quarta-feira, 10 de junho de 2009

1149) Universidade do Pacto Amazonico: nem urgente, nem necessaria

O artigo abaixo, de um senador amazônida, ou amazônico, se ele preferir, pretende justificar a criação de uma universidade dos países do Pacto Amazônico. Gostaria, no que me toca, que ela fosse improvável, ou impossível. Ela não é nem urgente nem necessária.
Com efeito, não há nada, absolutamente nada, que impeça as universidades atualmente existentes de se dedicarem ao que ele propõe: o estudos do ambiente, dos problemas da Amazônia e a proposta de soluções aos mesmos, individualmente ou em cooperação, em rede ou por outras vias, com outras universidades dos países da região.
Apenas o desejo de criar mais cargos, e portanto mais despesas, pode justificar esse projeto.
Políticos são animais gastadores de uma espécie ainda não suficientemente estudada pelos naturalistas, zoologistas, ou talvez entomologistas: eles são como saúvas, a avançar sobre o dinheiro público e o privado. São como os furões, ou doninhas, que avançam nos ninhos dos outros, roubam os ovos, se apropriam dos recursos, públicos e privados.
Creio que eles deveriam ser confinados num zoológico, o que aliás não deixa de ser o Congresso, tantas são as hienas e abutres que o frequentam. Talvez fosse o caso de colocá-los confinados na ala de mais alta segurança, do contrário seu poder destrutivo é muito grande...


Universidade do Pacto Amazônico, necessidade urgente
08/06/2009 - 18h47
João Pedro

A provável Universidade do Pacto Amazônico, de minha autoria, contribuirá com o desenvolvimento da Pan-Amazônia por meio do compartilhamento dos conhecimentos e saberes científicos e tradicionais em benefício das suas populações.

Trata-se de uma necessidade urgente, porque a universidade se somará às demais instituições de ensino, pesquisa e extensão que agem para aperfeiçoar as relações de amizade e de cooperação sociocultural na região, com o diferencial de fundar uma tradição acadêmica comprometida, prioritariamente, com a sustentabilidade social, econômica e ambiental da região.

O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Educação do Senado e agora tramita na Câmara dos Deputados. Minha vontade, além de vê-lo aprovado e implantado no menor tempo possível, é que, no final, ele represente o conjunto de vozes das sociedades pan-amazônicas.

Não tenho medido esforços para que isso venha a acontecer. Já apresentei os fundamentos dessa proposta à Associação de Universidades Amazônicas (Unamaz), ao Parlamento Amazônico, ao Fórum Social Mundial, a governadores de Estados Amazônicos e a autoridades do governo brasileiro, como o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o ministro da Educação, Paulo Haddad.

Outras reuniões, fóruns e audiências públicas estão programadas para tratar do tema. Ainda há tempo para acrescentarmos sugestões que aprimorem o projeto, para que ele, quando implantado, atenda às necessidades da complexidade amazônica.

A futura universidade enfrentará de imediato o desafio de unir, no cotidiano do ensino, pesquisa e extensão, oito países com diferentes níveis de desenvolvimento econômico, embora compartilhem, em pontos de seus territórios, ecossistemas e culturas semelhantes.

A unidade na diversidade, certamente, é um conceito que ajuda a pensar Amazônia no âmbito do entrelaçamento de inteligências interessadas na proteção da região por meio de uma prática científica que valorize cada vez mais saberes locais em vez de alijá-los dos meios acadêmicos.

Imagino a Universidade do Pacto Amazônico com salas de aulas, laboratórios e projetos de extensão nos oito países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), e suas atividades realizadas, conjuntamente, por colombianos, brasileiros, bolivianos, equatorianos, guianenses, peruanos, surinameses e venezuelanos.

Ou, de igual modo, que estudantes, professores e a comunidade acadêmica promovam o intercâmbio cultural, a solidariedade e a fraternidade pan-amazônica. Estou impulsionado, também, pelo desejo de construirmos uma região coesa na resolução dos seus problemas e na defesa da soberania das suas populações.

O Brasil, que detém maior parte do território amazônico, tem papel relevante na articulação do bloco amazônico. Seu empenho no funcionamento da OTCA, desde 1995, é a prova de que, de algum modo, está atento a sua responsabilidade de líder regional.

Claro que, como brasileiro e amazônida, gostaria de ter uma OTCA mais atuante; e sei que, em grande medida, o tamanho dessa atuação depende dos esforços da diplomacia brasileira.

