A pedagogia é uma jabuticaba?
João Batista Araujo e Oliveira
Folha de S.Paulo, 18/08/2009
"A escola pode mudar a trajetória de vida das populações mais pobres. Não se trata de afirmação vazia. A evidência científica demonstra isso. Mas essa é ainda uma realidade de poucos países, notadamente Coreia, Hungria e especialmente Cuba.
Qual o segredo? Nenhum. A pedagogia não pode ser uma jabuticaba brasileira. Basta copiar o que fazem as boas escolas: programas de ensino claros, professores bem formados antes de entrar para o magistério, gestão escolar eficiente e uso de pedagogias adequadas.
O Brasil recebe, agora em agosto, um expert internacional para discutir com nossos especialistas a importância da pedagogia. Trata-se do professor Martin Carnoy, que, sob o patrocínio da Fundação Lemann, lança aqui o livro A Vantagem Acadêmica de Cuba, em que compara a eficácia do ensino naquele país com a ineficácia de Chile e Brasil.
Também em agosto um ciclo de seminários trará a seis capitais do país renomados especialistas como Clermont Gauthier (Universidade de Laval, Canadá), Roger Beard (Universidade de Londres), José Morais (Universidade de Bruxelas) e Nuno Crato (Academia Portuguesa de Matemática) para debater as pedagogias eficazes. O tema volta à cena e é um convite à reflexão.
Quem faz diferença, professor ou pedagogia? A resposta: os dois. A pedagogia sozinha não faz nada. O professor sem pedagogia também não. Bom professor é o que usa as pedagogias adequadas. Resta saber quais são essas pedagogias adequadas.
Nos últimos 30 anos, os tigres asiáticos e os países desenvolvidos descobriram que a qualidade da educação é o seu trunfo na economia global. Isso tem suscitado inúmeros avanços no conhecimento sobre o que funciona em educação. Métodos de pesquisa mais rigorosos têm propiciado conhecimentos cada vez mais consistentes e seguros nesse campo.
O que não funciona é quase tudo o que se apregoa nas faculdades de educação brasileiras. Os resultados disso são conhecidos. Confundimos pedagogia tradicional com tradição pedagógica e, usando esse pretexto, praticamente abolimos as pedagogias eficazes da sala de aula.
Mas, afinal, o que funciona? Quais as pedagogias eficazes? O leitor vai se surpreender com a falta de novidades.
Primeiro, precisamos ter objetivos claros sobre o que ensinar. Antigamente isso se chamava programa de ensino. Nos países desenvolvidos ainda responde por esse nome.
Segundo, devemos ter metas ambiciosas, estabelecidas por escolas e professores. Nos países da OCDE, mais de 80% dos alunos atingem as metas mínimas ao final do ensino fundamental.
Terceiro, o ensino deve ser organizado, o professor apresenta a matéria, explica, serve de modelo, dá exemplos, interage com os alunos. Revisões e a avaliação são frequentes -normalmente é semanal, no máximo, mensal. O dever de casa é regular -de todas, essa é a pedagogia mais eficaz.
O resto são detalhes específicos de determinadas disciplinas. Alguns exemplos: o currículo em espiral, que repete um pouco de tudo a cada ano, pode ser eficaz no ensino da língua, mas é comprovadamente desastroso em matemática: é preciso saber diminuir antes de aprender a dividir, por exemplo. A contextualização excessiva em matemática, que pode servir para motivar, dificulta o processo de transferência de aprendizagem: o ensino mais eficaz é o que leva rapidamente à abstração.
A superaprendizagem é fundamental -por isso os bons alunos sabem a tabuada de cor e resolvem muitos problemas.
Em ciências, a aprendizagem sólida dos conceitos e a capacidade de relacioná-los são mais importantes do que usar ou não laboratórios ou atividades práticas.
Saber fazer perguntas é mais significativo do que conhecer a resposta correta, mas fazer boas perguntas exige capacidade de observar e a orientação sobre o que e como observar.
Na alfabetização, métodos fônicos são superiores aos demais. Na leitura, é essencial adquirir e desenvolver fluência para poder compreender o que se lê. Dominar a ortografia e a sintaxe libera o cérebro para cuidar do sentido do que se escreve. No ensino da língua, o ensino da gramática no contexto da sintaxe da frase é mais eficaz do que o ensino de regras de aplicação genérica. E por aí vai.
Nada disso, é claro, funciona sem um professor que conheça o conteúdo, tenha o domínio da turma e a capacidade de ensinar de maneira organizada. Assegurado o conhecimento do conteúdo, o professor é tão bom quanto os métodos pedagógicos que domina. Portanto, o resgate do professor passa, necessariamente, pelo resgate da tradição pedagógica.
A evidência científica em todas as áreas de ensino é francamente favorável ao modelo instrutivista em contraposição ao modelo construtivista."
João Batista Araujo e Oliveira, psicólogo, doutor em educação, é presidente do Instituto Alfa e Beto e membro do grupo de estudo da ABC sobre aprendizagem infantil. Foi secretário-executivo do Ministério da Educação em 1995. Veja seu artigo publicado na Folha de S.Paulo:
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
1338) Receita para o fracasso, com sucesso
Também acho que a Argentina é o mais bem sucedido exemplo de fracasso que temos no continente. Existem outros, mas ela ganharia um Prêmio Nobel da involução econômica, do retrocesso e dos equívocos continuados...
Sete receitas para fracassar com sucesso
José Pio Martins
Economista e Vice-Reitor da Universidade Positivo
Administradores e economistas gostam de travar batalhas verbais. Aqueles dizem conhecer os casos de sucesso do passado. Estes se esmeram em montar modelos de fracasso do futuro. Os primeiros lidam com a objetividade do fazer. Os segundos pretendem conhecer as fórmulas de crescer. Os administradores estudam os campeões, que chegam em primeiro. Os economistas gostam de examinar os cadáveres, que terminam em último. Na verdade, tanto economistas quanto administradores falam coisas boas e coisas ruins; coisas certas e coisas erradas. Todavia, tanto uns como outros falham em suas análises. Felizmente, a Constituição Federal protege o direito de enunciar bobagens. Então, aí vai minha contribuição.
Apesar do fracasso das teorias econômicas e de administração em explicar o que deu errado no mundo e qual o modelo seguro para o êxito, ao examinar os cadáveres insepultos das diversas crises é possível senão conhecer o caminho da salvação, pelo menos entender a receita da perdição. Confesso que me atrai, de forma especial, o retumbante fracasso da Argentina, que se transformou do sexto país mais rico do mundo num caso perdido devastado pela inflação.
Não tenho a pretensão de estar certo, mas listei seis receitas aplicadas na Argentina nos últimos 80 anos que, se não foram os únicos tiros no coração da economia portenha, seguramente estão no cerne do fracasso do país vizinho. Promover o desenvolvimento econômico não é tarefa fácil, sobretudo quando se parte do estado natural de pobreza. O que não dá para entender é como um país rico em recursos naturais, e um dos mais ricos do mundo em riquezas artificiais, tenha conseguido a proeza de trilhar o caminho inverso, descendo a ladeira da riqueza para a pobreza vigente, hoje, no país.
Seis são, a meu ver, as principais receitas que fizeram a Argentina fracassar com sucesso:
1) emitir moeda acima do crescimento da produção por anos a fio, criando uma história de inflação e destruição da moeda nacional;
2) eleger, por décadas, governos irresponsáveis e gastadores, fazendo do déficit público uma prática contumaz;
3) estatizar, privatizar e reestatizar importantes setores da infraestrutura nacional;
4) hostilizar sistematicamente o capital estrangeiro, por meio de legislação contra a entrada de empresas e de tecnologias de fora;
5) desenvolver a cultura do calote internacional, deixando de pagar os credores por diversas vezes, tirando o país da rota dos investimentos estrangeiros;
6) dar calotes sistemáticos na dívida pública interna, atirando contra a própria população, destruindo a cultura da poupança e fomentando a fuga de capitais;
7) desenvolver a crença, já enterrada no mundo inteiro, de que o desenvolvimento econômico é obra do governo e não dos empresários e das forças produtivas privadas.
Confesso que a Argentina é um país intrigante. Seria apenas intrigante não fosse trágico. Aquele povo não merece o destino que o país trilhou nos últimos 60 anos, e não é bom para a América do Sul que esse vizinho fracasse. Sobretudo porque quanto mais o país afunda, mais os políticos parecem acreditar que a salvação está exatamente nas teorias e nas receitas que destruíram a economia nacional.
