Recebi, hoje, uma consulta de uma jovem candidata, a que respondi como abaixo. Nem a mensagem, nem minha resposta deveriam ser tornadas públicas, e não escrevi pensando em fazê-lo, esclareço. Après coup, contudo, verifiquei que as dúvidas dessa jovem são, se não iguais, pelo menos similares ou semelhantes às de dezenas de outros jovens candidatos que, também como ela, trabalham, estudam, não dispõem, como vários candidatos privilegiados que se dedicam unicamente ao concurso, de condições ideais, para tentar o concurso, mas que no entanto possuem uma vontade imensa de ser diplomatas.
Foi pensando nesses casos, que resolvi postar aqui a mensagem da jovem -- com a obliteração de alguns dados não relevantes para o caso em si -- e também minha resposta a ela.
On 18/02/2010, at 19:31, T P E wrote:
Boa noite Sr.Paulo Roberto Almeida,
Me chamo T,e sou mais uma entre esses milhoes de jovens idealistas,que sonham com a carreira diplomática,e sonham em mudar o mundo. Moro em Sao Paulo,desde os meus 15 anos sonho com a carreira diplomática,hoje, com 21 um pouco desiludida com a relacao canditado/vaga da fuvest resolvi mudar minha opcao de curso e prestei vestibular para (...) Políticas (...).
Visando aumentar minhas oportunidades, me inscrevi tambem para o vestibular de relacoes internacionais da UFRJ. Passei na Usp e agora só me resta saber o resultado da UFRJ.
Aonde pretendo estudar futuramente,certamente posso lhe dizer que minha maior vontade é a esfera pública da área internacional, entretanto, enquanto buscava hoje sobre mercado de trabalho para os graduados em relacoes internacionais, achei sua entrevista concedida em 2006 como resposta aos jovens que buscam essa carreira, foi desolador, realista, mas desolador.
Sim sou jovem e tenho sonhos, mas devido as condicoes financeiras da minha família, trabalho e durante os meus estudos terei que prosseguir trabalhando,portantosei que dificilmente sairei poliglota da faculdade, já que nao terei muito tempo para me dedicar as atividades extra-curriculares, nao sei se terei condicoes para pagar um curso preparatorio para o Itamaraty.
Enfim desculpe-me incomoda-lo mas nao conheco nenhuma pessoa graduada nessa área que me aconselhe. Mesmo nao tendo condicoes e provavelmente nao estando em pé de igualdade com meus concorrentes, devo insistir?
Ou devo focar em alguma carreira que me dará maiores possibilidades, já que no que trata-se das oportunidades dos ''internacionalistas''na esfera privada, o mercado encontra-se saturado e altamente competitivo...
Desculpe-me sei que o senhor é um diplomata muito culto, e respeito e admiro isso, mas em linhas gerais: Será que uma menininha de subúrbio que mal sabe falar inglês, como eu deve continuar sonhando com a carreira diplomática ou cair na real de que essa carreira é altamente idealizada e inacessível aos meu padroes??
Sei que o senhor deve ser muito ocupado,mas espero ansiosamente sua resposta já que saindo a lista de aprovados na Ufrj devo decidir se vou deixar Sao Paulo ou nao para estudar relacoes internacionais lá.
Agradeco sua compreensao e paciencia se leu meu e-mail,muito obrigada!
T P E
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Minha resposta a ela:
T,
Eu compreendo suas angustias e duvidas e gostaria de aconselha-la melhor do que de fato eu consigo fazer. Seria uma enorme responsanbilidade, sem que eu conheca exatamente suas condicoes de vida, orcamento pessoal ou familiar, background familiar e preparacao intelectual, dizer exatamente o que voce deveria fazer.
Se voce quer ser ou pretende ser diplomata, saiba que esse é um caminho muito duro de estudos e preparacao, com uma enorme carga de leituras pela frente e uma dedicacao quase integral aos estudos.
Veja, eu tambem era de uma familia suburbana, pobre (meus pais nao tinham primario completo, e eu nao tinha muitos livros em casa) e tampouco sabia ingles. Mas, eu passei alguns anos na Europa, e sabia frances muito bem, e na epoca em que fiz concurso direto podia ser uma lingua ou outra, a segunda apenas classificatoria. Agora voce precisa aprender o ingles muito bem, mesmo.
Nao gostaria de fazer esse tipo de recomendacao, pois é bastante duvidosa minha capacidade efetiva de aconselha-la, mas se eu fosse voce, eu ficaria em SP (por uma questao de economia domestica, pois suponho que voce continuaria morando em casa dos pais), faria o curso de (...) Politicas (...) (que lhe dará suponho, alguma oportunidade de trabalho em prazo mais imediato) e, paralelamente, iniciaria um programa serio de estudos.
Voce tem de ser absolutamente autodidata, ou seja, ler todos os livros por conta propria e ficha-los, anotar tudo, estudar pela Internet, treinar muito o Ingles e o Portugues.
Todas as demais materias, é apenas uma questao de leitura e de fixacao da leitura.
Quanto as linguas (e uma segunda lingua será necessario tambem, e proponho que voce treine bastante o Espanhol), so tem uma maneira: pratique muita redacao, em Portugues e em Ingles. Sua redacao tem de ser perfeita, tambem. Mais proximo do concurso voce vai estudar um pouco de Gramatica, o que eu acho horrivel, mas parece que é necessario. Por enquanto comece a escrever, o tempo todo, com cuidado, com apuro, com correcao absoluta. Nao é impossivel.
De resto, voce tem de aproveitar todo tempo livre para ler os livros e materiais de internet, de noite, no fim de semana, no caminho de casa ou do trabalho, enfim, leia o tempo todo, o tempo todo.
Se voce tiver disciplina, muita vontade, voce conseguira, mas tem de partir do pressuposto que voce nao sabe nada e precisa aprender tudo. Nao é impossivel, mas voce está comecando tarde. Ja perdeu pelo menos tres ou quatro anos de leituras dirigidas.
Claro que o curso de RI na UFRJ teria maior interface com os exames de ingresso na carreira diplomatica, em compensacao voce teria muito mais despesas, nao teria certas mordomias domesticas, e precisar perder tempo com cuidados proprios. Depois, nao é nada que voce nao consiga fazer sozinha, ou seja, ler os livros e fazer trabalhos em temas internacionais. Voce pode ler jornais internacionais na internet: New York Times, Financial Times, Economist. Faça isso.
Estabeleça esses objetivos com seus pais, fique em SP, e passe o tempo estudando, como uma monja...
Acho que voce conseguirá.
Cordialmente,
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Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
1685) Iran's Nuclear Challenge: US options - Hudson Institute
Richard Weitz, Director of the Center for Political-Military Analysis of the Hudson Institute (Washington, DC) sent me this summary of a recent meeting on the issue of nuclear Iran, a defiant proliferator (and not be afraid to be one...)
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Iran’s Nuclear Challenge: U.S. Options
Event Summary
On January 12, 2010, Hudson Institute’s Center for Political-Military Analysis and the Partnership for a Secure America co-hosted a panel discussion on how the United States should respond to Iran’s nuclear program. The event marked the second discussion in a series on nuclear security issues funded by the Connect U.S. Fund.
Ellen Laipson, President and CEO of the Stimson Center, was the first to speak. She was followed by Ambassador James F. Dobbins, Director of the RAND Corporation’s International Security and Defense Policy Center. Hillel Fradkin, Senior Fellow and Director of the Hudson Institute’s Center for Islam, Democracy and the Future of the Muslim World, spoke next. Alex Vatanka, Editor of Jane’s Islamic Affairs Analyst, was the final panelist. Matthew Rojansky, Executive Director of the Partnership for a Secure America, and Richard Weitz, Senior Fellow and Director of the Hudson Institute’s Center for Political-Military Analysis, co-chaired the panel.
U.S. Policy Goals
Ambassador Dobbins argued that three basic goals should guide an enduring U.S. strategy regarding Iran: halting or reversing its nuclear program, moderating Iran’s external behavior, and encouraging reform within the Iranian regime. Although Dobbins saw these goals as being compatible in the long run in that achieving one would facilitate attaining the others, he acknowledged that tactical conflicts might arise among them.
Ellen Laipson acknowledged that the Iranian case is a particularly difficult one due to the historical and ideological antagonisms and misunderstandings between the two countries. She believes that the frequent switching of U.S. public priorities regarding Iran—jumping from an anti-terrorism to an anti-nuclear focus to a pro-human rights platform—has complicated the effectiveness of U.S. diplomacy regarding that country. The United States should, in her opinion, more clearly define its goals in dealing with Iran, recognizing that U.S. objectives must be modest given Washington’s limited influence and consider how pursuing its goals could affect other U.S. foreign policy objectives. For example, the United States has to reflect how its actions regarding Iran will strengthen the nuclear non-proliferation regime. Although important, the issue of the Iranian nuclear program should not overwhelm discussion of other important U.S. goals or serve as the litmus test for all U.S.-Iranian interactions. It was important to consider a package of desirable and achievable objectives—such as limiting tensions between Tehran and other governments as well as inducing Iranians to define their security goals in ways that are more congruent with U.S. interests—in order to create room for opportunities and tradeoffs. The long-term objective should be to create opportunities for a reconciliation between the U.S. and Iranian governments as well as their peoples.
Dr. Fradkin cited constraining Iran’s nuclear program as the most important U.S. priority, both because of the threats it presented to other countries and the damage it was inflicting on the global nuclear non-proliferation regime. Fradkin was more optimistic than the other speakers that the Iranian people would eventually succeed in replacing the Iranian regime, so he argued that even delaying Iran’s ability to manufacture nuclear weapons by a few years could yield great benefits. Alex Vatanka was less optimistic about the prospects that the Iranian popular opposition would change their regime or modify Iran’s nuclear policies, but he believed that U.S. policies designed to weaken the Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) could both reduce repression within Iran and weaken the influence of a major supporter of anti-American polices within Iran.
Iran’s Domestic Situation
Vatanka observed that, since last June’s Iranian presidential elections engendered widespread suspicions of fraud and a mass protest movement against the declared winner, incumbent President Mahmoud Ahmadinejad, the clerical regime, though certainly not on the brink of collapse, has become more concerned about domestic threats to its rule. The government has sought to silence the dissidents and appear stable and legitimate to the outside world. If anything, according to Vatanka, the IRGC has redoubled its resolve to make progress in developing Iran’s nuclear capabilities and other military potential in order to negotiate from a position of strength with foreign governments and strengthen its nationalist credentials within Iran. He anticipated further IRGC-led military exercises as well as further Iranian missile launched. In addition, Vatanka noted that many members of the opposition support Iran’s nuclear research and energy program, while others fear that calling for a negotiated compromise that would constrain Iran’s nuclear potential would make them look unpatriotic and a “Trojan Horse” for the United States. If anything, members of the Green opposition have sought to attack the regime for making excessive concessions to the United States on the nuclear issue. Although members of the mass popular opposition have no impact on Iran’s nuclear policy, members of the institutionalized opposition—who still hold important government and clerical posts—might have some influence in the future. Vatanka and Laison further noted that, since approximately seventy percent of the Iranian population is under the age of thirty, and generally have no experience with the 1979 Revolution and do not want to remain a pariah state, the decades ahead could see more favorable U.S.-Iranian relations as they assume power.
Dr. Fradkin saw the current Iranian regime as committed to the revolutionary ideology of the Islamic Republic’s founders. He also cited evidence that the June 12 Iranian presidential elections were rigged in favor of Ahmadinejad’s reelection. He noted the rapidity with which the results were announced as well as the implausible vote totals. He believed that the fraudulent elections had undermined the legitimacy of the Iranian regime at home and abroad. As a result, the regime was vulnerable to international sanctions that discredited its sought-after image of omnipotence. In addition, many Iranians might welcome American economic sanctions or military action against the Iranian government.
