quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Venezuela: finalmente, chegou ao socialismo, nao se sabe de qualseculo...

América Latina

Supermercado estatal é o retrato da falência da Venezuela

Maior vitrine da estatização da produção e distribuição de alimentos agoniza. Quando há produtos, uma simples compra leva horas

Diego Braga Norte, de Caracas
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Imagem de Hugo Chávez recepciona os clientes que perderão horas tentando encontrar produtos em um supermercado estatal desabastecido
Imagens de Hugo Chávez recepcionam os clientes que perderão horas tentando encontrar produtos em um supermercado estatal desabastecido - Diego Braga Norte/Veja.com
Filas de horas, escassez de produtos básicos, segurança militar, esteiras rolantes que não funcionam, lojas fechadas e muitas caras amarradas dos consumidores: eis o retrato do Hipermercado Bicentenário, na capital Caracas. O que era para ser a maior vitrine do sucesso da estatização da produção e distribuição dos bens de consumo acabou abarrotado de pessoas que esperam em longas filas para comprar basicamente óleo, farinha, papel higiênico, leite, margarina e frango – produtos que precisam ser estocados, pois não se sabe quando estarão novamente disponíveis nas prateleiras.
Nesta terça-feira, Ynda Caballero, de 28 anos, estava na fila com a filha de dois anos. Ela disse que o mercado estava cheio devido à chegada de alguns produtos que costumam faltar. O açúcar tinha acabado de chegar e seus fardos estavam expostos em uma área aberta, sem que houvesse tempo nem mesmo para colocá-los nas gôndolas. Na ausência de papel higiênico, muitas famílias optam por guardanapos. O frango já estava acabando. A reportagem de VEJA não flagrou pessoas comprando produtos que poderiam se encaixar na categoria de supérfluos, apenas carrinhos repletos de itens básicos.
Para José Carrasquero, professor de ciência política das Universidades Católica e Simón Bolívar, o desabastecimento é fruto, principalmente, da má administração do governo. “O governo estatizou muitas empresas alimentícias, que hoje não operam satisfatoriamente. Em janeiro, o índice de escassez atingiu 28%, o mais alto da história”, diz Carrasquero. “De que adianta os preços serem subsidiados se não há produtos nos mercados?”, questiona o professor, referindo-se aos preços mais baixos dos supermercados estatais.
Luís Vicente León, presidente da consultoria privada Datanálisis, uma das maiores do país, afirma que o governo tentou suprir sua ineficiência na produção e na distribuição de alimentos com importações, mas fracassou. “A Venezuela não é uma boa pagadora e não tem mais crédito internacional, ninguém quer vender nada para nosso governo”, explica. Para ele, se o país continuar trilhando esse caminho, o racionamento de bens de consumo (que já começou em alguns estabelecimentos estatais) será inevitável. A parcela da população que será mais afetada é justamente a de menor poder aquisitivo.
O índice de escassez é formado por uma cesta de vários produtos e é medido mensalmente pelo Banco Central da Venezuela (BCV). Em comunicado oficial, a instituição assinalou que “o nível de escassez do mês de janeiro está associado, principalmente, à falta de matérias-primas e materiais de montagem em alguns setores, como o de automóveis, que não estão diretamente relacionados com as necessidades essenciais da população venezuelana”. Mas a tentativa de minimizar o problema cai por terra quando verifica-se que o indicador específico de escassez de alimentos básicos registrou 26,2% em janeiro. (Continue lendo o texto)
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Manifestante segura um cartaz em frente a policiais da guarda nacional em frente a embaixada de Cuba em Caracas, na Venezuela - 25/02/2014
Manifestante segura um cartaz em frente a policiais da guarda nacional em frente a embaixada de Cuba em Caracas, na Venezuela - 25/02/2014 - Jorge Silva/Reuters
Sob o olhar de Chávez – O estabelecimento mais parece um dos antigos supermercados da Alemanha Oriental. Além das prateleiras vazias, chama a atenção no Hipermercado Bicentenário a decoração com uma iconografia que remete ao caudilho Hugo Chávez, morto em março do ano passado. Pôsteres do coronel estão espalhados desde a entrada do estacionamento, passando pelas esteiras rolantes e lojas do centro comercial que funciona no primeiro piso do complexo – a área abriga uma praça de alimentação e serviços como ótica, farmácia, salão de beleza, lojas de roupas. Nesta terça, os estabelecimentos estavam às moscas.   
Os consumidores têm de enfrentar duas filas para fazer compras. Uma apenas para subir ao andar do hipermercado e outra já no local, para andar por entre os corredores. Depois, para pagar, mais filas. E na saída, claro, outra fila – dessa vez para a conferência da nota fiscal com os produtos nas sacolas, para evitar furtos. Toda a segurança – ostensiva, diga-se – é feita por militares fardados. Apesar da aparente confusão e superlotação, as pessoas são amáveis entre si e chegam a fazer troca de produtos, como dois pacotes de café por um de farinha. Procurado pela reportagem, o gerente do Bicentenário mandou dizer que não estava autorizado a falar com a imprensa.
Inaugurado por Hugo Chávez em 2012, o hipermercado é controlado pelo Ministério do Poder Popular para a Alimentação e já nasceu atrasado, pois o bicentenário da Venezuela foi comemorado um ano antes, em 2011. Alardeado por oferecer 80% de produtos nacionais a baixo custo, o local, segundo o cliente José Lopez, funcionou muito bem por alguns meses, mas decaiu. “Era bom, eu vinha com minha família, não tinha filas. Já faz uns meses que está assim. Sou soldador e perco o dia todo fazendo compras em vez de trabalhar”.

