Caso Zapata
Fidel elogia silêncio de Lula
Agencias, 2/03/2010
Postura de Lula no caso do prisioneiro político Orlando Zapata, que morreu após 85 dias de greve de fome, é defendida pelo ex-presidente de Cuba.
Fidel Castro afirmou que o presidente brasileiro, que vem sendo acusado de ignorar o episódio durante sua recente visita a Havana, “sabe há muitos anos que em nosso país [Cuba] jamais houve tortura, jamais houve ordens para assassinatos de adversários, jamais mentimos ao povo. Sabe que a verdade é companheira inseparável de seus amigos cubanos”.
Lula afirmou que “um cidadão que entra em greve de fome está fazendo uma opção. Na minha opinião, uma opção equivocada”, ressaltando ainda que já recorreu a esse tipo de protesto no passado, mas que jamais o faria de novo. Os elogios de Fidel a Lula foram divulgados em um artigo publicado pela imprensa oficial de Cuba.
Leia mais:
Agrava-se a repressão em Cuba no enterro de Zapata
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 2 de março de 2010
1735) Manual de diplomacia pratica: continuidade do exercicio
Manual de diplomacia prática, 6: prioridades
Por Paulo Roberto de Almeida
Via Política, 1/03/2010
Prioridades, normalmente, estão no topo da atuação diplomática dos Estados que possuem uma visão clara de seus objetivos nacionais, com respeito aos benefícios que se espera retirar de uma determinada relação bilateral ou de um empreendimento qualquer no plano regional ou multilateral. Uma velha regra de senso comum pretende que quando existem muitas prioridades, não existe nenhuma prioridade bem estabelecida. Isso justifica a conveniência de que a lista de prioridades seja relativamente reduzida, de forma a se atribuir a importância devida ao que é realmente importante, não multiplicar as frentes de trabalho ao sabor das viagens diplomáticas de alto nível.
Prioridades nas relações exteriores
É da natureza humana, ou da ordem natural das coisas que pessoas e sociedades desejem sempre retirar bem mais de uma relação do que o investimento realizado em contrapartida. Por isso mesmo, o que se busca, normalmente, é elevar ao máximo a qualidade da interação, de maneira a ter uma alta taxa de retorno. Em outros termos, e de modo bem direto, quanto mais assimétrica for a relação, melhor para a parte supostamente “atrasada”, uma vez que a transferência direta e indireta terá um grau máximo de aproveitamento, nas duas direções, aliás, já que sempre haverá “compensações” comensuráveis que a parte reconhecidamente avançada pode retirar de seu parceiro “inferior”, mesmo que seja o menor custo de bens, serviços e mão-de-obra. Inversamente, uma prioridade colocada numa relação pretensamente “simétrica” pode redundar em ganhos marginais para ambas as partes, já que o potencial de transferências será necessariamente menor.
Mesmo numa situação “multilateral”, sem a possibilidade da barganha direta que ocorre no relacionamento dito “assimétrico”, as apostas devem sempre ser colocadas no plano de maior desafio no desempenho comportamental, uma vez que todo país, desejoso de elevar-se na escala do desenvolvimento econômico-tecnológico, deve sempre visar mais alto do que o seu benchmark aferido. O critério de escolha das prioridades nacionais, necessariamente seletivas e restritas, deve, portanto, obedecer aos princípios da maior eficiência e do maior retorno, o que recomenda um número limitado de “apostas”, uma vez que estas demandarão concentração de recursos que são, por definição, escassos.
Por isso, “simpatias” em virtude de afinidades – de quaisquer tipos – não são, via de regra, as melhores escolhas a serem feitas. Em conclusão, as prioridades, em número limitado, são mais o resultado de um estudo detalhado das complementaridades recíprocas que podem ser estabelecidas com algum parceiro verdadeiramente estratégico – e este sempre será, por definição, mais capaz do que o próprio país no terreno visado para a cooperação – do que o resultado de algum impulso subjetivo com base em suposta afinidade de interesses. Esses interesses não precisam ser absolutamente simétricos para que o caráter estratégico da relação possa ser concretizado – ao contrário: eles podem ser relativamente assimétricos – desde que o objetivo principal visado pelo propositor da relação estratégica esteja contemplado na gama reduzida de prioridades nacionais realmente “prioritárias” e que o foco da relação se situe mais no atingimento de fins do que na definição de meios. Com efeito, pode-se eventualmente extrair mais de uma relação construída com base nas diferenças do que nas semelhanças, já que complementaridades e vantagens comparativas têm esse exato suporte na realidade.
27/2/2010
Fonte: ViaPolítica/O autor
Avançando na publicação do “Manual de diplomacia prática”, esta é o sexto capítulo do artigo dividido pelo autor em 10 edições. Leia a primeira parte aqui, a segunda aqui, a terceira parte aqui, a quarta aqui e a quinta aqui.
http://diplomatizzando.blogspot.com/
www.pralmeida.org
Paulo Roberto de Almeida é Doutor em Ciências Sociais e diplomata de carreira.
Mais sobre Paulo Roberto de Almeida
Por Paulo Roberto de Almeida
Via Política, 1/03/2010
Prioridades, normalmente, estão no topo da atuação diplomática dos Estados que possuem uma visão clara de seus objetivos nacionais, com respeito aos benefícios que se espera retirar de uma determinada relação bilateral ou de um empreendimento qualquer no plano regional ou multilateral. Uma velha regra de senso comum pretende que quando existem muitas prioridades, não existe nenhuma prioridade bem estabelecida. Isso justifica a conveniência de que a lista de prioridades seja relativamente reduzida, de forma a se atribuir a importância devida ao que é realmente importante, não multiplicar as frentes de trabalho ao sabor das viagens diplomáticas de alto nível.