The numerous arrests, injuries, and killings carried out against protesters by the IRGC led Ambassador Dobbins to believe that Iranian Revolutionaries, previously in rough political balance with the Islamists and the Republicans, has enhanced its political influence and emerged as the dominant faction in Iran’s decision-making process. He was not optimistic about the prospects of imminent political change that would lead to a new Iranian regime to pursue less hostile policies toward the United States.
Laipson was also pessimistic about the prospects of a near-term collapse of the Iranian regime. In her assessment, societal change in Iran, as in other countries, is primarily driven by local factors. She doubted that U.S. policies could contribute to this process, noting the limited U.S. presence in the country at present as well as the 30-year history of public antagonism between the two countries. She also warned that overt American efforts to change Iran’s political system could backfire.
Prospects for Engagement
The general consensus of the speakers was that recent U.S. attempts to engage Iran diplomatically have proven unsuccessful and this situation was unlikely to change so long as the current Iranian leaders remain in power. Dobbins saw the Iranians as too preoccupied with their internal political struggles to make a good partner for diplomatic engagement. Fradkin noted how the main result of the years of frustrating negotiations, supported by both the Bush and Obama administrations as well as U.S. allies, has been that Iran had made further progress in developing sensitive nuclear technologies and in improving the range and accuracy of its ballistic missiles. Laipson attributed this lack of success to the limited American presence in Iran during the last thirty years, as well as to the revolutionary ideology of Iran’s post-1979 regime, which demonizes America, does not respond well to U.S. appeals to become a responsible global stakeholder, and makes cooperating with the United States difficult for Iranians. According to Vatanka, many Iranian leaders believe that Iran has the upper hand diplomatically with respect to the United States, making them unwilling to offer further concessions, thereby increasing the difficulties of engagement. All of the speakers noted the importance of courting the younger generation of Iranians to build good will that could yield dividends in the future. Additionally, the four panelists emphasized that establishing an embassy, while useful, was unlikely to happen soon, as the Iranian government would likely demand U.S. concessions that Americans would find unacceptable.
Laipson was pessimistic about the ability of other governments to induce changes in Iranian foreign policy through diplomacy, noting that many of them, especially the Europeans, believed that only a deal between Washington and Tehran would resolve the Iranian nuclear issue. She believed that other important countries, such the so-called middle powers, could exert greater influence in pressing Iran to moderate its nuclear policies. Dobbins and Fradkin noted that many of Iran’s neighbors, though apprehensive about Tehran’s regional ambitions, wanted the United States to solve the Iranian nuclear problem without involving them too directly.
Military Options
Laipson, Dobbins, and Vatanka believed that any U.S. military attack against Iran, even if limited to its nuclear sites, would enflame Iranian public opinion against the United States and rally support for a harder government line on the nuclear issue. Laipson maintained that a strike against nuclear sites would redouble the government’s resolve to obtain nuclear weapons to prevent further U.S. attacks. Dobbins argued that any use of force that left the current regime in power would probably work against the three core goals that should guide U.S. strategy.
Vatanka believed that the Iranian leaders now believe that they could survive a limited foreign military strike. For example, he pointed to the underground nuclear enrichment facility in Qom as illustrating the regime’s strategy of seeking to preserve its nuclear potential even in the case of a limited military strike. The United States should consider how it can best deflate the Iranian leadership’s sense of overconfidence short of considering military options.
Fradkin, however, thought that many Iranians might accept a limited U.S. military strike against IRGC-related targets. Although not necessarily advocating a military strike, he would not remove the option from the table. He noted that a successful attack could delay Iran’s ability to develop a nuclear weapon by years, increasing the possibility that the current Iranian regime would be superseded by one less hostile toward the United States. Like others, Fradkin warned that many people would blame the United States for an Israeli attack since they would conclude that Washington had given Israel a green light for any military action against Iran. He added that, if using military force became necessary, it would be better for a great power like the United States to assume that responsibility directly, especially since U.S. military capabilities for such an option were superior to those available to Israel.
International Sanctions
The option of imposing additional sanctions on Iran received the most attention. As with the panelists’ diverging opinions on potential military action, the differences in their positions primarily reflected their varying interpretations how Iranian public opinion might respond.
Ambassador Dobbins listed five benefits that advocates of international sanctions believe they might achieve. First, sanctions could induce Iran to change its objectionable behavior. Second, if used to support democracy or human rights, sanctions could promote benign internal changes in Iran. Third, sanctions could degrade or impede the growth of Iran’s military power by weakening the national economy. Fourth, sanctions against Iran’s nuclear program could discourage other countries from pursuing nuclear weapons. Finally, sanctions offer an alternative to less palatable alternative options. Dobbins believed that the experience with using sanctions in other cases suggests they were unlikely to induce a major change in Iran’s nuclear policies, at least in the short run, or compel the Iranian government to curb its human rights abuse. But they could discourage other regimes from seeking nuclear options and allow members of Congress and others to register their concerns about Iranian behavior without requiring them to advocate the use of force or accept a nuclear Iran as inevitable.
Laipson, Dobbins, and Vatanka concurred that China and Russia would likely resist imposing very harsh sanctions on Iran. They did believe that, besides signaling American disapproval of the Iranian government, the only other likely benefit from sanctions would be if they were targeted against the IRGC, which is running the nuclear program. Vatanka pointed out that the Revolutionary Guard considered both Iran’s nuclear and missile programs extremely important, so that if the sanctions could somehow cripple those programs, they could inflict a major blow to the morale and popular legitimacy of the IRGC, a major anti-American force in Iranian politics. Laipson, Dobbins, and Vatanka cautioned against imposing broader sanctions against consumer products, which would harm the Iranian people and potentially alienate them from the United States and rally them behind their regime.
Fradkin argued that the Iranian public, even if adversely affected by U.S. sanctions, might instead blame their misfortune on the Iranian government and its confrontation foreign and domestic politics. He also doubted that any sanctions could be so constructed to only affect the IRCG given that the Revolutionary Guard had expanded its control over much of the Iranian economy as well as its military and security apparatus. Fradkin therefore supported a U.S.-led effort to seek international support for comprehensive, “crippling” sanctions on Iran that ideally will undermine a main pillar of the regime—the image of power it seeks to project to its domestic and foreign opponents. If, as expected, Russia and China blocked U.N. sanctions, Fradkin would favor working with European countries, whose governments he expected would be more willing to go along with punitive measures now that their years of sincere engagement efforts had failed to yield favorable results.
Dealing with a Nuclear-Armed Iran
Several questions from the audience inquired how Iranian behavior might change if Iran acquired the capacity to manufacture nuclear weapons. U.S. intelligence indicates that Iran does not currently have the ability to manufacture nuclear weapons but that Tehran might achieve such a capability within the next few years. The panelists were asked to assess the accuracy of this intelligence and how the U.S. should react if Iran does attain the ability to produce nuclear warheads. Dr. Fradkin said that the 2007 National Intelligence Estimate stating that Iran had stopped trying to develop a nuclear weapon might have been accurate at the time, but that Iran had likely resumed such efforts since then given the publicly available information. Ambassador Dobbins noted that earlier intelligence assessments had overestimated the pace of Iran’s subsequent nuclear progress. Laipson added that a fundamental problem was that the United States lacked an embassy in Tehran or other means to collect important information that would enrich U.S. assessments of Iranian nuclear developments or other events within Iran.
When asked to speculate how Iran might behave if it acquired nuclear weapons, Dobbins suggested other historical examples of how country’s foreign policies changed after they acquired nuclear weapons might offer some guidance, but the past record was mixed. Sometimes, as in the case of Pakistan, obtaining a nuclear arsenal made countries more aggressive, whereas in other cases, as with China and Russia, it moderated their behavior. Similarly, Iran could become more aggressive diplomatically, using its nuclear weapons capacity as leverage in negotiations, or Tehran could become less aggressive since Iranian leaders might perceive their nuclear arsenal as deterring foreign attacks and threats. In either case, Dobbins stressed that the United States should take care to avoid actions that would recognize the legitimacy of Iran’s nuclear arsenal in the hope that a future Iranian regime might renounce it in order to end the country’s isolation from the international community. Laipson observed that Iran would almost certainly not use such weapons to attack other countries, but would employ them to enhance its negotiating leverage. Nonetheless, she noted that Iran is already the major military power in the region, excluding extra-regional powers like the United States, so Iran’s possessing nuclear weapons would not necessarily engender a major change in regional security dynamics.
Dr. Fradkin, though agreeing that Iran would be unlikely to use a nuclear weapon in war, offered several examples of how an Iranian government that possessed a nuclear arsenal might become emboldened in its foreign policy. Tehran could use nuclear weapons to add weight to its efforts to remove U.S. military forces from neighboring countries, assert dominance over other Persian Gulf countries, try to force concessions from Israel, or threaten nearby oil-producing states like Saudi Arabia to keep oil prices high. To add credibility to its demands against the United States or to create a bargaining chip for negotiations with Washington, Iran could place its ballistic missiles in a country such as Venezuela that would be in striking range of the U.S. homeland. He also worried that Iran’s successful acquisition of nuclear weapons would encourage other countries, especially Iran’s neighbors, to pursue their own nuclear options. Given what he saw as the limited applicability of Cold War analogies regarding the nuclear standoff between the United States and the Soviet Union, Fradkin emphasized the importance of conducting additional studies—for example, on potential delivery systems for Iranian nuclear weapons—to determine what types of threats Iran could pose.
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Iran’s Nuclear Challenge: U.S. Options
Event Summary
On January 12, 2010, Hudson Institute’s Center for Political-Military Analysis and the Partnership for a Secure America co-hosted a panel discussion on how the United States should respond to Iran’s nuclear program. The event marked the second discussion in a series on nuclear security issues funded by the Connect U.S. Fund.
Ellen Laipson, President and CEO of the Stimson Center, was the first to speak. She was followed by Ambassador James F. Dobbins, Director of the RAND Corporation’s International Security and Defense Policy Center. Hillel Fradkin, Senior Fellow and Director of the Hudson Institute’s Center for Islam, Democracy and the Future of the Muslim World, spoke next. Alex Vatanka, Editor of Jane’s Islamic Affairs Analyst, was the final panelist. Matthew Rojansky, Executive Director of the Partnership for a Secure America, and Richard Weitz, Senior Fellow and Director of the Hudson Institute’s Center for Political-Military Analysis, co-chaired the panel.
U.S. Policy Goals
Ambassador Dobbins argued that three basic goals should guide an enduring U.S. strategy regarding Iran: halting or reversing its nuclear program, moderating Iran’s external behavior, and encouraging reform within the Iranian regime. Although Dobbins saw these goals as being compatible in the long run in that achieving one would facilitate attaining the others, he acknowledged that tactical conflicts might arise among them.
Ellen Laipson acknowledged that the Iranian case is a particularly difficult one due to the historical and ideological antagonisms and misunderstandings between the two countries. She believes that the frequent switching of U.S. public priorities regarding Iran—jumping from an anti-terrorism to an anti-nuclear focus to a pro-human rights platform—has complicated the effectiveness of U.S. diplomacy regarding that country. The United States should, in her opinion, more clearly define its goals in dealing with Iran, recognizing that U.S. objectives must be modest given Washington’s limited influence and consider how pursuing its goals could affect other U.S. foreign policy objectives. For example, the United States has to reflect how its actions regarding Iran will strengthen the nuclear non-proliferation regime. Although important, the issue of the Iranian nuclear program should not overwhelm discussion of other important U.S. goals or serve as the litmus test for all U.S.-Iranian interactions. It was important to consider a package of desirable and achievable objectives—such as limiting tensions between Tehran and other governments as well as inducing Iranians to define their security goals in ways that are more congruent with U.S. interests—in order to create room for opportunities and tradeoffs. The long-term objective should be to create opportunities for a reconciliation between the U.S. and Iranian governments as well as their peoples.