A universidade que proponho almeja tornar-se uma instituição facilitadora da integração dos oito países, principalmente por intermédio dos seus programas científicos e culturais.

Convence-me a idéia de que precisamos conhecer a Amazônia na sua complexidade sociocultural e biológica para que possamos defendê-la da depredação total patrocinada pelo capitalismo de terra arrasada.

A meu ver, para que isso ocorra, devemos estimular um novo jeito de pensar e produzir conhecimentos. Para a Pan-Amazônia, depositária de fatia significativa da diversidade cultural e biológica do Planeta, essa é uma questão urgente.

A Universidade do Pacto Amazônico expressa a contribuição das sociedades amazônicas ao grande projeto de defesa e proteção permanente da Amazônia.

João Pedro é senador pelo estado do Amazonas e vice-líder do governo.

1148) Livro: Powers and Principles, lancamento

Abaixo, o anúncio de lançamento de um livro de que participo.
Helàs, vai ser em Washington...

Join Us for a Powers and Principles Book Party

Preview the book

On behalf of the Stanley Foundation, I would like to invite you to a reception on July 1 celebrating the publication of a new book, Powers and Principles: International Leadership in a Shrinking World (Lexington) that collects the results of a recent Stanley Foundation initiative.
In early 2008, my former colleague Michael Schiffer and I launched a project using the concept of responsible stakeholdership to gauge the prospects for a stronger international community. In other words, what if the world's major global and regional powers came into closer alignment—with shared approaches to 21st-century threats and challenges? The project asked experts to examine nine powerful nations, the EU, and the case of a generic oil company and speculate how each might deal with the internal and external challenges posed by international norms.

We were fortunate to recruit a group of highly accomplished analysts to take part and are eager to share the results with you and other colleagues. Complimentary copies of the book will be available at the event but, in the meantime, the table of contents and other details can be found on the Lexington Books Web site. We expect many of the contributing writers will be at the reception.

The reception will take place on July 1, 2009, from 5:30 to 7:30 p.m. at the Washington office of the Stanley Foundation (co-located with the Henry L. Stimson Center) at 1111 19th Street, NW, 12th Floor.

To respond to this invitation or for questions about logistics, please contact Elaine Schilling, program assistant, by e-mail at eschilling@stanleyfoundation.org or telephone 563-264-6888.

Best regards,
David Shorr
Program Officer, The Stanley Foundation

segunda-feira, 8 de junho de 2009

1147) I Seminario de Estudos sobre a FEB, RJ, 15 de junho de 2009

I Seminário de Estudos sobre a Força Expedicionária Brasileira, 15 de junho, Rio de Janeiro
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Gostaríamos convidar nossos colegas a participar no seminário onde mais de 40 pesquisadores apresentariam seus trabalhos sobre a FEB em 10 sessões temáticas sobre política nacional e relações internacionais, a criação da FEB e suas atuações militares na campanha, diversas representações na imprensa e na musica também como na memória individual, memória coletiva e na historiografia.

O seminário sobre a FEB realizará em 15 de junho de 2009 no Centro de Filosofia e Ciências Humanas/ Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - Universidade Federal do Rio de Janeiro que fica no Largo de São Francisco 1, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Programa completo:
http://www.lemp.ifcs.ufrj.br/revista/Programa_Completo_20_05.pdf

1146) Bibliografia Brasiliana Antes da Independencia - John Carter Brown Library

The John Carter Brown Library announces the publication of Portuguese and Brazilian Books in the John Carter Brown Library, 1537-1839, with a Selection of Braziliana Printed in Countries Other Than Portugal and Brazil
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Compiled by the rare book cataloguer Valeria Gauz, this work describes in detail, item by item, the finest collection in North America of books relating to Brazil before the country declared its independence from Portugal in 1822.

Nearly 650 of the titles in this Catalogue antedate 1800. For the period from 1800 through 1822, some 500 titles are described, including 165 printed in Brazil itself after the Impressão Regia opened a branch in Rio de Janeiro in 1808 and presses began
operating in Bahia.

Each of the 1,300 titles catalogued in the book is annotated, some extensively, with historical and biographical information, and the major bibliographies of Luso-Brazilian printing, such as those by Rubens Borba de Moraes, are regularly cited.

For libraries with significant colonial Braziliana holdings, this book is an essential reference work. Historians and other scholars, collectors, and booksellers will find it to be an invaluable aid to research in the field.