Prioridades nas relações exteriores
É da natureza humana, ou da ordem natural das coisas que pessoas e sociedades desejem sempre retirar bem mais de uma relação do que o investimento realizado em contrapartida. Por isso mesmo, o que se busca, normalmente, é elevar ao máximo a qualidade da interação, de maneira a ter uma alta taxa de retorno. Em outros termos, e de modo bem direto, quanto mais assimétrica for a relação, melhor para a parte supostamente “atrasada”, uma vez que a transferência direta e indireta terá um grau máximo de aproveitamento, nas duas direções, aliás, já que sempre haverá “compensações” comensuráveis que a parte reconhecidamente avançada pode retirar de seu parceiro “inferior”, mesmo que seja o menor custo de bens, serviços e mão-de-obra. Inversamente, uma prioridade colocada numa relação pretensamente “simétrica” pode redundar em ganhos marginais para ambas as partes, já que o potencial de transferências será necessariamente menor.
Mesmo numa situação “multilateral”, sem a possibilidade da barganha direta que ocorre no relacionamento dito “assimétrico”, as apostas devem sempre ser colocadas no plano de maior desafio no desempenho comportamental, uma vez que todo país, desejoso de elevar-se na escala do desenvolvimento econômico-tecnológico, deve sempre visar mais alto do que o seu benchmark aferido. O critério de escolha das prioridades nacionais, necessariamente seletivas e restritas, deve, portanto, obedecer aos princípios da maior eficiência e do maior retorno, o que recomenda um número limitado de “apostas”, uma vez que estas demandarão concentração de recursos que são, por definição, escassos.
Por isso, “simpatias” em virtude de afinidades – de quaisquer tipos – não são, via de regra, as melhores escolhas a serem feitas. Em conclusão, as prioridades, em número limitado, são mais o resultado de um estudo detalhado das complementaridades recíprocas que podem ser estabelecidas com algum parceiro verdadeiramente estratégico – e este sempre será, por definição, mais capaz do que o próprio país no terreno visado para a cooperação – do que o resultado de algum impulso subjetivo com base em suposta afinidade de interesses. Esses interesses não precisam ser absolutamente simétricos para que o caráter estratégico da relação possa ser concretizado – ao contrário: eles podem ser relativamente assimétricos – desde que o objetivo principal visado pelo propositor da relação estratégica esteja contemplado na gama reduzida de prioridades nacionais realmente “prioritárias” e que o foco da relação se situe mais no atingimento de fins do que na definição de meios. Com efeito, pode-se eventualmente extrair mais de uma relação construída com base nas diferenças do que nas semelhanças, já que complementaridades e vantagens comparativas têm esse exato suporte na realidade.
27/2/2010
Fonte: ViaPolítica/O autor
Avançando na publicação do “Manual de diplomacia prática”, esta é o sexto capítulo do artigo dividido pelo autor em 10 edições. Leia a primeira parte aqui, a segunda aqui, a terceira parte aqui, a quarta aqui e a quinta aqui.
http://diplomatizzando.blogspot.com/
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Paulo Roberto de Almeida é Doutor em Ciências Sociais e diplomata de carreira.
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1734) A cooperacao internacional para... o terrorismo
Juez español: cooperacíon de Venezuela a la alianza FARC-ETA
Yoldi
El País, 2.03.2010
La Audiencia Nacional tiene indicios de que hubo una “cooperación gubernamental venezolana en la ilícita colaboración entre las FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia) y ETA”, especialmente por medio del etarra Arturo Cubillas Fontán, responsable del colectivo de ETA en esa zona de América y que en 2005 fue nombrado director adscrito a la Oficina de Administración y Servicios del Ministerio de Agricultura y Tierras de Venezuela. Así consta en el auto del juez Eloy Velasco, que ha procesado por tenencia de explosivos, colaboración con banda terrorista y conspiración para cometer homicidios terroristas a seis presuntos miembros de ETA y siete de las FARC.
ETA se comprometió a localizar objetivos terroristas para las FARC en España
El magistrado ha remitido su resolución a los ministerios de Asuntos Exteriores y de Interior españoles para que realicen gestiones ante las autoridades cubanas y, especialmente, ante las venezolanas, para que éstas cooperen y procedan a la extradición de algunos de los procesados, en especial Cubillas, “pues obran diligencias en este procedimiento que ponen de manifiesto la cooperación gubernamental venezolana en la ilícita colaboración entre las FARC y ETA”.
Ayer mismo, el ministro Miguel Ángel Moratinos llamó a Chávez para pedir explicaciones sobre esta cuestión.
Cubillas, responsable del colectivo de ETA en Venezuela, participó de forma decisiva, según el auto, en la intensificación de contactos entre ETA y las FARC. Por un lado, varios miembros de ETA recibieron cursos de adiestramiento militar en campamentos de las FARC en la selva colombiana y, como contrapartida, ETA se comprometió a la localización en España de objetivos de acción terrorista por parte de los colombianos. Así, entre los citados objetivos figuraban el ex presidente colombiano Andrés Pastrana; la ex embajadora en España Noemí Sanín Posada; el ex candidato presidencial y dos veces alcalde de Bogotá Antanas Mockus; el vicepresidente Francisco Santos y otros cargos políticos y militares colombianos contra los que iban a atentar durante su estancia en España. Más adelante, a la lista añadieron el periodista y ex guerrillero del Ejército Popular de Liberación ya fallecido Bernardo Gutiérrez; el senador Carlos Ardile e incluso en la última etapa, al propio presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Entre marzo y septiembre de 2000, el miembro de las FARC Victor Ramón Vargas Salazar, Chato, siguiendo instrucciones del dirigente de la organización terrorista Edgar Gustavo Navarro Morales, El Mocho, viajó a España en dos ocasiones para realizar vigilancias de la Embajada colombiana en Madrid y para controlar los itinerarios de Pastrana.