Tenho um amigo Argentino que fez uma irônica piada. A Argentina – diz ele – segue, na economia, a mesma lógica do tango: só é interessante se for trágico, e se alguém morrer no fim. Você pode ver: na maioria dos tangos, sempre morre um argentino – encerrou ele. Ironias à parte, a Argentina é um laboratório de tudo o que não se deve fazer em matéria de gestão macroeconômica de um país.
Fonte:
Prof. José Pio Martins
Vice-Reitor
Universidade Positivo
(41) 3317-3010
Sete receitas para fracassar com sucesso
José Pio Martins
Economista e Vice-Reitor da Universidade Positivo
Administradores e economistas gostam de travar batalhas verbais. Aqueles dizem conhecer os casos de sucesso do passado. Estes se esmeram em montar modelos de fracasso do futuro. Os primeiros lidam com a objetividade do fazer. Os segundos pretendem conhecer as fórmulas de crescer. Os administradores estudam os campeões, que chegam em primeiro. Os economistas gostam de examinar os cadáveres, que terminam em último. Na verdade, tanto economistas quanto administradores falam coisas boas e coisas ruins; coisas certas e coisas erradas. Todavia, tanto uns como outros falham em suas análises. Felizmente, a Constituição Federal protege o direito de enunciar bobagens. Então, aí vai minha contribuição.
Apesar do fracasso das teorias econômicas e de administração em explicar o que deu errado no mundo e qual o modelo seguro para o êxito, ao examinar os cadáveres insepultos das diversas crises é possível senão conhecer o caminho da salvação, pelo menos entender a receita da perdição. Confesso que me atrai, de forma especial, o retumbante fracasso da Argentina, que se transformou do sexto país mais rico do mundo num caso perdido devastado pela inflação.
Não tenho a pretensão de estar certo, mas listei seis receitas aplicadas na Argentina nos últimos 80 anos que, se não foram os únicos tiros no coração da economia portenha, seguramente estão no cerne do fracasso do país vizinho. Promover o desenvolvimento econômico não é tarefa fácil, sobretudo quando se parte do estado natural de pobreza. O que não dá para entender é como um país rico em recursos naturais, e um dos mais ricos do mundo em riquezas artificiais, tenha conseguido a proeza de trilhar o caminho inverso, descendo a ladeira da riqueza para a pobreza vigente, hoje, no país.
Seis são, a meu ver, as principais receitas que fizeram a Argentina fracassar com sucesso:
1) emitir moeda acima do crescimento da produção por anos a fio, criando uma história de inflação e destruição da moeda nacional;
2) eleger, por décadas, governos irresponsáveis e gastadores, fazendo do déficit público uma prática contumaz;
3) estatizar, privatizar e reestatizar importantes setores da infraestrutura nacional;
4) hostilizar sistematicamente o capital estrangeiro, por meio de legislação contra a entrada de empresas e de tecnologias de fora;
5) desenvolver a cultura do calote internacional, deixando de pagar os credores por diversas vezes, tirando o país da rota dos investimentos estrangeiros;
6) dar calotes sistemáticos na dívida pública interna, atirando contra a própria população, destruindo a cultura da poupança e fomentando a fuga de capitais;
7) desenvolver a crença, já enterrada no mundo inteiro, de que o desenvolvimento econômico é obra do governo e não dos empresários e das forças produtivas privadas.
Confesso que a Argentina é um país intrigante. Seria apenas intrigante não fosse trágico. Aquele povo não merece o destino que o país trilhou nos últimos 60 anos, e não é bom para a América do Sul que esse vizinho fracasse. Sobretudo porque quanto mais o país afunda, mais os políticos parecem acreditar que a salvação está exatamente nas teorias e nas receitas que destruíram a economia nacional.
Tenho um amigo Argentino que fez uma irônica piada. A Argentina – diz ele – segue, na economia, a mesma lógica do tango: só é interessante se for trágico, e se alguém morrer no fim. Você pode ver: na maioria dos tangos, sempre morre um argentino – encerrou ele. Ironias à parte, a Argentina é um laboratório de tudo o que não se deve fazer em matéria de gestão macroeconômica de um país.
Fonte:
Prof. José Pio Martins
Vice-Reitor
Universidade Positivo
(41) 3317-3010
1337) O Apartheid em construcao no Brasil
Os comentários abaixo, encaminhados pelo Vinícius Portela, devem ser lidos em conexão com este post em outro blog meu.
Segunda-feira, Agosto 31, 2009
501) O apartheid em construcao no Brasil: NÃO no que depender de Demetrio Magnoli
Limito-me, neste momento, a transcrever estes comentários, sem adentrar no mérito dos argumentos, com os quais posso, ou não concordar.
Mas se trata de um assunto suficientemente importante para não passar à margem de nossas reflexões diárias. Apenas a falta de tempo me leva a deixar de formular comentários mais substantivos...
Transcrevendo:
"É curioso como na universidade é muito difundida a concepção de que nossa sociedade se apropria de ideologias exógenas. Contra essa "imposição da lógica do dominador", certos círculos universitários – para não fazer uma generalização indevida e de maneira a contemplar as dissonâncias, mesmo que tímidas – aguerridamente assumem uma postura combativa. A despeito da conotação ideológica, tal idéia não está de todo errada, visto que – parafraseando Millôr Fernandes – as ideologias, quando ficam velhinhas, vão morar no Brasil. Isso reflete em parte nosso debate pobre e desqualificado em que mesmo as idéias tidas como de vanguarda e contestatórias proferidas por certos membros insignes de nossa intelligentsia são compradas nos antiquários estrangeiros, como é o caso desse mito universitário.
Toda essa discussão acerca das cotas me fez lembrar quando, ainda bastante jovem, com 17 anos, fui ver uma palestra em que falava Abdias Nascimento. Foi nessa ocasião, em 2003, que ouvi falar pela primeira vez das ações afirmativas e na Fundação Ford. Elisa Larkin Nascimento, mulher de Abdias, foi quem explicou as ações afirmativas, salientando que as cotas raciais eram apenas um tipo de ação afirmativa que deveria andar junto com uma série de medidas para a integração do negro à sociedade e para a conseqüente eliminação do racismo, e não uma ação pontual para o benefício de negros, como defendiam os detratores de sua opinião – infelizmente, passados quase 6 anos não me lembro muito bem de suas palavras. Eu fiquei decepcionado com aquele encontro, eu esperava muito mais, esperava que ligassem a questão do negro à do pobre e propusessem ações concretas e eficazes para a superação dessa situação. Mas eles se contentavam, praticamente, só em entoar mantras lastimosos sobre a discriminação que sofriam e mais com a idéia de união do movimento, do “povo negro”, com todas as construções “imaginosas” típicas das afirmações de certos grupos e pouco calcadas numa avaliação mais sensata e apurada da realidade. Não estavam ali para uma discussão racional do problema. Isso me causou um certo desconforto, mas não o suficiente para me desviar o foco dalgo que me chamou muito a atenção: os tentáculos da FUNDAÇÃO FORD em dar muito do suporte ideológico para esses movimentos. Salvo engano, Elisa era ligada à essa fundação.
Este ano, tive aula com um professor favorável às cotas raciais. Basicamente, sua defesa estava pautada pelo argumento da filosofia prática desenvolvida nos EUA de que seria justo o tratamento desigual quando beneficiador dos desfavorecidos em condição imerecida. Assim, os negros não teriam culpa de serem, em geral, muito mais pobres do que os brancos, pois sua situação seria fruto quase que exclusivamente da escravidão a que foram submetidos no passado e da falta de políticas Estatais que viessem a integrar o negro à sociedade após a abolição da escravatura – no caso Brasileiro. É claro que essa é uma redução bastante grosseira de seu argumento. No entanto, com isso creio poder afirmar que seu argumento é muito mais elaborado do que o de Frei Davi e de muitos dos engajados no movimento negro.
Entretanto, penso que ignore muitos aspectos importantes que concorreram para a formação dessa realidade, pois se em geral, no Brasil, os negros constituem maciçamente aqueles que vivem em situação de miséria, na região sul, por exemplo, serão encontrados muitos brancos também, índios, mas é, claro, basicamente mestiços. Assim, o negro não é miserável, não é pobre porque é negro, ou por simples preconceito, mas por uma série de motivos de diversas ordens, dentre os quais a escravidão, mas que não podem ser reduzidos unicamente a este. Disso se segue que o argumento da “dívida histórica” com a população negra é extremamente discutível. Em verdade, se presta mais a uma figura de retórica na boca de líderes carismáticos e demagogos com um forte apelo emotivo.
