Por razoes de boa vizinhança, se pretende continuar a importar o gás boliviano, mas a dependência acabou...
Sem a dependência de Evo
Editorial O Estado de S.Paulo, 7.11.2009
Com a entrada em operação, no próximo ano, do Gasduc III - o gigantesco gasoduto da Petrobrás que ligará a Bacia de Santos aos principais centros consumidores, o País estará livre da incômoda dependência do gás boliviano. Recorde-se que em 2006, quando o governo Evo Morales nacionalizou o setor de petróleo e gás, o fornecimento às indústrias brasileiras foi ameaçado.
Com capacidade de transportar 40 milhões de m³/dia, o Gasduc III, construído ao custo de R$ 2 bilhões, ligará a Estação de Cabiúnas, em Macaé, a Duque de Caxias. Sua capacidade é maior que a do Gasoduto Bolívia-Brasil, que transporta até 30 milhões de m³/dia e não opera a plena carga.
A exploração do gás da plataforma continental altera a relação de forças com o governo boliviano. O embaixador em La Paz, Frederico Cezar de Araujo, por exemplo, precisou tranquilizar as autoridades bolivianas, declarando que as compras de gás não sofrerão corte depois do vencimento do contrato assinado entre os dois países em 1999, com prazo de 20 anos, para assegurar a oferta mínima de 24 milhões de m³/dia e máxima de 30 milhões de m³/dia. "Os volumes de exportação de gás da Bolívia para o Brasil não diminuirão", disse ele.
Só que, agora, comprar ou não será uma decisão exclusiva do Brasil.
Mas o mercado de gás natural está superofertado - e esta situação tende a se agravar. A produção brasileira é de 57 milhões de m³/dia de gás natural, dos quais 12 milhões de m³ são reinjetados nos poços; 10 milhões de m³, queimados ou perdidos; e a Petrobrás consome ou absorve 14 milhões de m³, restando 21 milhões de m³ para oferecer ao mercado. Acrescentando os 23 milhões de m³/dia importados da Bolívia - bem abaixo dos quase 31 milhões de m³/dia adquiridos no ano passado -, o consumo local total é da ordem de 44 milhões de m³/dia, contra os quase 59 milhões de m³/dia consumidos em 2008.
Com os investimentos previstos de US$ 39,9 bilhões, no período 2009/2013, os polos de Mexilhão, Uruguá, Merluza e Sul deverão assegurar o aumento da oferta de gás extraído da Bacia de Santos de 600 mil m³/dia, hoje, para 22,2 milhões de m³/dia.
Estão em fase avançada de construção 170 km de dutos submarinos que vão ligar Uruguá à plataforma MXL-1, e, desta, mais 145 km até Caraguatatuba, de onde serão distribuídos para o Sudeste, o Sul e o Nordeste - por intermédio do gasoduto Gasene. Outros 216 km de dutos vão unir a MXL-1 à área de Tupi. Já estão prontos 212 km do gasoduto marítimo de Merluza, entre a plataforma MLZ-1 e a unidade de tratamento RPBC, que receberá o gás dos Campos de Merluza e de Lagosta, também no litoral paulista.
Os investimentos em gás natural foram acelerados com o Plano de Antecipação da Produção de Gás, anunciado em 2007. Além de levar o Brasil à autossuficiência, a execução do plano resultará num excesso de oferta de gás da ordem de 20 milhões de m³/dia - ou mais.
"Há uma conjugação de fatores contribuindo para a baixa da demanda", afirmou o diretor da consultoria Gas Energy, Marco Tavares. Além dos preços elevados do gás, que levam as indústrias a dar preferência ao óleo combustível, as usinas termoelétricas deixaram de ser acionadas, porque sobra energia hidráulica.
Agora, em vez de economizar, será preciso estimular a produção e o consumo de veículos a gás. "Hoje temos nova oferta de gás e novo contrato de suprimento com a Petrobrás que permitem garantir o crescimento do mercado", declarou o gerente da Gás Natural, Marcelo Napolitano.
A empresa controla distribuidoras em São Paulo e no Rio. Como o consumo de gás natural veicular é pequeno, o maior desafio é estimular o consumo de gás em indústrias, comércio e na cogeração de energia. Um projeto da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) prevê o consumo de 1,5 milhão de m³/dia, capazes de gerar 150 a 200 MW de energia elétrica, além de vapor. Os contratos de curto prazo de venda de gás já mostram um recuo de preços entre 30% e 40%.
Com a autossuficiência em gás, ficarão afastados os riscos inerentes ao relacionamento político e comercial com o regime bolivariano de Evo Morales.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 10 de novembro de 2009
1492) Um ambientalista cetico, ou um negacionista racionalista
A proposito desta matéria do The Guardian, dando ao ambientalismo um status de religião no Reino Unido (link), um membro de uma lista de discussão de que também participo, Fabio Polli Rodrigues, escreveu o que segue.
