sábado, 17 de abril de 2010

2027) O economista presidente do Corecon-RJ deveria voltar para a Faculdade de Economia

Leiam primeiro a matéria abaixo e depois voltem para o meu comentário inicial:

Acredito que o presidente do Corecon-RJ precise estudar um pouco mais de economia, e também se informar melhor sobre a história da divida externa do Brasil, e sobretudo das condicoes macroeconomicas de sua divida interna, antes de escrever uma peça mal informada, mal refletida, mal argumentada.
Os tres elementos de politica economica que caracterizam o Brasil atualmente -- flexibilidade cambial, metas de inflacao, superavit primario, o que é falacioso, diga-se de passagem -- NUNCA foram exigencia do FMI e sim decisao nacional adotada em acordo com o FMI, desde o segundo acordo feito com o organismo, e que nao constava do primeiro em 1998.
No primeiro, o FMI tentou exigir, sim, é bom que se diga, desvalorização cambial, algo que suponho o articulista também recomende, como metade da burguesia brasileira, o que o Brasil se recusou a fazer. O FMI sempre recomenda desvalorizacao em caso de desequilibrios externos, talvez o presidente do Corecon-RJ não saiba.
O Brasil adotou o regime de metas inflacionarias quando decidiu, por realismo economico, deixar o regime de bandas cambiais pelo de flutuacao, esta é a simples verdade. Se substitui uma ancora pela outra, o que é demonstracao de simples racionalidade, e não de submissao ao FMI.
O que o FMI sempre exigiu, diga-se de passagem como qualquer mãe administrando um orçamento doméstico exigiria, foi equilibrio nas contas públicas, ou seja, não gastar mais do que se arrecada, ou se ganha, no caso familiar.
Isso o Brasil deveria fazer por interesse próprio, não por exigência de qualquer orgao externo, por simples medida de economia doméstica. Ele o fez de modo canhestro, primário, mistificador, com o tal de superavit primário, que só cobre uma parte do serviço da dívida total.
Diga-se de passagem também que a dívida externa não constitui problema, pois ela é pequena em relação ao PIB, e seus juros são menores.
A dívida interna é sim um ENORME problema e isso não tem nada a ver com o FIM, e sim com a capacidade do Estado de gastar mais do que arrecada.
A solução do calote, que o articulista preconiza, seria usada apenas uma vez, pois se supõe que, continuando a haer déficits, não haveria mais emprestadores de dinheiro para o Estado, que assim mergulharia o país na recessão.
O articulista é um irresponsável, ou um ignorante, por propor esta solução.
Sugiro que ele volte para a Faculdade, para estudar um pouco mais de economia...
Paulo Roberto de Almeida
(Dunhuang, 18.04.2010)

A dívida e as contas externas
Paulo Passarinho
Socialismo e Liberdade, Sexta, 16 de abril de 2010

Na última quarta-feira, 14 de abril, Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Henrique Meireles, presidente do Banco Central com status de ministro - "beneficiado" por Lula, em decorrência de acusações que lhe pesam de evasão de divisas, sonegação fiscal e falsidade ideológica - estiveram presentes na Câmara dos Deputados, em depoimento à CPI da Dívida Pública.

Conforme era de se esperar, destilaram otimismo. O endividamento não é preocupante. Para o ministro da Fazenda, a dívida líquida do setor público apresenta uma queda nos últimos anos, as taxas de juros foram reduzidas e o prazo dos títulos da dívida ampliados. A própria dívida externa também seria um problema superado, pois o acúmulo de reservas cambiais nos dá garantias, segurança e capacidade de pagamento. Sobraram elogios até mesmo para a política monetária e as suas metas de inflação, com Mantega enfatizando que não sofremos mais a ingerência do FMI e de bancos internacionais na gestão macroeconômica.

O ministro, que já teve um passado acadêmico com tinturas marxistas, desprezou fatos históricos banais. A adoção da política monetária baseada no modelo de metas inflacionárias, a política fiscal com o objetivo de se alcançar pesadas metas de superávit primário e o regime de câmbio flutuante - características da atual política macroeconômica - foram exigências do último acordo celebrado com o FMI, ainda no tempo de FHC. É verdade que o acordo não mais existe formalmente, mas as políticas recomendadas pelo Fundo deitaram raízes profundas nas cabeças dos nossos dirigentes, a ponto de fazê-los esquecer do passado recente. Com relação à ingerência dos bancos internacionais, talvez o ministro da Fazenda tenha razão: o comando do Banco Central do Brasil por um executivo, ex-presidente mundial do Bank of Boston, como é o caso de Meireles, talvez não se configure propriamente em uma ingerência, mas sim numa intervenção direta de um credor internacional.

