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segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Wikileaks Brasil: terrorismo visto como evasao fiscal
Em segredo, Brasil monitora e prende suspeitos de terrorismo
Natalia Viana, especial para WikiLeaks
São Paulo, Brasil - A polícia federal e a ABIN seguem dicas da inteligência americana para realizar operações de contraterrorismo no país. É isso que mostram alguns telegramas enviados pela embaixada dos EUA em Brasília para Washington obtidos pelo Wikileaks.
Segundo os documentos - os primeiros de milhares enviados pela missão americana no Brasil obtidos pela organização - a polícia federal e a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) monitoram a presença de suspeitos de terrorismo em solo nacional desde pelo menos 2005.
“A Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo“, relatou o embaixador Clifford Sobel em janeiro de 2008.
O governo sempre negou a existência de atividades terroristas no Brasil.
Almoço
No dia 4 de maio de 2005, o general Armando Félix esteve em um almoço na casa do então embaixador americano John Danilovich, que ficou no cargo até 2006.
Segundo o relatório enviado a Washington (See cable 05BRASILIA1207), Felix teria dito que é importante que as operações de contraterrorismo sejam ‘maquiadas’ da maneira apropriada para não afetar negativamente a “orgulhosa” e “bem-sucedida” comunidade árabe no Brasil.
Pouco antes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional havia agradecido entusiasmadamente o apoio dos americanos através do RMAS - Regional Movement Alert System, um sistema que detecta passaportes inválidos, perdidos ou falsificados. A partir de informações do RMAS, a ABIN e a PF estariam monitorando "indivíduos de interesse" no país.
"Além das operações conjuntas conosco, o governo brasileiro também está pedindo que filhos de árabes, muitos deles empresários de sucesso, vigiem árabes que possam ser influenciados por extremistas ou grupos terroristas", diz o relato. Para Félix, é de total interesse da comunidade "manter potenciais extremistas na linha", evitando assim chamar a atenção mundial para os árabes brasileiros.
A preocupação em manter segredo sobre as operações anti-terrorismo foi uma constante durante o goveno Lula. Desde 2006, a administração tem protestado contra menções de atividades ligadas ao terrorimo na tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina, incluídas no relatório anual do governo dos EUA.
Em parte, isso se deve a uma discrepância formal: o governo americano considera o partido libanês Hezbollah e o palestino Hamas como terroristas, enquanto o Itamaraty os considera partidos legítimos. Os dois têm grande apoio dentre a comunidade árabe na tríplice fronteira.
Prisões "disfarçadas"
Mas para além das diferenças no discurso, os documentos vazados pelo Wikileaks mostram que na prática a polícia brasileira age frequentemente a partir de informações da inteligência americana.
"A sensibilidade ao assunto resulta em parte do medo da estigmatização da grande comunidade islâmica no Brasil ou de que haja prejuízo para a imagem da região (da tríplice fronteira) como destino turístico. Também é uma postura pública que visa evitar associação à guerra ao terror dos EUA, vista como demasiado agressiva", analisa outro embaixador americano, Clifford Sobel, que esteve no cargo de 2006 a 2010.
Segundo o telegrama enviado por ele em 8 de janeiro de 2008 (LINK - 136564), a preocupação em não admitir atividades suspeitas de terrorismo seria maior ainda dentro do Ministério de Relações Exteriores. Por isso, diz Sobel, o Brasil participa "relutantemente" das reuniões anuais sobre segurança que reúne diplomatas, oficiais de segurança e inteligência da Argentina, Paraguai e Brasil com os EUA para discutir segurança na tríplice fronteira.
Na verdade, a região não é prioridade quando se trata de terrorismo. "A principal preocupação em contraterrorismo tanto para oficiais brasileiros quanto para a missão americana é a atividade de indivíduos ligados ao terrorismo - em particular diversos suspeitos extrermistas sunitas e alguns indivíduos ligados ao Hezbollah - em São Paulo e em outras áreas do sul do Brasil", relata Sobel.