"Meu irmão se formou em Geografia e defendeu no trabalho de conclusão de curso que o aquecimento global antrópico é uma fraude científica. Por incrível que pareça, isso foi defendido na USP e ele foi aprovado com nota máxima. Agora está fazendo mestrado em climatologia com o mesmo tema. Tive curiosidade de ler alguns trabalhos científicos (e outros nem tanto) do material de pesquisa e os achei muito interessantes.
Existem fortes evidências científicas contra a tese do aquecimento causado pelo homem. Quando essas evidências se tornam boas e fortes demais para serem ignoradas como coisa de lunáticos (para usar uma expressão do Al Gore), os aquecimentistas apelam para o chamado princípio da precaução: seria melhor presumir que o aquecimento esteja acontecendo e sendo causado pelo CO2, para o caso de isso estar correto. Não posso aceitar o "princípio da precaução" como científico, mas apenas como político.
Além do mais, as medidas mitigatórias custam muito para a humanidade. Verbas de pesquisa que poderiam estar sendo direcionadas para causas importantes estão sendo desperdiçadas. Os povos mais pobres são compelidos a usar "energia limpa", mesmo que isso seja muito caro e insuficiente para seu desenvolvimento. Um exemplo interessante é o de um posto de saúde no interior da África, que é abastecido por energia solar suficiente apenas para uma geladeira de vacinas, mas que não permite a instalação de qualquer outro equipamento. As verbas internacionais para o posto estão condicionadas à "energia limpa", então um simples gerador à gasolina está fora de cogitação.
A maior parte do material é de difícil compreensão para o público leigo, mas eu consegui encontrar alguma coisa mais simples, que eu pudesse entender. O Björn Lomborg, autor de "O Ambientalista Cético", publicou um livro interessante chamado "Cool It!", no qual ele demonstra que, mesmo que o aquecimento exista e seja causado pelo homem (ele acredita nisso), não vale a pena gastar dinheiro taxando as emissões de dióxido de carbono ou tomando qualquer outra medida mitigatória, pois mais vidas podem ser melhoradas (e salvas) se os recursos forem investidos em outras áreas. Ele é jornalista, mas não dá palpite em questão científica, usando sempre o que já foi produzido por quem entendia do assunto. O argumento econômico é impressionante e ele consegue escapar muito bem do que chama de "contabilidade macabra".
Outro que mostra evidências científicas muito interessantes é o Lawrence Solomon em "The Deniers". Ele fez uma compilação de quem são os cientistas que duvidam das conclusões do IPCC e demonstra que eles não são malucos nem pessoas de pouca expressão, mas gente qualificada e respeitada em seus campos de estudo. Aliás, ao contrário, muitas das evidências a favor do aquecimento global são obra de excelentes cientistas também, mas geralmente atuando fora de seu campo de especialização. Isso explica como gente da mais alta qualidade pode produzir facilmente respostas incorretas. No final ele fica em dúvida sobre quem está correto, mas fornece um material muito bom para início de pesquisa.
Por tudo isso, apesar de a decisão judicial ser lamentável (em vários aspectos), acho que o aquecimento se parece mesmo uma religião: mais uma questão de crença e de valores do que uma tese científica."
Fábio Polli
"Meu irmão se formou em Geografia e defendeu no trabalho de conclusão de curso que o aquecimento global antrópico é uma fraude científica. Por incrível que pareça, isso foi defendido na USP e ele foi aprovado com nota máxima. Agora está fazendo mestrado em climatologia com o mesmo tema. Tive curiosidade de ler alguns trabalhos científicos (e outros nem tanto) do material de pesquisa e os achei muito interessantes.
Existem fortes evidências científicas contra a tese do aquecimento causado pelo homem. Quando essas evidências se tornam boas e fortes demais para serem ignoradas como coisa de lunáticos (para usar uma expressão do Al Gore), os aquecimentistas apelam para o chamado princípio da precaução: seria melhor presumir que o aquecimento esteja acontecendo e sendo causado pelo CO2, para o caso de isso estar correto. Não posso aceitar o "princípio da precaução" como científico, mas apenas como político.
Além do mais, as medidas mitigatórias custam muito para a humanidade. Verbas de pesquisa que poderiam estar sendo direcionadas para causas importantes estão sendo desperdiçadas. Os povos mais pobres são compelidos a usar "energia limpa", mesmo que isso seja muito caro e insuficiente para seu desenvolvimento. Um exemplo interessante é o de um posto de saúde no interior da África, que é abastecido por energia solar suficiente apenas para uma geladeira de vacinas, mas que não permite a instalação de qualquer outro equipamento. As verbas internacionais para o posto estão condicionadas à "energia limpa", então um simples gerador à gasolina está fora de cogitação.
A maior parte do material é de difícil compreensão para o público leigo, mas eu consegui encontrar alguma coisa mais simples, que eu pudesse entender. O Björn Lomborg, autor de "O Ambientalista Cético", publicou um livro interessante chamado "Cool It!", no qual ele demonstra que, mesmo que o aquecimento exista e seja causado pelo homem (ele acredita nisso), não vale a pena gastar dinheiro taxando as emissões de dióxido de carbono ou tomando qualquer outra medida mitigatória, pois mais vidas podem ser melhoradas (e salvas) se os recursos forem investidos em outras áreas. Ele é jornalista, mas não dá palpite em questão científica, usando sempre o que já foi produzido por quem entendia do assunto. O argumento econômico é impressionante e ele consegue escapar muito bem do que chama de "contabilidade macabra".