Reuniões como aquela a que me referi, me fazem lembrar do que li em um certo livro de Peter Berger. Este ao se referir ao caso do negro nos EUA, dizia que era um ato de “má fé” tratar um ser humano exclusivamente como “negro”. Que esses receptores dessa identidade negativa eram muito propensos a aceitar as categorias de seus opressores, mas atribuindo um valor oposto a essa ficção. Assim, se impunha, em suas palavras, “um ‘orgulho de raça’ em lugar da vergonha anterior, construindo assim uma contraformação de racismo negro que não passa de sombra de seu protótipo branco”. Berger não descarta a utilidade de contraformações desse tipo para a organização da resistência à opressão, mas ressalta que “seja como for, estão fundadas em “má fé”, cujo poder corrosivo por fim cobra seu tributo, quando aqueles que adquiriram dolorosamente ‘orgulho de raça’, descobrem que adquiriram na verdade algo de muito vazio”.
Face a isso, penso que tais ecos dessas idéias no Brasil, além de não darem uma boa solução ao problema, criam outros também danosos, ao transpor para cá um modelo que nasceu numa sociedade de forte caráter sectário, de um racismo muito mais aflorado e concentrado, que teve leis discriminatórias como reflexo disso, diferente da sociedade brasileira que, a despeito de um racismo difuso, superou em parte tais problemas ao se “mestiçar” em um grau “incomparavelmente” maior. Uma semente de racismo made in USA.
Por fim, essas discussões sobre as cotas são um tanto infrutíferas e apresentam um forte viés “eleitoreiro” e – ressalto novamente – demagógico, pois tiram a atenção sobre os investimentos necessários na educação básica e profissionalizante – um dos meios efetivos que, aliado a outros, contribuem para a superação da pobreza – para se focar no acesso de certas “minorias” à universidade. Algo compreensivo, visto que no primeiro caso seria um investimento a longo prazo sem efeitos imediatos e sem a visibilidade que as ações afirmativas universitárias dão, além de que também se beneficiariam disso os estratos mais pobres da população, mas estes não são tão organizados quanto os estudantes universitários, na maior parte não estariam em idade de votar, nem agem como formadores de opinião. Realmente, é muito mais lucrativo afagar nossos universitários, bem como a tantos outros que vivem nas franjas r dos favores de nosso Estado paquidérmico. Para nossa desgraça, o tratamento objetivo de problemas e a proposta de políticas de Estado que os solucionem é algo muito mais raro em nossa política e no debate nacional, como bem prova a energia gasta com as cotas."
Vinicius Portela
Segunda-feira, Agosto 31, 2009
501) O apartheid em construcao no Brasil: NÃO no que depender de Demetrio Magnoli
Limito-me, neste momento, a transcrever estes comentários, sem adentrar no mérito dos argumentos, com os quais posso, ou não concordar.
Mas se trata de um assunto suficientemente importante para não passar à margem de nossas reflexões diárias. Apenas a falta de tempo me leva a deixar de formular comentários mais substantivos...
Transcrevendo:
"É curioso como na universidade é muito difundida a concepção de que nossa sociedade se apropria de ideologias exógenas. Contra essa "imposição da lógica do dominador", certos círculos universitários – para não fazer uma generalização indevida e de maneira a contemplar as dissonâncias, mesmo que tímidas – aguerridamente assumem uma postura combativa. A despeito da conotação ideológica, tal idéia não está de todo errada, visto que – parafraseando Millôr Fernandes – as ideologias, quando ficam velhinhas, vão morar no Brasil. Isso reflete em parte nosso debate pobre e desqualificado em que mesmo as idéias tidas como de vanguarda e contestatórias proferidas por certos membros insignes de nossa intelligentsia são compradas nos antiquários estrangeiros, como é o caso desse mito universitário.
Toda essa discussão acerca das cotas me fez lembrar quando, ainda bastante jovem, com 17 anos, fui ver uma palestra em que falava Abdias Nascimento. Foi nessa ocasião, em 2003, que ouvi falar pela primeira vez das ações afirmativas e na Fundação Ford. Elisa Larkin Nascimento, mulher de Abdias, foi quem explicou as ações afirmativas, salientando que as cotas raciais eram apenas um tipo de ação afirmativa que deveria andar junto com uma série de medidas para a integração do negro à sociedade e para a conseqüente eliminação do racismo, e não uma ação pontual para o benefício de negros, como defendiam os detratores de sua opinião – infelizmente, passados quase 6 anos não me lembro muito bem de suas palavras. Eu fiquei decepcionado com aquele encontro, eu esperava muito mais, esperava que ligassem a questão do negro à do pobre e propusessem ações concretas e eficazes para a superação dessa situação. Mas eles se contentavam, praticamente, só em entoar mantras lastimosos sobre a discriminação que sofriam e mais com a idéia de união do movimento, do “povo negro”, com todas as construções “imaginosas” típicas das afirmações de certos grupos e pouco calcadas numa avaliação mais sensata e apurada da realidade. Não estavam ali para uma discussão racional do problema. Isso me causou um certo desconforto, mas não o suficiente para me desviar o foco dalgo que me chamou muito a atenção: os tentáculos da FUNDAÇÃO FORD em dar muito do suporte ideológico para esses movimentos. Salvo engano, Elisa era ligada à essa fundação.
Este ano, tive aula com um professor favorável às cotas raciais. Basicamente, sua defesa estava pautada pelo argumento da filosofia prática desenvolvida nos EUA de que seria justo o tratamento desigual quando beneficiador dos desfavorecidos em condição imerecida. Assim, os negros não teriam culpa de serem, em geral, muito mais pobres do que os brancos, pois sua situação seria fruto quase que exclusivamente da escravidão a que foram submetidos no passado e da falta de políticas Estatais que viessem a integrar o negro à sociedade após a abolição da escravatura – no caso Brasileiro. É claro que essa é uma redução bastante grosseira de seu argumento. No entanto, com isso creio poder afirmar que seu argumento é muito mais elaborado do que o de Frei Davi e de muitos dos engajados no movimento negro.
Entretanto, penso que ignore muitos aspectos importantes que concorreram para a formação dessa realidade, pois se em geral, no Brasil, os negros constituem maciçamente aqueles que vivem em situação de miséria, na região sul, por exemplo, serão encontrados muitos brancos também, índios, mas é, claro, basicamente mestiços. Assim, o negro não é miserável, não é pobre porque é negro, ou por simples preconceito, mas por uma série de motivos de diversas ordens, dentre os quais a escravidão, mas que não podem ser reduzidos unicamente a este. Disso se segue que o argumento da “dívida histórica” com a população negra é extremamente discutível. Em verdade, se presta mais a uma figura de retórica na boca de líderes carismáticos e demagogos com um forte apelo emotivo.
Reuniões como aquela a que me referi, me fazem lembrar do que li em um certo livro de Peter Berger. Este ao se referir ao caso do negro nos EUA, dizia que era um ato de “má fé” tratar um ser humano exclusivamente como “negro”. Que esses receptores dessa identidade negativa eram muito propensos a aceitar as categorias de seus opressores, mas atribuindo um valor oposto a essa ficção. Assim, se impunha, em suas palavras, “um ‘orgulho de raça’ em lugar da vergonha anterior, construindo assim uma contraformação de racismo negro que não passa de sombra de seu protótipo branco”. Berger não descarta a utilidade de contraformações desse tipo para a organização da resistência à opressão, mas ressalta que “seja como for, estão fundadas em “má fé”, cujo poder corrosivo por fim cobra seu tributo, quando aqueles que adquiriram dolorosamente ‘orgulho de raça’, descobrem que adquiriram na verdade algo de muito vazio”.
Face a isso, penso que tais ecos dessas idéias no Brasil, além de não darem uma boa solução ao problema, criam outros também danosos, ao transpor para cá um modelo que nasceu numa sociedade de forte caráter sectário, de um racismo muito mais aflorado e concentrado, que teve leis discriminatórias como reflexo disso, diferente da sociedade brasileira que, a despeito de um racismo difuso, superou em parte tais problemas ao se “mestiçar” em um grau “incomparavelmente” maior. Uma semente de racismo made in USA.