El auto del juez Eloy Velasco destaca que dos etarras, Ignacio Domínguez Achalandabaso, Txomin, y otro apodado Martín Capa, impartieron un cursillo terrorista en la selva venezolana, en una finca cercana a Guadalito, en el Estado de Apure. Fueron unos 20 días en jornadas de dos horas a 13 miembros de las FARC y a otros siete del FLB, todo bajo la dirección del comandante Pizarro, sobre técnicas avanzadas de manejo del explosivo C4, un plástico de mayor capacidad destructiva que la dinamita, pero de menor volumen, de fácil adquisición en Venezuela. Domínguez se encargó del adiestramiento de la iniciación de los explosivos por medio de teléfonos móviles.
El curso fue repetido a miembros del denominado Bloque Caribe de las FARC y al mismo, según la resolución del juez Velasco, “acudieron viajando por tierra vía Maracaibo, con el conocimiento y la compañía de una persona que vestía chaleco con escudo de la DIM (Dirección de Inteligencia Militar, de Venezuela) y de un vehículo escolta con militares venezolanos”. El curso fue gestionado y organizado por Arturo Cubillas, por parte de ETA, y Remedios García Albert, La Médica, miembro de la comisión de las FARC que despachaba con el comandante Luciano Martín Arango, Iván Márquez, y Omar Arturo Zabala, Lucas Gualdrón.
Los etarras Carlos, identificado como José María Zaldúa Corta, Aitona, y otro apodado Schumacher, cuya identidad no ha sido establecida todavía, también impartieron cursos a miembros de las FARC sobre la aplicación de técnicas de guerrilla urbana, uso de explosivos y la confección de artefactos activados por movimiento o mediante móviles.
En 2003, los cursos fueron impartidos por guerrilleros de las FARC a cuatro integrantes de ETA sobre fabricación y utilización de morteros tipo JOTAKE.
Gran parte de la información se ha obtenido de los documentos intervenidos al jefe de las FARC Raúl Reyes, muerto en enfrentamiento con el ejército colombiano el 1 de marzo de 2008 en un campamento en la frontera con Ecuador.
Los procesados, para los que se ha ordenado la prisión y busca y captura internacional, son: Arturo Cubillas Fontán, José Ignacio Echarte Urbieta, José Ángel Urtiaga Martínez, José Miguel Arrugaeta San Emeterio, Ignacio Domínguez Achalandabaso y José María Zaldúa Corta, por parte de ETA; y Emiro del Carmen Ropero Suárez, Rodrigo Granda Escobar, Víctor Ramón Vargas Salazar, Edgar Gustavo Navarro Morales, Luciano Martín Arango y Omar Arturo Zabala Padilla, por parte de las FARC. Remedios García Albert, que reside en España, ha sido citada a declarar el próximo 24 de marzo.
Yoldi
El País, 2.03.2010
La Audiencia Nacional tiene indicios de que hubo una “cooperación gubernamental venezolana en la ilícita colaboración entre las FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia) y ETA”, especialmente por medio del etarra Arturo Cubillas Fontán, responsable del colectivo de ETA en esa zona de América y que en 2005 fue nombrado director adscrito a la Oficina de Administración y Servicios del Ministerio de Agricultura y Tierras de Venezuela. Así consta en el auto del juez Eloy Velasco, que ha procesado por tenencia de explosivos, colaboración con banda terrorista y conspiración para cometer homicidios terroristas a seis presuntos miembros de ETA y siete de las FARC.
ETA se comprometió a localizar objetivos terroristas para las FARC en España
El magistrado ha remitido su resolución a los ministerios de Asuntos Exteriores y de Interior españoles para que realicen gestiones ante las autoridades cubanas y, especialmente, ante las venezolanas, para que éstas cooperen y procedan a la extradición de algunos de los procesados, en especial Cubillas, “pues obran diligencias en este procedimiento que ponen de manifiesto la cooperación gubernamental venezolana en la ilícita colaboración entre las FARC y ETA”.
Ayer mismo, el ministro Miguel Ángel Moratinos llamó a Chávez para pedir explicaciones sobre esta cuestión.
Cubillas, responsable del colectivo de ETA en Venezuela, participó de forma decisiva, según el auto, en la intensificación de contactos entre ETA y las FARC. Por un lado, varios miembros de ETA recibieron cursos de adiestramiento militar en campamentos de las FARC en la selva colombiana y, como contrapartida, ETA se comprometió a la localización en España de objetivos de acción terrorista por parte de los colombianos. Así, entre los citados objetivos figuraban el ex presidente colombiano Andrés Pastrana; la ex embajadora en España Noemí Sanín Posada; el ex candidato presidencial y dos veces alcalde de Bogotá Antanas Mockus; el vicepresidente Francisco Santos y otros cargos políticos y militares colombianos contra los que iban a atentar durante su estancia en España. Más adelante, a la lista añadieron el periodista y ex guerrillero del Ejército Popular de Liberación ya fallecido Bernardo Gutiérrez; el senador Carlos Ardile e incluso en la última etapa, al propio presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Entre marzo y septiembre de 2000, el miembro de las FARC Victor Ramón Vargas Salazar, Chato, siguiendo instrucciones del dirigente de la organización terrorista Edgar Gustavo Navarro Morales, El Mocho, viajó a España en dos ocasiones para realizar vigilancias de la Embajada colombiana en Madrid y para controlar los itinerarios de Pastrana.