As estratégias dos venezuelanos para enfrentar o desabastecimento 

O jornal venezuelano El Mundo elencou as formas que os cidadãos encontraram para tentar comprar ao menos itens básicos que desapareceram das prateleiras dos supermercados

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Montar guarda dentro ou fora das lojas

Os venezuelanos fazem rondas na porta dos estabelecimentos comerciais para aguardar a chegada do caminhão que abastece o local com produtos alimentícios e de primeira necessidade. Há aqueles que até compram um café e leem um jornal enquanto conversam com os outros “caçadores” de produtos.

Venezuela: a herança maldita de Chávez 

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor, Nicolás Maduro. Confira:

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Criminalidade alta

A criminalidade disparou na Venezuela ao longo dos 14 anos de governo Chávez. Em 1999, quando se elegeu, o país registrava cerca de 6 000 mortes por ano, a uma taxa de 25 por 100 000 habitantes, maior que a do Iraque e semelhante à do Brasil, que já é considerada elevada. Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), em 2011, foram cometidos 20 000 assassinatos do país, em um índice de 67 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2013, foram mortas na Venezuela quase 25 000 pessoas, cinco vezes mais do que em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito. 
Apesar de rica em petróleo, a Venezuela é o país com a terceira maior taxa de homicídios do mundo, atrás de Honduras e El Salvador. Entre as razões para tanto está a baixa proporção de criminosos presos. Enquanto no Brasil a média é de 274 presos para cada 100 000 habitantes, na Venezuela o índice está em 161. De acordo com uma ONG que promove os direitos humanos na Venezuela, a Cofavic, em 96% dos casos de homicídio os responsáveis pelos crimes não são condenados. 

Plano Real, 20 anos: as perolas dos companheiros - Reinaldo Azevedo

O conhecido jornalista, muy amigo dos petralhas, ajuda os esquecidos a se lembrar do que disseram os patriotas sobre o Plano Real no momento do seu lançamento:

Guido, o gênio. No passado e no presente, ele é uma constante: erra sempre
Guido, o gênio. No passado e no presente, ele é uma constante: erra sempre
Nos 20 anos do Plano Real, quero aqui lembrar frases célebres da companheirada. 
Reinaldo Azevedo
(...)
Lula

“Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições” (O Estado de S. Paulo, 15.1.1994).

“O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O Estado de S. Paulo, 6.7.1994).
Guido Mantega

“Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa” (Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).

Marco Aurélio Garcia

“O Plano Real é como um “relógio Rolex, destes que se compra no Paraguai e têm corda para um dia só (…) a corda poderá durar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno das eleições, ou talvez, se houver segundo turno, até novembro” (O Estado de S. Paulo, 7.7.1994).

Gilberto Carvalho

“Não é possível que os brasileiros se deixem enganar por esse golpe viciado que as elites aplicam, na forma de um novo plano econômico” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto).

Aloizio Mercadante

“O Plano Real não vai superar a crise do país (…) O PT não aderiu ao plano por profundas discordâncias com a concepção neoliberal que o inspira” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto)

Vicentinho, atual líder do PT na Câmara dos Deputados

“O Plano Real só traz mais arrocho salarial e desemprego” (“O Milagre do Real”).

Maria da Conceição Tavares

“O plano real foi feito para os que têm a riqueza do País, especialmente o sistema financeiro” (Jornal da Tarde, 2.3.1994).

Paul Singer

“Haverá inflação em reais, mesmo que o equilíbrio fiscal esteja assegurado, simplesmente porque as disputas distributivas entre setores empresariais, basicamente sobre juros embutidos em preços pagos a prazo, transmitirão pressões inflacionárias da moeda velha à nova” (Jornal do Brasil,  11.3.1994).

“O Plano Real é um arrocho salarial imenso, uma perda sensível do poder aquisitivo de quem vive do próprio trabalho” (Folha de S.Paulo, 24.7.1994).
Gilberto Dimenstein

“O Plano Real não passa de um remendo” (Folha de S.Paulo, 31. 7.1994 ).


Reinaldo Azevedo

Arrecadacao de janeiro bate recorde: tem gente que acha otimo...