O telegrama revela que, apesar da retórica em contrário, a Polícia Federal, a Receita Federal e a Abin "monitoram" atividades suspeitas de terrorismo e "seguem todos as pistas passadas a elas".
"A Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo”, diz um trecho do telegrama secreto. “No ano passado a Polícia Federal prendeu vários indivíduos envolvidos em atividades suspeitas de financiamento de terrorismo mas baseou essas prisões em acusações de tráfico de drogas ou evasão fical". A PF e a Abin sempre compartilham essas informações com as agências americanas, diz o relato.
O mesmo telegrama de Sobel cita dois exemplos. Em 2007, a PF teria preso um potencial faclitador terrorista sunita que operava primordialmente em Santa Catarina sob acusação de entrar no país sem declarar fundos - e estaria trabalhano pela sua deportação. A operação Byblos, que desmantelou uma quadrilha de falsifcação de documentos brasileiros no Rio de Janeiro para libaneses também é citada como exemplo de operação de contra-terrorismo.
Será que o governo sabe?
O Brasil não tem legislação específica sobre terrorismo, em parte por causa do legado da ditadura militar, que taxa oposicionistas de terroristas. A demora do Executivo em enviar um projeto de lei sobre tema ao Congresso desagrada aos americanos, como mostra outro relatório, enviado por Sobel em 11 de abril de 2008 (See Cable 08BRASILIA504).
Nele, o embaixador comenta com surpresa o comentário de José Antonio de Macedo Soares, secretário-adjunto do Gabinete de Segurança Institucional, de que o Brasil compartilha todas as informações referentes a contraterrorismo. Ele questiona se o alto escalão do governo recebe as mesmas informações da inteligência brasileira que os EUA recebem. "Embora não possamos responder definitivamente, os comentários de Soares sugerem que esse pode ser o caso e que, apesar das negativas, eles reconhecem os problemas potenciais que o Brasil enfrenta".
Outra possibilidade seria que o governo tem acesso às informações, mas não as consideram evidência de ação terrorista. "Isso significa que ou estão jogando conosco ou consideram terrorismo apenas fora do Brasil".
Duplo discurso
Outro documento publicado pelo WikiLeaks traz a mais recente avaliação da política brasileira de combate ao terrorismo, de 31 de dezembro de 2009 (See Cable 09BRASILIA1540). Nele, a Ministra Conselheira da Embaixada Lisa Kubiske reitera a existência de "dois discursos separados" no Brasil: enquanto o governo nega, a polícia monitora e colabora em operações de contraterrorismo. Ela cita como exemplo a prisão, em maio daquele ano, de um integrante da Al Qaeda.
A prisão foi feita pela PF em São Paulo durante uma pretensa investogação sobre células nazistas. O libanês, conhecido como "senhor K", foi preso sob acusação de racismo. Para a PF, ele coordenava uma célula de comunicação e recrutamento da Al Qaeda em São Paulo.
Na época, o presidente Lula se negou a comentar o assunto.
No seu telegrama Lisa Kubiske avalia como positivo o fato a notícia ter vindo a público. Ela também elogia o Ministério das Relações Exteriores por ter admitido que terroristas podem se interessar no Brasil por causa das Olimpíadas de 2016.
Entre outras coisas, o relatório de dezembro de 2009 elogia atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ligado ao Ministério da Fazenda, chamando-o de "eficiente".
De fato, diversos documentos obtidos pelo Wikileaks mostram que o COAF tem colaborado bastante com o governo americano, investigando bens de diversos suspeitos de terrorismo. Entretanto, como aponta Lisa Kubiske, até o final de 2009 nenhum bem ou propriedade havia sido encontrado. O telegrama serviu de base para a avaliação oficial dos EUA sobre o Brasil em 2010.
