico negreiro para o Centro-Sul do Brasil. Quem estava financiando isso em última instância? O operário e a classe média inglesa, francesa, russa, que estavam tomando café mais frequentemente. O café do Brasil não tinha concorrência. A partir de 1840, o Brasil vira o maior produtor mundial de café - e é o maior até hoje. Não foi assim com o ciclo do açúcar, que sofria concorrência das Antilhas.
BBC Brasil - Os próprios africanos participaram do comércio de escravos, não?
Alencastro - Os africanos desenvolviam comércio de escravos localizado, limitado aos circuitos regionais das zonas econômicas africanas. A articulação desse comércio interno ao comércio Atlântico - que era um dos setores mais dinâmicos da economia mundial, com companhias formadas, com acionistas investindo pesado - criou uma demanda de escravos que exacerbou o tráfico interno africano. Também houve a importação de armas europeias, dando maior impacto aos conflitos internos, que eram os mecanismos de criação mercantil de escravos. O comércio atlântico negreiro era um comércio totalmente europeu e brasileiro. Nunca houve um navio africano vendendo escravo nos portos das Américas.
BBC Brasil - Como a escravidão explica o país e a sociedade que o Brasil se tornou?
Alencastro - O tráfico negreiro em si explica muita coisa. Explica a unidade nacional, por exemplo. Quem quisesse se separar do governo do Rio de Janeiro, da Coroa, já sabia por antecipação que ia sofrer pressão da Inglaterra quando ficasse independente e teria que acabar com o tráfico. Quem estava melhor posicionado para moderar a pressão inglesa contra o tráfico transatlântico de africanos? O governo do Rio de Janeiro. Uma monarquia que tinha corpo diplomático bem plantado na Europa e era a única representante do sistema monárquico europeu nas Américas. A unidade nacional brasileira é um fenômeno inédito nas Américas. Falava-se a mesma língua. Mas da Patagônia até a Califórnia também se falava a mesma língua, o espanhol, e os quatro vice-reinos espanhóis se fragmentaram virando 19 países.
Mas não é só. O tráfico também explica boa parte da diferença entre o Centro-Sul e o Nordeste do Brasil. O sucesso do primeiro não é porque teve mais espírito comercial. É por causa do café, mas também porque a rede negreira fluminense era mais extensa e mais eficaz na África que a dos negreiros pernambucanos ou baianos. Por isso, o café pode se expandir tanto.
BBC Brasil - 130 anos é pouco tempo, só cerca de quatro gerações. Mesmo assim, parece muito distante. Por que temos a impressão de que a escravidão é um passado tão longínquo?
Alencastro - Eu conheci gente em Goiás que falava do tempo da escravidão. E há depoimentos de ex-escravos colhidos no Paraná, nos anos 1950. Por que parece que é tão longe? Logo depois da abolição o assunto saiu de pauta. Salvo para se ensinar que a abolição foi uma generosidade da Coroa, do governo, da redentora princesa Isabel. Daí o motivo do movimento negro ter proposto a troca do 13 de maio pelo 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), da princesa Isabel por Zumbi - numa luta política significativa. E depois veio também a imigração, criou-se uma outra história popular que não deixava muito espaço para a história dos afro-brasileiros.
BBC Brasil - A abolição foi uma farsa?
Alencastro - A abolição teve limites. Mas ela ocorreu, não foi farsa. Seria como dizer que a República foi uma farsa, que não acabou com a monarquia. A abolição acabou com a aberração gerada por um quadro institucional e legal que permitia uma pessoa ter como propriedade outra pessoa e seus descendentes, de maneira perpétua. A abolição também não foi uma benevolência da princesa ou do governo. A monarquia já estava caindo, fez uma última manobra e caiu ao tentar captar a plataforma abolicionista para enfraquecer o movimento republicano
BBC Brasil - O senhor é defensor das cotas...
Alencastro - O meu argumento das cotas é que elas são fundamentais para os negros, para os índios e para os pobres e os brasileiros em geral. São elas que vão consolidar a democracia plena no Brasil, com acesso à educação e ao trabalho.
BBC Brasil - Há quem defenda cotas por renda, não por cor...