Outro que mostra evidências científicas muito interessantes é o Lawrence Solomon em "The Deniers". Ele fez uma compilação de quem são os cientistas que duvidam das conclusões do IPCC e demonstra que eles não são malucos nem pessoas de pouca expressão, mas gente qualificada e respeitada em seus campos de estudo. Aliás, ao contrário, muitas das evidências a favor do aquecimento global são obra de excelentes cientistas também, mas geralmente atuando fora de seu campo de especialização. Isso explica como gente da mais alta qualidade pode produzir facilmente respostas incorretas. No final ele fica em dúvida sobre quem está correto, mas fornece um material muito bom para início de pesquisa.
Por tudo isso, apesar de a decisão judicial ser lamentável (em vários aspectos), acho que o aquecimento se parece mesmo uma religião: mais uma questão de crença e de valores do que uma tese científica."
Fábio Polli
1491) Edital do Concurso do Itamaraty - 2010
CONCURSO DE ADMISSÃO À CARREIRA DE DIPLOMATA
COMUNICADO
O Instituto Rio Branco (IRBr) e o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB) comunicam que o candidato poderá solicitar a inscrição exclusivamente via Internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2010, solicitada no período entre 15 horas do dia 10 de novembro de 2009 e 23 horas e 59 minutos do dia 13 de dezembro de 2009, horário oficial de Brasília/DF.
Brasília/DF, 9 de novembro de 2009.
COMUNICADO
O Instituto Rio Branco (IRBr) e o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB) comunicam que o candidato poderá solicitar a inscrição exclusivamente via Internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2010, solicitada no período entre 15 horas do dia 10 de novembro de 2009 e 23 horas e 59 minutos do dia 13 de dezembro de 2009, horário oficial de Brasília/DF.
Brasília/DF, 9 de novembro de 2009.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
1490) A maioria dos brasileiros quer mais Estado
Um visitante, ou leitor, deste blog me sugere um tema para desenvolver neste espaço, ou em qualquer outro, relevante pelo seu próprio título"
No Brasil, 64% querem maior controle do governo na economia
BBC Brasil, 09/11/2009 - 06h48
A pesquisa feita a pedido da BBC em 27 países e divulgada nesta segunda-feira revelou que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país.
Não apenas isso: 87% dos entrevistados defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios no país, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.
A insatisfação dos brasileiros com o capitalismo de livre mercado chamou a atenção dos pesquisadores, que qualificaram de "impressionante" os resultados do país.
"Não é que as pessoas digam, sem pensar, 'sim, queremos que o governo regulamente mais a atividade das empresas'. No Brasil existe um clamor particular em relação a isso", disse Steven Kull, o diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington.
O percentual de brasileiros que disseram que o capitalismo "tem muitos problemas e precisamos de um novo sistema econômico" (35%) foi maior que a média mundial (23%).
Enquanto isso, apenas 8% dos brasileiros opinaram que o sistema "funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente", contra 11% na média mundial.
Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado "tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle". A média mundial foi de 51%.
"É uma expressão de grande insatisfação com o sistema e uma falta de confiança de que possa ser corrigido", disse Kull.
"Ao mesmo tempo, não devemos entender que 35% dos brasileiros querem algum tipo de socialismo, esta pergunta não foi incluída. Mas os brasileiros estão tão insatisfeitos com o capitalismo que estão interessados em procurar alternativas."
A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Globalização
O levantamento é divulgado em um momento em que o país discute a questão da presença estatal na economia.
Definir para que caixa vai a receita levantada com a exploração de recursos naturais importantes, como o petróleo da camada pré-sal, divide opiniões entre os que defendem mais e menos presença do governo no setor econômico.
Steven Kull avaliou que esta discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Para ele, o continente está "mais à esquerda" em relação a outras regiões do mundo.
A pesquisa reflete o "giro para a esquerda" que o continente experimentou no fim da década de 1990, quando o modelo de abertura de mercado que se seguiu à queda do muro de Berlim e à dissolução da antiga União Soviética dava sinais de esgotamento.
Começando com a eleição de líderes como Hugo Chávez, na Venezuela, em 1998, o continente viu outros presidentes de esquerda chegarem ao poder, como o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).
Mas Kull disse não crer que o ceticismo dos brasileiros na pesquisa "seja necessariamente uma rejeição do processo de abertura dos anos 1990".
"Vimos em pesquisas anteriores que os brasileiros não são os mais entusiasmados com a globalização", disse.
"Eles ainda são bastante negativos em relação à globalização, e o que vemos aqui (nesta pesquisa) é mais o desejo de que o governo faça mais para mitigar os efeitos negativos dela, melhorar a distribuição de renda e colocar mais restrições à atividade das empresas."