Por fim, essas discussões sobre as cotas são um tanto infrutíferas e apresentam um forte viés “eleitoreiro” e – ressalto novamente – demagógico, pois tiram a atenção sobre os investimentos necessários na educação básica e profissionalizante – um dos meios efetivos que, aliado a outros, contribuem para a superação da pobreza – para se focar no acesso de certas “minorias” à universidade. Algo compreensivo, visto que no primeiro caso seria um investimento a longo prazo sem efeitos imediatos e sem a visibilidade que as ações afirmativas universitárias dão, além de que também se beneficiariam disso os estratos mais pobres da população, mas estes não são tão organizados quanto os estudantes universitários, na maior parte não estariam em idade de votar, nem agem como formadores de opinião. Realmente, é muito mais lucrativo afagar nossos universitários, bem como a tantos outros que vivem nas franjas r dos favores de nosso Estado paquidérmico. Para nossa desgraça, o tratamento objetivo de problemas e a proposta de políticas de Estado que os solucionem é algo muito mais raro em nossa política e no debate nacional, como bem prova a energia gasta com as cotas."
Vinicius Portela
1336) Ranking das universidades latino-americanas
Link para a América Latina aqui.
CONTINENT RANK UNIVERSITY WORLD RANK
1 Universidade de São Paulo 38
2 Universidad Nacional Autónoma de México ** 44
3 Universidade Estadual de Campinas 115
4 Universidade Federal de Santa Catarina Brasil 134
5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul 152
6 Universidade Federal do Rio de Janeiro 196
7 Universidade de Brasília 204
8 Universidad de Chile 227
9 Universidade Federal de Minas Gerais 241
10 Universidade Estadual Paulista 269
11 Universidad de Buenos Aires 291
12 Universidad Autónoma del Estado de México 348
13 Universidade Federal do Paraná 352
14 Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro 354
15 Universidad de Guadalajara 385
16 Universidad de Costa Rica 386
17 Tecnológico de Monterrey * 391
18 Universidade Federal do Rio Grande do Norte 419
19 Universidade Federal da Bahia 422
20 Universidad de los Andes 459
21 Universidad de Concepción 497
22 Universidade Federal do Ceara 503
23 Universidade Federal Fluminense 517
24 Universidade Federal de Pernambuco 522
25 Universidad de la República ** 530
26 Universidad Nacional de Colombia 541
27 Universidad de los Andes Mérida 564
28 Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 566
29 Pontificia Universidad Católica de Chile * 633
30 Universidad Nacional de la Plata 659
31 Instituto Politécnico Nacional 716
32 Universidad Simón Bolívar Venezuela 729
33 Universidade do Estado do Rio de Janeiro 733
34 Universidad Autónoma Metropolitana 744
35 Universidade Federal de São Paulo 759
36 Universidad de Antioquia 761
37 Universidad Nacional de Cordoba 762
38 Universidade do Vale do Rio Dos Sinos 768
39 Fundação Getulio Vargas 773
40 Universidade Estadual de Maringá 777
41 Universidad de Puerto Rico Mayaguez 779
42 Universidade Federal de Lavras 807
43 Pontificia Universidad Católica del Perú 827
44 Universidade Federal de Viçosa 856
45 Universidade Federal de Uberlândia 862
46 Universidade Federal de Goiás 870
47 Universidade Federal de São Carlos 900
48 Universidad Nacional Mayor de San Marcos 906
49 Universidade Federal de Santa Maria 909
50 Universidad Austral de Chile 932
51 Centro Universitário Senac Servico Nacional de Aprendizagem Comercial 949
52 University of the West Indies 951
53 Pontificia Universidad Javeriana 975
54 Pontificia Universidade Católica de São Paulo 981
55 Universidade Estadual de Londrina 984
56 Universidade Federal da Paraíba 990
57 Universidad del Valle 994
58 Universidade Federal do Pará 998
59 Universidade Regional de Blumenau 1,006
60 Universidade de Santa Cruz do Sul 1,007
61 Pontificia Universidad Católica de Valparaíso * 1,027
62 Escuela Superior Politécnica del Litoral 1,059
63 Universidad Autónoma de Nuevo León 1,065
64 Universidad Tecnológica Nacional 1,069
65 Universidad Nacional del Nordeste 1,095
66 Universidade Federal do Espírito Santo 1,098
67 Universidad Técnica Federico Santa María 1,146
68 Universidade de Passo Fundo * 1,178
69 Universidade do Estado de Santa Catarina 1,181
70 Universidad Veracruzana 1,183
71 Universidade Federal de Campina Grande 1,198
72 Universidad de Puerto Rico 1,224
73 Universidade Federal de Juiz de Fora 1,227
74 Pontificia Universidade Católica do Minas Gerais 1,231
75 Universidade de Taubate 1,234
76 Universidad de Sonora 1,252
77 Universidad Autónoma de Baja California 1,257
78 Universidad Nacional de Rosario 1,262
79 Universidad Nacional de Colombia Medellín 1,277
80 Escuela de Administración Finanzas y Tecnología Medellín 1,294
81 Universidad Nacional Costa Rica 1,316
82 Colegio de México 1,317
83 Universidad Católica Argentina 1,343
84 Universidad de Santiago de Chile 1,350
85 Universidad de San Carlos de Guatemala 1,351
86 Universidad de Talca 1,385
87 Universidade Federal do Rio Grande 1,391
88 Universidad Iberoamericana 1,396
89 Universidad Autónoma de Puebla 1,399
90 Universidad Nacional de Cuyo Mendoza 1,414
91 Pontificia Universidade Católica do Paraná 1,415
92 Universidad Central de Venezuela 1,416
93 Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo 1,425
94 Universidad de Colima 1,437
95 Universidad Nacional del Sur 1,444
96 Universidad Autónoma de Tamaulipas * 1,447
97 Universidade Presbiteriana Mackenzie 1,454
98 Senac São Paulo 1,462
99 Pontificia Universidade Católica do Campinas * 1,470
100 Universidad de las Américas Puebla 1,478
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As other rankings focused only on a few relevant aspects, specially research results, web indicators based ranking reflects better the whole picture, as many other activities of professors and researchers are showed by their web presence.
The Web covers not only only formal (e-journals, repositories) but also informal scholarly communication. Web publication is cheaper, maintaining the high standards of quality of peer review processes. It could also reach much larger potential audiences, offering access to scientific knowledge to researchers and institutions located in developing countries and also to third parties (economic, industrial, political or cultural stakeholders) in their own community.
The Webometrics ranking has a larger coverage than other similar rankings (see table below). The ranking is not only focused on research results but also in other indicators which may reflect better the global quality of the scholar and research institutions worldwide.
We intend to motivate both institutions and scholars to have a web presence that reflect accurately their activities. If the web performance of an institution is below the expected position according to their academic excellence, university authorities should reconsider their web policy, promoting substantial increases of the volume and quality of their electronic publications.
Candidate students should use additional criteria if they are trying to choose university. webometrics Ranking correlates well with quality of education provided and academic prestige, but other non-academic variables need to be taken into account.
Design and Weighting of Indicators
The unit for analysis is the institutional domain, so only universities and research centres with an independent web domain are considered. If an institution has more than one main domain, two or more entries are used with the different addresses.
The first Web indicator, Web Impact Factor (WIF), was based on link analysis that combines the number of external inlinks and the number of pages of the website, a ratio of 1:1 between visibility and size. This ratio is used for the ranking, adding two new indicators to the size component: Number of documents, measured from the number of rich files in a web domain, and number of publications being collected by Google Scholar database.
Four indicators were obtained from the quantitative results provided by the main search engines as follows:
Size (S). Number of pages recovered from four engines: Google, Yahoo, Live Search and Exalead.
Visibility (V). The total number of unique external links received (inlinks) by a site can be only confidently obtained from Yahoo Search.
Rich Files (R). After evaluation of their relevance to academic and publication activities and considering the volume of the different file formats, the following were selected: Adobe Acrobat (.pdf), Adobe PostScript (.ps), Microsoft Word (.doc) and Microsoft Powerpoint (.ppt). These data were extracted using Google, Yahoo Search, Live Search and Exalead.
Scholar (Sc). Google Scholar provides the number of papers and citations for each academic domain. These results from the Scholar database represent papers, reports and other academic items.
The inclusion of the total number of pages is based on the recognition of a new global market for academic information, so the web is the adequate platform for the internationalization of the institutions. A strong and detailed web presence providing exact descriptions of the structure and activities of the university can attract new students and scholars worldwide.
The number of external inlinks received by a domain is a measure that represents visibility and impact of the published material, and although there is a great diversity of motivations for linking, a significant fraction works in a similar way as bibliographic citation.