Alencastro - A cota social apareceu como um argumento substitutivo dos que não queriam apoiar a cota racial. Ninguém falava em cota social no Brasil antes do movimento negro levantar a bandeira da política afirmativa racial - a favor dos negros e também dos índios, é importante lembrar. Trata-se de uma política baseada nas estatísticas étnicas dos Estados. Na região amazônica a proporção de jovens de origem indígena é importante, e as cotas favoreceram a entrada deles nas universidades federais.
O Supremo Tribunal Federal votou unanimemente pela constitucionalidade das cotas, em 2012. Raras decisões do Supremo são unânimes. Juridicamente, a situação estava definida: os negros não sofrem descriminação legal, mas há mecanismos informais que os descriminam e desqualificam de forma óbvia.
O censo de 2010 mostrou que a maioria da população é negra. Esse dado deve ser bem observado pela maioria dos progressistas e por setores do movimento negro que consideram a política afirmativa como um instrumento em favor da diversidade. É muito mais do que isso. É um instrumento em favor da democracia, do funcionamento do Estado, que favorece o país inteiro. Achar que ela garante a diversidade é considerar que os negros são uma minoria, como nos Estados Unidos. Mas no Brasil eles são a maioria.
BBC Brasil - O senhor também defende o ensino de história da África nas escolas.
Alencastro - A maioria das pessoas que chegaram aqui são africanos. É esse o dado que os professores têm que dar em reunião de pais e mestres, quando perguntam por que perder tempo com história da África. Ora, porque a África é mais importante para a formação do povo brasileiro do que a Ásia e boa parte da Europa e das Américas.
O governo afunda sozinho na areia movediça sobre a qual apoiou seu edifício
OFloriano Peixoto de ontem, marechal de ferro, armas na mão, salvou a República da reação oligárquica. O de hoje, umcomandante testado no terremoto do Haiti, integra-se ao círculo de aço de militares encarregados de salvar o governo do caos engendrado pelo próprio presidente. Asubstituição deBebiannoconverte Onyx Lorenzoni no único civil remanescente no núcleo de ministros que despacham do Planalto. Junto dele, figuram três generais: Augusto Heleno, chefe do GSI, Santos Cruz, na Secretaria de Governo, e Floriano, na Secretaria-Geral. De fato, um mês e meio após a posse, assistimos ao ensaio da inauguração de um segundo governo Bolsonaro.
A demissão de Bebianno pode ser narrada em dois registros alternativos. Na linguagem do recreio do pré-primário: um chamou o outro de mentiroso, feio e bobo. No idioma compartilhado entre milicianos e facções do crime: um qualificou o outro como traíra, X-9. De um modo ou de outro, o evento veicula uma lição de ciência política: ogovernoBolsonaro, na sua versão original, é um experimento patológico destinado a perecer sob o efeito das toxinas empregadas na sua concepção. Os militares finalmente entenderam isso.
Nos idos de 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, a cúpula militar encarava Bolsonaro com indisfarçável desprezo. O ex-capitão baderneiro cercava-se por constelações de extremistas de redes sociais que gritavam pela "intervenção militar", ameaçando poluir os quartéis com os gases da política golpista.
Dali, numa brusca oscilação, os chefes fardados entusiasmaram-se com uma candidatura que prometia recuperar a estabilidade econômica, exterminar a corrupção e destruir as cidadelas do crime organizado. A velha desconfiança dos políticos profissionais, os ressentimentos nutridos pelas comendas oficiais concedidas a Marighella e Lamarca, o sonho desvairado de restauração da imagem da ditadura militar contribuíram para o imprudente abraço dos militares ao candidato da direita populista.
Do desprezo ao entusiasmo —e deste ao pânico. O clã familiar dos Bolsonaro, permeado por loucas ambições, inclina-se à guerra palaciana permanente. As cliques do baixo clero parlamentar que rodeiam Lorenzoni e Bebianno prometem engolfar o governo em perenes disputas mesquinhas. Os dois ministros nomeados por Olavo de Carvalho, o Bruxo da Virginia, personagens atormentados por moinhos de vento puramente imaginários, fabricam crises fúteis em série. Segundo o diagnóstico dos chefes militares, o governo afunda sozinho na areia movediça sobre a qual apoiou seu edifício improvisado.
Você disse "fascismo"? Sentenças odientas pontilham discursos das autoridades. Um projeto de lei assinado por Moro concede às polícias uma licença irrestrita para matar. No Rio de Janeiro, sob o influxo do "espírito do tempo", noticia-se uma chacina policial no Morro do Fallet e tiros fatais de snipers na favela de Manguinhos. Mas só há "fascismo" na literatura vulgar de uma esquerda que tudo esqueceu ou nada leu. O governo Bolsonaro, tal como exposto pelo episódio constrangedor da demissão de Bebianno, carece de coesão organizativa, estrutura político-partidária e coerência ideológica mínima.