Dr. Fradkin cited constraining Iran’s nuclear program as the most important U.S. priority, both because of the threats it presented to other countries and the damage it was inflicting on the global nuclear non-proliferation regime. Fradkin was more optimistic than the other speakers that the Iranian people would eventually succeed in replacing the Iranian regime, so he argued that even delaying Iran’s ability to manufacture nuclear weapons by a few years could yield great benefits. Alex Vatanka was less optimistic about the prospects that the Iranian popular opposition would change their regime or modify Iran’s nuclear policies, but he believed that U.S. policies designed to weaken the Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) could both reduce repression within Iran and weaken the influence of a major supporter of anti-American polices within Iran.
Iran’s Domestic Situation
Vatanka observed that, since last June’s Iranian presidential elections engendered widespread suspicions of fraud and a mass protest movement against the declared winner, incumbent President Mahmoud Ahmadinejad, the clerical regime, though certainly not on the brink of collapse, has become more concerned about domestic threats to its rule. The government has sought to silence the dissidents and appear stable and legitimate to the outside world. If anything, according to Vatanka, the IRGC has redoubled its resolve to make progress in developing Iran’s nuclear capabilities and other military potential in order to negotiate from a position of strength with foreign governments and strengthen its nationalist credentials within Iran. He anticipated further IRGC-led military exercises as well as further Iranian missile launched. In addition, Vatanka noted that many members of the opposition support Iran’s nuclear research and energy program, while others fear that calling for a negotiated compromise that would constrain Iran’s nuclear potential would make them look unpatriotic and a “Trojan Horse” for the United States. If anything, members of the Green opposition have sought to attack the regime for making excessive concessions to the United States on the nuclear issue. Although members of the mass popular opposition have no impact on Iran’s nuclear policy, members of the institutionalized opposition—who still hold important government and clerical posts—might have some influence in the future. Vatanka and Laison further noted that, since approximately seventy percent of the Iranian population is under the age of thirty, and generally have no experience with the 1979 Revolution and do not want to remain a pariah state, the decades ahead could see more favorable U.S.-Iranian relations as they assume power.
Dr. Fradkin saw the current Iranian regime as committed to the revolutionary ideology of the Islamic Republic’s founders. He also cited evidence that the June 12 Iranian presidential elections were rigged in favor of Ahmadinejad’s reelection. He noted the rapidity with which the results were announced as well as the implausible vote totals. He believed that the fraudulent elections had undermined the legitimacy of the Iranian regime at home and abroad. As a result, the regime was vulnerable to international sanctions that discredited its sought-after image of omnipotence. In addition, many Iranians might welcome American economic sanctions or military action against the Iranian government.
The numerous arrests, injuries, and killings carried out against protesters by the IRGC led Ambassador Dobbins to believe that Iranian Revolutionaries, previously in rough political balance with the Islamists and the Republicans, has enhanced its political influence and emerged as the dominant faction in Iran’s decision-making process. He was not optimistic about the prospects of imminent political change that would lead to a new Iranian regime to pursue less hostile policies toward the United States.
Laipson was also pessimistic about the prospects of a near-term collapse of the Iranian regime. In her assessment, societal change in Iran, as in other countries, is primarily driven by local factors. She doubted that U.S. policies could contribute to this process, noting the limited U.S. presence in the country at present as well as the 30-year history of public antagonism between the two countries. She also warned that overt American efforts to change Iran’s political system could backfire.
Prospects for Engagement
The general consensus of the speakers was that recent U.S. attempts to engage Iran diplomatically have proven unsuccessful and this situation was unlikely to change so long as the current Iranian leaders remain in power. Dobbins saw the Iranians as too preoccupied with their internal political struggles to make a good partner for diplomatic engagement. Fradkin noted how the main result of the years of frustrating negotiations, supported by both the Bush and Obama administrations as well as U.S. allies, has been that Iran had made further progress in developing sensitive nuclear technologies and in improving the range and accuracy of its ballistic missiles. Laipson attributed this lack of success to the limited American presence in Iran during the last thirty years, as well as to the revolutionary ideology of Iran’s post-1979 regime, which demonizes America, does not respond well to U.S. appeals to become a responsible global stakeholder, and makes cooperating with the United States difficult for Iranians. According to Vatanka, many Iranian leaders believe that Iran has the upper hand diplomatically with respect to the United States, making them unwilling to offer further concessions, thereby increasing the difficulties of engagement. All of the speakers noted the importance of courting the younger generation of Iranians to build good will that could yield dividends in the future. Additionally, the four panelists emphasized that establishing an embassy, while useful, was unlikely to happen soon, as the Iranian government would likely demand U.S. concessions that Americans would find unacceptable.
Laipson was pessimistic about the ability of other governments to induce changes in Iranian foreign policy through diplomacy, noting that many of them, especially the Europeans, believed that only a deal between Washington and Tehran would resolve the Iranian nuclear issue. She believed that other important countries, such the so-called middle powers, could exert greater influence in pressing Iran to moderate its nuclear policies. Dobbins and Fradkin noted that many of Iran’s neighbors, though apprehensive about Tehran’s regional ambitions, wanted the United States to solve the Iranian nuclear problem without involving them too directly.
Military Options
Laipson, Dobbins, and Vatanka believed that any U.S. military attack against Iran, even if limited to its nuclear sites, would enflame Iranian public opinion against the United States and rally support for a harder government line on the nuclear issue. Laipson maintained that a strike against nuclear sites would redouble the government’s resolve to obtain nuclear weapons to prevent further U.S. attacks. Dobbins argued that any use of force that left the current regime in power would probably work against the three core goals that should guide U.S. strategy.
Vatanka believed that the Iranian leaders now believe that they could survive a limited foreign military strike. For example, he pointed to the underground nuclear enrichment facility in Qom as illustrating the regime’s strategy of seeking to preserve its nuclear potential even in the case of a limited military strike. The United States should consider how it can best deflate the Iranian leadership’s sense of overconfidence short of considering military options.
Fradkin, however, thought that many Iranians might accept a limited U.S. military strike against IRGC-related targets. Although not necessarily advocating a military strike, he would not remove the option from the table. He noted that a successful attack could delay Iran’s ability to develop a nuclear weapon by years, increasing the possibility that the current Iranian regime would be superseded by one less hostile toward the United States. Like others, Fradkin warned that many people would blame the United States for an Israeli attack since they would conclude that Washington had given Israel a green light for any military action against Iran. He added that, if using military force became necessary, it would be better for a great power like the United States to assume that responsibility directly, especially since U.S. military capabilities for such an option were superior to those available to Israel.
International Sanctions
The option of imposing additional sanctions on Iran received the most attention. As with the panelists’ diverging opinions on potential military action, the differences in their positions primarily reflected their varying interpretations how Iranian public opinion might respond.
Ambassador Dobbins listed five benefits that advocates of international sanctions believe they might achieve. First, sanctions could induce Iran to change its objectionable behavior. Second, if used to support democracy or human rights, sanctions could promote benign internal changes in Iran. Third, sanctions could degrade or impede the growth of Iran’s military power by weakening the national economy. Fourth, sanctions against Iran’s nuclear program could discourage other countries from pursuing nuclear weapons. Finally, sanctions offer an alternative to less palatable alternative options. Dobbins believed that the experience with using sanctions in other cases suggests they were unlikely to induce a major change in Iran’s nuclear policies, at least in the short run, or compel the Iranian government to curb its human rights abuse. But they could discourage other regimes from seeking nuclear options and allow members of Congress and others to register their concerns about Iranian behavior without requiring them to advocate the use of force or accept a nuclear Iran as inevitable.
Laipson, Dobbins, and Vatanka concurred that China and Russia would likely resist imposing very harsh sanctions on Iran. They did believe that, besides signaling American disapproval of the Iranian government, the only other likely benefit from sanctions would be if they were targeted against the IRGC, which is running the nuclear program. Vatanka pointed out that the Revolutionary Guard considered both Iran’s nuclear and missile programs extremely important, so that if the sanctions could somehow cripple those programs, they could inflict a major blow to the morale and popular legitimacy of the IRGC, a major anti-American force in Iranian politics. Laipson, Dobbins, and Vatanka cautioned against imposing broader sanctions against consumer products, which would harm the Iranian people and potentially alienate them from the United States and rally them behind their regime.
Fradkin argued that the Iranian public, even if adversely affected by U.S. sanctions, might instead blame their misfortune on the Iranian government and its confrontation foreign and domestic politics. He also doubted that any sanctions could be so constructed to only affect the IRCG given that the Revolutionary Guard had expanded its control over much of the Iranian economy as well as its military and security apparatus. Fradkin therefore supported a U.S.-led effort to seek international support for comprehensive, “crippling” sanctions on Iran that ideally will undermine a main pillar of the regime—the image of power it seeks to project to its domestic and foreign opponents. If, as expected, Russia and China blocked U.N. sanctions, Fradkin would favor working with European countries, whose governments he expected would be more willing to go along with punitive measures now that their years of sincere engagement efforts had failed to yield favorable results.
Dealing with a Nuclear-Armed Iran
Several questions from the audience inquired how Iranian behavior might change if Iran acquired the capacity to manufacture nuclear weapons. U.S. intelligence indicates that Iran does not currently have the ability to manufacture nuclear weapons but that Tehran might achieve such a capability within the next few years. The panelists were asked to assess the accuracy of this intelligence and how the U.S. should react if Iran does attain the ability to produce nuclear warheads. Dr. Fradkin said that the 2007 National Intelligence Estimate stating that Iran had stopped trying to develop a nuclear weapon might have been accurate at the time, but that Iran had likely resumed such efforts since then given the publicly available information. Ambassador Dobbins noted that earlier intelligence assessments had overestimated the pace of Iran’s subsequent nuclear progress. Laipson added that a fundamental problem was that the United States lacked an embassy in Tehran or other means to collect important information that would enrich U.S. assessments of Iranian nuclear developments or other events within Iran.
When asked to speculate how Iran might behave if it acquired nuclear weapons, Dobbins suggested other historical examples of how country’s foreign policies changed after they acquired nuclear weapons might offer some guidance, but the past record was mixed. Sometimes, as in the case of Pakistan, obtaining a nuclear arsenal made countries more aggressive, whereas in other cases, as with China and Russia, it moderated their behavior. Similarly, Iran could become more aggressive diplomatically, using its nuclear weapons capacity as leverage in negotiations, or Tehran could become less aggressive since Iranian leaders might perceive their nuclear arsenal as deterring foreign attacks and threats. In either case, Dobbins stressed that the United States should take care to avoid actions that would recognize the legitimacy of Iran’s nuclear arsenal in the hope that a future Iranian regime might renounce it in order to end the country’s isolation from the international community. Laipson observed that Iran would almost certainly not use such weapons to attack other countries, but would employ them to enhance its negotiating leverage. Nonetheless, she noted that Iran is already the major military power in the region, excluding extra-regional powers like the United States, so Iran’s possessing nuclear weapons would not necessarily engender a major change in regional security dynamics.