The success of self-archiving and other repositories related initiatives can be roughly represented from rich file and Scholar data. The huge numbers involved with the pdf and doc formats means that not only administrative reports and bureaucratic forms are involved. PostScript and Powerpoint files are clearly related to academic activities.
More info:
Aguillo, I.F.; Ortega, J. L. & Fernández, M. (2008). Webometric Ranking of World Universities: Introduction, Methodology, and Future Developments. Higher Education in Europe, 33(2/3): 234-244.
Ortega, J. L., Aguillo, I. F. (2009). Mapping World-class universities on the Web. Information Processing & Management, 45(2): 272-279
Aguillo, I. F.; Granadino, B.; Ortega, J. L.; Prieto, J. A. (2006). Scientific research activity and communication measured with cybermetric indicators. Journal of the American Society of Information Science and Technology, 57(10): 1296-1302
Aguillo, I. F.; Granadino, B.; Ortega, J.L. & Prieto, J.A. (2005). What the Internet says about Science. The Scientist, 19(14):10
CONTINENT RANK UNIVERSITY WORLD RANK
1 Universidade de São Paulo 38
2 Universidad Nacional Autónoma de México ** 44
3 Universidade Estadual de Campinas 115
4 Universidade Federal de Santa Catarina Brasil 134
5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul 152
6 Universidade Federal do Rio de Janeiro 196
7 Universidade de Brasília 204
8 Universidad de Chile 227
9 Universidade Federal de Minas Gerais 241
10 Universidade Estadual Paulista 269
11 Universidad de Buenos Aires 291
12 Universidad Autónoma del Estado de México 348
13 Universidade Federal do Paraná 352
14 Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro 354
15 Universidad de Guadalajara 385
16 Universidad de Costa Rica 386
17 Tecnológico de Monterrey * 391
18 Universidade Federal do Rio Grande do Norte 419
19 Universidade Federal da Bahia 422
20 Universidad de los Andes 459
21 Universidad de Concepción 497
22 Universidade Federal do Ceara 503
23 Universidade Federal Fluminense 517
24 Universidade Federal de Pernambuco 522
25 Universidad de la República ** 530
26 Universidad Nacional de Colombia 541
27 Universidad de los Andes Mérida 564
28 Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 566
29 Pontificia Universidad Católica de Chile * 633
30 Universidad Nacional de la Plata 659
31 Instituto Politécnico Nacional 716
32 Universidad Simón Bolívar Venezuela 729
33 Universidade do Estado do Rio de Janeiro 733
34 Universidad Autónoma Metropolitana 744
35 Universidade Federal de São Paulo 759
36 Universidad de Antioquia 761
37 Universidad Nacional de Cordoba 762
38 Universidade do Vale do Rio Dos Sinos 768
39 Fundação Getulio Vargas 773
40 Universidade Estadual de Maringá 777
41 Universidad de Puerto Rico Mayaguez 779
42 Universidade Federal de Lavras 807
43 Pontificia Universidad Católica del Perú 827
44 Universidade Federal de Viçosa 856
45 Universidade Federal de Uberlândia 862
46 Universidade Federal de Goiás 870
47 Universidade Federal de São Carlos 900
48 Universidad Nacional Mayor de San Marcos 906
49 Universidade Federal de Santa Maria 909
50 Universidad Austral de Chile 932
51 Centro Universitário Senac Servico Nacional de Aprendizagem Comercial 949
52 University of the West Indies 951
53 Pontificia Universidad Javeriana 975
54 Pontificia Universidade Católica de São Paulo 981
55 Universidade Estadual de Londrina 984
56 Universidade Federal da Paraíba 990
57 Universidad del Valle 994
58 Universidade Federal do Pará 998
59 Universidade Regional de Blumenau 1,006
60 Universidade de Santa Cruz do Sul 1,007
61 Pontificia Universidad Católica de Valparaíso * 1,027
62 Escuela Superior Politécnica del Litoral 1,059
63 Universidad Autónoma de Nuevo León 1,065
64 Universidad Tecnológica Nacional 1,069
65 Universidad Nacional del Nordeste 1,095
66 Universidade Federal do Espírito Santo 1,098
67 Universidad Técnica Federico Santa María 1,146
68 Universidade de Passo Fundo * 1,178
69 Universidade do Estado de Santa Catarina 1,181
70 Universidad Veracruzana 1,183
71 Universidade Federal de Campina Grande 1,198
72 Universidad de Puerto Rico 1,224
73 Universidade Federal de Juiz de Fora 1,227
74 Pontificia Universidade Católica do Minas Gerais 1,231
75 Universidade de Taubate 1,234
76 Universidad de Sonora 1,252
77 Universidad Autónoma de Baja California 1,257
78 Universidad Nacional de Rosario 1,262
79 Universidad Nacional de Colombia Medellín 1,277
80 Escuela de Administración Finanzas y Tecnología Medellín 1,294
81 Universidad Nacional Costa Rica 1,316
82 Colegio de México 1,317
83 Universidad Católica Argentina 1,343
84 Universidad de Santiago de Chile 1,350
85 Universidad de San Carlos de Guatemala 1,351
86 Universidad de Talca 1,385
87 Universidade Federal do Rio Grande 1,391
88 Universidad Iberoamericana 1,396
89 Universidad Autónoma de Puebla 1,399
90 Universidad Nacional de Cuyo Mendoza 1,414
91 Pontificia Universidade Católica do Paraná 1,415
92 Universidad Central de Venezuela 1,416
93 Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo 1,425
94 Universidad de Colima 1,437
95 Universidad Nacional del Sur 1,444
96 Universidad Autónoma de Tamaulipas * 1,447
97 Universidade Presbiteriana Mackenzie 1,454
98 Senac São Paulo 1,462
99 Pontificia Universidade Católica do Campinas * 1,470
100 Universidad de las Américas Puebla 1,478
Metodologia:
About the Ranking
Objectives of the Webometrics Ranking of World's Universities
The original aim of the Ranking was to promote Web publication. Supporting Open Access initiatives, electronic access to scientific publications and to other academic material are our primary targets. However web indicators are very useful for ranking purposes too as they are not based on number of visits or page design but on the global performance and visibility of the universities.
As other rankings focused only on a few relevant aspects, specially research results, web indicators based ranking reflects better the whole picture, as many other activities of professors and researchers are showed by their web presence.
The Web covers not only only formal (e-journals, repositories) but also informal scholarly communication. Web publication is cheaper, maintaining the high standards of quality of peer review processes. It could also reach much larger potential audiences, offering access to scientific knowledge to researchers and institutions located in developing countries and also to third parties (economic, industrial, political or cultural stakeholders) in their own community.
The Webometrics ranking has a larger coverage than other similar rankings (see table below). The ranking is not only focused on research results but also in other indicators which may reflect better the global quality of the scholar and research institutions worldwide.
We intend to motivate both institutions and scholars to have a web presence that reflect accurately their activities. If the web performance of an institution is below the expected position according to their academic excellence, university authorities should reconsider their web policy, promoting substantial increases of the volume and quality of their electronic publications.
Candidate students should use additional criteria if they are trying to choose university. webometrics Ranking correlates well with quality of education provided and academic prestige, but other non-academic variables need to be taken into account.
Design and Weighting of Indicators
The unit for analysis is the institutional domain, so only universities and research centres with an independent web domain are considered. If an institution has more than one main domain, two or more entries are used with the different addresses.
The first Web indicator, Web Impact Factor (WIF), was based on link analysis that combines the number of external inlinks and the number of pages of the website, a ratio of 1:1 between visibility and size. This ratio is used for the ranking, adding two new indicators to the size component: Number of documents, measured from the number of rich files in a web domain, and number of publications being collected by Google Scholar database.
Four indicators were obtained from the quantitative results provided by the main search engines as follows:
Size (S). Number of pages recovered from four engines: Google, Yahoo, Live Search and Exalead.
Visibility (V). The total number of unique external links received (inlinks) by a site can be only confidently obtained from Yahoo Search.
Rich Files (R). After evaluation of their relevance to academic and publication activities and considering the volume of the different file formats, the following were selected: Adobe Acrobat (.pdf), Adobe PostScript (.ps), Microsoft Word (.doc) and Microsoft Powerpoint (.ppt). These data were extracted using Google, Yahoo Search, Live Search and Exalead.
Scholar (Sc). Google Scholar provides the number of papers and citations for each academic domain. These results from the Scholar database represent papers, reports and other academic items.