Mas ele ressalvou: "Lembre-se de que a resposta dominante aqui é que o capitalismo tem problemas, mas pode ser melhorado com reformas. A rejeição ao atual sistema econômico e à abertura econômica não é dominante, é que há um desejo maior de contrabalancear os efeitos disto".
======
Meu comentário preliminar (PRA):
Eu não tinha nenhuma dúvida quanto a isso: os brasileiros amam o Estado, acham o estado o máximo, querem mais Estado, querem estar no Estado, viver no Estado, morrer no Estado (de preferência tornar-se imortais no Estado).
Eles não se dão conta de que estão pagando tudo isso. Não todos claro.
Hoje mesmo uma pesquisa informa que o setor público ganha o dobro do setor privado, para tarefas iguais. Os brasileiros talvez não saibam disso, pois do contrário a maioria que é do setor privado se revoltaria. Ou não?
Pode ser que isso os incite a fazer concurso e a viver no Estado, com o dobro de salário do que ganham atualmente. Pode ser...
Enfim, vou escrever sobre isso, certamente.
No Brasil, 64% querem maior controle do governo na economia
BBC Brasil, 09/11/2009 - 06h48
A pesquisa feita a pedido da BBC em 27 países e divulgada nesta segunda-feira revelou que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país.
Não apenas isso: 87% dos entrevistados defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios no país, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.
A insatisfação dos brasileiros com o capitalismo de livre mercado chamou a atenção dos pesquisadores, que qualificaram de "impressionante" os resultados do país.
"Não é que as pessoas digam, sem pensar, 'sim, queremos que o governo regulamente mais a atividade das empresas'. No Brasil existe um clamor particular em relação a isso", disse Steven Kull, o diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington.
O percentual de brasileiros que disseram que o capitalismo "tem muitos problemas e precisamos de um novo sistema econômico" (35%) foi maior que a média mundial (23%).
Enquanto isso, apenas 8% dos brasileiros opinaram que o sistema "funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente", contra 11% na média mundial.
Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado "tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle". A média mundial foi de 51%.
"É uma expressão de grande insatisfação com o sistema e uma falta de confiança de que possa ser corrigido", disse Kull.
"Ao mesmo tempo, não devemos entender que 35% dos brasileiros querem algum tipo de socialismo, esta pergunta não foi incluída. Mas os brasileiros estão tão insatisfeitos com o capitalismo que estão interessados em procurar alternativas."
A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Globalização
O levantamento é divulgado em um momento em que o país discute a questão da presença estatal na economia.
Definir para que caixa vai a receita levantada com a exploração de recursos naturais importantes, como o petróleo da camada pré-sal, divide opiniões entre os que defendem mais e menos presença do governo no setor econômico.
Steven Kull avaliou que esta discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Para ele, o continente está "mais à esquerda" em relação a outras regiões do mundo.
A pesquisa reflete o "giro para a esquerda" que o continente experimentou no fim da década de 1990, quando o modelo de abertura de mercado que se seguiu à queda do muro de Berlim e à dissolução da antiga União Soviética dava sinais de esgotamento.
Começando com a eleição de líderes como Hugo Chávez, na Venezuela, em 1998, o continente viu outros presidentes de esquerda chegarem ao poder, como o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).
Mas Kull disse não crer que o ceticismo dos brasileiros na pesquisa "seja necessariamente uma rejeição do processo de abertura dos anos 1990".
"Vimos em pesquisas anteriores que os brasileiros não são os mais entusiasmados com a globalização", disse.
"Eles ainda são bastante negativos em relação à globalização, e o que vemos aqui (nesta pesquisa) é mais o desejo de que o governo faça mais para mitigar os efeitos negativos dela, melhorar a distribuição de renda e colocar mais restrições à atividade das empresas."
Mas ele ressalvou: "Lembre-se de que a resposta dominante aqui é que o capitalismo tem problemas, mas pode ser melhorado com reformas. A rejeição ao atual sistema econômico e à abertura econômica não é dominante, é que há um desejo maior de contrabalancear os efeitos disto".
======
Meu comentário preliminar (PRA):
Eu não tinha nenhuma dúvida quanto a isso: os brasileiros amam o Estado, acham o estado o máximo, querem mais Estado, querem estar no Estado, viver no Estado, morrer no Estado (de preferência tornar-se imortais no Estado).
Eles não se dão conta de que estão pagando tudo isso. Não todos claro.
Hoje mesmo uma pesquisa informa que o setor público ganha o dobro do setor privado, para tarefas iguais. Os brasileiros talvez não saibam disso, pois do contrário a maioria que é do setor privado se revoltaria. Ou não?
Pode ser que isso os incite a fazer concurso e a viver no Estado, com o dobro de salário do que ganham atualmente. Pode ser...
Enfim, vou escrever sobre isso, certamente.
1489) 43 mil visitantes de 110 paises??? - deve ser engano...