Dr. Fradkin, though agreeing that Iran would be unlikely to use a nuclear weapon in war, offered several examples of how an Iranian government that possessed a nuclear arsenal might become emboldened in its foreign policy. Tehran could use nuclear weapons to add weight to its efforts to remove U.S. military forces from neighboring countries, assert dominance over other Persian Gulf countries, try to force concessions from Israel, or threaten nearby oil-producing states like Saudi Arabia to keep oil prices high. To add credibility to its demands against the United States or to create a bargaining chip for negotiations with Washington, Iran could place its ballistic missiles in a country such as Venezuela that would be in striking range of the U.S. homeland. He also worried that Iran’s successful acquisition of nuclear weapons would encourage other countries, especially Iran’s neighbors, to pursue their own nuclear options. Given what he saw as the limited applicability of Cold War analogies regarding the nuclear standoff between the United States and the Soviet Union, Fradkin emphasized the importance of conducting additional studies—for example, on potential delivery systems for Iranian nuclear weapons—to determine what types of threats Iran could pose.
1684) Brasil diz que não apoiará sanção ao Irã na ONU
Um exemplo de coerência com as próprias ideias (ou posições), sem dúvida...
Brasil diz que não apoiará sanção ao Irã na ONU
Bloomberg, Valor Econômico, 18/02/2010
O Brasil disse aos EUA e à França que não apoiará sanções mais duras ao Irã e que pretende continuar sua política de aumento das relações comerciais com o país islâmico, apesar das objeções feitas pelo governo Obama.
"Não achamos que as sanções serão uma boa ideia agora", disse a embaixadora Maria Viotti. "As negociações têm de continuar. Se adotarmos sanções, isso tiraria as negociações dos trilhos."
A resistência do Brasil a mais sanções mostram a dificuldade dos EUA de manter a unidade que caracterizou as três resoluções anteriores da ONU contra autoridades e bancos iranianos.
O Brasil assumiu em janeiro uma vaga rotativa de dois anos no Conselho de Segurança da ONU e pode se juntar a China, Líbano e Turquia, que já deram indícios de que devem se abster ou votar contra novas sanções ao país.
O governo do presidente Barack Obama vem aumentando a pressão para que os membros do Conselho de Segurança apoiem penalidades maiores contra o Irã. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seria uma "má ideia" para os países da América Latina aumentarem os laços com o Irã.
O governo brasileiro defende que a aproximação comercial com Teerã seria um fator positivo.
"O Irã é um grande mercado para os produtos alimentícios do Brasil", disse a embaixadora Viotti. Além disso, afirmou ela, uma relação comercial mais forte colocaria o Brasil em posição de forçar uma negociação.
Brasil diz que não apoiará sanção ao Irã na ONU
Bloomberg, Valor Econômico, 18/02/2010
O Brasil disse aos EUA e à França que não apoiará sanções mais duras ao Irã e que pretende continuar sua política de aumento das relações comerciais com o país islâmico, apesar das objeções feitas pelo governo Obama.
"Não achamos que as sanções serão uma boa ideia agora", disse a embaixadora Maria Viotti. "As negociações têm de continuar. Se adotarmos sanções, isso tiraria as negociações dos trilhos."
A resistência do Brasil a mais sanções mostram a dificuldade dos EUA de manter a unidade que caracterizou as três resoluções anteriores da ONU contra autoridades e bancos iranianos.
O Brasil assumiu em janeiro uma vaga rotativa de dois anos no Conselho de Segurança da ONU e pode se juntar a China, Líbano e Turquia, que já deram indícios de que devem se abster ou votar contra novas sanções ao país.
O governo do presidente Barack Obama vem aumentando a pressão para que os membros do Conselho de Segurança apoiem penalidades maiores contra o Irã. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seria uma "má ideia" para os países da América Latina aumentarem os laços com o Irã.
O governo brasileiro defende que a aproximação comercial com Teerã seria um fator positivo.
"O Irã é um grande mercado para os produtos alimentícios do Brasil", disse a embaixadora Viotti. Além disso, afirmou ela, uma relação comercial mais forte colocaria o Brasil em posição de forçar uma negociação.
1683) Um estudante que estuda (e gosta de faze-lo...)
A proósito do meu post, abaixo:
1681) Estudantes, estudai! (acho que é isso)
Cui prodest? (Ou, para quem escrevo?)
um estudante de escreveu-me o que segue:
On 18/02/2010, at 02:29, Jhonny E. wrote:
Oi professor, tudo bom?
Lendo seu post 'Estudantes, estudai', percebi algo singular em suas palavras, algo que me deixou até...como diria, de certo modo 'inspirado' e emocionado. Sobre a 'abertura dos olhos' para a nova geração, que realmente deve ser cética e completamente autodidata, tanto com os livros quanto com as relações humanas, algo que o senhor me ensinou e 'tento' praticar ( usualmente com o senhor e eventualmente com pessoas mais 'vividas' de conhecimento).
Porém, acredito que a teoria não basta para justificar nossas ações, há tantas personalidades que possuem profundos conhecimentos acerca de vários assuntos e nem por isso mexem sequer um dedo para 'mover' o mundo ao seu redor, deixando da mesma forma que o encontrou ao nascer, não contribuindo para nada.
Teoria e prática devem se aliar, não a prática 'ideológica', nem tampouco ausente desta. Todos esses encontros, cada qual com seu proposito implica-se em suas ideologias, uns...a praticam outros a manifestam apenas em dados momentos.
Aprecio muito do que o senhor ensina para os mais jovens, refutando o falso e revelando o verdadeiro. Mesmo não aceitando o seu 'realismo' sobre o futuro do Brasil e seu afundamento. Lamento, e muito, o fato das pessoas não se juntarem por uma causa comum, concentrarem todo o acumulo de conhecimento que tem e realizarem ao menos uma reforma em todos os setores, lamento pelo fato das pessoas serem inertes em relação ao estudo, serem deficientes em suas análises, pobres em suas contribuições de mudança, fracas em relação a autoridade do argumento, cegas em enxergar o mundo e continuar caminhando, tentando se adaptar usando óculos para evitar que a vista canse.
O senhor já me disse mil vezes, 'continue a estudar, a aprender com os mais vividos, a ser um cidadão responsável intelectualmente', por isso e muito mais continuo firme, ao passo de pensar lamentavelmente que esse esforço não contribua para nada, ou ao menos contribua, mas não significamente como penso em fazer.
A única expectativa que vejo para mudar esse 'quadro do caos' que o mundo se encontro é por meio da reação em cadeia, mas pelo 'realismo' que aprendi do senhor cada dia vejo que ela fica mais longe e além de distante distorcida, pois de nada adiantará tentar mudar o mundo se nem ao menos mudamos nós mesmos.....
Abraços,
Jonathan Yuri
OBS: Se com meus 19 anos já estou 'frustado' imagina quanto tiver 60.
=========
Por falta de tempo, respondi apenas o que segue, mas pretendo voltar ao assunto:
Você, meu caro, vai viver num Brasil melhor do que o atual: mais desenvolvido, com brasileiros mais prósperos, instituições menos corruptas, mais justiça e mais educação, tenho certeza, mas isso nao vem de graça, é preciso esforço constante e um empenho de cada um para fazer do Brasil um país melhor do que aquele que encontramos quando aqui "chegamos". Persista, e você será feliz.
O abraço do
-------------
Paulo Roberto de Almeida
1681) Estudantes, estudai! (acho que é isso)
Cui prodest? (Ou, para quem escrevo?)
um estudante de escreveu-me o que segue:
On 18/02/2010, at 02:29, Jhonny E. wrote:
Oi professor, tudo bom?
Lendo seu post 'Estudantes, estudai', percebi algo singular em suas palavras, algo que me deixou até...como diria, de certo modo 'inspirado' e emocionado. Sobre a 'abertura dos olhos' para a nova geração, que realmente deve ser cética e completamente autodidata, tanto com os livros quanto com as relações humanas, algo que o senhor me ensinou e 'tento' praticar ( usualmente com o senhor e eventualmente com pessoas mais 'vividas' de conhecimento).
Porém, acredito que a teoria não basta para justificar nossas ações, há tantas personalidades que possuem profundos conhecimentos acerca de vários assuntos e nem por isso mexem sequer um dedo para 'mover' o mundo ao seu redor, deixando da mesma forma que o encontrou ao nascer, não contribuindo para nada.
Teoria e prática devem se aliar, não a prática 'ideológica', nem tampouco ausente desta. Todos esses encontros, cada qual com seu proposito implica-se em suas ideologias, uns...a praticam outros a manifestam apenas em dados momentos.
Aprecio muito do que o senhor ensina para os mais jovens, refutando o falso e revelando o verdadeiro. Mesmo não aceitando o seu 'realismo' sobre o futuro do Brasil e seu afundamento. Lamento, e muito, o fato das pessoas não se juntarem por uma causa comum, concentrarem todo o acumulo de conhecimento que tem e realizarem ao menos uma reforma em todos os setores, lamento pelo fato das pessoas serem inertes em relação ao estudo, serem deficientes em suas análises, pobres em suas contribuições de mudança, fracas em relação a autoridade do argumento, cegas em enxergar o mundo e continuar caminhando, tentando se adaptar usando óculos para evitar que a vista canse.
O senhor já me disse mil vezes, 'continue a estudar, a aprender com os mais vividos, a ser um cidadão responsável intelectualmente', por isso e muito mais continuo firme, ao passo de pensar lamentavelmente que esse esforço não contribua para nada, ou ao menos contribua, mas não significamente como penso em fazer.
A única expectativa que vejo para mudar esse 'quadro do caos' que o mundo se encontro é por meio da reação em cadeia, mas pelo 'realismo' que aprendi do senhor cada dia vejo que ela fica mais longe e além de distante distorcida, pois de nada adiantará tentar mudar o mundo se nem ao menos mudamos nós mesmos.....
Abraços,
Jonathan Yuri
OBS: Se com meus 19 anos já estou 'frustado' imagina quanto tiver 60.
=========
Por falta de tempo, respondi apenas o que segue, mas pretendo voltar ao assunto:
Você, meu caro, vai viver num Brasil melhor do que o atual: mais desenvolvido, com brasileiros mais prósperos, instituições menos corruptas, mais justiça e mais educação, tenho certeza, mas isso nao vem de graça, é preciso esforço constante e um empenho de cada um para fazer do Brasil um país melhor do que aquele que encontramos quando aqui "chegamos". Persista, e você será feliz.
O abraço do
-------------
Paulo Roberto de Almeida
1682) Teses para discussao num congresso partidario...
Sabedor que um desses partidos que pretende construir o futuro encontra-se fazendo um congresso numa cidade importante, resolvi dar uma ajuda na definição de alguns princípios de base.
Teses para o encontro nacional de um grande partido
Companheiros,
Chegamos ao governo e estamos no poder. Junto a nós e dos movimentos sociais e de trabalhadores, que sempre defendemos, está também o grande capital, um formidável adversário no passado, mas um aliado no presente, pois ele pretende que continuemos a fazer mudanças no Brasil, na sua economia e nas instituições políticas, sem contudo provocar aquelas rupturas que constantemente anunciávamos no passado.
Pensando bem, em todos os custos e benefícios de qualquer processo de mudança numa sociedade complexa – como são todas as sociedades –, decidimos fazer uma aliança tática e estratégica com o capital, para conduzir um processo de ruptura com nossas velhas teses e aprovar algumas novas, que agora se seguem.
1. O partido não é socialista, e sim reformista.
Independentemente de continuarmos a nos chamar de “socialistas” (para fins de propaganda e de identificação políticas), vamos terminar com a hipocrisia de pretender implantar o socialismo no Brasil. O que faremos, abertamente daqui para a frente, será administrar o velho e duro capitalismo, com todo o apoio e a satisfação dos nossos novos aliados na burguesa nacional e no capital financeiro internacional.
Acreditamos que a economia de mercado é a que melhor se presta ao atendimento das satisfações básicas da população, e que o Estado deve ser contido nas suas finalidades essenciais da segurança, educação, saúde e infra-estrutura, ademais do estabelecimento de regras gerais para o bom funcionamento da economia de mercado (competição, estabilidade de políticas, abertura à inovação etc.). Vamos continuar reformando as instituições regulatórias para que a economia de mercado promova os interesses do maior número de cidadãos.