"Fascismo"? Bolsonaro não mobiliza camisas-negras ou falanges, exceto a militância virtual comandada pelo filho Carluxo que vitupera nos subterrâneos da internet. Um paralelo viável não é com Mussolini, mas com Rodrigo Duterte, o populista primitivo das Filipinas que contaminou suas forças policiais com as práticas do vigilantismo. No Brasil, um governo desse tipo está condenado à implosão. Daí, o alerta de pânico ativado pelos generais do Planalto.
A defenestração de Bebianno assinala uma transição silenciosa. Que ninguém se iluda: está em curso a "intervenção militar" pela qual clamavam os patetas civis extremistas na hora do impeachment.
Sozinho na fortaleza: como vive o último cavaleiro de ordem milenar em Malta
Ross Kenneth UrkenBBC Travel
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Eram 21h de um domingo quando liguei para Fra John Critien, e ele não ficou nada contente. Um cavaleiro não liga do nada para outro cavaleiro numa hora tão inoportuna, afirmou. A conversa acabou ali.
Em seguida enviei-lhe um email explicando que tinha ido a Malta exatamente para aprender a me comportar como os célebres cavaleiros da Soberana Ordem Hospitaleira Militar de São João de Jerusalém de Rodes e Malta, também conhecida como a Ordem Militar Soberana de Malta. Na manhã seguinte, então, ele me respondeu com mais boa vontade.
"Bem, imagino que ser um cavaleiro também signifique atender aos outros mesmo quando se é pego de surpresa num domingo à noite", ele escreveu.
E assim eu o encontrei numa terça à tarde no Forte de Sant'Angelo, no Grande Porto da capital maltesa de Valletta, onde ele é o único habitante da isolada fortaleza desde 1998. Vestido com camisa polo creme e mocassim, ele me cumprimentou com um caloroso sorriso e flutuou sua mão para cima. "Por aqui", disse o cavaleiro, e subimos a muralha.
A Ordem de Malta, fundada por volta de 1099 em Jerusalém, é uma sociedade de cavalaria católica romana. Em 1530, a ordem recebeu as Ilhas Maltesas em uma concessão perpétua por Carlos 1º, da Espanha, em troca da promessa de um falcão maltês por ano.
O grão-mestre Jean de la Valette, juntamente com seus cavaleiros, inaugurou a nova capital do país, que mais tarde seria descrita pelo ex-primeiro ministro britânico Benjamin Disraeli como "uma cidade construída por cavaleiros para cavaleiros".
Fra Critien é hoje o único cavaleiro no arquipélago que fez os votos da ordem, o que o torna o último verdadeiro Cavaleiro de Malta em Malta.
Nós caminhamos pela parte alta da Fortaleza de Sant'Angelo, um bastião medieval em tons de mel reconstruído no século 16. Ela serviu como sede maltesa do chefe da ordem e sede da ordem durante o Grande Cerco de Malta em 1565, quando os otomanos tentaram invadir o arquipélago.
A maior parte da fortaleza está sempre aberta a visitação. No último ano, exclusivamente, um limitado número de viajantes também pode visitar a seção mais isolada da construção, já que Valletta se tornou a Capital Europeia da Cultura de 2018. Mas Fra Critien está negociando com o Malta Heritage Trust para ampliar o acesso de visitantes para além de 2018. E espera inaugurar um pequeno museu dedicado aos recentes projetos dos cavaleiros.
Durante o tour, paramos numa espaçosa sala de estar cujas paredes eram adornadas com pinturas a óleo de grandes mestres, e eu endireitei os ombros copiando a nobre postura de Fra Critien. Dada à intenção de la Valette de criar uma cidade de cavaleiros, perguntei a Fra Critien o que exatamente significaria ser um cavaleiro aos olhos da ordem.
O lema oficial da ordem, Tuitio fidei et obsequium pauperum ("Defesa da fé e assistência aos pobres"), define sua dedicação à religião e à caridade. "No passado, a defesa da fé estava andando a cavalo, lutando contra inimigos", disse Fra Critien. "Agora defendemos a fé sendo exemplo para os que nos rodeiam".