Seria tudo apenas patético, não fora a tragédia que essa mesma política representa para milhões de brasileiros que continuam carentes de políticas públicas de qualidade e eficiência, em áreas básicas como a educação, a saúde, a habitação popular, os transportes públicos ou o saneamento.

Conforme tenho constantemente enfatizado, todas essas políticas têm se degradado a olhos vistos nos últimos anos. E dificilmente qualquer análise séria sobre as razões desse processo poderá deixar de lembrar que os recursos públicos para investimentos nessas áreas ficam extremamente prejudicados com as despesas crescentes que as políticas monetária e cambial em vigor acarretam para as contas públicas.

A carga de juros paga anualmente aos credores da dívida pública é gigantesca, nunca inferior a R$ 150 bilhões. No ano passado, por exemplo, chegou ao montante de R$ 169 bilhões, incluindo as despesas da União, de estados, e de municípios, de acordo com o próprio ministro.

Conforme o importante trabalho realizado pela Campanha pela Auditoria Cidadã da Dívida, no ano de 2009, 36% das despesas realizadas no âmbito do Orçamento Geral da União - equivalentes a R$ 380 bilhões!! - foram usadas no pagamento de juros e amortizações. Guido Mantega contestou esse dado, pois ele não considera adequada a inclusão das despesas com o pagamento das amortizações, nesse cálculo.

O deputado Ivan Valente, do PSOL de S.Paulo e proponente original da CPI, lembrou ao ministro que a própria MP 435/2008 permitiu que o Executivo desviasse bilhões de reais de diversas áreas sociais - incluindo recursos da União, arrecadados pela receita dos royalties do petróleo, objeto de recente e ferrenha disputa entre os estados, justamente para o pagamento de amortizações.

Mas nada disso parece abalar as convicções otimistas dos ministros.

A dívida interna em títulos do governo federal ultrapassa hoje a R$ 2 trilhões. Quando Lula assumiu o governo, em janeiro de 2003, a dívida era de R$ 687 bilhões. Se lembrarmos que em janeiro de 1995, quando do início dos governos de FHC, essa dívida era de apenas R$ 59,4 bilhões, dá para se ter uma idéia do que estamos falando em termos de comprometimento das finanças públicas. Com esse tipo de política, baseada em altíssimas taxas de juros, abertura financeira e todo tipo de incentivo à especulação, especialmente por parte de quem têm acesso aos mercados internacionais, não há condição de muita margem de manobra para que políticas voltadas para a maioria da população sejam contempladas com recursos financeiros suficientes.

Nossos atuais dirigentes não se importam com esse tipo de dado. Talvez lhes interessem mais os elogios que a banca internacional, e a tupiniquim, vivem a fazer ao atual governo brasileiro.

Talvez prefiram mesmo observar o crescimento econômico sustentado por uma economia de endividamento das famílias, a partir de mecanismos de crédito em expansão e a um custo financeiro extremamente elevado, com as maiores taxas de juros do mundo. Afinal, a política de valorização do salário mínimo, os programas de transferência de renda aos miseráveis e a geração de empregos de baixa remuneração e qualidade, atende aos mais pobres. Com uma enorme demanda reprimida por bens e serviços, esses setores impulsionam o mercado interno e ao menos até o momento permitem que os dirigentes da economia e da política possam capitalizar o relativo desempenho observado, em particular na comparação com FHC.

Contudo, nem tudo são flores.

O que permitiu essa aparente transformação dos efeitos do mesmo modelo, na comparação entre os governos FHC e Lula, foi a conjuntura econômica internacional e especialmente os resultados das contas externas do país.

Desde 2003, o furor exportador brasileiro de commodities agrícolas e minerais foi contemplado pela demanda asiática, puxada pela economia chinesa, e permitiu que o Brasil passasse a ter saldos positivo nas nossas transações correntes com o exterior, algo inédito na história recente do Brasil.

Porém, essa primavera se encerrou em 2008, quando voltamos a contrair resultados negativos em nossa conta corrente. De um saldo recorde, em 2005, de US$ 14 bilhões, passamos a um déficit de US$ 28,3 bilhões, em 2008, e um resultado novamente negativo, em 2009, de US$ 24,3 bilhões. Para esse ano, o próprio Banco Central projeta um déficit em conta corrente de US$ 49 bilhões, resultado de um saldo comercial que despenca - em 2006, chegamos a um resultado recorde de US$ 46,5 bilhões, e para 2010 a projeção é que tenhamos um saldo de apenas US$ 10 bilhões. Como a nossa conta de serviços é estruturalmente deficitária, e estimada em US$ 59 bilhões para esse ano, o Banco Central chegou a essa estimativa de déficit de nossas transações correntes, resultado da combinação das projeções feitas para os resultados da conta comercial e de serviços.