The inclusion of the total number of pages is based on the recognition of a new global market for academic information, so the web is the adequate platform for the internationalization of the institutions. A strong and detailed web presence providing exact descriptions of the structure and activities of the university can attract new students and scholars worldwide.
The number of external inlinks received by a domain is a measure that represents visibility and impact of the published material, and although there is a great diversity of motivations for linking, a significant fraction works in a similar way as bibliographic citation.
The success of self-archiving and other repositories related initiatives can be roughly represented from rich file and Scholar data. The huge numbers involved with the pdf and doc formats means that not only administrative reports and bureaucratic forms are involved. PostScript and Powerpoint files are clearly related to academic activities.
More info:
Aguillo, I.F.; Ortega, J. L. & Fernández, M. (2008). Webometric Ranking of World Universities: Introduction, Methodology, and Future Developments. Higher Education in Europe, 33(2/3): 234-244.
Ortega, J. L., Aguillo, I. F. (2009). Mapping World-class universities on the Web. Information Processing & Management, 45(2): 272-279
Aguillo, I. F.; Granadino, B.; Ortega, J. L.; Prieto, J. A. (2006). Scientific research activity and communication measured with cybermetric indicators. Journal of the American Society of Information Science and Technology, 57(10): 1296-1302
Aguillo, I. F.; Granadino, B.; Ortega, J.L. & Prieto, J.A. (2005). What the Internet says about Science. The Scientist, 19(14):10
1335) Ranking de universidades: USP em 38o. lugar
Eu sempre desconfio dessas classificações e acho que, no caso do Brasil, existe muita embromação, mas pode ser que os espanhóis tanham sido sérios. Em todo caso, o progresso foi um pouco rápido demais, para corresponder a uma melhoria por saltos. Nessas matérias, os avanços são graduais...
USP É CLASSIFICADA A 38ª MELHOR UNIVERSIDADE DO MUNDO EM RANKING
Folha Online, 31.08.2009
A USP (Universidade de São Paulo) foi classificada como a 38ª melhor melhor universidade do mundo em um ranking elaborado por um órgão de pesquisa do governo espanhol. O ranking, elaborado duas vezes por ano pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas do Ministério da Educação da Espanha, classifica 6.000 instituições do mundo, dentre 17 mil avaliadas. A base da classificação é a visibilidade e o desempenho global da universidade, o que inclui indicadores de pesquisa e de qualidade de estudantes e professores. A USP foi a única universidade brasileira a figurar entre as cem primeiras da lista e foi a primeira da América Latina. A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a segunda brasileira citada, ficou na 115ª posição. Em relação à edição de janeiro, a USP subiu 49 posições. Em relação à edição do ano passado --quando ficou classificada na 113ª posição --a universidade subiu 75 posições.
Na primeira colocação, aparece o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), seguido pela Universidade Harvard e a Universidade Stanford em terceiro. As três são dos Estados Unidos, país que ocupa as 21 primeiras posições da lista. A primeira não norte-americana é a Universidade de Cambridge, da Inglaterra (22ª). As outras instituições brasileiras citadas entre as 300 primeiras são: Universidade Federal de Santa Catarina (134ª), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (152ª), Universidade Federal do Rio de Janeiro (196ª), Universidade de Brasília (204ª) e Universidade Federal de Minas Gerais (241ª).
Um dos principais indicadores avaliados pelo ranking --chamado de "Webometrics Ranking of World Universities" (Ranking Mundial de Universidades na Web, em tradução livre)-- é o número de acessos, via internet, dos artigos produzidos pelas escolas. "Essa classificação demonstra que a USP consolida seu perfil como universidade de classe mundial, produzindo, cada vez mais, pesquisas na fronteira do conhecimento e de nível internacional", afirmou, em nota, a reitora Suely Vilela. Diversas instituições fazem rankings de universidades. Entre os mais tradicionais estão o da Universidade de Jiao Tong (China) e das publicações "US News & World Report" (Estados Unidos) e "Times" (Inglaterra). Um dos objetivos dessas listas é indicar aos alunos as melhores instituições para se estudar
USP É CLASSIFICADA A 38ª MELHOR UNIVERSIDADE DO MUNDO EM RANKING
Folha Online, 31.08.2009
A USP (Universidade de São Paulo) foi classificada como a 38ª melhor melhor universidade do mundo em um ranking elaborado por um órgão de pesquisa do governo espanhol. O ranking, elaborado duas vezes por ano pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas do Ministério da Educação da Espanha, classifica 6.000 instituições do mundo, dentre 17 mil avaliadas. A base da classificação é a visibilidade e o desempenho global da universidade, o que inclui indicadores de pesquisa e de qualidade de estudantes e professores. A USP foi a única universidade brasileira a figurar entre as cem primeiras da lista e foi a primeira da América Latina. A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a segunda brasileira citada, ficou na 115ª posição. Em relação à edição de janeiro, a USP subiu 49 posições. Em relação à edição do ano passado --quando ficou classificada na 113ª posição --a universidade subiu 75 posições.
Na primeira colocação, aparece o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), seguido pela Universidade Harvard e a Universidade Stanford em terceiro. As três são dos Estados Unidos, país que ocupa as 21 primeiras posições da lista. A primeira não norte-americana é a Universidade de Cambridge, da Inglaterra (22ª). As outras instituições brasileiras citadas entre as 300 primeiras são: Universidade Federal de Santa Catarina (134ª), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (152ª), Universidade Federal do Rio de Janeiro (196ª), Universidade de Brasília (204ª) e Universidade Federal de Minas Gerais (241ª).
Um dos principais indicadores avaliados pelo ranking --chamado de "Webometrics Ranking of World Universities" (Ranking Mundial de Universidades na Web, em tradução livre)-- é o número de acessos, via internet, dos artigos produzidos pelas escolas. "Essa classificação demonstra que a USP consolida seu perfil como universidade de classe mundial, produzindo, cada vez mais, pesquisas na fronteira do conhecimento e de nível internacional", afirmou, em nota, a reitora Suely Vilela. Diversas instituições fazem rankings de universidades. Entre os mais tradicionais estão o da Universidade de Jiao Tong (China) e das publicações "US News & World Report" (Estados Unidos) e "Times" (Inglaterra). Um dos objetivos dessas listas é indicar aos alunos as melhores instituições para se estudar
1334) Progressos do socialismo do seculo 21: um manifesto, agora
Pessoalmente, tenho vontade de conhecer esse livro prometido pelo presidente Chávez, durante sua visita na Libia, conforme matéria abaixo. Como sou um leitor compulsivo e um escrevinhador costumeiro, terei certamente o que comentar a partir da leitura de obra tão relevante do pensamento socialista mundial.
Para os que não sabem, já efetuei uma leitura modernizada do Manifesto Comunista original, de Marx e Engels, em minha obra Velhos e novos Manifestos (ver neste link).
Quando li, não encontrei nada de excepcional no Pequeno Livro Vermelho do Presidente Mao, uma coleção de banalidades incitando ao trabalho e à vigilância revolucionária durante a então Revolução Cultural naquele grande país asiático.
Também não encontrei nenhuma novidade, do meu ponto de vista, no Livro Verde do Coronel Kadhafi, do qual li largos excertos transcritos no Le Monde, quando ainda morava na Europa como estudante.
Pode ser que esse livro Manifesto, prometido por Chávez, seja uma nova maravilha do pensamento socialista mundial, mas tenho o direito de desconfiar.
Se se situar no mesmo nível das banalidades conceituais que ele expressa frequentemente, como abaixo registrado, então deverá ser muito aborrecido.
A conferir.
Presidente Chávez propone crear Manifiesto Socialista de los Pueblos
Ofreció una conferencia en el Centro Mundial del Libro Verde
El objetivo es acelerar la propuesta del socialismo. Invitó a celebrar un encuentro de los poderes populares entre Libia Venezuela. Con este acto finaliza su visita a Libia
Crear un manifiesto socialista de los pueblos planteó el presidente Hugo Chávez, este martes en el Centro Mundial del Libro Verde de la capital libia, donde ofreció una conferencia sobre el socialismo del siglo XXI.
“Así como tenemos el Manifiesto Comunista, el Libro Verde, y tantos documentos que han surgido de la mente brillante de muchos hombres, ya es tiempo de que surja algo así como el Manifiesto Socialista de los Pueblos”.
El objetivo de esta iniciativa es acelerar el socialismo. “El socialismo es el camino a la vida. No queremos barbarie, queremos vida. Queremos un mundo de justos e iguales, y ese mundo se llama el socialismo”.