Doações, trabalho em hospitais e programas para jovens são parte das ações dos cavaleiros de Malta. Segundo Fra Critien, eles seguem uma característica fundamental: o orgulho humilde.
"Até espero que haja uma reação de 'uau!' quando usamos nossos uniformes ou trajes da igreja", afirmou Fra Critien. "Mas rezo para eu não me levar muito a sério por causa disso".
Hoje, ele explicou, a ordem tem cerca de cem cavaleiros e damas (como as mulheres-membro são conhecidas) em Malta, porém estes não fizeram os votos da ordem. No mundo, de Nova York a Londres e Roma, há em torno de 13.500 cavaleiros e damas na ordem. Mas muitos consideram difícil fazer votos de pobreza, castidade e obediência como fez Fra Critien - por isso ele mantém o status de solitário cavaleiro em Malta e um dos 55 da ordem no mundo.
"O cavaleiro é uma raça em extinção?", perguntou retoricamente. "Bem, até certo ponto, sim".
Mas Fra Critien não acredita que é necessário ser um cavaleiro para agir como tal: "Para ser honesto, não vejo grande diferença entre ser cavaleiro e cavalheiro".
No dia seguinte, quando cheguei à Casa Rocca Piccola, em Valletta, assegurei-me de manter minha postura ereta como a de um cavaleiro. A residência pertence ao Marquês Nicolau de Piro, membro da Ordem de Malta e procedente de uma das famosas famílias aristocráticas do país. A construção mantém sua elegância barroca do século 16, com uma fachada de calcário que brilha em tom dourado com o sol da tarde. Atualmente, o marquês e sua esposa abrem o labirinto de quartos à visitação.
"Todo mundo pensa que ser um cavaleiro é apenas ser elegante, inteligente ou imponente", disse o marquês ao lado de seu papagaio, Kiku, em seu jardim banhado pelo sol. O verdadeiro impacto da Ordem de Malta, enfatizou, são as ações de caridade.
O comportamento é outra característica singular dos cavaleiros. E agir mal é um grande erro, acrescentou o marquês. Ele citou o exemplo do pintor Caravaggio, do Renascimento, que se tornou um cavaleiro da Ordem após chegar à ilha em 1607.
Caravaggio vinha de Roma, onde tinha matado um homem em um duelo. Mesmo assim, os cavaleiros acreditaram em suas boas intenções, e a Corte precisava de um pintor. A criação de sua maior e única obra assinada, A Decapitação de João Batista , ainda exposta na Catedral de St John, reforçou seu valor para a ordem. No entanto, um ano depois, ele foi preso por supostamente se envolver em uma briga. Os cavaleiros o aprisionaram na fortaleza e o expulsaram da ordem.
Enquanto visitávamos sua residência, o marquês revelou outro atributo de um cavaleiro: uma dose de humor. Ele citou a lápide de Anselme de Cays, famoso cavaleiro da ordem do século 18 enterrado na Catedral de São João. A inscrição de seu túmulo de mármore diz: Qui me calcas calcaberis ("Quem pisa em mim, será pisado"), declaração que, de acordo com o marquês, é uma ameaça bem-humorada.
Depois de me despedir do marquês, fui tomar um drinque no Club The Phoenicia Hotel, onde Pierre 'Pitro' Walton é o barman-chefe há 30 anos e já serviu nomes como a Rainha Elizabeth 2ª e Frank Sinatra. Enquanto tentava rever minhas lições de galanteria - orgulho humilde, trabalho de caridade, valentia, humor … -, perguntei o que Walton, um plebeu como eu, pensava do legado de cavalheirismo de seu país.
"Para ser um verdadeiro cavaleiro, você tem que ter uma espada grande e ir à guerra, mas o sangue dos cavaleiros flui pelas veias dos malteses", disse Walton. É por isso que, continuou, os malteses são conhecidos por sua hospitalidade.
O trabalho em hospitais - e por extensão, a hospitalidade - é parte inerente dos deveres da ordem, disse Walton. Inclusive, foi uma unidade de saúde para refugiados do século 11 que marcou o surgimento da ordem. Posteriormente, o famoso Hospital Sacra Infermeria, do século 16, em Valletta - agora o Centro de Conferências do Mediterrâneo - acolheu a todos, de mendigos a nobres. Foi aqui que os cavaleiros estabeleceram padrões médicos, como trocar a roupa de cama e usar pratos e utensílios de prata, além criar pomadas inovadoras à base de mel.