The arrangement of entries in the volume is chronological, from 1537 to 1839, and within each year the titles are listed alphabetically. The work is completely indexed by author and title, and there is a special index to government laws and decrees, a provenance list, and helpful bibliographical guides, including a general bibliography at the end that offers readers suggestions of other related works of interest.

Valeria Gauz has been a cataloguer at the National Library in Rio de Janeiro and was employed at the John Carter Brown Library from 1998 to 2005. The John Carter Brown Library is an independently funded and administered institution for advanced research in history and the humanities founded in 1846 and located on the campus of Brown University since 1901. The Library has unparalleled strength in primary sources relating to the history of North and South America between 1492 and ca. 1825.

Only 400 copies of this book have been printed, and it is likely to sell out in about twelve months. There will be no further printings. To assure the availability of a copy, order immediately from the appropriate vendor below.

xl + 750 pages, cloth bound, 7-1/2 x 11”. 46 illus. - $175.00, plus shipping. ISBN 0-916617-69-6. Various discounts will apply, depending upon the vendor.

In North America, order from: Publications Office, John Carter Brown Library, Box 1894, Providence, RI 02912, or . See also, www.jcbl.org.

In Brazil and South America, order from: ----

In Europe and the United Kingdom, and Asia, Africa, and Australia, order from: Richard C. Ramer, Old & Rare Books, Rua do Século, 107 (Apartamento 4), 1200–434 Lisboa, Portugal. fax: (351) 21-346-7441.
Tel.: (351) 21-346-0938 and 21-346-0947

The John Carter Brown Library anuncia a publicação do

Portuguese and Brazilian Books in the John Carter Brown Library, 1537-1839, with a Selection of Braziliana Printed in Countries Other Than Portugal and Brazil.

Compilado pela bibliotecária de livros raros Valeria Gauz, a publicação descreve com detalhes, item por item, uma das mais expressivas coleções de livros do período colonial relacionadas ao Brasil antes de sua independência de Portugal, em 1822.

Aproximadamente 650 títulos do Catálogo antecedem o ano de 1800. Outros 500 títulos pertencem ao período de 1800 a 1822, dos quais mais de 150 impressos no Brasil após a criação da Impressão Régia no Rio de Janeiro e de outras tipografias na Bahia.

Cada um dos 1.300 livros catalogados no Portuguese and Brazilian Books possui algum tipo de nota. Alguns são extensivamente descritos, com informações históricas, literárias, biográficas ou bibliográficas. As fontes de referência luso-brasileiras mais significativas são regularmente citadas ao longo do catálogo.

O Catálogo é um instrumento de referência essencial para bibliotecas, instituições de pesquisa e departamentos de História em universidades. Pesquisadores, colecionadores e livreiros poderão encontrar nessa publicação valioso auxílio para estudos em diversas áreas.

O arranjo do volume é em ordem cronológica e, em cada ano, os livros se encontram em ordem alfabética. Possui índices de autor, título, documentos governamentais (tais como alvarás, decretos e similares) e de procedência dos livros hoje na JCB, como
conhecida internacionalmente. Ao final, uma Bibliografia Geral oferece aos leitores sugestões de outros livros de interesse relacionados ao assunto.

Valeria Gauz trabalhou na John Carter Brown Library de 1998 a 2005 como catalogadora de livros raros e esteve envolvida em outros projetos, tais como a presente publicação, o web site do Código Brasiliense (www.jcbl.org/CB) e participou no comitê de aquisição de livros brasileiros e portugueses. A Biblioteca é um centro de estudos avançados na área de Humanidades, com administração independente, fundada em 1846 e localizada no campus da Brown University, em Providence, Rhode Island, desde 1901. Viagens, Expansão Européia, Incunábulos das Américas do Norte, Central e do Sul, Ciências Naturais, Escravatura, Cartografia, Direito, Religião, História Marítima, Literatura, o âmbito das Histórias Social, Econômica e Política, são alguns dos
temas que constituíram a coleção particular de John Carter Brown (1797-1874), um comerciante de Rhode Island com grande interesse em Americana, ou livros sobre as Américas.

xl + 750 pages, cloth bound, 19 x 28 cm. 46 illus. - $US 175.00, plus shipping. ISBN 0-916617-69-6. Various discounts will apply, depending upon the vendor.