É interessante notar que, nessa projeção do déficit da conta de serviços, a estimativa do Banco Central é de uma despesa, somente com remessa de lucros e dividendos, em 2010, da ordem de US$ 32 bilhões, e, com o pagamento de juros da dívida externa - que para Lula acabou, e que para Mantega não é mais um problema - a conta fique em US$ 8,3 bilhões.

Seria talvez importante que ambos conversassem, com mais cuidado, com o banqueiro Henrique Meireles.

15/04/2010

Paulo Passarinho é economista e presidente do CORECON-RJ

2026) O Imperio em busca de uma estrategia - um problema filosofico ou pratico?

Leiam primeiro, se desejarem, a matéria abaixo, do Washington Post, que alerta que o Secretário da Defesa dos EUA, com toda a sua candura (e estupidez) de politico profissional, diz abertamente o que nenhum estrategista verdadeiro, desde Sun Tzu pelo menos, diria em publico e nesses termos.
Se trata de alguem notoriamente despreparado para o cargo, de qualquer republiqueta que se pense, quanto mais do Imperio mais poderoso do planeta.
Se nao tem uma estrategia de longo prazo (ou de qualquer prazo), deveria mandar fazer uma, em lugar de ficar com devaneios filosoficos (que nao sei ainda quais sao, pois ainda nao li o documento original, so reagindo ao alerta do jornal).
Os israelenses tem sim uma estrategia, mas ela corre o risco de incendiar a regiao, e precipitar muito mais mortes e destruicao do que qualquer outra solucao diplomatica (que sera sempre de acomodacao, é bom que se diga de imediato).
Se os americanos nao tem estrategia, poderiam comecar discutindo a estrategia de quem tem: seja aos israelenses, seja ao G6 que discute o problema, até ao Brasil e sua diplomacia do olho-no-olho (quem sabe dá certo e o Lula consegue ser Premio Nobel da Paz, como tanto almeja?).
O que nao se pode é ficar fazendo documentos filosoficos. Secretario da Defesa não é para fazer filosofia, é para defender o seu pais, qualquer que seja a concepcao de defesa que este tenha democraticamente aprovado.
Neste caso, é tambem bom que se diga, os EUA estão prestando um servico de utilidade publica mundial.
Ou alguem acredita que o mundo estará melhor quando os iranianos possuirem a bomba atomica?
Bem, pode ser que alguem acredite nisso, aqui mesmo no Brasil.
Mas eu estou falando de pessoas sensatas...
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Paulo Roberto Almeida

Gates Says U.S. Lacks Strategy to Curb Iran’s Nuclear Drive
By DAVID E. SANGER and THOM SHANKER
The Washington Post, April 17, 2010

WASHINGTON — Defense Secretary Robert M. Gates has warned in a secret three-page memorandum to top White House officials that the United States does not have an effective long-range policy for dealing with Iran’s steady progress toward nuclear capability, according to government officials familiar with the document.

Several officials said the highly classified analysis, written in January to President Obama’s national security adviser, Gen. James L. Jones, touched off an intense effort inside the Pentagon, the White House and the intelligence agencies to develop new options for Mr. Obama. They include a revised set of military alternatives, still under development, to be considered should diplomacy and sanctions fail to force Iran to change course.

Officials familiar with the memo’s contents would describe only portions dealing with strategy and policy, and not sections that apparently dealt with secret operations against Iran, or how to deal with Persian Gulf allies.

One senior official, who like others spoke on the condition of anonymity because of the sensitive nature of the memo, described the document as “a wake-up call.” But White House officials dispute that view, insisting that for 15 months they had been conducting detailed planning for many possible outcomes regarding Iran’s nuclear program.

In an interview on Friday, General Jones declined to speak about the memorandum. But he said: “On Iran, we are doing what we said we were going to do. The fact that we don’t announce publicly our entire strategy for the world to see doesn’t mean we don’t have a strategy that anticipates the full range of contingencies — we do.”

But in his memo, Mr. Gates wrote of a variety of concerns, including the absence of an effective strategy should Iran choose the course that many government and outside analysts consider likely: Iran could assemble all the major parts it needs for a nuclear weapon — fuel, designs and detonators — but stop just short of assembling a fully operational weapon.

In that case, Iran could remain a signatory of the Nuclear Nonproliferation Treaty while becoming what strategists call a “virtual” nuclear weapons state.

According to several officials, the memorandum also calls for new thinking about how the United States might contain Iran’s power if it decided to produce a weapon, and how to deal with the possibility that fuel or weapons could be obtained by one of the terrorist groups Iran has supported, which officials said they considered to be a less-likely possibility.

Mr. Gates has never mentioned the memo in public. His spokesman, Geoff Morrell, declined comment on specifics in the document, but issued a statement on Saturday saying, “The secretary believes the president and his national security team have spent an extraordinary amount of time and effort considering and preparing for the full range of contingencies with respect to Iran.”

