O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

2022) A parabola do samaritano, revisitada, e novamente corrigida

O leitor José Marcos, a propósito deste meu post:

terça-feira, 13 de abril de 2010
2096) Efeitos nefastos do Bolsa Familia sobre o mercado de trabalho

que provocou certa polêmica, como se pode constatar pela fileira de comentários a ele anexa,
mandou-me esta singela parábola adaptada ao seu gosto:

José Marcos deixou um novo comentário sobre a sua postagem "2096) Efeitos nefastos do Bolsa Familia sobre o me...":

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO REVISITADA
Descia um homem de Manari para Maceió, e caiu desfalecido, meio morto, em virtude da fome e do inclemente calor do sertão nordestino. E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo empresário; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um banqueiro, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um alto funcionário público, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; com seu telefone celular, convocou um carro-pipa para aplacar a sede do infeliz; em seguida, inscreveu-o num programa assistencial do governo para combater a fome. Ao ver as ações que o alto funcionário público tomara, o empresário e o banqueiro ficaram profundamente indignados. Foram tomar-lhe satisfações, alegando que ele estava gastando o dinheiro dos impostos de forma irresponsável, sem uma contrapartida de prestação de serviços. Acrescentaram que tal assistencialismo contribuiria apenas para produzir indolentes e refratários ao trabalho. Tomaram, então, os benefícios que o alto funcionário público havia dado ao homem que caíra no caminho. Decorridos alguns dias, o homem tornou novamente a cair na estrada de Manari para Maceió. Dessa vez, não mais se levantou do lugar.

==============

Volto a comentar (PRA):

Eu acho que ele errou ligeiramente na parábola, por isso me permito corrigi-la (e corrigi-lo):

A NOVA PARABOLA DO SAMARITANO (versão corrigida e atualizada)
Estavam 44 milhões de brasileiros, à beira da estrada, desfalecidos, desnutridos, quase mortos de fome, sob o sol inclemente, chuvas torrenciais, bandidos salteadores, políticos desprezíveis, enfim, mais de 9 milhões de famílias absolutamente desprovidas de meios para se alimentar dignamente, e que esperavam pelo seu salvador há 500 anos.
Nunca antes neste país alguém havia se preocupado com eles. E ali estavam os 44 milhões de brasileiros prestes a morrer de fome.
Passavam por eles banqueiros, capitalistas, políticos do PSDB, do DEM, coronéis do Nordeste, funcionários do Banco Mundial, do FMI, da ONU, do Vaticano, todo esse bando de privilegiados, e deixavam os 44 milhões de brasileiros entregues à sua própria sorte, condenados a morrer de fome, se não fosse uma aparição repentina.
Foi aí, então, que em 2003, quando a história começou nestepaiz, que um Salvador, filho de Deus (quem sabe até o próprio), saído dos grotões de Pernambuco, para caçar rato e passar fome em SP, mas que depois engordou um bocadinho, foi aí que este anjo salvador criou o Bolsa Família -- com um pouco de know-how tucano, mas isso não é para ser dito nesta parábola tão exemplar -- e começou a encher o programa de gente pobre, saídos das listas das prefeituras (algumas controladas por coronéis, que maldosamente também incluiam suas cunhadas, o gato e o cachorro no programa) e salvos milagrosamente de morrer de fome pela mão do divino redentor.
E foi assim que 44 milhões de brasileiros famintos puderam comer.
Como o divino redentor não tinha meios próprios para alimentá-los, ele foi pedir ao maldito agribusiness que aumentasse a sua produtividade e passasse a fornecer uma quantidade maior de alimentos.
Sim, o divino redentor não contava que todos aqueles miseráveis que antes sobreviviam de agricultura de subsistência, de xepa na feira, de pequenos trabalhos no mercado informal, parariam de trabalhar apenas para serem acolhidos pela graça divina de receberem dinheiro do Bolsa-Família e assim poderem ir na feira, na quitanda, no empório, no supermercado, e comprar seu alimento.
Mas, como antes eles viviam de sistemas de subsistência, houve uma diminuição do trabalho e do fornecimento de produtos desses setores informais.
Se não fosse o extremo dinamismo da agricultura capitalista no Brasil, o Bolsa-Família teria tido efeitos inflacionários e de desequilíbrio entre a oferta e a procura, o que foi contornado pelo tremendo potencial da agricultura moderna no Brasil (e isso a despeito de um bando de energúmenos que insistiam em bloquear as possibilidades de o agronegócio aumentar sua produção, com invasão de propriedades, destruição de culturas, de equipamentos e toda a sorte de abusos).
Foi assim que o divino redentor conseguiu alimentar todo aquele povo.
Mas antes precisa ser dito outra coisa.
Se ele não tivesse colocado mais impostos e contribuições sobre os empresários, sobre a classe média e sobre o povo trabalhador em geral, ele JAMAIS teria conseguido o dinheiro para dar para aqueles 44 milhões de famélicos, que corriam o risco iminente de morrer de fome, não fosse sua genial e divina intervenção.
E assim foi a história verdadeira do bom samaritano, que de samaritano não tem nada, sendo apenas uma aliado de velhos e novos coronéis, para manter o povo humilde na dependência da assistência pública, com propósitos claramente eleitorais.
E tem gente que ouve uma outra versão da parábola e ainda pensa que o mundo é feito de milagres e de divinos redentores...