El auto del juez Eloy Velasco destaca que dos etarras, Ignacio Domínguez Achalandabaso, Txomin, y otro apodado Martín Capa, impartieron un cursillo terrorista en la selva venezolana, en una finca cercana a Guadalito, en el Estado de Apure. Fueron unos 20 días en jornadas de dos horas a 13 miembros de las FARC y a otros siete del FLB, todo bajo la dirección del comandante Pizarro, sobre técnicas avanzadas de manejo del explosivo C4, un plástico de mayor capacidad destructiva que la dinamita, pero de menor volumen, de fácil adquisición en Venezuela. Domínguez se encargó del adiestramiento de la iniciación de los explosivos por medio de teléfonos móviles.
El curso fue repetido a miembros del denominado Bloque Caribe de las FARC y al mismo, según la resolución del juez Velasco, “acudieron viajando por tierra vía Maracaibo, con el conocimiento y la compañía de una persona que vestía chaleco con escudo de la DIM (Dirección de Inteligencia Militar, de Venezuela) y de un vehículo escolta con militares venezolanos”. El curso fue gestionado y organizado por Arturo Cubillas, por parte de ETA, y Remedios García Albert, La Médica, miembro de la comisión de las FARC que despachaba con el comandante Luciano Martín Arango, Iván Márquez, y Omar Arturo Zabala, Lucas Gualdrón.
Los etarras Carlos, identificado como José María Zaldúa Corta, Aitona, y otro apodado Schumacher, cuya identidad no ha sido establecida todavía, también impartieron cursos a miembros de las FARC sobre la aplicación de técnicas de guerrilla urbana, uso de explosivos y la confección de artefactos activados por movimiento o mediante móviles.
En 2003, los cursos fueron impartidos por guerrilleros de las FARC a cuatro integrantes de ETA sobre fabricación y utilización de morteros tipo JOTAKE.
Gran parte de la información se ha obtenido de los documentos intervenidos al jefe de las FARC Raúl Reyes, muerto en enfrentamiento con el ejército colombiano el 1 de marzo de 2008 en un campamento en la frontera con Ecuador.
Los procesados, para los que se ha ordenado la prisión y busca y captura internacional, son: Arturo Cubillas Fontán, José Ignacio Echarte Urbieta, José Ángel Urtiaga Martínez, José Miguel Arrugaeta San Emeterio, Ignacio Domínguez Achalandabaso y José María Zaldúa Corta, por parte de ETA; y Emiro del Carmen Ropero Suárez, Rodrigo Granda Escobar, Víctor Ramón Vargas Salazar, Edgar Gustavo Navarro Morales, Luciano Martín Arango y Omar Arturo Zabala Padilla, por parte de las FARC. Remedios García Albert, que reside en España, ha sido citada a declarar el próximo 24 de marzo.
1733) Meu proximo celular sera um iPhone...
Com desculpas pela propaganda indevida...
Valor lança aplicativo para iPhone
Valor Econômico, 01/03/2010
SÃO PAULO - O Valor Econômico lança nesta segunda-feira seu aplicativo para iPhone. Com ele, o leitor poderá acompanhar no celular da Apple os principais acontecimentos do dia, preços de ações, cotações de moedas e indicadores econômicos, além de acompanhar sua carteira e salvar as notícias de seu interesse em uma pasta de favoritas.
O dispositivo, criado em parceria com a empresa de soluções para aparelhos móveis Mobimarket, nasce como o primeiro aplicativo brasileiro especializado em conteúdo de economia, finanças e negócios. Também é o primeiro aplicativo nacional de notícias integrado com o Twitter. É possível compartilhar o link da notícia e um comentário, e a publicação na rede de microblogs é feita diretamente da ferramenta.
Na tela inicial, o leitor já encontra as informações mais relevantes do momento - as notícias de destaque e cotações rápidas do dólar e do Ibovespa. O noticiário indispensável do dia está no canal Notícias, cujo conteúdo é organizado por editorias semelhantes às do jornal e do website do Valor. O leitor tem acesso ao texto integral e pode guardar as matérias preferidas em uma área de favoritos. Para compartilhá-las, basta escolher entre publicar no Twitter ou encaminhar o texto para um amigo, por email.
Outro canal é o Ações, que traz cotações dos papéis negociados na BM & FBovespa. O usuário pode acompanhar as oscilações de preço, pesquisar os ativos pelo nome ou pela sigla correspondente e, ainda, montar e salvar sua carteira de ações. As informações sobre os papéis são completas: preço, variação, volume negociado, cotações máximas e mínimas do dia, e a evolução do ativo em gráfico que pode abranger 1 dia, 5 dias ou 1 mês, conforme a escolha.
Para completar o pacote de informações indispensáveis ao usuário interessado em economia e investimentos, o aplicativo tem uma área de índices. Nele estão disponíveis cotações de moedas estrangeiras e indicadores macroeconômicos (como inflação e taxas de juros), com a mesma frequência de atualização do website.
Apesar de a campanha de lançamento começar nesta segunda, o programa já está disponível para download gratuito na loja da Apple. Mesmo antes do início da divulgação, o Valor já ocupa os primeiros lugares na lista de aplicativos de notícias disponíveis na App Store Brasil. O link para baixar o programa encontra-se em http://www.valoronline.com.br/Mobile/Default.aspx .
O aplicativo para iPhone é mais uma alternativa para acompanhar o Valor em dispositivos móveis. Os donos de smartphones podem acessar o site móvel do jornal pelo link m.valor.com.br e receber, além das últimas notícias e cotações, as principais reportagens e resumos das colunas do jornal impresso. Ao mesmo tempo em que trabalhou no lançamento do aplicativo para iPhone, o Valor remodelou seu site móvel, tornando a navegação mais amigável e o layout, mais atraente. Cotações e indicadores também passaram a fazer parte do conteúdo do site para smartphones.