Así mismo, invitó a organizar encuentros entre los poderes populares de Venezuela y Libia. “Ya es hora de cruzar nuestras experiencias. Aprender unos de otros. Los gobiernos populares tienen que juntarse. Y nosotros desde los gobiernos y las instituciones impulsar esta alianza popular”, dijo.
"La unión en la que creo es la que se soporta en la complementación de las fortalezas, y creo que hemos entrado en una etapa de mayor profundidad, la unión de los pueblos".
Con este acto, el presidente Hugo Chávez finaliza su visita a Libia. Este miércoles estará en Argelia.
Prensa Presidencial / 1 de septiembre 2009
--
Fuente: www.minci.gob.ve
Para os que não sabem, já efetuei uma leitura modernizada do Manifesto Comunista original, de Marx e Engels, em minha obra Velhos e novos Manifestos (ver neste link).
Quando li, não encontrei nada de excepcional no Pequeno Livro Vermelho do Presidente Mao, uma coleção de banalidades incitando ao trabalho e à vigilância revolucionária durante a então Revolução Cultural naquele grande país asiático.
Também não encontrei nenhuma novidade, do meu ponto de vista, no Livro Verde do Coronel Kadhafi, do qual li largos excertos transcritos no Le Monde, quando ainda morava na Europa como estudante.
Pode ser que esse livro Manifesto, prometido por Chávez, seja uma nova maravilha do pensamento socialista mundial, mas tenho o direito de desconfiar.
Se se situar no mesmo nível das banalidades conceituais que ele expressa frequentemente, como abaixo registrado, então deverá ser muito aborrecido.
A conferir.
Presidente Chávez propone crear Manifiesto Socialista de los Pueblos
Ofreció una conferencia en el Centro Mundial del Libro Verde
El objetivo es acelerar la propuesta del socialismo. Invitó a celebrar un encuentro de los poderes populares entre Libia Venezuela. Con este acto finaliza su visita a Libia
Crear un manifiesto socialista de los pueblos planteó el presidente Hugo Chávez, este martes en el Centro Mundial del Libro Verde de la capital libia, donde ofreció una conferencia sobre el socialismo del siglo XXI.
“Así como tenemos el Manifiesto Comunista, el Libro Verde, y tantos documentos que han surgido de la mente brillante de muchos hombres, ya es tiempo de que surja algo así como el Manifiesto Socialista de los Pueblos”.
El objetivo de esta iniciativa es acelerar el socialismo. “El socialismo es el camino a la vida. No queremos barbarie, queremos vida. Queremos un mundo de justos e iguales, y ese mundo se llama el socialismo”.
Así mismo, invitó a organizar encuentros entre los poderes populares de Venezuela y Libia. “Ya es hora de cruzar nuestras experiencias. Aprender unos de otros. Los gobiernos populares tienen que juntarse. Y nosotros desde los gobiernos y las instituciones impulsar esta alianza popular”, dijo.
"La unión en la que creo es la que se soporta en la complementación de las fortalezas, y creo que hemos entrado en una etapa de mayor profundidad, la unión de los pueblos".
Con este acto, el presidente Hugo Chávez finaliza su visita a Libia. Este miércoles estará en Argelia.
Prensa Presidencial / 1 de septiembre 2009
--
Fuente: www.minci.gob.ve
terça-feira, 1 de setembro de 2009
1333) Ipea: pegando um gatuno no ato...
Desculpe pela comparação, mas não encontrei algo melhor para classificar a tentativa canhestra de justificativa não justificada, em torno da inacreditável peça de ficção econômica, que foi servida a todos nós pela inacreditável (desculpem o excesso de adjetivos inacreditáveis, mas acho que são justificados) direção política daquilo que outrora foi uma séria instituição de pesquisa econômica (lamento pelos seus técnicos não tabajaras).
A arte de abater fraudes em pleno vôo
Refiro-me, obviamente à fantástica fábrica de chocolate econômico do atual presidente do Ipea, que em sua mais recente aventura pelo terreno pantanoso do surrealismo econômico, apresentou-nos uma verdadeira revolução científica na medição da produtividade do setor público brasileiro.
Eu pensei que depois de ter sido desmascarado por gente mais competente do que ele, o cidadão em questão -- que certamente não merece o título de economista, muito menos a função -- enfiaria a viola no saco e ficaria quieto, até passar a lembrança do triste episódio e ele não precisar pedir demissão por incompetência.
Pois não é que ele reagiu -- mal, como sempre -- e tentou vender nova versão de sua fraude continuada?
Eu comentei a carta (não assinada) mandada por um inefável Ipea à jornalista Miriam Leitão, que tinha transcrito uma nota técnica rebatendo o chocolate azedo do presidente do Ipea.
Os interessados em seguir o fio da meada até essa fase, podem se referir ao meu último post de uma série memorável (não pelas boas razões, obviamente), neste link, que remete aos posts anteriores:
1320) O Ipea persiste na enrolacao: deixa a substancia de lado e se refugia na tergiversacao
Agora os mesmos economistas que desmantelaram a fraude subeconômica do fantástico e inacreditável comandante dos tabajaras econômicos respondem com argumentos técnicos à canhestra carta justificatória. Segue abaixo o seu teor.
28/08/2009
Cara Miriam Leitão,
O objetivo do senador Tasso Jereissati é sempre contribuir para o bom debate técnico. Causou-nos surpresa a nota enviada elo IPEA ao seu blog, pois não há a mínima justificativa técnica para a nota da presidência de número 27 que é objeto da controversa.
Apenas para dar um exemplo, a réplica do IPEA enviada ao blog da jornalista Miriam Leitão afirma que:
"A consulta à literatura especializada ou à própria Assessoria de Comunicação do Instituto permitiria constatar que o método de aferição da produtividade na administração pública e privada no Brasil – utilizada no estudo – encontra-se em plena conformidade com aquele adotado por outras instituições de pesquisa aplicada, como, por exemplo, Centre for the Measurement of Government Activity (Inglaterra), Partnership and Productivity in the Public Sector (Nova Zelândia) e National Center for Public Productivity (Estados Unidos), entre outras. Todas de referência internacional. Como o Ipea."
Infelizmente, a assessoria do presidente do IPEA se enganou mais uma vez. Por exemplo, o Centre for the Measurement of Government Activity (Inglaterra) faz exatamente o oposto do que o IPEA fez. O Professor Atkinson coordenou um grupo de trabalho e escreveu um relatório final em 2005 justamente alertando sobre os problemas do calculo da produção do setor público como estava sendo feito pelo governo Britânico. Esse relatório deu origem a criação do Centre for the Measurement of Government Activity como um departamento do "the Office for National Statistics (ONS)" justamente para tentar modificar a forma de medida da produção do setor público pela metodologia das contas nacionais. As principias conclusões do relatório foram que:
(i) Era necessário melhorar a contabilidade pública para que se pudesse medir de fato o que está sendo produzido pelos gastos com os serviços públicos;
(ii) Não se deve continuar assumindo que os gastos são simplesmente iguais ao produto em uma parte tão importante da economia, que reponde por um quinto do PIB na Inglaterra; e
(iiii) O UK Office for National Statistics está no caminho correto de tentar introduzir medidas para mensurar diretamente a produção do governo, mas essas estatísticas governamentais precisam ainda ser melhor desenvolvidas.
A íntegra do citado relatório final está disponível no seguinte link:
http://www.statistics.gov.uk/about/data/methodology/specific/PublicSector/Atkinson/final_report.asp
Em resumo, o relatório traz propostas de como modificar o calculo do setor público nas contas públicas justamente por esse cálculo ser baseado na igualdade entre os custo do setor público e produção como acontece no Brasil e nos Estados Unidos, o que impede que se possa medir produtividade do setor público a partir das contas nacionais. O que o IPEA fez foi justamente o contrário das próprias instituições que o próprio instituto cita para se defender: utiliza a medida errada para calcular o crescimento de produtividade do setor público e ainda comparar com o setor privado. O IPEA deveria sim ter proposto medidas alternativas de mensurar a produtividade do setor público como fez Centre for the Measurement of Government Activity (Inglaterra).
