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segunda-feira, 19 de abril de 2010

2042) Brasil-China: uma relacao crescente e positiva

A visão oficial sobre as relações é obviamente positiva: esperemos que todos pensem assim. Claro, lutar por uma "nova ordem internacional" é uma missão grandiosa, que vale todos os esforços, sobretudo quando a globalização é assimétrica e disfuncional. Curioso que os chineses não tem reclamado da globalização assimétrica. Acredito, também, que eles estão contribuindo para um pouco mais de assimetria, ao "roubar", literalmente, empregos industriais dos demais países, inclusive do Brasil.
Bem, mas isso é uma tarefa para os Brics resolverem, simetricamente...
Paulo Roberto de Almeida
(Xian, 20.04.2010)

Lula diz que Brasil e China têm que lutar por nova ordem internacional
O Globo, 15/04/2010 às 15h49m
Valor Online

BRASÍLIA - Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Hu Jintao, manifestaram hoje Interesse em estreitar relações comerciais e assinaram acordos em áreas como cultura, agricultura e petróleo, durante reunião realizada em Brasília.

Para Lula, ao receber presidente o chinês, o Brasil está acolhendo"mais do que um grande estadista"."Recebemos um amigo", disse durante declaração conjunta dos dois presidentes.

Ao tratar de política externa, Lula disse que os dois países têm a obrigação de lutar por uma"outra ordem internacional"e que, assim como o Brasil, a China busca nas organizações multilaterais respostas progressistas para a"globalização assimétrica e disfuncional que vive a humanidade".

Lula disse que o Brasil que Hu Jintao encontra hoje é diferente do que visitou em 2004."Como a China, o meu país se reencontrou com sua vocação para o desenvolvimento. Está superando vulnerabilidades econômicas e sociais históricas". O presidente brasileiro afirmou ainda que o Brasil consolidou um mercado interno vigoroso que é motor do crescimento econômico.

O presidente brasileiro ressaltou que o intercâmbio entre os dois países cresceu 780% desde o início de seu governo e que a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil.

Lula, no entanto, afirmou que para que a promessa de comércio Sul-Sul seja uma realidade, o Brasil precisa aumentar o valor agregado de suas vendas. Ele citou o setor aeronáutico como uma área que pode tornar as trocas entre os dois países mais equilibradas.

No discurso, Lula afirmou que são excepcionais as possibilidades de engajamento de empresas chinesas na modernização da infraestrutura brasileira no momento em que o Brasil inicia os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Hu Jintao destacou disse que houve vários pontos de consenso na conversa com o presidente brasileiro e classificou de"frutífera"a relação entre os dois países. O governante chinês falou também em aumentar ainda mais os mecanismos de cooperação e em diversificar o comércio bilateral.

Lula iniciou o discurso manifestando solidariedade ao povo chinês em decorrência do terremoto que já provocou mais de 600 mortes no país. O tremor antecipou para hoje o retorno de Hu Jintao à China e, por isso, a Cúpula do Bric (grupo formado pelo Brasil, pela Rússia, Índia e China), que ocorreria amanhã, foi antecipada para hoje, mesmo dia da reunião do Ibas, que reúne a Índia, o Brasil e a África do Sul.

Brasil e China assinaram hoje um Plano de Ação Conjunta para definir caminhos da parceria estratégica entre os dois países, além de fixar metas concretas para a cooperação bilateral nos próximos cinco anos.

O plano inclui a realização de consultas políticas mais frequentes sobre temas de interesse comum, levando-se em conta os acontecimentos no cenário internacional.

O plano abrange setores como energia e mineração, agricultura, supervisão da qualidade, inspeção e quarentena de produtos comerciais, indústria e tecnologia da informação, cooperação espacial, ciência, tecnologia e inovação, cultura e educação.

Todos os projetos relativos a essas áreas serão coordenados e monitorados, ao longo dos próximos anos, pela Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

Segundo Lula, o Plano de Ação Conjunta oferece um excelente roteiro para o futuro comum, permitindo uma melhor coordenação da atuação global dos dois países,"em benefício dos objetivos e aspirações de nossos povos".

(Agência Brasil)

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