Pela nova versão da parábola:
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 16.04.2010)

9 comentários:

Glaucia disse...

Apenas reitero: qualquer pesquisa rápida sobre os números do emprego no Brasil desmonta a tese de que o Bolsa-Família bloqueia o emprego, ou impede a formalização das relações de trabalho.

IBGE, FIESP, CNI, Dieese, google, cada um pode escolher sua fonte. O essencial é substituir o senso comum, anedotas e ditados populares por dados estatisticamente relevantes e, de preferência, agregados. Ao menos foi o que aprendi nas aulas de metodologia.

Anônimo disse...

Prezado PRA:

As razões do anonimato dos meus comentários no seus blog são duas:
- Não confio em pessoas que trabalham para o Estado/ funcionários públicos.
- Já troquei e-mails com o Senhor acerca de pesquisas acadêmicas num nível altamente civilizado. O Senhor foi altamente solícito em relação as minhas demandas acadêmicas.
Daí descobri o seu blog na internet a partir de listas de e-mails e frequentemente leio os posts. Acho que perco muito tempo lendo os blogs da direita lunática e preconceituosa do Brasil.
- Midia Sem Máscara;
- Reinaldo Azevedo;
- www.norace.blogspot.com (Blog dos anti-racialistas e do Demétrio Magnoli, o pit-bull da extrema direita e consultor de política externa do Brasil para a Globo News).
- Instituto Millenium;
-Colunas do Marcelo de Paiva Abreu no Estadão.
- E o seu blog;


Achei infeliz o sofismo que o Senhor utilizou para classificar-me como pertencente à elite: o fato de eu ter acesso à internet. Isso foi uma estratégia vulgar para desqualificar o oponente. Minha renda não é das melhores. Ganho 1521 reais para sobreviver (pagar o aluguel de uma república + comer + lazer + comprar livros). No fim do mês fica extremamente difícil e as vezes deixo até de comer. Em relação ao povão, acredito que ganho bem. Em relação ao Senhor acredito que não. Imagino que tenha uma renda 20 mil reais por mês na condição de Diplomata.

CURRÍCULO LATES:
Eu tenho currículo lattes só que obviamente não vou informá-lo. Já consultei o currículo lattes do Senhor várias vezes e já fiz o download de vários textos de sua autoria no seu site. O seu currículo é extenso.

MARXISMO E ADOLESCÊNCIA:
O Senhor já foi marxista na adolescência? A maioria dos neoconservadores no Brasil já tiveram o seu momento trotskista. Demétrio Magnoli, Reinaldo Azevedo, Nelson Mota, Marcelo Madureira, Arnaldo Jabor. Enfim, a lista é grande....

ECONOMIA:
Meu conhecimento de economia é ínfimo e medíocre. Sempre fui um péssimo aluno em Matemática. Embora meu pai fosse motorista e ganhasse 600 reais por mês ele sempre fez questão de pagar uma escola particular pra mim, escola esta que não tinha o melhor dos ensinos. Enfim, em relação a esta disciplina sei somente realizar as quatro operações e também fazer regra de três simples (cálculo de porcentagem).
Acredito que a economia não deva ser somente uma disciplina matemática (lá vem o papo esquerdista- o Senhor deve estar pensando) como uma certas escolas ultra liberais que o Senhor deve nutrir muitas simpatias pensam, i.e., a PUC-Rio e o IBMEC.
Lembro-me de uma declaração que o ex-ministro espanhol José Maria Aznar deu numa entrevista que saiu no LeFigaro: “Pour sortir de la crise il faut plus de libéralisme”.
Não sou especialista em questões tributárias tenho consciência que se paga muito imposto no Brasil e que o retorno é péssimo. Uma vez prestei um serviço no valor de 3 mil reais. No fim das contas recebi 2400 reais e o resto foi pro bolso do governo. Meu avô era comerciante e também reclamava e minha namorada esperneia pois ela ganha 16 mil reais por mês e 4 mil reais vão direto para o bolso do governo .
Mas daí para entrar nesssa paranoia anti-imposto que vem vigorando no Brasil e nos EUA. Entre no site da ultraconservadora FOXNEWS e veja o impostômetro que fizeram. Uma ideia similar a da Associação Comercial de São Paulo.