A mobilidade vem se juntar às iniciativas da plataforma digital do Valor, que já oferece ao leitor as oportunidades de acompanhar as notícias no Twitter, em sua página personalizada no iGoogle, em newsletters e em dois formatos na web - em texto e no jornal digital - uma cópia eletrônica fiel das páginas impressas, que podem ser " folheadas " como se faz com o papel. O aplicativo também faz parte das novidades planejadas pela empresa para 2010, quando o jornal completa dez anos de existência.
Leia mais: http://www.valoronline.com.br/?online/geral/228/6130139/valor-lanca-aplicativo-para-iphone&utm_source=newsletter&utm_medium=tarde_01032010&utm_campaign=informativo#ixzz0gzabCpSM
Valor lança aplicativo para iPhone
Valor Econômico, 01/03/2010
SÃO PAULO - O Valor Econômico lança nesta segunda-feira seu aplicativo para iPhone. Com ele, o leitor poderá acompanhar no celular da Apple os principais acontecimentos do dia, preços de ações, cotações de moedas e indicadores econômicos, além de acompanhar sua carteira e salvar as notícias de seu interesse em uma pasta de favoritas.
O dispositivo, criado em parceria com a empresa de soluções para aparelhos móveis Mobimarket, nasce como o primeiro aplicativo brasileiro especializado em conteúdo de economia, finanças e negócios. Também é o primeiro aplicativo nacional de notícias integrado com o Twitter. É possível compartilhar o link da notícia e um comentário, e a publicação na rede de microblogs é feita diretamente da ferramenta.
Na tela inicial, o leitor já encontra as informações mais relevantes do momento - as notícias de destaque e cotações rápidas do dólar e do Ibovespa. O noticiário indispensável do dia está no canal Notícias, cujo conteúdo é organizado por editorias semelhantes às do jornal e do website do Valor. O leitor tem acesso ao texto integral e pode guardar as matérias preferidas em uma área de favoritos. Para compartilhá-las, basta escolher entre publicar no Twitter ou encaminhar o texto para um amigo, por email.
Outro canal é o Ações, que traz cotações dos papéis negociados na BM & FBovespa. O usuário pode acompanhar as oscilações de preço, pesquisar os ativos pelo nome ou pela sigla correspondente e, ainda, montar e salvar sua carteira de ações. As informações sobre os papéis são completas: preço, variação, volume negociado, cotações máximas e mínimas do dia, e a evolução do ativo em gráfico que pode abranger 1 dia, 5 dias ou 1 mês, conforme a escolha.
Para completar o pacote de informações indispensáveis ao usuário interessado em economia e investimentos, o aplicativo tem uma área de índices. Nele estão disponíveis cotações de moedas estrangeiras e indicadores macroeconômicos (como inflação e taxas de juros), com a mesma frequência de atualização do website.
Apesar de a campanha de lançamento começar nesta segunda, o programa já está disponível para download gratuito na loja da Apple. Mesmo antes do início da divulgação, o Valor já ocupa os primeiros lugares na lista de aplicativos de notícias disponíveis na App Store Brasil. O link para baixar o programa encontra-se em http://www.valoronline.com.br/Mobile/Default.aspx .
O aplicativo para iPhone é mais uma alternativa para acompanhar o Valor em dispositivos móveis. Os donos de smartphones podem acessar o site móvel do jornal pelo link m.valor.com.br e receber, além das últimas notícias e cotações, as principais reportagens e resumos das colunas do jornal impresso. Ao mesmo tempo em que trabalhou no lançamento do aplicativo para iPhone, o Valor remodelou seu site móvel, tornando a navegação mais amigável e o layout, mais atraente. Cotações e indicadores também passaram a fazer parte do conteúdo do site para smartphones.
A mobilidade vem se juntar às iniciativas da plataforma digital do Valor, que já oferece ao leitor as oportunidades de acompanhar as notícias no Twitter, em sua página personalizada no iGoogle, em newsletters e em dois formatos na web - em texto e no jornal digital - uma cópia eletrônica fiel das páginas impressas, que podem ser " folheadas " como se faz com o papel. O aplicativo também faz parte das novidades planejadas pela empresa para 2010, quando o jornal completa dez anos de existência.
Leia mais: http://www.valoronline.com.br/?online/geral/228/6130139/valor-lanca-aplicativo-para-iphone&utm_source=newsletter&utm_medium=tarde_01032010&utm_campaign=informativo#ixzz0gzabCpSM
1732) O racismo em construção (vamos inverter a coisa...)
Recebo, em minha caixa de correspondência da UnB, a seguinte mensagem-convite:
ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO
PENSAMENTO NEGRO CONTEMPORÂNEO
O Decanato de Extensão (DEX) informa que estarão abertas de 3 a 12 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Negro Contemporâneo - 1/2010, promovido pelo Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX).
(...)
O conteúdo programático abrange temas como racismo, representação social, resistência negra no Brasil, cultura e identidade negra, políticas de ações afirmativas, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início previsto a partir de 8 de março, o curso é gratuito e tem carga horária de 60 horas-aula.
(...)
Local de Inscrição e Informações:
Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) –Decanato de Extensão - Prédio da Reitoria - Telefone: 3307-2610 r/ 24 , com Fabiana Gomes e Gardênia Nogueira, de 3/3 (quarta-feira ) a 12/03/10 (sexta-feira), das 8h30 às 11h40 e das 14h30 às 17h30
Saiba mais
O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento EnegreSer, que vinha discutindo essa estratégia de curso para fortalecimento da temática e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação afirmativa desenvolvido pela universidade nos últimos anos,...
Transcrevi seletivamente, as partes que me pareceram mais significativas.
Não vou escrever nada contra essa manifestação de racismo explícito.