2. O partido adota uma política econômica responsável e pró-mercado.
Vamos parar de acreditar que o Estado será o grande promotor, distribuidor e equalizador das chances e oportunidades no Brasil. Da forma como ele atua, hoje, no Brasil, o Estado transformou-se no principal obstáculo a um processo sustentado de crescimento, com transformação estrutural e distribuição de benefícios, uma vez que ele atua como um despoupador líquido dos recursos privados, cristaliza benefícios em prol dos já integrados e vem redistribuindo os recursos de todos em benefício da minoria.
Nossos princípios econômicos, de agora em adiante, serão definidos por quatro diretrizes: (a) uma macroeconomia estável, dotada de responsabilidade fiscal e sério comprometimento com o combate à inflação, o principal imposto que se abate sobre os pobres; (b) uma microeconomia aberta, competitiva, aberta às novas iniciativas, dotada de instituições que favorecem o empreendimento privado e criando um bom ambiente para os negócios de modo geral; (c) um investimento maciço na qualidade dos nossos recursos humanos, a começar pelo ciclo básico e pelo ensino profissional, pois o único critério que nos separa, hoje, dos países mais desenvolvidos, é o diferencial de produtividade do trabalho humano, o que depende da variável educacional; finalmente, (d) uma abertura ao comércio e aos investimentos internacionais, no entendimento de que a interdependência econômica é a que melhor se ajusta aos nossos padrões de economia integrada aos fluxos mais dinâmicos da globalização contemporânea.
3. O partido quer uma reforma política que transforme o modo de ação do Estado.
O fazer política, no Brasil, tornou-se um modo de vida, quando não uma atividade rendosa. Os meios parecem ter se substituído aos fins e quase toda a máquina pública, em especial o legislativo e o judiciário, converteram-se em redomas privilegiadas de altos salários e de produtividade mínima. Queremos mudar profundamente tudo isso, já que o povo está descobrindo com razão com o dinheiro dos impostos, duramente arrecado em detrimento de seu consumo, vem sendo desperdiçado de maneira indigna, alimentando gastos inúteis nos gabinetes de políticos profissionais.
Por isso, o partido vai propor uma reforma política que contemple, em primeiro lugar, a redução do volume de gastos e uma mudança no tipo de representação política que se está exercendo em nome do povo. Sobretudo nos municípios menores, mas também nas assembléias dos estados mais populosos e no próprio Congresso nacional, o dinheiro do povo está sendo gasto indevidamente, com mordomias incontáveis, em total descompasso com o trabalho necessário e honesto da representação política. Sabemos disso, pois nós mesmos nos acostumamos a esse tipo de coisa.
Os poderes legislativos e judiciário consomem muito mais recursos do que o justificado, sobretudo pela forma como trabalham (ou deixam de fazê-lo). Outros questões, vinculadas à lei eleitoral ou ao financiamento dos partidos, podem vir a fazer parte do debate político num segundo momento, mas o partido deve agora esforçar-se por redimensionar a representação política nos três níveis da federação ao que se possa considerar como normal e razoável em condições democráticas. A política não pode mais continuar sendo um meio de ganhar a vida.
4. O partido não quer um Estado mínimo, mas um Estado que funcione.
Durante muito tempo acreditamos que o Estado era uma espécie de varinha mágica, que poderia fazer acontecer tudo o que se desejasse, bastando um simples toque de botão. Descobrimos que não é assim, e por isso estamos, humildemente, revisando nossas posições. Pois bem, o partido está propondo uma reforma administrativa com diminuição radical do número de ministérios e a conseqüente atribuição de diversas funções a agências reguladoras.
Também nos convencemos que as PPPs (parcerias público-privadas) constituem no máximo um paliativo e por isso estamos retomando a privatização de alguns grandes monstrengos públicos que ainda existem e são fontes de ineficiência e de corrupção, no setor financeiro, energético, de transportes e outros. Também vamos propor, mesmo sob risco de bombardeio do quartel-general pelos nossos velhos aliados sindicais, o fim da estabilidade no serviço público, que em muitos casos se converteu num incentivo à preguiça e ao ócio remunerado, como visto nas greves das universidades federais.
Provavelmente vamos propor também a concessão de autonomia completa a essas universidades, assegurando um patamar mínimo de dotações públicas e deixando-as, em seguida, livres para buscar o dinheiro onde queiram e gastá-lo como desejam, inclusive remunerando seus professores da forma como lhes parecer mais apropriada. Queremos um Estado forte nas áreas em que ele deve necessariamente atuar, não em todos os setores onde ele atua hoje, nos quais segue esbanjando recursos do povo sem resultados práticos comensuráveis. Estado bom é o Estado que tem condições de atuar de maneira efetiva, não aquele que apenas finge ou tem a pretensão de fazê-lo, mas não faz.
5. Contra a derrama fiscal: o partido quer redução de impostos.
Vamos propor uma reforma econômica ampla, com diminuição da carga tributária e a redução das despesas correntes do Estado. O Brasil já ultrapassou limites razoáveis de carga fiscal e isto se traduz no “desinvestimento” estatal e na incapacidade de se ter poupança privada para fins de investimento. Vamos impulsionar também uma série de reformas microeconômicas, com vista a criar um ambiente favorável ao investimento produtivo, ao lucro e para diminuir a sonegação e a evasão tributárias.
Ao mesmo tempo, vamos dar um aperto fiscal nesses “criadores de despesas” irresponsáveis que são os legislativos e o judiciário. Esses poderes possuem a incrível capacidade de determinar eles mesmos suas próprias despesas, sem atender a qualquer critério de disponibilidade do recursos do ponto de vista orçamentário. No plano da federação, caberia revisar a situação dos municípios sem capacidade arrecadadora, e que são obrigados a viver de “mensalão” federal: essa situação não pode mais se sustentar.
6. Por uma nova classe trabalhadora, livre da mão pesada do Estado.
Chegamos ao que um ilustre antecessor chamou de “aristocracia operária”, uma classe que se reproduz a si mesma e que inclusive ocupa diversas funções no Estado e nos sindicatos, com remunerações, comissões e outras prebendas que não encontram correspondência no trabalho dispendido em defesa dos interesses da classe trabalhadora, sobretudo daqueles que ainda não estão incorporados ao mercado formal de trabalho.
Por isso estamos propondo uma reforma trabalhista radical, com flexibilização da legislação laboral, dando maior espaço às negociações diretas entre as partes. Também propomos a extinção do imposto sindical, que alimenta sindicalistas profissionais, em contradição com o que se esperaria de representantes temporários, em sindicatos de fato livres.
Por fim, vamos encerrar de vez a era Vargas, propondo a extinção da Justiça do Trabalho, que é uma fonte de criação e de sustentação de conflitos, substituindo seus pesados procedimentos pela via arbitral, ou por varas especializadas na justiça comum. De forma geral, a legislação trabalhista vai ser reformada para facilitar e ampliar a empregabilidade daqueles que hoje estão excluídos do mercado trabalho.
7. O partido é, doravante, globalizado e favorável à globalização.
Sinto muito, mas teremos de dizer aos nossos amigos do Fórum Social Mundial que eles conduzem um combate de retaguarda, uma luta até mesmo reacionária, do ponto de vista dos países mais pobres e dos estratos sociais mais humildes. Defender os subsídios agrícolas e o protecionismo nessa área não é apenas insensato; é criminoso do ponto de vista dos povos africanos, sem condições de competir em outros setores. Falar de “segurança alimentar” e ao mesmo tempo pretender que os mercados agrícolas sejam apenas locais não é apenas irracional economicamente, é também risível do ponto de vista dos fins pretendidos, uma vez que a maior segurança se obtém, justamente, na interdependência recíproca dos mercados globais de alimentos, complementados, se for o caso, por programas de assistência emergencial que não reproduzam esse engodo que são os “dumpings” organizados pelos países ricos com seus produtos subsidiados.
Da mesma forma, o combate às instituições-chave da globalização contemporânea – OMC, FMI e Banco Mundial – não só é risível como contraproducente no plano da cooperação internacional, assim como são patéticas essas tentativas de se introduzir taxas sobre os movimentos de capitais, o que só resulta em encarecer o custo dos recursos que os países em desenvolvimento necessariamente captam nos mercados financeiros. As teses comerciais dos anti-globalizadores representam o contrário do que devem fazer os países em desenvolvimento que aspiram galgar novos patamares de produtividade nos intercâmbios globais.
Por isso, o partido não tem medo de afirmar que ele se posiciona resolutamente em favor da globalização, que tem retirado milhões de chineses e indianos de uma miséria ancestral, assim como o partido não tem mais vergonha de participar dos encontros dos capitalistas em Davos, que são uma forma de continuar discutindo condições e formas de se ampliar a globalização, num sentido plenamente responsável e conectado com as necessidades dos países mais pobres.
8. O partido se pauta, no plano externo, exclusivamente pelos interesses nacionais.
A política internacional é a continuidade da política nacional, por outros meios. Assim como estamos comprometidos com o interesse nacional no plano interno, assim deve ser feito no contexto internacional. Por isso estamos encerrando a fase de posições de princípio quando estávamos sobretudo interessados em reunir os pobres e oprimidos para lugar contra a hegemonia dos poderosos. Não vamos mais designar tal ou qual país como “aliado estratégico”, e sim julgar quais são os nossos interesses nacionais numa análise concreta de cada situação internacional.
Nenhuma situação de relacionamento externo, nem mesmo a integração regional, deve ser vista como um fim em si mesmo, mas como um meio para se atingir objetivos nacionalmente desejáveis, que são o progresso e a prosperidade da nação. Não se deve cultivar a busca de prestígio internacional apenas pelos seus efeitos de imagem, mas sim como resultado indireto de nossa cooperação desinteressada, desde que disponhamos das condições materiais e humanas para fazê-lo.
Nossas forças armadas, por exemplo, elas primeiro devem ser aparelhadas internamente, antes de fazê-las cumprir missões internacionais que podem estar acima de sua capacidade operacional. A liderança, outro exemplo, decorre do acúmulo de certo substrato material – financeiro e tecnológico, sobretudo – para o cumprimento de missões externas que sejam solicitadas pelos vizinhos ou pela comunidade internacional, não da vontade unilateral de proclamá-la.
Para aumentar sua capacitação no plano internacional, o país precisa estar disposto a conceder graus ainda maiores de abertura econômica – que aumentam nossa competitividade internacional ao atuar sobre os níveis de produtividade internos --, bem como operar novos patamares de liberalização comercial, condição para a expansão de todo o nosso comércio exterior, não só das exportações. Ele também precisa demonstrar, na prática, bom acolhimento ao investimento estrangeiro e decidir-se pela adesão a regimes proprietários mais avançados, que estão tradicionalmente associados a uma subida na escala tecnológica do sistema produtivo.
Voilà: estas oito teses já bastam, por enquanto, para uma profícua discussão no encontro. Depois poderei comentar cada uma com maior grau de detalhe. Por enquanto, desejo apenas bons trabalhos nesse importante encontro político.
[PS: Feito originalmente para um encontro nacional de 2006, do mesmo partido.]
Teses para o encontro nacional de um grande partido
Companheiros,
Chegamos ao governo e estamos no poder. Junto a nós e dos movimentos sociais e de trabalhadores, que sempre defendemos, está também o grande capital, um formidável adversário no passado, mas um aliado no presente, pois ele pretende que continuemos a fazer mudanças no Brasil, na sua economia e nas instituições políticas, sem contudo provocar aquelas rupturas que constantemente anunciávamos no passado.