Pressed on the administration’s ambiguous phrases until now about how close the United States was willing to allow Iran’s program to proceed, a senior administration official described last week in somewhat clearer terms that there was a line Iran would not be permitted to cross.

The official said that the United States would ensure that Iran would not “acquire a nuclear capability,” a step Tehran could get to well before it developed a sophisticated weapon. “That includes the ability to have a breakout,” he said, using the term nuclear specialists apply to a country that suddenly renounces the nonproliferation treaty and uses its technology to build a small arsenal.

Nearly two weeks ago, Mr. Obama, in an interview with The New York Times, was asked about whether he saw a difference between a nuclear-capable Iran and one that had a fully developed weapon. “I’m not going to parse that right now,” he said. But he noted that North Korea was considered a nuclear-capable state until it threw out inspectors and, as he said, “became a self-professed nuclear state.”

Mr. Gates has alluded to his concern that intelligence agencies might miss signals that Iran was taking the final steps toward producing a weapon. Last Sunday on the NBC News program “Meet the Press,” he said: “If their policy is to go to the threshold but not assemble a nuclear weapon, how do you tell that they have not assembled? I don’t actually know how you would verify that.” But he cautioned that Iran had run into production difficulties, and he said, “It’s going slow — slower than they anticipated, but they are moving in that direction.”

Mr. Gates has taken a crucial role in formulating the administration’s strategy, and he has been known over his career to issue stark warnings against the possibility of strategic surprise.

Some officials said his memo should be viewed in that light: as a warning to a relatively new president that the United States was not adequately prepared.

He wrote the memo after Iran had let pass a 2009 deadline set by Mr. Obama to respond to his offers of diplomatic engagement.

Both that process and efforts to bring new sanctions against Iran have struggled. Administration officials had hoped that the revelation by Mr. Obama in September that Iran was building a new uranium enrichment plant inside a mountain near Qum would galvanize other nations against Iran, but the reaction was muted. The next three months were spent in what proved to be fruitless diplomatic talks with Iran over a plan to swap much of its low-enriched uranium for fuel for a medical reactor in Tehran. By the time Mr. Gates wrote his memo, those negotiations had collapsed.

Mr. Gates’s memo appears to reflect concerns in the upper echelons of the Pentagon and the military that the White House did not have a well-prepared series of alternatives in place in case all the diplomatic steps finally failed. In fact, just before Mr. Gates issued his warning, the chairman of the Joint Chiefs of Staff, Adm. Mike Mullen, wrote an official “chairman’s guidance” to his staff saying that while any military option would have “limited results” against Iran’s nuclear facilities, preparations needed to be stepped up.

“Should the president call for military options, we must have them ready,” the admiral wrote.

Administration officials testifying before a Senate committee last week made it clear that those preparations were under way. So did General Jones. “The president has made it clear from the beginning of this administration that we need to be prepared for every possible contingency,” he said in the interview. “That is what we have done from day one, while successfully building a coalition of nations to isolate Iran and pressure it to live up to its obligations.”

At the same hearing before the Senate Armed Services Committee, Lt. Gen. Ronald L. Burgess Jr., director of the Defense Intelligence Agency, and Gen. James E. Cartwright, the vice chairman of the Joint Chiefs of Staff and one of the military’s most experienced officers on nuclear matters, said that Iran could produce bomb-grade fuel for at least one nuclear weapon within a year, but that it would probably need two to five years to manufacture a workable atomic bomb.

The administration has been stepping up efforts to contain the influence of Iran and counter its missiles, including placing Patriot anti-missile batteries, mostly operated by Americans, in several states around the Persian Gulf.

The Pentagon also is moving ahead with a plan for regional missile defense that reconfigures architecture inherited from the Bush administration to more rapidly field interceptors on land and at sea.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

2025) O Bolsa-Familia e seus impactos negativos sobre o mercado de trabalho: um debate metodológico e empiricamente fundamentado

Uma leitora habitual deste blog, Glaucia, comentou em outro post meu,

quinta-feira, 15 de abril de 2010
2022) A parabola do samaritano, revisitada, e novamente corrigida

que, por sua vez, começou tratando dos efeitos nefastos do BF sobre o mercado de trabalho, neste post inicial ao debate da questão:

terça-feira, 13 de abril de 2010
2096) Efeitos nefastos do Bolsa Familia sobre o mercado de trabalho

e que acabou derivando para uma pretensa parábola do “bom samaritano” sobre virtudes cívicas e morais – como se a caridade, a benemerência e o assistencialismo oficial (e politicamente motivado) fossem um substituto à boa política econômica ou ao bom ordenamento de uma economia produtiva, funcionando em bases normais – que “qualquer pesquisa rápida sobre os números do emprego no Brasil desmonta a tese de que o Bolsa-Família bloqueia o emprego, ou impede a formalização das relações de trabalho.”
Desconheço “qualquer pesquisa rápida” que tenha dito isso e convido minha leitora a trazer-me essas pesquisas rápidas, para minha informação e dos leitores.