Como podemos ver na justificativa do relatório assinado pelo Atkinson, em um resumo que fez do seu trabalho que deu origem ao The Measurement of Government Activity (Inglaterra), publicado no "Journal of the Statistical and Social Inquiry Society of Ireland, Vol. XXXIV (2005)" pp. 153:
"For many years, the contribution of the public sector to national income was measured by simply assuming that output = input. It was taken for granted that you get out what you put in. This assumption is clearly unsatisfactory, since it tells us nothing about how the productivity of the public sector is changing over time. Some countries, such as the US, still measure the output of the government by the inputs, but this is no longer regarded as good statistical practice. More than 10 years ago, in 1993, the UN System of National Accounts (SNA) was revised to recommend that countries drop the assumption that output = input and seek to measure directly the output of public services (United Nations, 1993). The SNA recommendations are not mandatory, and, as just noted, the US is not following them, but in the case of the European Union (EU), they were legally adopted. Under a decision of December 2002, EU Member States are required to introduce direct measures of public sector output in time for the 2006 national accounts (with the exception of Denmark, which secured a derogation until 2012)."
Disponível em: http://www.tara.tcd.ie/handle/2262/8840?mode=simple
Traduzindo a frase sublinhada acima: por muitos anos, a contribuição do setor público para as contas nacionais foi mensurada assumindo simplesmente que produto = insumos. Tomou-se como verdadeira a hipótese de que você produz o que você gasta. Essa hipótese é claramente insatisfatória pois nada informa sobre como a produtividade do setor público está se modificando ao longo do tempo".
Em resumo, a própria instituição britânica citada pela carta do IPEA enviada a este blog mostra porque não se pode calcular a produtividade do setor público pelas contas nacionais.
Atenciosamente,
Assessoria Econômica do Senador Tasso Jereissati
========
PS PRA: Até quando os tabajaras vão continuar insistindo em comandar uma instituição séria? Quando eles decidirão se penitenciar por este enésimio petardo subeconômico?
Quando eles vão se mudar para Roraima, onde poderão desfrutar de salários elevados, mesmo sem nenhuma produtividade que os justifiquem?
Até quando, para parafrasear um desses antigos famosos da velha Roma, eles vão continuar a abusar da nossa paciência?
A arte de abater fraudes em pleno vôo
Refiro-me, obviamente à fantástica fábrica de chocolate econômico do atual presidente do Ipea, que em sua mais recente aventura pelo terreno pantanoso do surrealismo econômico, apresentou-nos uma verdadeira revolução científica na medição da produtividade do setor público brasileiro.
Eu pensei que depois de ter sido desmascarado por gente mais competente do que ele, o cidadão em questão -- que certamente não merece o título de economista, muito menos a função -- enfiaria a viola no saco e ficaria quieto, até passar a lembrança do triste episódio e ele não precisar pedir demissão por incompetência.
Pois não é que ele reagiu -- mal, como sempre -- e tentou vender nova versão de sua fraude continuada?
Eu comentei a carta (não assinada) mandada por um inefável Ipea à jornalista Miriam Leitão, que tinha transcrito uma nota técnica rebatendo o chocolate azedo do presidente do Ipea.
Os interessados em seguir o fio da meada até essa fase, podem se referir ao meu último post de uma série memorável (não pelas boas razões, obviamente), neste link, que remete aos posts anteriores:
1320) O Ipea persiste na enrolacao: deixa a substancia de lado e se refugia na tergiversacao
Agora os mesmos economistas que desmantelaram a fraude subeconômica do fantástico e inacreditável comandante dos tabajaras econômicos respondem com argumentos técnicos à canhestra carta justificatória. Segue abaixo o seu teor.
28/08/2009
Cara Miriam Leitão,
O objetivo do senador Tasso Jereissati é sempre contribuir para o bom debate técnico. Causou-nos surpresa a nota enviada elo IPEA ao seu blog, pois não há a mínima justificativa técnica para a nota da presidência de número 27 que é objeto da controversa.
Apenas para dar um exemplo, a réplica do IPEA enviada ao blog da jornalista Miriam Leitão afirma que:
"A consulta à literatura especializada ou à própria Assessoria de Comunicação do Instituto permitiria constatar que o método de aferição da produtividade na administração pública e privada no Brasil – utilizada no estudo – encontra-se em plena conformidade com aquele adotado por outras instituições de pesquisa aplicada, como, por exemplo, Centre for the Measurement of Government Activity (Inglaterra), Partnership and Productivity in the Public Sector (Nova Zelândia) e National Center for Public Productivity (Estados Unidos), entre outras. Todas de referência internacional. Como o Ipea."
Infelizmente, a assessoria do presidente do IPEA se enganou mais uma vez. Por exemplo, o Centre for the Measurement of Government Activity (Inglaterra) faz exatamente o oposto do que o IPEA fez. O Professor Atkinson coordenou um grupo de trabalho e escreveu um relatório final em 2005 justamente alertando sobre os problemas do calculo da produção do setor público como estava sendo feito pelo governo Britânico. Esse relatório deu origem a criação do Centre for the Measurement of Government Activity como um departamento do "the Office for National Statistics (ONS)" justamente para tentar modificar a forma de medida da produção do setor público pela metodologia das contas nacionais. As principias conclusões do relatório foram que:
(i) Era necessário melhorar a contabilidade pública para que se pudesse medir de fato o que está sendo produzido pelos gastos com os serviços públicos;
(ii) Não se deve continuar assumindo que os gastos são simplesmente iguais ao produto em uma parte tão importante da economia, que reponde por um quinto do PIB na Inglaterra; e
(iiii) O UK Office for National Statistics está no caminho correto de tentar introduzir medidas para mensurar diretamente a produção do governo, mas essas estatísticas governamentais precisam ainda ser melhor desenvolvidas.
A íntegra do citado relatório final está disponível no seguinte link:
http://www.statistics.gov.uk/about/data/methodology/specific/PublicSector/Atkinson/final_report.asp
Em resumo, o relatório traz propostas de como modificar o calculo do setor público nas contas públicas justamente por esse cálculo ser baseado na igualdade entre os custo do setor público e produção como acontece no Brasil e nos Estados Unidos, o que impede que se possa medir produtividade do setor público a partir das contas nacionais. O que o IPEA fez foi justamente o contrário das próprias instituições que o próprio instituto cita para se defender: utiliza a medida errada para calcular o crescimento de produtividade do setor público e ainda comparar com o setor privado. O IPEA deveria sim ter proposto medidas alternativas de mensurar a produtividade do setor público como fez Centre for the Measurement of Government Activity (Inglaterra).
Como podemos ver na justificativa do relatório assinado pelo Atkinson, em um resumo que fez do seu trabalho que deu origem ao The Measurement of Government Activity (Inglaterra), publicado no "Journal of the Statistical and Social Inquiry Society of Ireland, Vol. XXXIV (2005)" pp. 153:
"For many years, the contribution of the public sector to national income was measured by simply assuming that output = input. It was taken for granted that you get out what you put in. This assumption is clearly unsatisfactory, since it tells us nothing about how the productivity of the public sector is changing over time. Some countries, such as the US, still measure the output of the government by the inputs, but this is no longer regarded as good statistical practice. More than 10 years ago, in 1993, the UN System of National Accounts (SNA) was revised to recommend that countries drop the assumption that output = input and seek to measure directly the output of public services (United Nations, 1993). The SNA recommendations are not mandatory, and, as just noted, the US is not following them, but in the case of the European Union (EU), they were legally adopted. Under a decision of December 2002, EU Member States are required to introduce direct measures of public sector output in time for the 2006 national accounts (with the exception of Denmark, which secured a derogation until 2012)."
Disponível em: http://www.tara.tcd.ie/handle/2262/8840?mode=simple
Traduzindo a frase sublinhada acima: por muitos anos, a contribuição do setor público para as contas nacionais foi mensurada assumindo simplesmente que produto = insumos. Tomou-se como verdadeira a hipótese de que você produz o que você gasta. Essa hipótese é claramente insatisfatória pois nada informa sobre como a produtividade do setor público está se modificando ao longo do tempo".
Em resumo, a própria instituição britânica citada pela carta do IPEA enviada a este blog mostra porque não se pode calcular a produtividade do setor público pelas contas nacionais.
Atenciosamente,
Assessoria Econômica do Senador Tasso Jereissati
========
PS PRA: Até quando os tabajaras vão continuar insistindo em comandar uma instituição séria? Quando eles decidirão se penitenciar por este enésimio petardo subeconômico?
Quando eles vão se mudar para Roraima, onde poderão desfrutar de salários elevados, mesmo sem nenhuma produtividade que os justifiquem?
Até quando, para parafrasear um desses antigos famosos da velha Roma, eles vão continuar a abusar da nossa paciência?
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