O contador colocado na coluna da direita, abaixo, me avisa que tive mais de 43 mil visitantes de 110 países, inclusive Sudão e Belarus, o que me deixa perplexo.
Como é que pessoas desses paises visitam um blog desconhecido, redigido majoritariamente em Portugues, com temas absolutamente anódinos?
Deve ser brincadeira... ou uma estratégia comercial para me fazer upgradear (ugh!) para a versão Premium, paga, claro...
Don't believe...
Como é que pessoas desses paises visitam um blog desconhecido, redigido majoritariamente em Portugues, com temas absolutamente anódinos?
Deve ser brincadeira... ou uma estratégia comercial para me fazer upgradear (ugh!) para a versão Premium, paga, claro...
Don't believe...
1488) Cronica de um sequestro...
Secuestro estilo camorra
Yoani Sánchez
Licenciada en Filología. Reside en La Habana y combina su pasión por la informática con su trabajo en el Portal Desde Cuba.
yoani.sanchez@gmail.com
Cerca de la calle 23 y justo en la rotonda de la Avenida de los Presidente, fue que vimos llegar en un auto negro –de fabricación china– a tres fornidos desconocidos: “Yoani, móntate en el auto” me dijo uno mientras me aguantaba fuertemente por la muñeca. Los otros dos rodeaban a Claudia Cadelo, Orlando Luís Pardo Lazo y una amiga que nos acompañaba a una marcha contra la violencia. Ironías de la vida, fue una tarde cargada de golpes, gritos y malas palabras la que debió transcurrir como una jornada de paz y concordia. Los mismos “agresores” llamaron a una patrulla que se llevó a mis otras dos acompañantes, Orlando y yo estábamos condenados al auto de matrícula amarilla, al pavoroso terreno de la ilegalidad y la impunidad del Armagedón.
Me negué a subir al brillante Geely y exigimos nos mostraran una identificación o una orden judicial para llevarnos. Claro que no enseñaron ningún papel que probara la legitimidad de nuestro arresto. Los curiosos se agolpaban alrededor y yo gritaba “Auxilio, estos hombres nos quieren secuestrar”, pero ellos pararon a los que querían intervenir con un grito que revelaba todo el trasfondo ideológico de la operación: “No se metan, estos son unos contrarrevolucionarios”. Ante nuestra resistencia verbal, tomaron el teléfono y dijeron a alguien que debió ser su jefe: “¿Qué hacemos? No quieren subir al auto”. Imagino que del otro lado la respuesta fue tajante, porque después vino una andanada de golpes, empujones, me cargaron con la cabeza hacia abajo e intentaron colarme en el carro. Me aguanté de la puerta… golpes en los nudillos… alcancé a quitarle un papel que uno de ellos llevaba en el bolsillo y me lo metí en la boca. Otra andanada de golpes para que les devolviera el documento.
Adentro ya estaba Orlando, inmovilizado en una llave de kárate que lo mantenía con la cabeza pegada al piso. Uno puso su rodilla sobre mi pecho y el otro, desde el asiento delantero me daba en la zona de los riñones y me golpeaba la cabeza para que yo abriera la boca y soltara el papel. En un momento, sentí que no saldría nunca de aquel auto. “Hasta aquí llegaste Yoani”, “Ya se te acabaron las payasadas” dijo el que iba sentado al lado del chófer y que me halaba el cabello. En el asiento de atrás un raro espectáculo transcurría: mis piernas hacia arriba, mi rostro enrojecido por la presión y el cuerpo adolorido, al otro lado estaba Orlando reducido por un profesional de la golpiza. Sólo acerté a agarrarle a éste –a través del pantalón– los testículos, en un acto de desespero. Hundí mis uñas, suponiendo que él iba a seguir aplastando mi pecho hasta el último suspiro. “Mátame ya” le grité, con la última inhalación que me quedaba y el que iba en la parte delantera le advirtió al más joven “Déjala respirar”.
Escuchaba a Orlando jadear y los golpes seguían cayendo sobre nosotros, calculé abrir la puerta y tirarme, pero no había una manilla para activar desde adentro. Estábamos a merced de ellos y escuchar la voz de Orlando me daba ánimo. Después él me dijo que lo mismo le ocurría con mis entrecortadas palabras… ellas le decían “Yoani sigue viva”. Nos dejaron tirados y adoloridos en una calle de la Timba, una mujer se acercó “¿Qué les ha pasado?”… “Un secuestro”, atiné a decir. Lloramos abrazados en medio de la acera, pensaba en Teo, por Dios cómo voy a explicarle todos estos morados. Cómo voy a decirle que vive en un país donde ocurre esto, cómo voy a mirarlo y contarle que a su madre, por escribir un blog y poner sus opiniones en kilobytes, la han violentado en plena calle. Cómo describirle la cara despótica de quienes nos montaron a la fuerza en aquel auto, el disfrute que se les notaba al pegarnos, al levantar mi saya y arrastrarme semidesnuda hasta el auto.