Pensando bem, em todos os custos e benefícios de qualquer processo de mudança numa sociedade complexa – como são todas as sociedades –, decidimos fazer uma aliança tática e estratégica com o capital, para conduzir um processo de ruptura com nossas velhas teses e aprovar algumas novas, que agora se seguem.
1. O partido não é socialista, e sim reformista.
Independentemente de continuarmos a nos chamar de “socialistas” (para fins de propaganda e de identificação políticas), vamos terminar com a hipocrisia de pretender implantar o socialismo no Brasil. O que faremos, abertamente daqui para a frente, será administrar o velho e duro capitalismo, com todo o apoio e a satisfação dos nossos novos aliados na burguesa nacional e no capital financeiro internacional.
Acreditamos que a economia de mercado é a que melhor se presta ao atendimento das satisfações básicas da população, e que o Estado deve ser contido nas suas finalidades essenciais da segurança, educação, saúde e infra-estrutura, ademais do estabelecimento de regras gerais para o bom funcionamento da economia de mercado (competição, estabilidade de políticas, abertura à inovação etc.). Vamos continuar reformando as instituições regulatórias para que a economia de mercado promova os interesses do maior número de cidadãos.
2. O partido adota uma política econômica responsável e pró-mercado.
Vamos parar de acreditar que o Estado será o grande promotor, distribuidor e equalizador das chances e oportunidades no Brasil. Da forma como ele atua, hoje, no Brasil, o Estado transformou-se no principal obstáculo a um processo sustentado de crescimento, com transformação estrutural e distribuição de benefícios, uma vez que ele atua como um despoupador líquido dos recursos privados, cristaliza benefícios em prol dos já integrados e vem redistribuindo os recursos de todos em benefício da minoria.
Nossos princípios econômicos, de agora em adiante, serão definidos por quatro diretrizes: (a) uma macroeconomia estável, dotada de responsabilidade fiscal e sério comprometimento com o combate à inflação, o principal imposto que se abate sobre os pobres; (b) uma microeconomia aberta, competitiva, aberta às novas iniciativas, dotada de instituições que favorecem o empreendimento privado e criando um bom ambiente para os negócios de modo geral; (c) um investimento maciço na qualidade dos nossos recursos humanos, a começar pelo ciclo básico e pelo ensino profissional, pois o único critério que nos separa, hoje, dos países mais desenvolvidos, é o diferencial de produtividade do trabalho humano, o que depende da variável educacional; finalmente, (d) uma abertura ao comércio e aos investimentos internacionais, no entendimento de que a interdependência econômica é a que melhor se ajusta aos nossos padrões de economia integrada aos fluxos mais dinâmicos da globalização contemporânea.
3. O partido quer uma reforma política que transforme o modo de ação do Estado.
O fazer política, no Brasil, tornou-se um modo de vida, quando não uma atividade rendosa. Os meios parecem ter se substituído aos fins e quase toda a máquina pública, em especial o legislativo e o judiciário, converteram-se em redomas privilegiadas de altos salários e de produtividade mínima. Queremos mudar profundamente tudo isso, já que o povo está descobrindo com razão com o dinheiro dos impostos, duramente arrecado em detrimento de seu consumo, vem sendo desperdiçado de maneira indigna, alimentando gastos inúteis nos gabinetes de políticos profissionais.
Por isso, o partido vai propor uma reforma política que contemple, em primeiro lugar, a redução do volume de gastos e uma mudança no tipo de representação política que se está exercendo em nome do povo. Sobretudo nos municípios menores, mas também nas assembléias dos estados mais populosos e no próprio Congresso nacional, o dinheiro do povo está sendo gasto indevidamente, com mordomias incontáveis, em total descompasso com o trabalho necessário e honesto da representação política. Sabemos disso, pois nós mesmos nos acostumamos a esse tipo de coisa.
Os poderes legislativos e judiciário consomem muito mais recursos do que o justificado, sobretudo pela forma como trabalham (ou deixam de fazê-lo). Outros questões, vinculadas à lei eleitoral ou ao financiamento dos partidos, podem vir a fazer parte do debate político num segundo momento, mas o partido deve agora esforçar-se por redimensionar a representação política nos três níveis da federação ao que se possa considerar como normal e razoável em condições democráticas. A política não pode mais continuar sendo um meio de ganhar a vida.
4. O partido não quer um Estado mínimo, mas um Estado que funcione.
Durante muito tempo acreditamos que o Estado era uma espécie de varinha mágica, que poderia fazer acontecer tudo o que se desejasse, bastando um simples toque de botão. Descobrimos que não é assim, e por isso estamos, humildemente, revisando nossas posições. Pois bem, o partido está propondo uma reforma administrativa com diminuição radical do número de ministérios e a conseqüente atribuição de diversas funções a agências reguladoras.
Também nos convencemos que as PPPs (parcerias público-privadas) constituem no máximo um paliativo e por isso estamos retomando a privatização de alguns grandes monstrengos públicos que ainda existem e são fontes de ineficiência e de corrupção, no setor financeiro, energético, de transportes e outros. Também vamos propor, mesmo sob risco de bombardeio do quartel-general pelos nossos velhos aliados sindicais, o fim da estabilidade no serviço público, que em muitos casos se converteu num incentivo à preguiça e ao ócio remunerado, como visto nas greves das universidades federais.
Provavelmente vamos propor também a concessão de autonomia completa a essas universidades, assegurando um patamar mínimo de dotações públicas e deixando-as, em seguida, livres para buscar o dinheiro onde queiram e gastá-lo como desejam, inclusive remunerando seus professores da forma como lhes parecer mais apropriada. Queremos um Estado forte nas áreas em que ele deve necessariamente atuar, não em todos os setores onde ele atua hoje, nos quais segue esbanjando recursos do povo sem resultados práticos comensuráveis. Estado bom é o Estado que tem condições de atuar de maneira efetiva, não aquele que apenas finge ou tem a pretensão de fazê-lo, mas não faz.
5. Contra a derrama fiscal: o partido quer redução de impostos.
Vamos propor uma reforma econômica ampla, com diminuição da carga tributária e a redução das despesas correntes do Estado. O Brasil já ultrapassou limites razoáveis de carga fiscal e isto se traduz no “desinvestimento” estatal e na incapacidade de se ter poupança privada para fins de investimento. Vamos impulsionar também uma série de reformas microeconômicas, com vista a criar um ambiente favorável ao investimento produtivo, ao lucro e para diminuir a sonegação e a evasão tributárias.
Ao mesmo tempo, vamos dar um aperto fiscal nesses “criadores de despesas” irresponsáveis que são os legislativos e o judiciário. Esses poderes possuem a incrível capacidade de determinar eles mesmos suas próprias despesas, sem atender a qualquer critério de disponibilidade do recursos do ponto de vista orçamentário. No plano da federação, caberia revisar a situação dos municípios sem capacidade arrecadadora, e que são obrigados a viver de “mensalão” federal: essa situação não pode mais se sustentar.
6. Por uma nova classe trabalhadora, livre da mão pesada do Estado.
Chegamos ao que um ilustre antecessor chamou de “aristocracia operária”, uma classe que se reproduz a si mesma e que inclusive ocupa diversas funções no Estado e nos sindicatos, com remunerações, comissões e outras prebendas que não encontram correspondência no trabalho dispendido em defesa dos interesses da classe trabalhadora, sobretudo daqueles que ainda não estão incorporados ao mercado formal de trabalho.
Por isso estamos propondo uma reforma trabalhista radical, com flexibilização da legislação laboral, dando maior espaço às negociações diretas entre as partes. Também propomos a extinção do imposto sindical, que alimenta sindicalistas profissionais, em contradição com o que se esperaria de representantes temporários, em sindicatos de fato livres.
Por fim, vamos encerrar de vez a era Vargas, propondo a extinção da Justiça do Trabalho, que é uma fonte de criação e de sustentação de conflitos, substituindo seus pesados procedimentos pela via arbitral, ou por varas especializadas na justiça comum. De forma geral, a legislação trabalhista vai ser reformada para facilitar e ampliar a empregabilidade daqueles que hoje estão excluídos do mercado trabalho.
7. O partido é, doravante, globalizado e favorável à globalização.
Sinto muito, mas teremos de dizer aos nossos amigos do Fórum Social Mundial que eles conduzem um combate de retaguarda, uma luta até mesmo reacionária, do ponto de vista dos países mais pobres e dos estratos sociais mais humildes. Defender os subsídios agrícolas e o protecionismo nessa área não é apenas insensato; é criminoso do ponto de vista dos povos africanos, sem condições de competir em outros setores. Falar de “segurança alimentar” e ao mesmo tempo pretender que os mercados agrícolas sejam apenas locais não é apenas irracional economicamente, é também risível do ponto de vista dos fins pretendidos, uma vez que a maior segurança se obtém, justamente, na interdependência recíproca dos mercados globais de alimentos, complementados, se for o caso, por programas de assistência emergencial que não reproduzam esse engodo que são os “dumpings” organizados pelos países ricos com seus produtos subsidiados.
Da mesma forma, o combate às instituições-chave da globalização contemporânea – OMC, FMI e Banco Mundial – não só é risível como contraproducente no plano da cooperação internacional, assim como são patéticas essas tentativas de se introduzir taxas sobre os movimentos de capitais, o que só resulta em encarecer o custo dos recursos que os países em desenvolvimento necessariamente captam nos mercados financeiros. As teses comerciais dos anti-globalizadores representam o contrário do que devem fazer os países em desenvolvimento que aspiram galgar novos patamares de produtividade nos intercâmbios globais.
Por isso, o partido não tem medo de afirmar que ele se posiciona resolutamente em favor da globalização, que tem retirado milhões de chineses e indianos de uma miséria ancestral, assim como o partido não tem mais vergonha de participar dos encontros dos capitalistas em Davos, que são uma forma de continuar discutindo condições e formas de se ampliar a globalização, num sentido plenamente responsável e conectado com as necessidades dos países mais pobres.
8. O partido se pauta, no plano externo, exclusivamente pelos interesses nacionais.
A política internacional é a continuidade da política nacional, por outros meios. Assim como estamos comprometidos com o interesse nacional no plano interno, assim deve ser feito no contexto internacional. Por isso estamos encerrando a fase de posições de princípio quando estávamos sobretudo interessados em reunir os pobres e oprimidos para lugar contra a hegemonia dos poderosos. Não vamos mais designar tal ou qual país como “aliado estratégico”, e sim julgar quais são os nossos interesses nacionais numa análise concreta de cada situação internacional.
Nenhuma situação de relacionamento externo, nem mesmo a integração regional, deve ser vista como um fim em si mesmo, mas como um meio para se atingir objetivos nacionalmente desejáveis, que são o progresso e a prosperidade da nação. Não se deve cultivar a busca de prestígio internacional apenas pelos seus efeitos de imagem, mas sim como resultado indireto de nossa cooperação desinteressada, desde que disponhamos das condições materiais e humanas para fazê-lo.
Nossas forças armadas, por exemplo, elas primeiro devem ser aparelhadas internamente, antes de fazê-las cumprir missões internacionais que podem estar acima de sua capacidade operacional. A liderança, outro exemplo, decorre do acúmulo de certo substrato material – financeiro e tecnológico, sobretudo – para o cumprimento de missões externas que sejam solicitadas pelos vizinhos ou pela comunidade internacional, não da vontade unilateral de proclamá-la.
Para aumentar sua capacitação no plano internacional, o país precisa estar disposto a conceder graus ainda maiores de abertura econômica – que aumentam nossa competitividade internacional ao atuar sobre os níveis de produtividade internos --, bem como operar novos patamares de liberalização comercial, condição para a expansão de todo o nosso comércio exterior, não só das exportações. Ele também precisa demonstrar, na prática, bom acolhimento ao investimento estrangeiro e decidir-se pela adesão a regimes proprietários mais avançados, que estão tradicionalmente associados a uma subida na escala tecnológica do sistema produtivo.