Mas, de molde a poder oferecer um debate amplo sobre essa questão importante, num espaço aberto ao debate de boa qualidade (nem sempre) como o oferecido neste espaço, com base na honestidade intelectual, na consistência dos argumentos e no simples atendimento de algumas poucas regras de boa convivência e de lógica elementar – ou seja, evidências consistentes, não contradição intrínseca dos argumentos, boa fé dos argüidores – vou retomar cada um dos pontos do debate, começando pela transcrição completa do que disse minha leitora:

Glaucia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "2022) A parabola do samaritano, revisitada, e nova...":

Apenas reitero: qualquer pesquisa rápida sobre os números do emprego no Brasil desmonta a tese de que o Bolsa-Família bloqueia o emprego, ou impede a formalização das relações de trabalho.

IBGE, FIESP, CNI, Dieese, google, cada um pode escolher sua fonte. O essencial é substituir o senso comum, anedotas e ditados populares por dados estatisticamente relevantes e, de preferência, agregados. Ao menos foi o que aprendi nas aulas de metodologia.


Agora, meus comentários (PRA):
1) Pois bem, estou à espera dessas “pesquisas rápidas” que provariam o que eu venho argumentando aqui, com base em evidências prima facie – ou seja, que não se apóiam em pesquisas de terreno e em números imediatamente verificáveis – mas que apresentam alguma consistência teórica e prática, qual seja: o BF diminui sim, a oferta de mão-de-obra não qualificada no mercado de trabalho, com impactos setoriais que podem ser importantes, diminui a empregabilidade geral do sistema econômica, distorce as condições de concorrência no mercado de trabalho, sobretudo no plano dos custos da mão-de-obra, e introduz um viés anti-mercado no comportamento geral da economia e da sociedade brasileira, sem mencionar seus custos fiscais e tendências perversas do ponto de vista da psicologia social, que se aproxima da cultura da assistência pública, em lugar da cultura do trabalho e da inserção produtiva nos mercados.
Estes são os meus argumentos, que não vêm, por certo, apoiados em qualquer pesquisa de terreno, rápida ou lenta, que agora caberia desmentir.

2) Então ficamos assim: a Glaucia nos apresenta suas pesquisas rápidas que desmentiriam o que venho afirmando na linha do que está escrito acima. Podem ser pesquisas longas também, à condição que sejam consistentes e compatíveis com a metodologia científica. Tenho certa desconfiança, confesso, dos trabalhos atuais do IPEA, depois que esse instituto, outrora sério, descobriu uma metodologia genial para “provar” que a produtividade do trabalho no setor público no Brasil era fantasticamente maior do que a do setor privado, e que estados periféricos, como Roraima, eram 150 vezes mais eficientes do que estados neoliberais como São Paulo.
O importante é que essas pesquisas -- pode ser IBGE, FIESP, CNI -- “desmontem” as minhas teses, como ela nos promete. Se elas forem fiáveis e desmentirem minhas percepções, vou oferecer aqui uma contrição pública, um mea culpa por ser tão maldoso em relação ao BF.

3) Senso comum não é o mesmo que falácia, embora muitas falácias sejam de senso comum. Senso comum pode ser até verdadeiro, desde que embasado na realidade, e não corresponder a mitos.
O que eu pretendo destacar em relação ao BF é isto: o programa criado pelos tucanos se prendia ao Bolsa-Escola, limitando os pagamentos a contrapartidas escolares. Parece uma solução genial – mas é a confissão de nossas mazelas – e pode ser um expediente temporário, até que pais tenham renda suficiente para manter seus filhos na escola e não retira-los para trabalhar (pode demorar, dai que o Bolsa-Escola é temporariamente aceitável).
Ao se criar o BF – volto a repetir, por motivos basicamente políticos – se introduziu um “free-ride” para todos: ou seja, basta ser pobre para desfrutar da benesse (com contrapartidas vagamente implementadas). As evidencias prima-facie são de que isso impacta significativamente o mercado de trabalho, por uma série de mecanismos que não é preciso descrever aqui, sumariamente inserido naquilo que os economistas chamam de “wrong incentives”.
Se a renda aparece caindo do céu, por que é que eu vou me dar ao trabalho de fazer algo duro – como são todos os trabalhos de baixa qualificação – por um pagamento que se aproxima do mínimo, ou fica abaixo disso?
E quanto ao capitalista, como ele vai fazer? Paga duas vezes o mínimo para atrair os BFs da vida, e corre o risco de ficar pouco competitivo? Capitaliza a sua indústria, serviço, plantação? Paga por fora (porque assim exigem os contemplados do BF, diga-se claramente), correndo o risco de ser multado pelo Ministério do Trabalho?
Se isso não é um conjunto de distorções, então eu não sei o que são distorções.
Aguardo as pesquisas rápidas para tirar minhas conclusões.