Vou apenas inverter os termos do problema, à la Ionesco, teatro do absurdo...
ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO
PENSAMENTO BRANCO CONTEMPORÂNEO
O Decanato de Extensão (DEX) informa que estarão abertas de 3 a 12 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Branco Contemporâneo - 1/2010, promovido pelo Núcleo de Promoção da Desigualdade Racial
(...)
O conteúdo programático abrange temas como inferioridade racial e desigualdades natas entre raças, representação social da elite majoritária, resistência branca no Brasil contra a mistura de raças, cultura e identidade ariana, políticas de ações defensivas contra a miscigenação racial, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início previsto a partir de 8 de março, o curso é exclusivo para a raça branca...
(...)
O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento Supremacia Branca, que vinha discutindo essa estratégia de curso para fortalecimento da temática da separação racial e do Apartheid no Brasil e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação defensiva desenvolvida pela universidade nos últimos anos em prol da separação de raças,...
It's crazy, n'est-ce-pas?
ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO
PENSAMENTO NEGRO CONTEMPORÂNEO
O Decanato de Extensão (DEX) informa que estarão abertas de 3 a 12 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Negro Contemporâneo - 1/2010, promovido pelo Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX).
(...)
O conteúdo programático abrange temas como racismo, representação social, resistência negra no Brasil, cultura e identidade negra, políticas de ações afirmativas, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início previsto a partir de 8 de março, o curso é gratuito e tem carga horária de 60 horas-aula.
(...)
Local de Inscrição e Informações:
Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) –Decanato de Extensão - Prédio da Reitoria - Telefone: 3307-2610 r/ 24 , com Fabiana Gomes e Gardênia Nogueira, de 3/3 (quarta-feira ) a 12/03/10 (sexta-feira), das 8h30 às 11h40 e das 14h30 às 17h30
Saiba mais
O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento EnegreSer, que vinha discutindo essa estratégia de curso para fortalecimento da temática e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação afirmativa desenvolvido pela universidade nos últimos anos,...
Transcrevi seletivamente, as partes que me pareceram mais significativas.
Não vou escrever nada contra essa manifestação de racismo explícito.
Vou apenas inverter os termos do problema, à la Ionesco, teatro do absurdo...
ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO
PENSAMENTO BRANCO CONTEMPORÂNEO
O Decanato de Extensão (DEX) informa que estarão abertas de 3 a 12 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Branco Contemporâneo - 1/2010, promovido pelo Núcleo de Promoção da Desigualdade Racial
(...)
O conteúdo programático abrange temas como inferioridade racial e desigualdades natas entre raças, representação social da elite majoritária, resistência branca no Brasil contra a mistura de raças, cultura e identidade ariana, políticas de ações defensivas contra a miscigenação racial, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início previsto a partir de 8 de março, o curso é exclusivo para a raça branca...
(...)
O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento Supremacia Branca, que vinha discutindo essa estratégia de curso para fortalecimento da temática da separação racial e do Apartheid no Brasil e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação defensiva desenvolvida pela universidade nos últimos anos em prol da separação de raças,...
It's crazy, n'est-ce-pas?
segunda-feira, 1 de março de 2010
1731) Ainda o Conselho de Politica Externa para o MRE
Como o barão enfrentará a turba?
Alexandre Barros
O Estado de S. Paulo, 01/03/2010
O governo Lula ensaiou criar um poder paralelo ao Itamaraty na política externa. Nomeou um "quadro partidário" para a Assessoria Especial da Presidência da República para Relações Internacionais. O PT gostou da experiência e vai propor um Conselho Nacional de Política Externa, oficial, para pressionar e fiscalizar a política externa.
Burocracias são regidas pela inércia: difíceis de pôr em movimento, de parar e de mudar de rumo. Os mais marcantes mastodontes burocráticos na administração pública brasileira são os militares e os diplomatas.
Os militares entraram em movimento em 1922 e não pararam até 1964. Davam-se o direito de aprovar ou mudar os governos. Em 64 tomaram o poder e de lá só saíram em 1985. Desde então tentamos resolver os problemas da supremacia civil no Brasil. Não tem sido fácil. Não ajudou nem a sequência de ministros da Defesa desprestigiados, até o que acha que a melhor maneira de controlar os militares é se fantasiar de milico.
O Itamaraty nunca dominou o Brasil - mas é o Ministério que tem maior capilaridade no governo, mantendo diplomatas em todos os Ministérios e outros órgãos acessórios. Porém sempre fez o possível, sem tanques nem canhões, para manter sua autonomia e fazer mais ou menos o que bem entendia, independentemente do governo da hora.
De vez em quando era preciso dar os anéis para não perder os dedos. Deu os anéis durante o regime militar, mas conseguiu não ter nenhum coronel "lá dentro", nem na Divisão de Segurança e Informações. Preferiu sacrificar diplomatas para fazerem as coisas de que ninguém gostava a deixar entrar um militar. Expulsou Vinicius de Moraes e cortou a carreira de um estudante aprovado no concurso do Instituto Rio Branco antes mesmo de ele começar o curso.
Presidentes podiam nomear o ministro que quisessem, diplomata ou não, mas se era "de fora" a burocracia "da casa" sempre tratava de lhe impor limites com punhos de renda. Quando o ministro não era "da carreira", sapecavam-lhe um secretário-geral cuja principal tarefa era não deixar que "saísse da linha". Os oficiais de gabinete que cercavam o ministro cuidavam de tornar sua estada agradável, prazerosa e quase sempre inócua. Quando o ministro era "da casa", não era necessário gente forte nos cargos de baixo. Linhagens familiares perpetuavam-se no Itamaraty: filhos, netos, bisnetos.