Os documentos fazem parte de 251 mil telegramas enviados pelas embaixadas americanas de todo o mundo ao Departamento de Estado entre 1966 e 2010 que serão publicados pelo WikiLeaks nas próximas semanas.
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Embaixada se aproxima de muçulmanos moderados para vigiar extremistas
Natalia Viana, especial para o WikiLeaks
São Paulo, Brasil - Novos documentos publicados pelo WikiLeaks mostram que o governo americano tem buscado se aproximar da comunidade muçulmana no Brasil como uma estratégia de contraterrorismo. Para a missão americana, São Paulo é uma das áreas onde elementos extremistas têm tentado recrutar jovens para a causa terrorista. Por isso, o consulado na cidade avalia que o Brasil seria o local ideal para testar estratégias que podem ser úteis em outros países com minorias muçulmanas.
Em 2009, o consulado em São Paulo promoveu a visita da representante especial do governo americano para comunidades muçulmanas, Farah Pandith, e começou a articular a visita de um sheik americano moderado. "A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que podem levar a maior informações sobre elementos distantes da comunidade mais propensos ao radicalismo", diz um telegrama do consulado americano em São Paulo , enviado em 20 de novembro de 2009.
A visão dos EUA confirma o depoimento do ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal Daniel Lorenz sobre a prisão do libanês "senhor K" em maio de 2009 em São Paulo. Lorenz afirmou em uma audiência na Câmara dos Deputados que a PF distinguiu três estágios de atividade terrorista no país.
Primeiro, extremistas estrangeiros teriam usado o país como escala de viagem. Depois, teriam procurado se legalizar e estabelecer no país através de adoção de filhos brasileiros. Finalmente, extremistas residentes estariam iniciando ações de recrutamento, apoio, treinamento, logística e reconhecimento para ações terroristas fora do país. A PF costuma compartilhar informações com a inteligência americana. O governo brasileiro nega a existência de atividades terroristas em solo nacional.
Engajando a comunidade
O primeiro telegrama confidencial enviado pelo cônsul em São Paulo, Thomas White, em 11 de novembro de 2009 (See Cable 09SAOPAULO653), revela que há vários anos o consulado tem tentado se aproximar da comunidade árabe. Através do cônsul-geral do Líbano, Joseph Sayah, White diz ter construído uma grande rede de amigos, entre sheiks e líderanças. “Não tire o olho dos sunitas”, teria avisado Sayad, explicando que muitos jovem brasileiros têm sido atraídos pelo fundamentalismo islâmico. O documento descreve também a comunidade libanesa brasileira, afirmando que os novos imigrantes do Líbano "são mais pobres e bem mais xiitas”: “A sua política é mais radical e eles frequentemente seguem a liderança do Hezbollah".
"A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que poderiam levar a mais informações sobre elementos distantes da comunidade mais propejnsos ao radicalismo", escreve o cônsul americano. "Trabalhar junto com os moderados não deve ser visto como algo separado de monitorar elementos mais ameaçadores". Visita
Um dos grandes momento da visita de Farah Pandith nos dias 22 e 23 de novembro foi uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na qual ela relatou sua história "como uma muçulmana americana". A visita foi acompanhada de perto pelo consulado e relatada em um telegrama de 8 de dezembro de 2009 (See Cable 09SAOPAULO663).
Durante a visita Pandith encontrou representantes da comunidade muçulmana e visitou a mesquita de Santo Amaro, onde conversou com jovens estudantes. "No geral, o grupo foi amigável e altamente acessível. As crianças mostraram interesse em aprender inglês e um conhecimento óbvio da cultura pop americana", descreveu o cônsul.
Além da visita de Pandith, o consulado sugere engajar a comunidade muçulmana através de apresentações sobre o presidente Obama e a visita de um sheik americano "que pode explicar como o Islã é agora uma parte vital da sociedade americana e construir laços com líderes religiosos locais". A ideia do consulado é replicar a estratégia em outros países com minorias muçulmanas pelo mundo.