2024) Manipulacao cambial dos amigos, nao é bem isso o que estao dizendo...

Reunião dos Bric ignora câmbio chinês
Alex Ribeiro
Valor Econômico, Sexta-feira, 16 de abril de 2010

A subvalorização da moeda chinesa provoca a perda de milhares de empregos industriais no Brasil, mas esse não foi um tema relevante na pauta da reunião de cúpula dos Bric, que trouxe ontem a Brasília o presidente Hu Jintao.

Esta semana, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, esteve aqui em Washington para participar de uma reunião de cúpula de segurança nuclear. Foi uma oportunidade para questionar se o Brasil pretende fazer algo a respeito da manipulação do câmbio chinês.

Claro, mas talvez não com essas palavras, respondeu Amorim, rejeitando a expressão manipulação do câmbio, muito usada pelos industriais e sindicalistas americanos para designar a desvalorização artificial do yuan, a moeda chinesa. O Congresso dos Estados Unidos ameaça retaliar a China com tarifas mais altas, mas o Brasil prefere levar o assunto na base da negociação. Cada um tem sua maneira de agir, diz o ministro. A gente prefere mostrar como foi bom para o Brasil a experiência de câmbio flutuante, como isso ajudou também a combater a inflação.

Muito realista, o ministro acha que os chineses, por si só e para atender pressões de sua própria economia interna, terão que valorizar o câmbio mais cedo ou mais tarde. A China cresce rápido demais, e uma taxa de câmbio mais valorizada pode ajudar a conter pressões inflacionárias.

O câmbio subvalorizado da China faz com que o Brasil exporte menos produtos industrializados ao país asiático e se especialize em produtos básicos, além de sofrer a concorrência desleal de produtos chineses no mercado interno e também no comércio com outros países que compravam nossos bens manufaturados, como nossos vizinhos da América do Sul.

Também não é assim, protesta Amorim. Não dá para dizer que o Brasil virou um celeiro de commodities . Exportamos aviões, temos os investimentos da Marcopolo na China... Mas ele reconhece que é preciso avançar na diversificação da pauta de exportações para a China, já que, em sua opinião, o volume de negócios dos negócios com a China é adequado.

Nos Estados Unidos, a manipulação do câmbio pelos chineses é o mais importante tema da agenda econômica internacional. Alguns cálculos apontam que ele leva a uma perda de cerca de 2,5 milhões de empregos industriais. Há muita pressão da opinião pública para que o Departamento do Tesouro declare que a China manipula a moeda, e parlamentares apresentaram projetos de lei que permitem subir tarifas de importações de produtos chineses.

A China deu os primeiros sinais de que pode valorizar um pouco sua moeda, algo como 3% neste ano, percentual que talvez seja muito tímido para acalmar a opinião publica americana. Usando diferentes metodologias, os economistas calculam que a subvalorização do câmbio chinês em relação ao dólar esteja entre 20% e 40%.

No Brasil, surpreende que o assunto não tenha maior relevância. O Peterson Institute, um influente centro de estudos de Washington, calcula que o yuan esteja 40,7% subalorizado em relação ao dólar. Já o real brasileiro estaria valorizado em 15,7% em relação ao dólar. Tudo somado, o yuan estaria mais do que 50% subvalorizado em relação à nossa moeda.

Depois da crise financeira internacional, os Estados Unidos estão corrigindo um pouco de seu déficit externo e, porque a moeda chinesa é mantida artificialmente desvalorizada, o Brasil acaba sofrendo mais. A carga do ajuste da moeda americana, que deveria ser dividida com os chineses, está sendo carregada por países com taxas de câmbio flexível, como o Brasil. Visto de outra forma: os americanos estão consumido menos e exportando mais. Como os chineses impõem uma barreira cambial às exportações americanas, os Estados Unidos fazem seu ajuste externo despejando uma carga maior de produtos no Brasil.

Os prejuízos causados pelos chineses ao Brasil são um pouco obscurecidos pelo fato de que a nossa própria taxa de câmbio está sobrevalorizada. O real sobrevalorizado é um erro, que deveria ser corrigido com um aperto fiscal, mas um erro não justifica o outro.

Ironicamente, uma eventual apreciação do câmbio chinês significará, para o Brasil, uma taxa de câmbio ainda mais apreciada. Com uma moeda mais forte, a China ampliará a demanda por commodities exportadas pelo Brasil. Também permitirá à industria brasileira competir com os chineses com um pouco mais de igualdade tanto no nosso mercado interno como em outros mercados no exterior. A combinação desses dois fatores é o aumento dos dólares disponíveis no nosso mercado de câmbio, que levariam ao um real ainda mais forte.