Logré ver, no obstante, el grado de sobresalto de nuestros atacantes, el miedo a lo nuevo, a lo que no pueden destruir porque no comprenden, el terror bravucón del que sabe que tiene sus días contados.
Yoani Sánchez
Licenciada en Filología. Reside en La Habana y combina su pasión por la informática con su trabajo en el Portal Desde Cuba.
yoani.sanchez@gmail.com
Cerca de la calle 23 y justo en la rotonda de la Avenida de los Presidente, fue que vimos llegar en un auto negro –de fabricación china– a tres fornidos desconocidos: “Yoani, móntate en el auto” me dijo uno mientras me aguantaba fuertemente por la muñeca. Los otros dos rodeaban a Claudia Cadelo, Orlando Luís Pardo Lazo y una amiga que nos acompañaba a una marcha contra la violencia. Ironías de la vida, fue una tarde cargada de golpes, gritos y malas palabras la que debió transcurrir como una jornada de paz y concordia. Los mismos “agresores” llamaron a una patrulla que se llevó a mis otras dos acompañantes, Orlando y yo estábamos condenados al auto de matrícula amarilla, al pavoroso terreno de la ilegalidad y la impunidad del Armagedón.
Me negué a subir al brillante Geely y exigimos nos mostraran una identificación o una orden judicial para llevarnos. Claro que no enseñaron ningún papel que probara la legitimidad de nuestro arresto. Los curiosos se agolpaban alrededor y yo gritaba “Auxilio, estos hombres nos quieren secuestrar”, pero ellos pararon a los que querían intervenir con un grito que revelaba todo el trasfondo ideológico de la operación: “No se metan, estos son unos contrarrevolucionarios”. Ante nuestra resistencia verbal, tomaron el teléfono y dijeron a alguien que debió ser su jefe: “¿Qué hacemos? No quieren subir al auto”. Imagino que del otro lado la respuesta fue tajante, porque después vino una andanada de golpes, empujones, me cargaron con la cabeza hacia abajo e intentaron colarme en el carro. Me aguanté de la puerta… golpes en los nudillos… alcancé a quitarle un papel que uno de ellos llevaba en el bolsillo y me lo metí en la boca. Otra andanada de golpes para que les devolviera el documento.
Adentro ya estaba Orlando, inmovilizado en una llave de kárate que lo mantenía con la cabeza pegada al piso. Uno puso su rodilla sobre mi pecho y el otro, desde el asiento delantero me daba en la zona de los riñones y me golpeaba la cabeza para que yo abriera la boca y soltara el papel. En un momento, sentí que no saldría nunca de aquel auto. “Hasta aquí llegaste Yoani”, “Ya se te acabaron las payasadas” dijo el que iba sentado al lado del chófer y que me halaba el cabello. En el asiento de atrás un raro espectáculo transcurría: mis piernas hacia arriba, mi rostro enrojecido por la presión y el cuerpo adolorido, al otro lado estaba Orlando reducido por un profesional de la golpiza. Sólo acerté a agarrarle a éste –a través del pantalón– los testículos, en un acto de desespero. Hundí mis uñas, suponiendo que él iba a seguir aplastando mi pecho hasta el último suspiro. “Mátame ya” le grité, con la última inhalación que me quedaba y el que iba en la parte delantera le advirtió al más joven “Déjala respirar”.
Escuchaba a Orlando jadear y los golpes seguían cayendo sobre nosotros, calculé abrir la puerta y tirarme, pero no había una manilla para activar desde adentro. Estábamos a merced de ellos y escuchar la voz de Orlando me daba ánimo. Después él me dijo que lo mismo le ocurría con mis entrecortadas palabras… ellas le decían “Yoani sigue viva”. Nos dejaron tirados y adoloridos en una calle de la Timba, una mujer se acercó “¿Qué les ha pasado?”… “Un secuestro”, atiné a decir. Lloramos abrazados en medio de la acera, pensaba en Teo, por Dios cómo voy a explicarle todos estos morados. Cómo voy a decirle que vive en un país donde ocurre esto, cómo voy a mirarlo y contarle que a su madre, por escribir un blog y poner sus opiniones en kilobytes, la han violentado en plena calle. Cómo describirle la cara despótica de quienes nos montaron a la fuerza en aquel auto, el disfrute que se les notaba al pegarnos, al levantar mi saya y arrastrarme semidesnuda hasta el auto.
Logré ver, no obstante, el grado de sobresalto de nuestros atacantes, el miedo a lo nuevo, a lo que no pueden destruir porque no comprenden, el terror bravucón del que sabe que tiene sus días contados.
1487) Recomendações aos comentaristas: alguns criterios...
Recomendações aos comentaristas
Paulo Roberto de Almeida
(9.11.2009)
Tenho recebido um número crescente de comentários neste e em meus outros blogs – sim, tenho vários, mas eles são voltados para objetivos diversos: resenhas de livros, eleições, textos de referência, etc. – e muito frequentemente nesses comentários surge um problema de postagem apropriada ou de pertinência quanto ao assunto.