Somente 400 cópias estarão disponíveis no mercado e não haverá outra edição ou tiragem do Catálogo. Para garantir sua cópia, favor contatar:

Brasil e América do Sul:
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Estados Unidos: Publications Office, John Carter Brown Library, Box 1894, Providence, RI 02912, or . www.jcbl.org.

Europe and the United Kingdom, and Asia, Africa, and Australia: Richard C. Ramer Old & Rare Books, Rua do Século, 107 (Apto. 4), 1200-434 Lisboa, Portugal. . . Telefones: (351) 21-346-0938 e 21-346-
0947. Fax: (351) 21 346 7441

sábado, 6 de junho de 2009

1145) Mauricio David: um amigo liberto dos grilhoes

Mensagem de despedida e de saudacoes, de um dos melhores amigos que tenho, Mauricio David, lutador quixotesco das boas causas, injustiçado como muitos, obrigado ao exílio como tantos, vencedor na batalha das idéias, nem tão feliz na batalha do poder, mas é porque esta batalha é sempre ganha pelos oportunistas, pelos carreiristas, pelos que se vendem e pelos que mentem, e ele nunca soube fazer essas coisas, reto de caráter e sempre cheio de boas intenções. Pessoas como ele são necessárias, mas também sofrem por não realizarem todos os seus sonhos e esperanças.
A alma, de fato, não é pequena, mas a vida é apenas muito curta para que possamos dar todo o sentido do bom combate.
Em todo caso, minha homenagem a um amigo que se manteve reto...

Meus caros:

A partir de hoje sou um homem livre ! Obtive a minha carta de alforria dos grilhões do BNDES, aposentado que estou...

E aproveito a oportunidade para lhes enviar uma cópia da circular que remeti no dia de ontem aos meus colegas e amigos do BNDES, uma espécie de testamento ou memorial que bem expressa o que sinto e penso :

,-,-,-,-,-,-,-,-,-,-,-,-,-,-,-,

Caros colegas e amigos do BNDES :

Todo homem tem a sua hora e sua vez, já dizia Guimarães Rosa... Pois finalmente, depois de peleas incomensuráveis, que só um Borges poderia descrever, estou obtendo a minha carta de alforria e, a partir de hoje, serei um homem livre : aposentado estarei, livre do jugo da catraca eletrônica e com tempo e disposição para lutar pelas causas quixotescas que movem o mundo... Ao final, tudo terá valido a pena, apesar da luta não ter sido pequena...

E já que usei acima estes versos do Fernando Pessoa, nada melhor que lhes deixar como presente de despedida alguns versos do Pessoa no Poema em Linha Reta:

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos tem sido campeões de tudo.
.............................................................................
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho.
Nunca foi senão príncipe- todos eles príncipes- na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Quer confessasse não um pecado, mas uma infâmia ;
Que contasse, não uma violencia, mas uma cobardia !
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil ?
Ó príncipes, meus irmãos

Arre, estou farto de semideuses !
Onde é que há gente no mundo ?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra ?


.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

Arre, na virada dos sessenta e três anos, começo vida nova... Na cabeça. planos de trezentos e oitenta e quatro livros a escrever... Algumas dezenas de milhares a ler...Dos netos a vida desfrutar, vendo a semente florescer nas descendencia...
E o propósito firme e decidido de não abandonar as grandes causas, pois não há repouso para o guerreiro nem fim para as batalhas da vida...

Meus próximos anos ainda padecem de algumas indefinições. Mas minha tendencia é retornar para a minha Alma Mater, na Sorbonne, em Paris. Com uma esticada de por meio em Nova York (Columbia) ou Washington (Wilson Center ou SAIS), se a compatibilização for possível.

Mas em qualquer paradeiro do mundo serei o mesmo de sempre : às vezes irreverente, o mais das vezes bonachão, frequentemente mais disposto a conversar sobre filosofia, política e economia do que sobre futebol, praia ou novelas de televisão... O que de fazer se há ? Deste barro sou feito e assim permanecerei, até a desintegração final.

Mas, quando toparem com o velho amigo, seja nas margens do Sena ou do Hudson ou Potomac, podem ficar certos de que sempre terei uma última dica de leitura para dar ou uma última crítica ferina e descarga de ironia sobre os poderosos para proferir. Pois este é o sal e o açúcar da vida...