Se é para ter um câmbio ainda mais apreciado, vale a pena o Brasil brigar por um câmbio chinês mais justo? Claro que sim. Hoje, a apreciação do câmbio é causada sobretudo pelo fluxo de capitais estrangeiros ao país. Mas o Brasil registra déficit em conta corrente, estimado em US$ 50 bilhões pelo mercado para este ano, e em US$ 60 bilhões no ano que vem. Se os chineses deixarem de manipular sua moeda, esse déficit tende a diminuir, deixando a nossa economia menos vulnerável a paradas súbitas no fluxo de capitais.

Com tantos interesses estratégicos em jogo em torno da moeda chinesa, é irônico que o principal assunto da agenda econômica na reunião com os Bric foram os mecanismos para substituir o dólar como moeda nas transações de países do grupo. Por enquanto, a ideia é apenas desenvolver os sistemas de pagamento em moedas locais, mas no longo prazo há a ambição de substituir o dólar como principal moeda de reserva internacional. Não há dúvida que, em algum momento, será adequado achar uma moeda mais estável e mais sólida do que o dólar para lastrear as relações econômicas internacionais. Mas é improvável que a solução vá nascer de entendimentos com um país que manipula sua própria moeda para tomar empregos de outras economias.

Alex Ribeiro é correspondente em Washington. A titular da coluna, Claudia Safatle, não escreve hoje excepcionalmente

E-mail: alex.ribeiro@valor.com.br

2023) Diplomacia do futebol e suas metáforas....

E o Irã, que posição ocuparia no jogo de futebol?

Brasil não teme ficar isolado, diz Amorim
TÂNIA MONTEIRO
Agência Estado, 15 de abril de 2010

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou, após o final das reuniões do BRIC, que o Brasil não tem nenhuma preocupação em ficar isolado na defesa de que não sejam aplicadas sanções ao Irã por causa de seu projeto nuclear e usou uma comparação com o futebol para falar da situação brasileira.

"Antigamente no futebol tinha o ponta esquerda e ele ficava isolado porque ninguém jogava bola pra ele. O Brasil não tem esse problema. O Brasil joga no meio de campo e, portanto, recebe bola e passa bola", afirmou Amorim, insistindo que a imprensa é que tem preocupação com isolamento, não o governo. "Não temos essa preocupação. Isso é uma preocupação de vocês", disse o ministro.

Celso Amorim disse ainda que o Brasil está conversando com vários países sobre a questão do Irã e depois destes encontros, certamente, todos vão refletir sobre as conversas. "Todos compartilham a percepção sobre o valor de uma solução negociada e os inconvenientes que podem ter as sanções", declarou Amorim, acrescentando que cada país fala por si e o Brasil defende o diálogo e todas as conversas foram muito produtivas.

Comentários à matéria do Estado:

4 Alfredo Junior
16 de abril de 2010 | 7h 11Denunciar este comentário

Esse Celso Amorim é a pior desgraça do governo Lula. O panaca quer comparar um assunto tão sério com futebol. É um imbecil de carteirinha mesmo. Mas é bom que os brasileiros vejam bem quem é o pivô de todas as enrascadas em que se mete o presidente, para que depois saiba de quem cobrar. Maldita hora em que delegaram poder a um retardado mental.

3 Alberto Martinet
16 de abril de 2010 | 6h 22Denunciar este comentário

O Amorim idolatra de tal maneira o chefe que já está se deixando contaminar pelo vezo de arrematar seus pensamentos com metáforas futebolísticas. É muito rasteiro para quem ocupa hoje o lugar que já foi do Barão do Rio Branco.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

2022) A parabola do samaritano, revisitada, e novamente corrigida

O leitor José Marcos, a propósito deste meu post:

terça-feira, 13 de abril de 2010
2096) Efeitos nefastos do Bolsa Familia sobre o mercado de trabalho

que provocou certa polêmica, como se pode constatar pela fileira de comentários a ele anexa,
mandou-me esta singela parábola adaptada ao seu gosto:

José Marcos deixou um novo comentário sobre a sua postagem "2096) Efeitos nefastos do Bolsa Familia sobre o me...":

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO REVISITADA
Descia um homem de Manari para Maceió, e caiu desfalecido, meio morto, em virtude da fome e do inclemente calor do sertão nordestino. E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo empresário; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um banqueiro, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um alto funcionário público, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; com seu telefone celular, convocou um carro-pipa para aplacar a sede do infeliz; em seguida, inscreveu-o num programa assistencial do governo para combater a fome. Ao ver as ações que o alto funcionário público tomara, o empresário e o banqueiro ficaram profundamente indignados. Foram tomar-lhe satisfações, alegando que ele estava gastando o dinheiro dos impostos de forma irresponsável, sem uma contrapartida de prestação de serviços. Acrescentaram que tal assistencialismo contribuiria apenas para produzir indolentes e refratários ao trabalho. Tomaram, então, os benefícios que o alto funcionário público havia dado ao homem que caíra no caminho. Decorridos alguns dias, o homem tornou novamente a cair na estrada de Manari para Maceió. Dessa vez, não mais se levantou do lugar.