Wikileaks Venezuela: loucuras a la Zimbabue de certo coronel
Wikileaks: Chávez quiere convertir a Venezuela en otro Zimbawe
El presidente venezolano, Hugo Chávez, está "loco" y está convirtiendo a su país en "otro Zimbambue", estimaba en septiembre de 2009 Jean-David Lévitte, el consejero diplomático del presidente francés, Nicolas Sarkozy, según un cable publicado por la web WikiLeaks.
"Lévitte observó que el presidente venezolano Hugo Chávez está 'loco' y dijo que incluso Brasil ya no podía apoyarlo", indica el cable que resume una conversación entre el consejero francés y el subsecretario estadounidense Philip Gordon. La conversación tuvo lugar el 16 de septiembre de 2009.
"Desgraciadamente, Chávez está tomando a uno de los países más ricos de América Latina y lo está convirtiendo en otro Zimbabue", añade el documento publicado por la página en internet del diario británico The Guardian.
El diario español El País, que también difundió los documentos filtrados este domingo por WikiLeaks, indicó por su parte que la diplomacia estadounidense trabajó para que países de América Latina aislaran al presidente Chávez.
El País habla de los "esfuerzos" de la diplomacia de Estados Unidos "por cortejar a países de América Latina para aislar al venezolano Hugo Chávez", sin publicar por el momento el documento al respecto difundido por WikiLeaks.
La página digital WikiLeaks distribuyó información secreta del Departamento de Estado norteamericano al diario español y al británico The Guardian, el estadounidense The New York Times, el francés Le Monde y la revista alemana Der Spiegel.
Wikileaks Brasil: contra-terrorismo na Triplice Fronteira
O problema apresenta interesse não tanto pelo conhecimento que se possa ter em relação ao que a Embaixada dos EUA investiga acerca do Brasil -- eles investigam absolutamente tudo, é óbvio, e falam com todo mundo, gregos e goianos, de esquerda e de direita, amigos e "inimigos" -- mas sobretudo pelo potencial desastre que essas revelações possam representar para a diplomacia dos EUA, de certa forma castrada em sua missão a partir de agora, sabendo-se que tudo o que eles investigam -- pelo menos até o nível confidencial -- pode vir a público em pouco tempo.
Como diplomata, só posso ficar preocupado com esse tipo de procedimento, pois isso diminui terrivelmente a capacidade de trabalho dos diplomatas.
Lamento sinceramente pelo que vem acontecendo, pois nenhum serviço de inteligência -- e a diplomacia é uma das formas de inteligência -- pode trabalhar decentemente se os seus produtos tiverem revelação pública. Não se pode, simplesmente, trabalhar nessas condições, pois ninguém, absolutamente ninguém, vai querer conversar com um diplomata americano (ou de qualquer outra origem, se o mesmo viesse a ocorrer).
O telegrama abaixo, como transcrito do Wikileaks, me foi sugerido por um leitor anônimo deste blog, provavelmente um diplomata ou um araponga (sem qualquer desprezo pela profissão).
Paulo Roberto de Almeida
Reference ID | Date | Classification | Origin |
|
Mundorama + Paulo Roberto de Almeida: alguns trabalhos
Os resultados estão aqui: http://mundorama.net/?s=Paulo+Roberto+de+Almeida
Os trabalhos (alguns dos) são estes, publicados em Mundorama, Meridiano 47 e na RBPI:
Memória e diplomacia: o verso e o reverso, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Mundorama No. 34 – Junho/2010
Fluxos financeiros internacionais: é racional a proposta de taxação?, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Meridiano 47 – No. 119 – Junho/2010
A Arte de NÃO Fazer a Guerra: novos comentários à Estratégia Nacional de Defesa, por Paulo Roberto de Almeida
“Vemos, então, em primeiro lugar, que em todas as circunstâncias a guerra deve ser vista não como algo independente, mas como um instrumento político; e é apenas tendo esse ponto de vista que podemos evitar nos colocarmos em oposição a toda a história militar. (…) Portanto, o primeiro, maior e mais decisivo ato de um estadista ou de um general consiste em entender o tipo de guerra em que está envolvido, não a tomando por outra coisa nem desejando que fosse algo que, pela natureza da situação, nunca poderá ser. Esta é, em consequência, a primeira e a mais abrangente de todas as questões estratégicas.”