Até breve, pois ! Levarei desta caixa-preta às margens da Avenida Chile plantada as mais inolvidáveis recordações... Algumas boas, outras nem tanto, três ou quatro realmente péssimas. Passarei a borracha nas amargas, pois as boas lembranças são as que fazem a pena ter vivido...

E, para os que me possibilitaram partir agora com um leque de boas recordações, o meu eterno agradecimento,

Ver-nos-emos nas esquinas da vida,
o amigo
Mauricio

1144) Como avaliar um professor; carreira diplomatica

Uma mensagem enviada, algum tempo atrás, sob o tópico
Um alô de Florianopolis

Caro Paulo,
Não o conheço, mas trato-lhe como se fosse seu amigo de longa data. Acho que são os novos tempos, a internet que permite-nos através de um site fingir que conhecemos alguém.
Visitei o seu e me identifiquei com muito do que você escreveu, especialmente no seu artigo “Como Avaliar um Professor”. Quando fala em “leitura anotada, estudo sistemático”. Imagine a identificação que tive ao ler isso, sabendo que aqui em Florianópolis, onde moro, meus colegas e familiares torcem o nariz ou criticam o fato de eu “rabiscar livros” e “perder tanto tempo” fazendo anotações e organizando matérias de revistas para usá-las em meus artigos (que ninguém lê).
Sou engenheiro de controle e automação industrial, profissão que não chega a ser um fardo para mim, mas esta longe de ser minha verdadeira vocação, a qual ainda não descobri qual é.
Gosto muito de viajar, aprender idiomas e ler, morei 5 meses nos EUA, 5 meses na França, 3 meses no Peru e Bolívia e viagei boa parte da America do Sul e Europa. Batendo um papo com uma prima minha ela sugeriu a carreira diplomática, isso foi a pouco tempo, logo foquei meus estudos para o concurso (do ano que vem, pois o bate papo foi após o encerramento das inscrições deste ano).
Outro texto seu que li e achei muito bom e motivador foram as “Dez Regras Modernas de Diplomacia”. Muito bom, e realmente me motivou a reavaliar minha carreira, afinal hoje meu trabalho não me empolga como minhas leituras.
Não me pergunte qual o propósito deste e-mail. Gostaria de elogia-lo, admiro o fato de você aparentemente ter encontrado equilíbrio em sua vida (vocação, família, lazer, estudos etc).
Também gostaria de perguntar o que você gostaria que lhe dissessem (ou escrevessem) quando você estava iniciando sua carreira diplomática (ou os estudos para ela), ou melhor quando era mais imaturo e estava perdido na vida.
O que você gostaria que lhe tivessem dito? Que livro(s) gostaria que lhe tivessem recomendado? E assim por diante.
Um grande abraço,

Rafael XXXXX


(PS.: Devo ter respondido na ocasião ao Rafael, mas não vou buscar entre milhares de mensagens agora para tentar encontrar a resposta.)

1143) Paranoia amazonica: o mito da internacionalizacao...

De vez em quando, ao limpar minha caixa de entrada (o que ocorre a cada ano bissexto, mais ou menos), deparo com velhas mensagens, esquecidas na fileira das que esperam, algum dia, tratamento mais elaborado, como algum trabalho a respeito, artigo esclarecedor, seja lá o que for.
Esta aqui entra na categoria do denuncismo vazio sobre a internacionalização da Amazônia. O mais curioso é que a presidência da República, que tem alguns milhares de funcionários, pede para o interessado acessar o meu site pessoal para se informar sobre esses boatos fraudulentos.
Enfim, fica o registro, mais uma vez...

(PS: deixo os e-mails das pessoas, posto que elas foram irresponsáveis ao ponto de disseminarem boatos sem fundamento)
PRA

Bobagens amazônicas (o título é meu, PRA)

ilmos Srs.
Acessei a pagina do Exmo. Sr. Ministro Conselheiro da Embaixada do Brasil em Washington, Senhor Paulo Roberto de Almeida, entretanto, me parece um tanto simples a visão que vem sendo apresentada, direcionada simplesmente como boatos, porem para que venha a tona uma histeria coletiva resultante de um denucismo desenfreado, obviamente deva ser investigado mais profundamente os reais motivos dos denunciantes, ou quiçá verdades, não posso tecer comentários pois espero informações para formar juízo.
Não querendo atribuir veracidade a denuncia, ou indicar culpa ou culpados pela postura relativamente ao assunto em questão, na condição de cidadão Brasileiro, eleitor e pai de família, zelo pelo futuro dos meus e de todos os filhos dessa nossa "Pátria Mãe", que deve ser preservada. Isto posto, acredito que a investigação deva tomar outros rumos e não somente o da boataria, pois a própria historia passada e recente no mundo nos mostra, intervenções pacificas e armadas, que visam atender interesses puramente econômicos, por tanto, não devemos excluir simplesmente essa real possibilidade.