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Volto a comentar (PRA):

Eu acho que ele errou ligeiramente na parábola, por isso me permito corrigi-la (e corrigi-lo):

A NOVA PARABOLA DO SAMARITANO (versão corrigida e atualizada)
Estavam 44 milhões de brasileiros, à beira da estrada, desfalecidos, desnutridos, quase mortos de fome, sob o sol inclemente, chuvas torrenciais, bandidos salteadores, políticos desprezíveis, enfim, mais de 9 milhões de famílias absolutamente desprovidas de meios para se alimentar dignamente, e que esperavam pelo seu salvador há 500 anos.
Nunca antes neste país alguém havia se preocupado com eles. E ali estavam os 44 milhões de brasileiros prestes a morrer de fome.
Passavam por eles banqueiros, capitalistas, políticos do PSDB, do DEM, coronéis do Nordeste, funcionários do Banco Mundial, do FMI, da ONU, do Vaticano, todo esse bando de privilegiados, e deixavam os 44 milhões de brasileiros entregues à sua própria sorte, condenados a morrer de fome, se não fosse uma aparição repentina.
Foi aí, então, que em 2003, quando a história começou nestepaiz, que um Salvador, filho de Deus (quem sabe até o próprio), saído dos grotões de Pernambuco, para caçar rato e passar fome em SP, mas que depois engordou um bocadinho, foi aí que este anjo salvador criou o Bolsa Família -- com um pouco de know-how tucano, mas isso não é para ser dito nesta parábola tão exemplar -- e começou a encher o programa de gente pobre, saídos das listas das prefeituras (algumas controladas por coronéis, que maldosamente também incluiam suas cunhadas, o gato e o cachorro no programa) e salvos milagrosamente de morrer de fome pela mão do divino redentor.
E foi assim que 44 milhões de brasileiros famintos puderam comer.
Como o divino redentor não tinha meios próprios para alimentá-los, ele foi pedir ao maldito agribusiness que aumentasse a sua produtividade e passasse a fornecer uma quantidade maior de alimentos.
Sim, o divino redentor não contava que todos aqueles miseráveis que antes sobreviviam de agricultura de subsistência, de xepa na feira, de pequenos trabalhos no mercado informal, parariam de trabalhar apenas para serem acolhidos pela graça divina de receberem dinheiro do Bolsa-Família e assim poderem ir na feira, na quitanda, no empório, no supermercado, e comprar seu alimento.
Mas, como antes eles viviam de sistemas de subsistência, houve uma diminuição do trabalho e do fornecimento de produtos desses setores informais.
Se não fosse o extremo dinamismo da agricultura capitalista no Brasil, o Bolsa-Família teria tido efeitos inflacionários e de desequilíbrio entre a oferta e a procura, o que foi contornado pelo tremendo potencial da agricultura moderna no Brasil (e isso a despeito de um bando de energúmenos que insistiam em bloquear as possibilidades de o agronegócio aumentar sua produção, com invasão de propriedades, destruição de culturas, de equipamentos e toda a sorte de abusos).
Foi assim que o divino redentor conseguiu alimentar todo aquele povo.
Mas antes precisa ser dito outra coisa.
Se ele não tivesse colocado mais impostos e contribuições sobre os empresários, sobre a classe média e sobre o povo trabalhador em geral, ele JAMAIS teria conseguido o dinheiro para dar para aqueles 44 milhões de famélicos, que corriam o risco iminente de morrer de fome, não fosse sua genial e divina intervenção.
E assim foi a história verdadeira do bom samaritano, que de samaritano não tem nada, sendo apenas uma aliado de velhos e novos coronéis, para manter o povo humilde na dependência da assistência pública, com propósitos claramente eleitorais.
E tem gente que ouve uma outra versão da parábola e ainda pensa que o mundo é feito de milagres e de divinos redentores...

Pela nova versão da parábola:
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 16.04.2010)

2021) A quantos ministerios estamos?

Será o 39., ou o 40. ministerio? Alguém sabe dizer?

Lula incentiva criação de ministério para PME

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou a criação de um ministério específico para pequenas e micro empresas durante evento no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). "É incompatível o mesmo ministro estar preocupado com os problemas da Gerdau [empresa do setor de aço] e da companheira costureira de Brasília que veio aqui", disse, se referindo a uma costureira que discursou no evento. Mas descartou criar um ministério no final de seu governo.


Alguém me ajude, por favor, eu perdi a conta depois de ministerio 37...

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