Por essas razões, e tendo em vista preservar um ambiente de cordialidade e de saudável debate acadêmico neste espaço, permito-me fazer as seguintes recomendações quanto aos critérios que vou observar em relação aos eventuais comentaristas aqui aparecendo:
1) Evite linguagem vulgar ou depreciativa, pelo menos própria; por vezes a linguagem ofensiva faz parte do próprio texto que se pretende citar, de um terceiro, mas preferiria não ter um vocabulário muito “ofensivo”;
2) Concentre-se no foco do post, pois isto evita desvios muito grandes do assunto que está sendo tratado. Se desejar me escrever por qualquer outro motivo, mande uma mensagem pelo formulário de contato de meu site: www.pralmeida.org;
3) Você pode discordar de mim, mesmo em termos veementes, mas procure concentrar-se em argumentos objetivos, atacando as minhas idéias ou opiniões, não a minha pessoa, que não tem nada a ver com os argumentos (sou apenas o transportador material de certas idéias que existem na sociedade e raramente reivindico direito de autor sobre elas); evite adjetivos exclamativos, prefira substantivos contundentes, se for preciso; o importante, como sabemos, é a busca de um argumento embasado em fatos e também sustentado na possibilidade de verificação empírica (como se faz em trabalhos científicos), sem muitos impressionismos ou subjetivismos;
4) Não creio que necessite me ameaçar de algo; sou absolutamente transparente quanto a minhas opiniões e idéias; elas estão expostas em todos os meus trabalhos, quase sempre disponíveis em meu site. Portanto, se você não gostou de algumas delas, procure escrever o seu próprio artigo, embasado, segundo as regras clássicas do scholarly work; terei prazer em publicá-lo, mesmo contra as minhas idéias, desde que seja bem escrito e contenha argumentos de qualidade;
6) Nunca faço propaganda de ninguém, nem pretendo trabalhar para qualquer partido ou movimento de opinião; não assino manifestos e não participo de qualquer tipo de corrente. Portanto, não pretenda ver em mim o porta-voz de qualquer grupo, tendência ou partido. Escrevo o que eu mesmo penso, e jamais subscrevo às idéias de outrem, a menos que concorde com elas e assim o direi expressamente;
7) Sou absolutamente antiracista e não religioso (ou irreligioso), as duas únicas coisas absolutas que acredito ser. Portanto, não veja em minhas idéias qualquer defesa de grupos sociais ou étnicos ou qualquer defesa ou ataque a religiões. Não sou contra religiões, apenas indiferente a elas, a todas elas. Considero-as no mesmo plano antropológico, ou seja, crenças desenvolvidas pelas sociedades humanas ao longo da história, apenas isto. Não tenho nenhum sentimento religioso e não pretendo ter e este não é o espaço para debater crenças religiosas, a não ser no plano puramente histórico ou intelectual;
8) Outras “surpresas” sob forma de comentários serão resolvidas por mim em bases ad hoc. Tenho princípios e valores, mas não regras fixas para todas as situações da vida e acredito que devamos aplicar a racionalidade para tratar de casos imprevistos.
Uma última palavra aos “Anônimos” (eles são inúmeros a freqüentar estas paragens): eu não tenho objeção ao anonimato, pois entendo que muitas pessoas, por posição pessoal ou profissional, preferem não se expor a possíveis retaliações; escrevendo anonimamente, elas se sentem inclusive mais livres para expressar posições ou inquirir este blogueiro, do que o fariam de modo aberto; portanto, o anonimato pode servir à “economia política” da boa argumentação. No entanto, não abuse do seu direito de ser anônimo para ser grosseiro ou tentar fazer propaganda indevida, ou veicular idéias pouco recomendáveis (racistas, por exemplo) neste espaço. Eu tampouco me presto a propaganda política, mas aceito debater de boa fé questões políticas relevantes para o Brasil, não para grupos ou movimentos.
Eu lhe desejo satisfação intelectual ao freqüentar este espaço, pois esta é a única motivação que me leva a escrever, a transcrever, a copiar, a refletir sobre coisas importantes da vida social e a tentar fazer deste mundo um espaço melhor do que o que existe atualmente. Meus objetivos, aqui e alhures, são essencialmente didáticos e pedagógicos: acredito na melhoria das pessoas pelo poder do estudo, da reflexão, da convivência intelectual...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de novembro de 2009
Paulo Roberto de Almeida
(9.11.2009)
Tenho recebido um número crescente de comentários neste e em meus outros blogs – sim, tenho vários, mas eles são voltados para objetivos diversos: resenhas de livros, eleições, textos de referência, etc. – e muito frequentemente nesses comentários surge um problema de postagem apropriada ou de pertinência quanto ao assunto.