Voilà: estas oito teses já bastam, por enquanto, para uma profícua discussão no encontro. Depois poderei comentar cada uma com maior grau de detalhe. Por enquanto, desejo apenas bons trabalhos nesse importante encontro político.
[PS: Feito originalmente para um encontro nacional de 2006, do mesmo partido.]
1681) Estudantes, estudai! (acho que é isso)
Cui prodest? (Ou, para quem escrevo?)
De vez em quando eu perpetro a ousadia de escrever para o Mundorama. Ou melhor, seus responsáveis é que cometem a ousadia de me publicar, posto que eu não escrevo especialmente para o Mundorama, em todo caso muito raramente, ou quase jamais, pensando em Mundorama, que é um boletim muito simpático e variado de relações internacionais, animado por esse gigante (stricto et lato sensi) da didática internacionalista que é o professor Antonio Carlos Lessa.
Estudantes, leiam, visitem, eu recomendo: http://mundorama.net/
Pois bem, meu último coup pervers foi um post sobre o inacreditável Fórum Social Mundial. Digo inacreditável, pois que nem mesmo seus promotores desonestos acreditam de fato nas bobagens que eles dizem (se o fizessem, além de desonestos, seriam ingênuos, o que talvez seja muito pior). Eles apenas vivem daquilo, de preferência sem trabalhar, com dinheiro público, ou melhor, com o meu, o seu, o nosso dinheiro. Como eu tenho alergia a burrice, mas ojeriza absoluta à desonestidade intelectual (se a palavra se aplica), eu não deixo passar uma oportunidade para cobrar um pouco, só um pouco, de coerência nas ideias (if any), como se isso fosse possível (mas, não custa cobrar, e eles deveriam pelo menos tentar).
Meu último post foi este aqui:
Triste Fim de Policarpo Social Mundial, por Paulo Roberto de Almeida
2010 fevereiro 2
Recebi, como seria de se esperar sendo tão provocador (confesso que deliberadamente), muitos comentários, alguns sorrindo comigo ante tantas inconsequencias desse bando de malucos que são os antiglobalizadores, outros indagando questões específicas (que respondo quando consigo entender, o que nem sempre é o caso), e um ou dois, finalmente, me criticando, o que é sempre bem-vindo (e agradeço sinceramente, não hipocritamente; tenho vários defeitos, mas não o dom da hipocrisia).
As criticas são de dois gêneros, e já descarto a primeira por inepta, incompetente ou descartável:
1) Eu seria um apologista do capitalismo, do neoliberalismo, seja lá o que for isso, e meus argumentos estariam errados, pois o capitalismo é de fato perverso, etc, etc, etc. Bem, digo que é inepta pois as pessoas que fazem esse tipo de rejeição de minhas críticas às posições dos antiglobalizadores, nunca, NUNCA dizem em que as propostas dos maluquetes do FSM teriam alguma coerência intrínseca (ou até extrínseca, vá lá). Por outro lado, eu não sei porque ainda ando de carro velho e de baixa potência sendo um defensor tão acirrado do capitalismo: Wall Street certamente ainda não ouviu falar de mim, e ainda não me colocou no seu contracheque. Bem, não quero me estender, mas essas pessoas não distinguem racionalidade econômica e raciocínio lógico da simples peroração ideológica: elas devem estar com o parafuso dos modos de produção um pouco desajustados, e a cada momento de distração, soltam um capitalismo para variar. Elas talvez não saibam a diferença entre capitalismo e economia de mercado, ao que eu diria: minha gente, leiam Max Weber, leiam Fernand Braudel, leiam Albert Hirschmann, Jean Baechler (não confundir com o Jean Ziegler, por favor, pois este é do bando de perfeitos idiotas).
2) A segunda crítica é aparentmente mais "séria", mas ela se engana totalmente de foco. Diz um desses jovens afoitos que se o FSM não fosse importante, eu não estaria escrevendo tanto sobre ele. Se eu insisto em voltar ao assunto, repetidamente diz ele, é porque suas ideias (sic, tres vezes) sao relevantes.
Bem, esse jovem ainda não percebeu uma coisa: eu escrevo justamente para ele, não para o bando de velhacos desocupados que animam e promovem esses piqueniques anuais sem qualquer relevância para o mundo real.
Repitam comigo: nada do que se diz ou se aprova, unanimemente (comme il faut, quando se trata de pensamento único) nesses encontros regados a slogans vazios tem a mínima importância para o mundo real. Nada, nadica, necas de pitibiribas. Quem quiser me provar o contrário, ou seja, que alguma nova e relevante proposta emergiu desses jamborees, eu posso oferecer um livro ou dois. Precisando: que tenha emergido do FSM, não que já exista nas faculdades de humanidades -- que também produzem uma tonelada de ideias inuteis -- ou que circule na sociedade como produção, digamos, intelectual.
Pois eu escrevo justamente para esses jovens idealistas que querem salvar o mundo dele mesmo, ou melhor, salvá-lo do capitalismo globalizador (ou vice-versa), mas que ainda leram pouco, estudaram menos ainda, e aprenderam só um tiquinho (e, no que depender de certos professores, vão aprender menos ainda, no que lhes resta de diversão universitária).
Como eu sou uma pessoa que aprendeu nos livros ou com pessoas mais espertas, considero ser assim meu dever, digamos, espiritual, transmitir um pouco do que aprendi a esses jovens sedentos de sabedoria globalizante, mas que acabam encontrando apenas essas fontes barrentas da pilantragem universitária e das imposturas intelectuais desses velhacos da antiglobalização.
Que posso fazer? Tenho essa vocação didática voluntária -- e já vou avisando que não é dela que retiro meu sustento, nem faço desse hobby minha ocupação principal -- e por isso fico assim de noite escrevendo para esses moços -- como diria o Lupiscínio Rodrigues -- que não sabem o que eu sei. Não por qualquer virtude extraordinária, ou inteligência excepcional, longe disso. Eu sou apenas um gajo esforçado, que lê muito, que pensa muito sobre o que leu, observou e retirou de sua experiência de vida, e que coloca essas reflexões à disposição dos mais jovens, posto que eu também já fui jovem e tive professores honestos e outros desonestos (talvez involuntariamente, concedamo-lhes essa dúvida).
Finalizando, meu jovem, você que me acusa de bater em "cachorro morto" (talvez seja bem o caso), não é para o cachorro que estou escrevendo, nem para os "donos" dos cachorros, pois estes já incorporaram o cérebro dos cachorros.
Estou escrevendo para você mesmo, e apenas aconselhando-o a abrir os olhos, ler e se informar um pouco mais, viajar pelo mundo (Davos é uma excelente estação de esqui, mas talvez você ainda não tenha dinheiro para ir lá), enfim aprenderem, de preferência de maneira autodidata, pois sempre se deve desconfiar de professores (inclusive deste que aqui escreve).
Ser cético é um dever, mas deve-se sempre cultivar um ceticismo sadio, ou seja, opor ideias melhores, e mais coerentes, a ideias más, que são estas que não se conformam à realidade empírico, que não seguem os mínimos preceitos da lógica formal, enfim, que ficam no slogan vazio em lugar de ir para a pesquisa e confrontar os números. Ou seja, exatamente essas que estão no centro (e nas bordas também) do FSM.
Eu, na verdade, estou pouco preocupado com os velhacos do FSM, meu objeto próprio são os jovens. Como observo com certa preocupação a marcha da mediocrização na universidade brasileira, e como constato que os jovens que me escrevem cada vez escrevem mais mal, sem uma exposição coerente das ideias, sem se fazer entender direito, eu me sinto, como dizer?, compelido a escrever estas bobagens que escrevo noite adentro, para ver se evito um pouco da mediocrização em curso e contribuo, minimamente que seja, com a tarefa da elevação intelectual de jovens como esse que me escreve me acusando de apologista do capitalismo.
Acho que ele não encontrou argumentos para me rebater, e aí foi logo sacando o capitalismo e o neoliberalismo. Puxa vida, está ficando aborrecido debater assim...
Paulo Roberto de Almeida (18.02.2010)
De vez em quando eu perpetro a ousadia de escrever para o Mundorama. Ou melhor, seus responsáveis é que cometem a ousadia de me publicar, posto que eu não escrevo especialmente para o Mundorama, em todo caso muito raramente, ou quase jamais, pensando em Mundorama, que é um boletim muito simpático e variado de relações internacionais, animado por esse gigante (stricto et lato sensi) da didática internacionalista que é o professor Antonio Carlos Lessa.
Estudantes, leiam, visitem, eu recomendo: http://mundorama.net/
Pois bem, meu último coup pervers foi um post sobre o inacreditável Fórum Social Mundial. Digo inacreditável, pois que nem mesmo seus promotores desonestos acreditam de fato nas bobagens que eles dizem (se o fizessem, além de desonestos, seriam ingênuos, o que talvez seja muito pior). Eles apenas vivem daquilo, de preferência sem trabalhar, com dinheiro público, ou melhor, com o meu, o seu, o nosso dinheiro. Como eu tenho alergia a burrice, mas ojeriza absoluta à desonestidade intelectual (se a palavra se aplica), eu não deixo passar uma oportunidade para cobrar um pouco, só um pouco, de coerência nas ideias (if any), como se isso fosse possível (mas, não custa cobrar, e eles deveriam pelo menos tentar).
Meu último post foi este aqui:
Triste Fim de Policarpo Social Mundial, por Paulo Roberto de Almeida
2010 fevereiro 2
Recebi, como seria de se esperar sendo tão provocador (confesso que deliberadamente), muitos comentários, alguns sorrindo comigo ante tantas inconsequencias desse bando de malucos que são os antiglobalizadores, outros indagando questões específicas (que respondo quando consigo entender, o que nem sempre é o caso), e um ou dois, finalmente, me criticando, o que é sempre bem-vindo (e agradeço sinceramente, não hipocritamente; tenho vários defeitos, mas não o dom da hipocrisia).
As criticas são de dois gêneros, e já descarto a primeira por inepta, incompetente ou descartável:
1) Eu seria um apologista do capitalismo, do neoliberalismo, seja lá o que for isso, e meus argumentos estariam errados, pois o capitalismo é de fato perverso, etc, etc, etc. Bem, digo que é inepta pois as pessoas que fazem esse tipo de rejeição de minhas críticas às posições dos antiglobalizadores, nunca, NUNCA dizem em que as propostas dos maluquetes do FSM teriam alguma coerência intrínseca (ou até extrínseca, vá lá). Por outro lado, eu não sei porque ainda ando de carro velho e de baixa potência sendo um defensor tão acirrado do capitalismo: Wall Street certamente ainda não ouviu falar de mim, e ainda não me colocou no seu contracheque. Bem, não quero me estender, mas essas pessoas não distinguem racionalidade econômica e raciocínio lógico da simples peroração ideológica: elas devem estar com o parafuso dos modos de produção um pouco desajustados, e a cada momento de distração, soltam um capitalismo para variar. Elas talvez não saibam a diferença entre capitalismo e economia de mercado, ao que eu diria: minha gente, leiam Max Weber, leiam Fernand Braudel, leiam Albert Hirschmann, Jean Baechler (não confundir com o Jean Ziegler, por favor, pois este é do bando de perfeitos idiotas).
2) A segunda crítica é aparentmente mais "séria", mas ela se engana totalmente de foco. Diz um desses jovens afoitos que se o FSM não fosse importante, eu não estaria escrevendo tanto sobre ele. Se eu insisto em voltar ao assunto, repetidamente diz ele, é porque suas ideias (sic, tres vezes) sao relevantes.