Clausewitz, Sobre a Guerra, 1832. (Clausewitz, Sobre a Guerra, 1832, parágrafo 27, “Influência desta concepção sobre o entendimento correto da história militar, e sobre os fundamentos da teoria”, do Livro I: “Sobre a Natureza da Guerra”, da tradução de J. J. Graham, de 1873.
Boletim Mundorama No. 33 – Maio/2010
Da democracia à ditadura: uma gradação cheia de rupturas, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Meridiano 47 – No. 118 – Maio/2010
Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo, por Paulo Roberto de Almeida
A economia mundial, tal como a conhecemos atualmente, é um “arquipélago” em construção desde o século 16, pelo menos e, ainda hoje, ela não constitui um sistema perfeitamente unificado, sequer homogêneo, a despeito de toda a retórica em torno da globalização.Boletim Mundorama, Maio 2010
A falência da assistência oficial ao desenvolvimento, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Mundorama No. 30 – Fevereiro/2010
Triste Fim de Policarpo Social Mundial, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Mundorama No. 29 – Janeiro/2010
Boletim Meridiano 47 – No. 114 – Janeiro/2010
O “Fim da História”, de Fukuyama, vinte anos depois: o que ficou?, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Mundorama No. 29 – Janeiro/2010
Fórum Social Mundial 2010, uma década de embromação: antecipando as conclusões e desvendando os equívocos, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Mundorama No. 28 – Dezembro/2009
Boletim Meridiano 47 – No. 113 – Dezembro/2009
Sucessos e fracassos da diplomacia brasileira: uma visão histórica, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Mundorama No. 25 – Setembro/2009
O Brasil e o G20 financeiro: alguns elementos analíticos, por Paulo Roberto de Almeida
Evento – Lançamento do número 2/2008 da Revista Cena Internacional
Revista Cena Internacional – Vol. 10 – No. 2 – 2008
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO REGIONALISMO ECONÔMICO E POLÍTICO DA AMÉRICA DO SUL: UM BALANÇO DAS EXPERIÊNCIAS REALIZADAS, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Meridiano 47 – No. 104 – Março/2009
Estratégia Nacional de Defesa: comentários dissidentes, por Paulo Roberto de Almeida
Acesse a edição completa em formato pdf – Boletim Meridiano 47 – No. 104 – Março/2009
Estratégia Nacional de Defesa: comentários dissidentes, por Paulo Roberto de Almeida
Reconheço, de imediato, as mesmas características positivas no fato de que “um” documento – quaisquer que sejam suas qualidades intrínsecas – sobre esse aspecto importante da vida nacional (com repercussões internacionais) tenha sido divulgado. Pretendo, contudo, ressaltar, ou destacar, apenas aspectos que me parecem problemáticos nesse documento, sem desconsiderar que ele possa, de fato, apresentar uma contribuição relevante para um debate qualificado nessa área, ademais de suas implicações práticas para a defesa nacional e a política externa do Brasil. Meus comentários, como já indicado no subtítulo, prenunciam uma posição mais crítica do que favorável, e até num sentido iconoclasta, mas sem qualquer espírito destrutivo, ou puramente negativo, preservando, ao contrário, minha tradicional honestidade intelectual e, tanto quanto possível, minha objetividade analítica.