Anônimo disse...

ESTADO:
Acho que o Senhor tem razão em muitas coisas que escreve sobre o Estado e Universidade. Já outras opiniões de sua autoria considero (desculpe o termo) nojentas e com um certo ranço elitista (já li um post do senhor onde fala do seu próprio ranço elitista).
Moro no Rio de Janeiro, onde o patrimonialismo existente no serviço público é irritante.
O brasileiro quer ser funcionário público para ter estabilidade no cargo e nunca ser mandado embora. E os funcionários públicos muitas vezes destratam os cidadãos que dependem do serviço público.
O engraçado é que muitos dos ultraliberais brasileiros foram servidores públicos: Pedro Malan (ver o depoimento que deu em http://www.esaf.fazenda.gov.br/esafsite/tv-esaf/200Anos/200_Anos.htm), Fábio Barbosa (da Febraban). O pai do Gustavo Franco foi funcionário do governo Vargas.

Vivemos num mundo complicado onde as pressões em cima de quem trabalha na iniciativa privada são enormes e pesadas. Não sei se o Senhor sabe muitas pessoas que trabalham no setor privado desejam ir para o funcionalismo público. A governança dentro das empresas hoje é cruel e desumana. Viva o ultraliberalismo que o Senhor defende. Ultraliberalismo é bom nos olhos dos outros, não é mesmo?
Acredito que nunca o Senhor largaria o posto de diplomata para aventurar-se na iniciativa privada.

UNIVERSIDADE:
Acredito que há pouquíssimas Universidades brasileira de qualidade.
Nas públicas enumero algumas: USP, UNICAMP, UnB, UFMG, UFV (no campo da agronomia). O restante são centros ruins com biblitecas ruins, instalações idem, funcionários técnico-administrativos mal preparados.
O governo atual vem tentando melhorar a situação investindo mais em bibliotecas, oferecendo melhores salários aos professores doutores....Mas o Senhor discorda e argumenta através do seu ranço elitista que o Governo gasta rios de dinheiro com a Universidade que não produz nada. Continuo achando que é má-fé de sua parte. Só isso explica o que eu concebo como uma cegueira em não ver certos avanços do atual governo.
Muitos professores das universidades brasileiras não são solícitos para responder e-mails. A melhor experiência que tive foi escrever e-mail para acadêmicos dos EUA. Os professores de lá respondem prontamente. Talvez seja pelo ensino privado e pelo pensamento deles: “publique ou pereça”.
Para rankings internacionais de faculdades, ver: http://www.webometrics.info/

COLETIVISMO:
Detesto qualquer forma de coletivismo. Sou individualista mas não um bobo ultraliberal. Na minha graduação nunca participei de DCE, nunca invadi reitoria e fui contrário a algumas greves. Outras achei justa pois estudar em Universidade sem papel higiênico, com bibliotecas horríveis não contribui para uma boa formação. Acredito que o Senhor deva ter feito um boa graduação em Bruxelas, um pai de primeiro mundo que deve oferecer um ensino público de qualidade para os seus alunos.

DIPLOMACIA BRASILEIRA:
Li uma entrevista muito boa do Historiador Luiz Felipe de Alencastro onde ele faz uma análise muito boa dos diplomatas do Brasil e do descompasso entre a avaliação interna e a avaliação externa do governo Lula. Muito provavelmente o Senhor desqualificará a entrevista taxando-o de Petista, Terceiro Mundista. Enfim. E para piorar o Alencastro ensina na Sorbonne, país que o Senhor adora meter a ripa sem piedade. Afinal a França é um país velho, anti- globalização (utiliza o termo mundialização conforme um post da autoria do Senhor).
A entrevista está disponível em:
http://www.valoronline.com.br/?impresso/cultura/92/6199579/a-politica-poslula&utm_source=newsletter&utm_medium=tarde_09042010&utm_campaign=informativo

Anônimo disse...

CIDADANIA:
É interessante como a extrema direita desqualifica as propostas de inclusão social no Brasil contemporâneo. Cidadania para a extrema direita= igual assistencialismo e ponto final. É difícil responder aos seus questionamentos na medida em que eles reduzem as possibilidades de respostas.
Prefiro um governo que tenha políticas voltadas para os mais pobres a um governo ultraliberal que queria transformar o Brasil num cassino ultraliberal com o Departamento de Economia da PUC-Rio.
Talvez fosse melhor no Brasil a gente vive aquela bolha financeira que ocorreu nos EUA. Especulações, bolsa de valores, dinheiro sujo. Mas parece que a casa está caindo por lá. Um populismo muito perigoso vem emergindo da América do Norte.