Bem, esse jovem ainda não percebeu uma coisa: eu escrevo justamente para ele, não para o bando de velhacos desocupados que animam e promovem esses piqueniques anuais sem qualquer relevância para o mundo real.
Repitam comigo: nada do que se diz ou se aprova, unanimemente (comme il faut, quando se trata de pensamento único) nesses encontros regados a slogans vazios tem a mínima importância para o mundo real. Nada, nadica, necas de pitibiribas. Quem quiser me provar o contrário, ou seja, que alguma nova e relevante proposta emergiu desses jamborees, eu posso oferecer um livro ou dois. Precisando: que tenha emergido do FSM, não que já exista nas faculdades de humanidades -- que também produzem uma tonelada de ideias inuteis -- ou que circule na sociedade como produção, digamos, intelectual.
Pois eu escrevo justamente para esses jovens idealistas que querem salvar o mundo dele mesmo, ou melhor, salvá-lo do capitalismo globalizador (ou vice-versa), mas que ainda leram pouco, estudaram menos ainda, e aprenderam só um tiquinho (e, no que depender de certos professores, vão aprender menos ainda, no que lhes resta de diversão universitária).
Como eu sou uma pessoa que aprendeu nos livros ou com pessoas mais espertas, considero ser assim meu dever, digamos, espiritual, transmitir um pouco do que aprendi a esses jovens sedentos de sabedoria globalizante, mas que acabam encontrando apenas essas fontes barrentas da pilantragem universitária e das imposturas intelectuais desses velhacos da antiglobalização.
Que posso fazer? Tenho essa vocação didática voluntária -- e já vou avisando que não é dela que retiro meu sustento, nem faço desse hobby minha ocupação principal -- e por isso fico assim de noite escrevendo para esses moços -- como diria o Lupiscínio Rodrigues -- que não sabem o que eu sei. Não por qualquer virtude extraordinária, ou inteligência excepcional, longe disso. Eu sou apenas um gajo esforçado, que lê muito, que pensa muito sobre o que leu, observou e retirou de sua experiência de vida, e que coloca essas reflexões à disposição dos mais jovens, posto que eu também já fui jovem e tive professores honestos e outros desonestos (talvez involuntariamente, concedamo-lhes essa dúvida).
Finalizando, meu jovem, você que me acusa de bater em "cachorro morto" (talvez seja bem o caso), não é para o cachorro que estou escrevendo, nem para os "donos" dos cachorros, pois estes já incorporaram o cérebro dos cachorros.
Estou escrevendo para você mesmo, e apenas aconselhando-o a abrir os olhos, ler e se informar um pouco mais, viajar pelo mundo (Davos é uma excelente estação de esqui, mas talvez você ainda não tenha dinheiro para ir lá), enfim aprenderem, de preferência de maneira autodidata, pois sempre se deve desconfiar de professores (inclusive deste que aqui escreve).
Ser cético é um dever, mas deve-se sempre cultivar um ceticismo sadio, ou seja, opor ideias melhores, e mais coerentes, a ideias más, que são estas que não se conformam à realidade empírico, que não seguem os mínimos preceitos da lógica formal, enfim, que ficam no slogan vazio em lugar de ir para a pesquisa e confrontar os números. Ou seja, exatamente essas que estão no centro (e nas bordas também) do FSM.
Eu, na verdade, estou pouco preocupado com os velhacos do FSM, meu objeto próprio são os jovens. Como observo com certa preocupação a marcha da mediocrização na universidade brasileira, e como constato que os jovens que me escrevem cada vez escrevem mais mal, sem uma exposição coerente das ideias, sem se fazer entender direito, eu me sinto, como dizer?, compelido a escrever estas bobagens que escrevo noite adentro, para ver se evito um pouco da mediocrização em curso e contribuo, minimamente que seja, com a tarefa da elevação intelectual de jovens como esse que me escreve me acusando de apologista do capitalismo.
Acho que ele não encontrou argumentos para me rebater, e aí foi logo sacando o capitalismo e o neoliberalismo. Puxa vida, está ficando aborrecido debater assim...
Paulo Roberto de Almeida (18.02.2010)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
1680) De volta a um grande negocio (estrategico, il semble): Rafale...
Agora que o Carnaval passou, é hora de esclarecer um grande negócio muito mal explicado
Coluna do Augusto Nunes
16 de fevereiro de 2010
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido.
Nos quatro primeiros parágrafos do discurso de posse, Nelson Jobim tratou de justificar a fama de gaúcho sabido com a evocação de episódios protagonizados por Dom Pedro II, Zacharias de Goes e Vasconcellos, Benjamin Constant e outras placas de ruas, praças ou avenidas. No quinto, o novo ministro da Defesa encerrou a aula de História com uma frase de Benjamin Disraeli, duas vezes primeiro-ministro do império britânico no fim do século 19. “Never complain, never explain, never apologise”, falou bonito o novo ministro da Defesa.
Caridoso com os muitos monoglotas presentes, traduziu a citação: “Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe”. Fez então uma pausa, armou a carranca no rosto de glutão sem remorso e rugiu: “Aja ou saia, faça ou vá embora!”. Como quem age faz alguma coisa, como quem sai vai embora, uma das duas frases já estaria de bom tamanho. Jobim deve ter embarcado na redundância para mostrar que não estava para brincadeiras. Estava lá para liquidar o apagão aéreo que acabara de festejar o primeiro aniversário. Os culpados que se cuidassem.
A ameaça causaria forte impressão mesmo se gaguejada por um vereador de grotão. Produzida pela figura com mais de 100 quilos esparramados por quase 2 metros, a trovoada no coração do poder ultrapassou os limites do Palácio do Planalto. Andorinhas voaram de costas, urubus ficaram brancos de medo, aviões de carreira enveredaram por loopings involuntários, helicópteros flutuaram na estratosfera. Não demoraram a descobrir que o ultimato não passaria do falatório.
Jobim não agiu, mas não saiu. Não fez, mas não foi embora. Fez que conta que esqueceu o grande momento do discurso de posse. Até que o apagão morreu de morte natural e o ministro resolveu começar a agir. Acabou demonstrando que a lição de Disraeli nem sempre dá certo. Por ter feito tudo errado, o que fez causou mais estragos que o que deixou de fazer. A última do Jobim foi convencer o presidente Lula de que a compra dos 36 caças franceses Rafale é um grande negócio para o Brasil.
Antes do Aerolula, a milhagem aérea do Primeiro Passageiro era inferior à de uma abelha. Jobim só aprendeu, em viagens internacionais, que não cabe na poltrona. Pois os dois se acharam qualificados para decidir qual fábrica seria contemplada com uma fabulosa bolada extraída dos bolsos dos pagadores de impostos. Acabaram por desmoralizar os chefes da Aeronáutica e os técnicos incumbidos de produzir o relatório que classificou os três concorrentes.
O documento recomendou a escolha dos caças suecos Gripen, que custariam US$ 4,5 bilhões. A segunda opção foi o americano F-18, fabricado pela Boeing (US$ 5,7 bilhões). Para desconforto dos especialistas, e para alegria dos acionistas da Dassault, Lula e Jobim preferiram o lanterninha Rafale. Os brasileiros vão desembolsar US$ 6,2 bilhões (ou R$ 11,4 bilhões) para que os pilotos da FAB voem nos caças que não desejaram. A justificativa para o injustificável foi uma misteriosa “parceria estratégica” com a França.
Agora que o Carnaval passou, os responsáveis pela escolha precisam deixar de conversa fiada e buscarem explicações mais convincentes para a transação bilionária. O país que presta está exausto de eufemismos espertos. A novilíngua da Era Lula já transformou ladroagem em “recursos não-contabilizados” e fez dinheiro sujo virar “caixa 2″. Os dois truques tentaram camuflar negociações suspeitíssimas entre os partidos que hoje compõem a base parlamentar do Planalto. Para quem enxerga, é uma base alugada. Para o governo, é uma parceria estratégica.
Coluna do Augusto Nunes
16 de fevereiro de 2010
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido.
Nos quatro primeiros parágrafos do discurso de posse, Nelson Jobim tratou de justificar a fama de gaúcho sabido com a evocação de episódios protagonizados por Dom Pedro II, Zacharias de Goes e Vasconcellos, Benjamin Constant e outras placas de ruas, praças ou avenidas. No quinto, o novo ministro da Defesa encerrou a aula de História com uma frase de Benjamin Disraeli, duas vezes primeiro-ministro do império britânico no fim do século 19. “Never complain, never explain, never apologise”, falou bonito o novo ministro da Defesa.
Caridoso com os muitos monoglotas presentes, traduziu a citação: “Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe”. Fez então uma pausa, armou a carranca no rosto de glutão sem remorso e rugiu: “Aja ou saia, faça ou vá embora!”. Como quem age faz alguma coisa, como quem sai vai embora, uma das duas frases já estaria de bom tamanho. Jobim deve ter embarcado na redundância para mostrar que não estava para brincadeiras. Estava lá para liquidar o apagão aéreo que acabara de festejar o primeiro aniversário. Os culpados que se cuidassem.
A ameaça causaria forte impressão mesmo se gaguejada por um vereador de grotão. Produzida pela figura com mais de 100 quilos esparramados por quase 2 metros, a trovoada no coração do poder ultrapassou os limites do Palácio do Planalto. Andorinhas voaram de costas, urubus ficaram brancos de medo, aviões de carreira enveredaram por loopings involuntários, helicópteros flutuaram na estratosfera. Não demoraram a descobrir que o ultimato não passaria do falatório.
Jobim não agiu, mas não saiu. Não fez, mas não foi embora. Fez que conta que esqueceu o grande momento do discurso de posse. Até que o apagão morreu de morte natural e o ministro resolveu começar a agir. Acabou demonstrando que a lição de Disraeli nem sempre dá certo. Por ter feito tudo errado, o que fez causou mais estragos que o que deixou de fazer. A última do Jobim foi convencer o presidente Lula de que a compra dos 36 caças franceses Rafale é um grande negócio para o Brasil.
Antes do Aerolula, a milhagem aérea do Primeiro Passageiro era inferior à de uma abelha. Jobim só aprendeu, em viagens internacionais, que não cabe na poltrona. Pois os dois se acharam qualificados para decidir qual fábrica seria contemplada com uma fabulosa bolada extraída dos bolsos dos pagadores de impostos. Acabaram por desmoralizar os chefes da Aeronáutica e os técnicos incumbidos de produzir o relatório que classificou os três concorrentes.
O documento recomendou a escolha dos caças suecos Gripen, que custariam US$ 4,5 bilhões. A segunda opção foi o americano F-18, fabricado pela Boeing (US$ 5,7 bilhões). Para desconforto dos especialistas, e para alegria dos acionistas da Dassault, Lula e Jobim preferiram o lanterninha Rafale. Os brasileiros vão desembolsar US$ 6,2 bilhões (ou R$ 11,4 bilhões) para que os pilotos da FAB voem nos caças que não desejaram. A justificativa para o injustificável foi uma misteriosa “parceria estratégica” com a França.
Agora que o Carnaval passou, os responsáveis pela escolha precisam deixar de conversa fiada e buscarem explicações mais convincentes para a transação bilionária. O país que presta está exausto de eufemismos espertos. A novilíngua da Era Lula já transformou ladroagem em “recursos não-contabilizados” e fez dinheiro sujo virar “caixa 2″. Os dois truques tentaram camuflar negociações suspeitíssimas entre os partidos que hoje compõem a base parlamentar do Planalto. Para quem enxerga, é uma base alugada. Para o governo, é uma parceria estratégica.
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