Claro, o remédio de Walton vem em forma de coquetel. Depois de me contar sobre a hospitalidade maltesa, ele me serviu um St Elmo, uma lenda de cavalheirismo em forma de elixir para comemorar o Grande Cerco de Malta. A bebida é feita de Bajtra (licor de palma-doce, do lado maltês), gim (pelo inglês), Cointreau (pelo francês), lima (pela acidez da vida) e suco de oxicoco (pelo sangue).
"Agora, sente-se", disse ele, endireitando o guardanapo sobre a mesa à minha frente.
Enquanto bebia meu St Elmo, que brilhava como um rubi no copo de martini, os ensinamentos da ordem rodavam na minha cabeça. E pela primeira vez desde que me encontrei com Fra Critien, senti meus ombros relaxarem.
Texto introdutório ao livro
de Paulo Roberto de Almeida (org.), Roberto Campos, A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte
e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN:
978-85-93751-39-4).
[Objetivo:
contribuição a seleção de ensaios; finalidade: livro sobre Roberto
Campos]
Ensaio serviu de base a um dos
capítulos deste livro:
Paulo Roberto de Almeida
(org.), Roberto Campos, A Constituição Contra o Brasil: ensaios de
Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São
Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-85-93751-39-4).
Roberto Campos e a
instabilidade constitucional brasileira
Com a possível
exceção da Petrobras – que ele chamava, carinhosamente, de “Petrossauro” –, a
Constituição brasileira de 1988 foi um dos mais constantes objetos da birra de
Roberto Campos, que a ela dirigiu um volume razoável de críticas acerbas. Não
só a ela, obviamente, mas ao conjunto de regulações infraconstitucionais,
intrusivas e equivocadas, que sempre dificultaram, quando não obstaram por
completo, a criação e a manutenção de um ambiente de negócios relativamente
favorável à acumulação de capital, à incorporação ou criação de tecnologias
avançadas, assim como à simples criação de empregos, de riqueza e de bem-estar
e prosperidade para a população como um todo. E não apenas a partir dela,
evidentemente, pois todo o arcabouço institucional brasileiro, sempre exerceu
uma tremenda barreira à criação de novos negócios, em bases privadas, ao mesmo
tempo em que atribuía ao Estado grande primazia nos empreendimentos
considerados “estratégicos”, inclusive por parte de uma elite sempre mais
focada nos favores estatais do que no empreendedorismo de risco.
As características
negativas da carta constitucional, bem como do ambiente legal como um todo, em
vigor no Brasil desde sempre, mas particularmente agravadas pela Constituição
de 1988, constituíram um dos maiores irritantes ao longo da brilhante carreira
de tecnocrata intelectual que foi a de Roberto Campos desde a República de 1946
até a chamada “Nova República”. Não surpreende, assim, que, em primeiro lugar,
o processo de elaboração constitucional de 1987-88 e que, depois, o texto saído
do Congresso Constituinte, promulgado em outubro de 1988, tenham merecido
justas críticas do mais brilhante intelectual brasileiro da segunda metade do
século XX.
Venezuelan soldiersopened fire on a group of civiliansattempting to keep open a segment of the southern border with Brazil for deliveries of humanitarian aid, leading to multiple injuries and the first fatality of a massive opposition operation meant to deliver international relief to this devastated South American country, according to eyewitnesses and community leaders, the Washington Post’s Anthony Faiola reports.
“That claim rang hollow internationally,” he said. “Of course, the U.S. has always supported the opposition, but there was not the widespread international support in Europe and the region supporting the opposition movement.”
The recent protests involve a broader segment of the population, including poor neighborhoods that traditionally supported Chavez and Maduro’s socialist policies and benefited from subsidized housing and food,said Manuel Felipe Sierra, a journalist and political analyst. People perceive Guaido not as a representative of a political party but rather a leader representing a response to the humanitarian crisis.
“The social and economic crisis is so great that what you see on the street is not only from the political opposition,” he said.
A former intelligence chief in Venezuela who is one of the government’s most prominent figures turned against President Nicolás Maduro on Thursday, calling him a dictator with a corrupt inner circle that has engaged in drug trafficking and courted the militant group Hezbollah,the New York Times reports:
In interviews with the Times, the former intelligence chief, Hugo Carvajal, 58, who is a congressman in the governing Socialist Party, urged the military to break with the president ahead of a showdown with the opposition on Saturday over Mr. Maduro’s blockade of aid shipments on the country’s borders.