O governo Lula trouxe uma mudança curiosa: a combinação de um ministro da casa que gostava de fazer as mesmas coisas que o presidente, dando a impressão de que havia uma grande discrepância entre a política do Ministério e a do governo. Não havia. A maioria dos diplomatas apoiava a política porque em burocracias fechadas (a única porta de entrada é o concurso de admissão, sem entrada lateral) a primeira regra que os novos aprendem é que manda quem pode e obedece quem tem juízo.
O PT gostou dessa festa da coincidência entre os gostos do ministro e os desejos do presidente e resolveu tentar institucionalizar esse esquema, criando um Conselho Nacional de Política Externa (oficial, repita-se) para assessorar e pressionar o Itamaraty.
Se você gosta da política externa, pode tirar o cavalo da chuva. Se esse conselho for criado, ela vai piorar muito. Se você não gosta, aí, então, nem se fala.
Política externa, mal ou bem, tem de ter alguma continuidade e alguma previsibilidade. No momento em que se coloca a possibilidade da turba mandando em política externa, estamos em maus lençóis. Pode ser que agora apareça uma coisa que eu pensei que tivesse desaparecido durante o governo Lula: a militância externa.
Achei que Lula tinha acabado com a máquina petista, mas não. Ela estava só dormente porque não conseguia competir com o carisma e a liderança pessoal de Lula. No momento em que Lula não mais poderá continuar, sentado que está na cadeira terminal de presidente em segundo mandato, a máquina partidária começa suas tentativas de se apoderar do poder - e o tal conselho é um caminho perigoso para isso.
Numa democracia liberal (e ainda estamos nela) é perfeitamente legítimo os governantes presumirem que, se alguém não expressa o seu interesse, esse alguém não tem interesse. E um dos fatos mais marcantes da política externa brasileira foi que o quase-monopólio que o Itamaraty manobrou com muita competência (às vezes maior, às vezes menor) conseguiu impedir a criação de grupos fortes interessados em política externa. Era muito difícil influenciar o Itamaraty no sentido de defender interesses particulares, mesmo quando estes coincidiam com os interesses do País.
Em outras palavras: o empresariado brasileiro acomodou-se, indo sempre a reboque da política do Itamaraty. Nunca tentou seriamente criar mecanismos de influenciação para que uma parte da política externa pudesse ser feita profissionalmente e outra pudesse ser feita a partir de interesses legítimos de grupos que exportam, investem e atuam internacionalmente.
Nunca tivemos no Brasil uma instituição como o Council on Foreign Relations, que expressa, com toda a cortesia que se espera, é claro, os interesses da elite norte-americana em matéria de política externa.
Ainda não é tarde demais. O conselho do PT ainda não foi criado, mas ou quem tem interesses faz alguma coisa ou esta rodada será perdida, e com grandes prejuízos.
Será que o barão vai ter de enfrentar a turba sozinho?
P. S.: Se você quiser se aprofundar mais sobre o assunto, pode ler o meu artigo Política exterior brasileña y el mito del barón, na revista Foro Internacional, 93 (vol. XXIV, número 1, Julio-Septiembre 1983, pp. 1-20): México, DF, México.
Alexandre Barros
O Estado de S. Paulo, 01/03/2010
O governo Lula ensaiou criar um poder paralelo ao Itamaraty na política externa. Nomeou um "quadro partidário" para a Assessoria Especial da Presidência da República para Relações Internacionais. O PT gostou da experiência e vai propor um Conselho Nacional de Política Externa, oficial, para pressionar e fiscalizar a política externa.
Burocracias são regidas pela inércia: difíceis de pôr em movimento, de parar e de mudar de rumo. Os mais marcantes mastodontes burocráticos na administração pública brasileira são os militares e os diplomatas.
Os militares entraram em movimento em 1922 e não pararam até 1964. Davam-se o direito de aprovar ou mudar os governos. Em 64 tomaram o poder e de lá só saíram em 1985. Desde então tentamos resolver os problemas da supremacia civil no Brasil. Não tem sido fácil. Não ajudou nem a sequência de ministros da Defesa desprestigiados, até o que acha que a melhor maneira de controlar os militares é se fantasiar de milico.
O Itamaraty nunca dominou o Brasil - mas é o Ministério que tem maior capilaridade no governo, mantendo diplomatas em todos os Ministérios e outros órgãos acessórios. Porém sempre fez o possível, sem tanques nem canhões, para manter sua autonomia e fazer mais ou menos o que bem entendia, independentemente do governo da hora.
De vez em quando era preciso dar os anéis para não perder os dedos. Deu os anéis durante o regime militar, mas conseguiu não ter nenhum coronel "lá dentro", nem na Divisão de Segurança e Informações. Preferiu sacrificar diplomatas para fazerem as coisas de que ninguém gostava a deixar entrar um militar. Expulsou Vinicius de Moraes e cortou a carreira de um estudante aprovado no concurso do Instituto Rio Branco antes mesmo de ele começar o curso.
Presidentes podiam nomear o ministro que quisessem, diplomata ou não, mas se era "de fora" a burocracia "da casa" sempre tratava de lhe impor limites com punhos de renda. Quando o ministro não era "da carreira", sapecavam-lhe um secretário-geral cuja principal tarefa era não deixar que "saísse da linha". Os oficiais de gabinete que cercavam o ministro cuidavam de tornar sua estada agradável, prazerosa e quase sempre inócua. Quando o ministro era "da casa", não era necessário gente forte nos cargos de baixo. Linhagens familiares perpetuavam-se no Itamaraty: filhos, netos, bisnetos.
O governo Lula trouxe uma mudança curiosa: a combinação de um ministro da casa que gostava de fazer as mesmas coisas que o presidente, dando a impressão de que havia uma grande discrepância entre a política do Ministério e a do governo. Não havia. A maioria dos diplomatas apoiava a política porque em burocracias fechadas (a única porta de entrada é o concurso de admissão, sem entrada lateral) a primeira regra que os novos aprendem é que manda quem pode e obedece quem tem juízo.