Por essas razões, e tendo em vista preservar um ambiente de cordialidade e de saudável debate acadêmico neste espaço, permito-me fazer as seguintes recomendações quanto aos critérios que vou observar em relação aos eventuais comentaristas aqui aparecendo:
1) Evite linguagem vulgar ou depreciativa, pelo menos própria; por vezes a linguagem ofensiva faz parte do próprio texto que se pretende citar, de um terceiro, mas preferiria não ter um vocabulário muito “ofensivo”;
2) Concentre-se no foco do post, pois isto evita desvios muito grandes do assunto que está sendo tratado. Se desejar me escrever por qualquer outro motivo, mande uma mensagem pelo formulário de contato de meu site: www.pralmeida.org;
3) Você pode discordar de mim, mesmo em termos veementes, mas procure concentrar-se em argumentos objetivos, atacando as minhas idéias ou opiniões, não a minha pessoa, que não tem nada a ver com os argumentos (sou apenas o transportador material de certas idéias que existem na sociedade e raramente reivindico direito de autor sobre elas); evite adjetivos exclamativos, prefira substantivos contundentes, se for preciso; o importante, como sabemos, é a busca de um argumento embasado em fatos e também sustentado na possibilidade de verificação empírica (como se faz em trabalhos científicos), sem muitos impressionismos ou subjetivismos;
4) Não creio que necessite me ameaçar de algo; sou absolutamente transparente quanto a minhas opiniões e idéias; elas estão expostas em todos os meus trabalhos, quase sempre disponíveis em meu site. Portanto, se você não gostou de algumas delas, procure escrever o seu próprio artigo, embasado, segundo as regras clássicas do scholarly work; terei prazer em publicá-lo, mesmo contra as minhas idéias, desde que seja bem escrito e contenha argumentos de qualidade;
6) Nunca faço propaganda de ninguém, nem pretendo trabalhar para qualquer partido ou movimento de opinião; não assino manifestos e não participo de qualquer tipo de corrente. Portanto, não pretenda ver em mim o porta-voz de qualquer grupo, tendência ou partido. Escrevo o que eu mesmo penso, e jamais subscrevo às idéias de outrem, a menos que concorde com elas e assim o direi expressamente;
7) Sou absolutamente antiracista e não religioso (ou irreligioso), as duas únicas coisas absolutas que acredito ser. Portanto, não veja em minhas idéias qualquer defesa de grupos sociais ou étnicos ou qualquer defesa ou ataque a religiões. Não sou contra religiões, apenas indiferente a elas, a todas elas. Considero-as no mesmo plano antropológico, ou seja, crenças desenvolvidas pelas sociedades humanas ao longo da história, apenas isto. Não tenho nenhum sentimento religioso e não pretendo ter e este não é o espaço para debater crenças religiosas, a não ser no plano puramente histórico ou intelectual;
8) Outras “surpresas” sob forma de comentários serão resolvidas por mim em bases ad hoc. Tenho princípios e valores, mas não regras fixas para todas as situações da vida e acredito que devamos aplicar a racionalidade para tratar de casos imprevistos.
Uma última palavra aos “Anônimos” (eles são inúmeros a freqüentar estas paragens): eu não tenho objeção ao anonimato, pois entendo que muitas pessoas, por posição pessoal ou profissional, preferem não se expor a possíveis retaliações; escrevendo anonimamente, elas se sentem inclusive mais livres para expressar posições ou inquirir este blogueiro, do que o fariam de modo aberto; portanto, o anonimato pode servir à “economia política” da boa argumentação. No entanto, não abuse do seu direito de ser anônimo para ser grosseiro ou tentar fazer propaganda indevida, ou veicular idéias pouco recomendáveis (racistas, por exemplo) neste espaço. Eu tampouco me presto a propaganda política, mas aceito debater de boa fé questões políticas relevantes para o Brasil, não para grupos ou movimentos.
Eu lhe desejo satisfação intelectual ao freqüentar este espaço, pois esta é a única motivação que me leva a escrever, a transcrever, a copiar, a refletir sobre coisas importantes da vida social e a tentar fazer deste mundo um espaço melhor do que o que existe atualmente. Meus objetivos, aqui e alhures, são essencialmente didáticos e pedagógicos: acredito na melhoria das pessoas pelo poder do estudo, da reflexão, da convivência intelectual...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de novembro de 2009
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Países de Maior Acesso aos textos PRA em Academia.edu (apenas os superiores a 100 acessos) Compilação Paulo Roberto de Almeida (15/12/2025) ...
-
Mercado Comum da Guerra? O Mercosul deveria ser, em princípio, uma zona de livre comércio e também uma zona de paz, entre seus próprios memb...
-
Reproduzo novamente uma postagem minha de 2020, quando foi publicado o livro de Dennys Xavier sobre Thomas Sowell quarta-feira, 4 de março...
-
Itamaraty 'Memórias', do embaixador Marcos Azambuja, é uma aula de diplomacia Embaixador foi um grande contador de histórias, ...
-
Israel Products in India: Check the Complete list of Israeli Brands! Several Israeli companies have established themselves in the Indian m...
-
Pequeno manual prático da decadência (recomendável em caráter preventivo...) Paulo Roberto de Almeida Colaboração a número especial da rev...
-
O Brics vai de vento em popa, ao que parece. Como eu nunca fui de tomar as coisas pelo seu valor de face, nunca deixei de expressar meu pen...