“It has been more than enough,” Mr. Carvajal said in a statement, which was also released in a video online on Thursday and addressed to Mr. Maduro. “You have killed hundreds of young people in the streets for trying to claim the rights you stole. This without even counting the dead for lack of medicines and security.”
There have been more than 48,900 anti-government protests since 2013, mostly consisting of large groups of neighbors, public workers and university students, according to the Venezuelan Observatory of Social Conflict. The human rights group reports that protests in 2018 surpassed the two previous largest waves during 2014 and 2017,the LA Times adds.
Prospects of transition hinge heavily on shifting the military’s allegiance to Maduro, observers suggest.
“You can inoculate a few top level military commanders, but not the rank and file and not the PdVSVA workers,”says one analyst. “Repression and targeted rental and corruption income is a not a viable strategy for Maduro to remain in office.”
One leading analyst is “a little bit skeptical” that U.S. rhetoric will prompt the military to “flip and support Guaidó.” Nevertheless, “I think president Maduro does have his days numbered,”said Michael Shifter, president of the Inter-American Dialogue.
“The opposition is more united than ever, the pressure is very intense, both within this hemisphere and the major European countries, and so there needs to be a negotiation of some sort to give some protections or some guarantees to the armed forces who are guilty of human rights violations and other criminal activities,”he told the BBC. “That is all going to be complicated and it will take a lot of time as we have seen in other transitions.”
A Venezuela free of the influences of the Russian autocracyand the Cuban dictatorshipis an objective that the world’s democracies should support,arguesMoisés Naím, a distinguished fellow at the Carnegie Endowment for International Peace.
Cuba is going to dig in to protect Maduro in the weeks ahead, but not the Russians and surely not the Chinese,says Vanessa Neumann, who founded the political risk firm Asymmetrica.
“He is a Cuban puppet, educated and raised in part in Cuba,” she says, adding that by Venezuelan law, Maduro should not have taken over after Chavez’s death before finishing his term. The National Assembly leader at the time was next in line, not him.
“Chavez anointed him from Havana, with Cuban recommendations is my guess,”she says. “They are a parasitic state. They milked the USSR. They sponsored the FARC in Colombia. They milked Venezuela. Watch out, Mexico, because I think you’re next.”
Venezuela is the perfect target for Russian intervention. With geopolitical influence and financial investments at stake, Putin has his eyes on Washington’s backyard. But the mounting chaos in Caracas could derail Russia’s renewed global ambitions,adds Naím, a former National Endowment for Democracy board member.
Our research, reflected in two recently published Wilson Center reports, examines differences in China-Venezuelan and Russian-Venezuelan economic relations. For China, oil ties mean Beijing has to be pragmatic about nonintervention, but Russia has geo-political aspirations,say analystsStephen B. Kaplan and Michael Penfold.
Facing mounting financial arrears, vulnerable supply chains, U.S. court battles over Citgo shares used as loan collateral, and U.S. sanctions on the Rosneft CEO, there are limits to how far Rosneft can extend its financial exposure in Venezuela. ….The guiding principles of Russia’s involvement in the oil and gas sectors are also mostly political rather than commercial. In a recent Wilson Center report, analyst Vladimir Rouvinski suggests that Russian political elites “sincerely believe there is an opportunity to improve the situation sometime in the future with Chavistas still in control of Venezuela.”
The EU has taken constructive steps to address the crisis in Venezuela, but the lack of a common European position could threaten progress towards a peaceful transition of power, says European Council on Foreign Relations analyst Pawel Zerka.Europe should do better on Venezuela, he states.
Enviamos dois artigos importantes sobre o auge da violência no Brasil e no México publicados nesses dias no jornalValor. Vale destacar que essa escalada dos homicídios não é geral na América Latina. Países como Peru, Argentina, Bolívia e Equador mostram padrões de homicídios comparáveis aos países de maior riqueza do planeta. Esse desafio é nosso.
Terei o prazer de receber o economista da UnB Roberto Ellery e um colega do Itamaraty, Arthur Naylor, para um debate sobre a economia na Constituição de 1988, com base nos artigos de Roberto Campos, coletados por mim no livro recentemente publicado pela LVM.
Todos estão bem vindos.
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