José Alves Peixoto Filho

----- Original Message -----
From: pr@planalto.gov.br
To: peixoto.peixoto@terra.com.br
Sent: Thursday, May 27, 2004 5:40 PM
Subject: ENC: RORAIMA é do USA- A B S U R D O ! ! ! ! !

Prezado Senhor,

Registramos o recebimento de sua mensagem, à qual o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de responder, não fossem os inúmeros compromissos diários.

Devemos esclarecer que algumas mensagens veiculadas pela internet não passam de manipulações grosseiras de indivíduos inescrupulosos atuando clandestinamente, sem qualquer sentido de ética ou respeito à verdade.

Permita-nos sugerir que acesse o site preparado pelo Ministro Conselheiro da Embaixada do Brasil em Washington, Senhor Paulo Roberto de Almeida, sobre esse assunto: http://www.pralmeida.org/01DossierAmazonia/00SumarioAmazonia2003.html

Atenciosamente

Diretoria de Documentação Histórica
Gabinete Pessoal do Presidente da República


-----Mensagem original-----
De: PROTOCOLO da PR (DIDOC)
Enviada em: quinta-feira, 27 de maio de 2004 09:20
Para: Presidência da República
Assunto: ENC: RORAIMA é do USA- A B S U R D O ! ! ! ! !


-----Mensagem original-----
De: Peixoto [mailto:peixoto.peixoto@terra.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 26 de maio de 2004 15:16
Para: gabinetemj@mj.gov.br; Governo@brasil.gov.br; protocolo@planalto.gov.br
Cc: Peixoto
Assunto: RORAIMA é do USA- A B S U R D O ! ! ! ! !

Exmo.Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Exmo. Sr. Ministro de Estado da Justiça Márcio Thomas Bastos
É com grande preocupação que retransmito este e-mail abaixo, pois se confirmando as graves revelações, providências urgentes devem ser tomadas para que a soberania do nosso Pais não seja ameaçada, por nações que através dos povos indígenas invadem nossos territórios.

José Alves Peixoto Filho

----- Original Message -----
From: gisele felinto
To: mcmholanda@hotmail.com ; evila_feitosa@hotmail.com ; nevesgeorgia@hotmail.com ; ivanioribeiro@hotmail.com ; fha_c@hotmail.com ; fbarros19@hotmail.com
Sent: Saturday, May 22, 2004 1:03 PM
Subject: Fw: RORAIMA é do USA- A B S U R D O ! ! ! ! !

>
>
> > Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima.
>
> Trata-se de um Brasil que a gente não conhece. As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui. Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.Prá começar o mais difícil de se encontrar por aqui é roraimense, pra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com a terra.
>
> Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro. Se não for funcionário público a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de programas do governo. Não existe indústria de qualquer tipo.
>
> Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena portanto restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades. Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800km) existe um trecho de aproximadamente 200km (reserva indígena Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados. Detalhe: você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI. Detalhe: americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português.
>
> Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem-se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americanos tipo nerds com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas, pasmem, se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí ,camu-camu etc, medicinais, ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar royalties para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...
>
> Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: é, os americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí: "Irão não meu filho, tu não sabe mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá , e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa.
> " A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo objetivo de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição pois essa mãe chamada Brasil mantem suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático)...
>
> Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares. Pergunto inocentemente às pessoas; porque os americanos querem tanto proteger os índios? A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animais e vegetais, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamantes, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
>
> Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa. É pessoal, saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho. Um grande abraço a todos." Será que podemos fazer alguma coisa??? Acho que sim. Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos...
>
>
> Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel.Mol.Bioag.Patog. FMRP - USP.
>
> Por favor se vc se indignou também, repasse, para que o Brasil saiba que o Brasil é o Brasil. Vamos amá-lo e defendê-lo. Muitas vezes depois de receber uma mensagem perguntamos: quem me mandou como descobriu meu e-mail?Temos o cuidado de mandor somente mensagens que sejam edificantes e as de conteúdo degradantes...

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...