Os desafios do mundo contemporâneo PRA exigem análises aprofundadas. Eu achava que depois da crise de 2008 a Direita iria rever um pouco seus conceitos. Em vez ele está rumo a uma escalada cada vez mais radical. Vide o seu post sobre a Universidade Brasileira e sua relação conflituosa com ela e os outros que o Senhor publica no blog.
Parece que estamos assistindo no Brasil ao surgimento de um Tea Party, o movimento de extrema- direita dos EUA que tem como líder a patética Sarah Palin. Ideias como o Estado só retira riqueza e que ele deve trabalhar só na manutenção das fronteiras e do exército são recorrentes desta linha de pensamento.
(Por isso não leio mais jornais brasileiros PRA. São análises contaminadas e muitas vezes estúpida. Prefiro ler notícias em inglês e francês. Acredito que existam pessoas mais sérias e menos preconceituosas escrevendo no NYTimes, no LeMonde -não o Diplomatique que o Senhor detesta e debocha- e o Lefigaro).

O mundo e as consequências econômicas da globalização contemporânea que vivenciamos é cruel. Você acha que esse anti-ocidentalismo, anti-semitismo crescente surgem apenas por que alguns povos são ignorantes PRA?

Vivemos num mundo altamente inseguro do ponto de vista da segurança e também no campo econômica. Se anteriormente havia os EUA, a UE, hoje quem dá as cartas é a China e sua política de crescimento obscura e a qualquer custo. O Brasil vai puxando o crescimento chinês, crescimento este que tem financiado as políticas sociais do atual governo. E se a casa cair PRA?
Muito dinheiro sujo, máfia (que diga-se de passagem surgem muitas vezes em virtude da falência ou ineficiência do Estado), instabilidade financeira, países frágeis, enfim...
O Senhor pode escrever sobre isso de uma maneira muito melhor que eu na medida em é mais velho, mais experiente e mais “rodado” que eu.

Anônimo disse...

PHA:

eu, o anônimo, deixei 3 comentários agora pouco. Ficaram muito grandes e dividi em partes.

att

Anônimo.

Mário Machado disse...

Já que meus detratores virtuais gostam de me chamar de neocon e neoliberal (sim eu consigo essa proeza, ainda espero um cientista político que me desvende) eu digo que caridade com dinheiro alheio é fácil.

Nada contra a alimentar a quem tem fome é minha obrigação religiosa (opção preferencial pelos pobres chamam) eu chamo de caridade.

Mas, será que simplesmente dar bolsas vai solucionar o problema? Manteremos gerações de pessoas pobres escravas do governo? Mantidas excluídas para que sirvam aos propósitos de quem denuncia a exclusão.

É óbvio que combater a fome e a pobreza extrema é uma obrigação moral. Um bom caminho é o capitalismo. Um bom caminho é trabalhar ... Mas, não creio ter todas as respostas.

Mário Machado disse...

Engraçado, ninguém é conservador, direitista ou liberal. Segundo o anonimo só se pode ser ultra alguma coisa, extrama outra...

Mundo 8 ou 80 esse não.

Anônimo disse...

Em sua essência o Brasil continua sendo o mesmo país do passado. O progressismo bolivariano também pode ser chamado de "neocoronelismo". A história se repete. Ex-escravos viraram donos de escravos.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Com perdao pela demora em comentar na sequencia, mas é que estou viajando pelo interior da China, quase na Mongolia, devo dizer ao seguinte:

1) A Glaucia, que me falou de pesquisas rapidas que desmentiriam o que eu disse, eu a convidei (desafie deve ser o termo mais preciso) a apresentar essas pesquisas e aduzi outros comentarios a meus argumentos, em post proprio, sob a rubrica do Bolsa Familia, que ela deve ter lido ja e ainda esta rapidamente tentando encontrar suas pesquisas rapidas; mas eu sou paciente e espero);

2) Ao Anônimo interlocutor, que fez tres longos comentários em meu novo post sobre a BF, eu sinceramente não tenho tempo de escrever algo mais articulado a respeito, mas o farei quando possivel. Apenas gostaria de dizer que ele é muito jovem e por isso está perdoado por ter asco e nojo das elites (que não é uma atitude academicamente defensavel) e apenas o convido a ler mais, a se informar mais, antes de emitor julgamentos tao definitivos quanto os seus. Mas eu compreendo: tambem ja fui um jovem indignado contra a burguesia e o capitalismo e tambem ja pretendi dar licoes de moral aos mais velhos, que nao faziam exatamente aquilo que eu pensava devesse ser feito num mundo tao desigual.
Ele vai aprender, e talvez reflita sobre as minhas palavras um pouco mais.
Paulo Roberto de Almeida