Claro, só podia ser o jornal do chefe da quadrilha, o Stalin sem Gulag.
Em plena recessão econômica - que já está confirmada, pois são dois trimestres seguidos de crescimento negativo -- o aparelho fascista por excelência do Brasil consegue bater mais um recorde: arrecadar dinheiro como nunca.
Tem gente que acha bonito esfolar os brasileiros, extorquir seu dinheiro para entregá-lo ao ogro famélico em que se converteu esse monstro obstrutor do crescimento brasileiro que se chama Estado.
Como sabemos muito bem, o governo petista se entusiasma plenamente com esses recordes seguidos de arrecadação, como se fosse saudável o governo arrancar cada vez mais dinheiro da sociedade, privando-a de consumo ou de investimentos, para gastar consigo mesmo.
O Brasil está mesmo condenado à mediocridade econômica, e ao declínio em escala planetária.
Paulo Roberto de Almeida

Arrecadação federal em janeiro bate recorde histórico a R$ 123 bilhões

Correio do Brasil, 25/2/2014 15:26
Por Redação - de Brasília

A arrecadação federal atingiu R$ 84,212 bilhões no mês passado
arrecadação federal atingiu R$ 123,667 bilhões no mês passado
arrecadação de R$ 123,667 bilhões em janeiro deste ano, a maior da história, anunciada pela Receita Federal, nesta terça-feira, foi impulsionada pelas vendas de bens e serviços, que aumentaram 2,87% em comparação ao mesmo período de 2013. Houve ainda, indicou a Receita, crescimento da massa salarial de 10,37% e do valor em dólar das exportações de 8,27%. O fator negativo foi a produção industrial, que registrou queda de 2,31%.
Conforme os dados apresentados pela Receita Federal, o desempenho das receitas administradas pelo fisco federal aumentou 0,91%, com acréscimo de R$ 1,06 bilhão em comparação ao mesmo período do ano passado, já com o ajuste do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em valores globais foram arrecadados R$ 117,13 bilhões ante R$ 116,07 bilhões comparando-se os meses de janeiro de 2014 e de 2013.
A Receita Previdenciária, com R$ 28,71 bilhões, teve um acréscimo de 4,26% na arrecadação das receitas administradas. O item representa um variação de 110,52% na participação total da arrecadação. Já o Imposto de Renda do rendimento do trabalho, com R$ 9,58 bilhões, cresceu 5,6%, e o Imposto sobre Importações – somado ao Imposto sobre Produtos Industrializados-Vinculado -, cresceu 8,22%, chegando a R$ 4,76 bilhões.
O Imposto de Renda de rendimentos de residentes do exterior cresceu 12,69%, passando a R$ 2,21 bilhões, e o Imposto de Renda sobre Rendimentos de Capital ficou em R$ 3,37 bilhões, com crescimento de 6,88%. O Imposto sobre Produtos Industrializados, sem o registro vinculado, cresceu 10,89%, chegando a R$ 1,33 bilhão.
Em contrapartida, houve queda nos seguintes tributos: Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), equivalente a -7,5%; Cofins/PIS-Pasep (-4%); Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ambos com queda correspondente -5,46%. As demais receitas administradas cresceram 36,18%. A Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) incide sobre as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive as empresas públicas.
O coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Raimundo Elói de Carvalho, disse que a redução da receita da Cofins/PIS-Pasep foi resultado da combinação dos seguintes fatores: redução da Cofins e do PIS incidentes sobre as exportações, em razão de compensações tributárias e da diminição da base de cálculo aprovada pela Lei 12.865/2013. Pela Lei 12.865/2013 a União foi autorizada a conceder subvenção extraordinária aos produtores fornecedores independentes de cana-de-açúcar afetados por condições climáticas adversas durante a safra 2011/2012 na Região Nordeste.
Mais imóveis
Em linha com o crescimento da arrecadação federal, as vendas de materiais de construção cresceram 1,5% em janeiro na comparação anual, informou nesta terça-feira a Abramat, associação que representa o setor. Já na comparação com dezembro, houve crescimento de 9,2%, enquanto no acumulado de 12 meses as vendas subiram 2,7%.
A expectativa da Abramat é de que o setor encerre 2014 com vendas 4,5% maiores que o resultado do ano passado. Em janeiro, as vendas de materiais de acabamento subiram 3,9% sobre janeiro do ano passado, mas recuaram 1,1% sobre dezembro. Os materiais básicos tiveram leve alta, de 0,2%, na comparação anual, mas cresceram 15,5% sobre o resultado de dezembro.
O nível de emprego na indústria de materiais de construção também cresceu cerca de 8% no primeiro mês do ano em relação a janeiro do ano passado. Na comparação com dezembro, o avanço foi de 7,7%. Entre as empresas de materiais básicos, o nível de emprego subiu 10,6% sobre janeiro de 2013, e subiu 12,6% sobre o mês anterior. Nos materiais de acabamento, o indicador subiu 4,3% na comparação anual, e teve leve alta de 0,2% sobre dezembro

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