O PT gostou dessa festa da coincidência entre os gostos do ministro e os desejos do presidente e resolveu tentar institucionalizar esse esquema, criando um Conselho Nacional de Política Externa (oficial, repita-se) para assessorar e pressionar o Itamaraty.
Se você gosta da política externa, pode tirar o cavalo da chuva. Se esse conselho for criado, ela vai piorar muito. Se você não gosta, aí, então, nem se fala.
Política externa, mal ou bem, tem de ter alguma continuidade e alguma previsibilidade. No momento em que se coloca a possibilidade da turba mandando em política externa, estamos em maus lençóis. Pode ser que agora apareça uma coisa que eu pensei que tivesse desaparecido durante o governo Lula: a militância externa.
Achei que Lula tinha acabado com a máquina petista, mas não. Ela estava só dormente porque não conseguia competir com o carisma e a liderança pessoal de Lula. No momento em que Lula não mais poderá continuar, sentado que está na cadeira terminal de presidente em segundo mandato, a máquina partidária começa suas tentativas de se apoderar do poder - e o tal conselho é um caminho perigoso para isso.
Numa democracia liberal (e ainda estamos nela) é perfeitamente legítimo os governantes presumirem que, se alguém não expressa o seu interesse, esse alguém não tem interesse. E um dos fatos mais marcantes da política externa brasileira foi que o quase-monopólio que o Itamaraty manobrou com muita competência (às vezes maior, às vezes menor) conseguiu impedir a criação de grupos fortes interessados em política externa. Era muito difícil influenciar o Itamaraty no sentido de defender interesses particulares, mesmo quando estes coincidiam com os interesses do País.
Em outras palavras: o empresariado brasileiro acomodou-se, indo sempre a reboque da política do Itamaraty. Nunca tentou seriamente criar mecanismos de influenciação para que uma parte da política externa pudesse ser feita profissionalmente e outra pudesse ser feita a partir de interesses legítimos de grupos que exportam, investem e atuam internacionalmente.
Nunca tivemos no Brasil uma instituição como o Council on Foreign Relations, que expressa, com toda a cortesia que se espera, é claro, os interesses da elite norte-americana em matéria de política externa.
Ainda não é tarde demais. O conselho do PT ainda não foi criado, mas ou quem tem interesses faz alguma coisa ou esta rodada será perdida, e com grandes prejuízos.
Será que o barão vai ter de enfrentar a turba sozinho?
P. S.: Se você quiser se aprofundar mais sobre o assunto, pode ler o meu artigo Política exterior brasileña y el mito del barón, na revista Foro Internacional, 93 (vol. XXIV, número 1, Julio-Septiembre 1983, pp. 1-20): México, DF, México.
1730) Um mundo sem dissidentes é muito melhor...
Por vezes, as palavras traem o que o subconsciente realmente acredita.
Por exemplo, o assessor especial da Presidência da República, que em relação à situação dos direitos humanos em Cuba -- com a morte de um "dissidente" -- tinha dito que "problemas de direitos humanos existem no mundo todo", tentou consertar sua má frase, com uma pior ainda...
Segundo matéria do jornal O Estado de S.Paulo da sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010, ele defendeu a conduta do governo Lula em matéria de direitos humanos
"Segundo Marco Aurélio, existem problemas de direitos humanos em diversos países e o governo Lula tem postura semelhante para todos os casos, preferindo discutir essas questões com os organismos internacionais."
"Declarações contra direitos humanos muitas vezes pode piorar a situação", afirmou Marco Aurélio Garcia. "Uma declaração tonitruante é muito bom para a plateia, mas para o País pode piorar a situação", disse o assessor, citando como exemplo o Sudão, onde depois das críticas à violação dos direitos humanos no país, o governo tomou atitude radical, expulsando organizações não governamentais e organismos internacionais. Marco Aurélio disse que a postura do governo Lula é a mesma do governo anterior. Ele admitiu que a morte do dissidente cubano, Orlando Zapata "é uma situação que incomoda". "Preferia que não tivessem dissidentes", afirmou.
Pois é, como o mundo seria melhor se não tivesse dissidentes, sobretudo em certos países.
Esses dissidentes são um incômodo...
Por exemplo, o assessor especial da Presidência da República, que em relação à situação dos direitos humanos em Cuba -- com a morte de um "dissidente" -- tinha dito que "problemas de direitos humanos existem no mundo todo", tentou consertar sua má frase, com uma pior ainda...
Segundo matéria do jornal O Estado de S.Paulo da sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010, ele defendeu a conduta do governo Lula em matéria de direitos humanos
"Segundo Marco Aurélio, existem problemas de direitos humanos em diversos países e o governo Lula tem postura semelhante para todos os casos, preferindo discutir essas questões com os organismos internacionais."
"Declarações contra direitos humanos muitas vezes pode piorar a situação", afirmou Marco Aurélio Garcia. "Uma declaração tonitruante é muito bom para a plateia, mas para o País pode piorar a situação", disse o assessor, citando como exemplo o Sudão, onde depois das críticas à violação dos direitos humanos no país, o governo tomou atitude radical, expulsando organizações não governamentais e organismos internacionais. Marco Aurélio disse que a postura do governo Lula é a mesma do governo anterior. Ele admitiu que a morte do dissidente cubano, Orlando Zapata "é uma situação que incomoda". "Preferia que não tivessem dissidentes", afirmou.
Pois é, como o mundo seria melhor se não tivesse dissidentes, sobretudo em certos países.
Esses dissidentes são um incômodo...
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