Boletim Mundorama – No. 16 – Dezembro/2008
Boletim Meridiano 47 – No. 101 – Dezembro/2008
Fórum Surreal Mundial: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, por Paulo Roberto de Almeida
1. Globalizados contra a globalização: reação freudiana?
E, no entanto, os alegres participantes do piquenique anual da antiglobalização se reunirão para, entre outros objetivos, conspurcar, atacar e combater os próprios mecanismos que possibilitaram, viabilizaram e permitiram todas essas facilidades de informação, de comunicação e de interação recíproca. Não é contraditório? Aliás, não parece completamente estapafúrdia essa revolta irracional contra os seus meios de expressão? Eu – como não pretendo usufruir de minha cota permitida de ilogismo e de irracionalidade – respondo imediatamente que SIM.
Sim, me parece totalmente ilógico e contraditório que pessoas normalmente constituídas, bem informadas, geralmente alfabetizadas (inclusive até o nível universitário) e (que se acredita serem) cidadãos razoáveis no contexto do mundo em que vivemos – ou seja, estudantes e trabalhadores honestos, cumpridores de seus deveres cívicos, promotores de um mundo melhor, ativos na defesa do meio ambiente e dos direitos humanos – consigam revoltar-se contra aquilo mesmo que lhes permite serem exatamente o que são: cidadãos bem informados, participantes, defensores de um mundo melhor para si mesmos e para todos os habitantes do planeta. Em vista disso, apenas posso sorrir ante a perspectiva de ver tantos jovens (e alguns velhos também) reunirem-se para combater a globalização capitalista, logrando, aliás, pleno sucesso em seus empreendimentos antiglobalizadores, justamente tendo como suporte material tudo o que a globalização capitalista lhes ofereceu de melhor. São uns ingratos, para dizer o mínimo. Eu acho que eles também são ingênuos, provavelmente equivocados em suas concepções e intenções e, talvez mesmo, um pouquinho desonestos, pois que se eximindo – como não deveria ocorrer na academia e nas organizações mais sérias – de trazer as provas de suas afirmações tão contundentes contra o capitalismo e a globalização. Deixamos esses aspectos de lado, por enquanto, pois voltaremos a eles no momento oportuno.
Boletim Meridiano 47 – No. 95 – Junho/2008
Boletim Mundorama – No. 10 – Junho/2008
Pequena lição de Realpolitik, por Paulo Roberto de Almeida
Realpolitik é mais um método do que uma doutrina, completa e acabada. Ela pode ser vista como uma escola de pensamento que não é boa, ou má, em si, e sim que pode, ou não, servir os interesses daqueles que presumidamente se guiam por seus “princípios”, algo vagos, de análise e de ação. O que ela quer dizer, finalmente? A rigor, trata-se de um simples cálculo utilitário, baseado nos interesses primários de um país, um Estado, um indivíduo. Ela tende a considerar os dados do problema e não se deixa guiar por motivações idealistas, generosas ou “humanitárias” de tal decisão ou ação, mas apenas e exclusivamente pelo retorno esperado de um determinado curso de ação, que deve corresponder à maior utilidade ou retornos possíveis para o seu proponente ou condutor da ação.
Boletim Mundorama – No. 9 – Maio/2008
Boletim Meridiano 47 – No. 94 – Maio/2008
O legado de Henry Kissinger, por Paulo Roberto de Almeida
Talvez seja esta a oportunidade para um pequeno balanço de seu legado, que alguns – por exemplo Cristopher Hitchens, em The Trial of Henry Kissinger – querem ver por um lado unicamente negativo, ou até criminoso, como se ele tivesse sido apenas o inimigo dos regimes “progressistas” e um transgressor consciente dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos. Ele certamente tem suas mãos manchadas de sangue, mas também foi o arquiteto dos acordos de redução de armas estratégicas e da própria tensão nuclear com a extinta União Soviética, além de um mediador relativamente realista nos diversos conflitos entre Israel e os países árabes, no Oriente Médio. Sua obra “vietnamita” é discutível, assim como foi altamente discutível – ou francamente condenável – o prêmio Nobel da Paz concedido por um simplesmente desengajamento americano, que visava bem mais a resolver questões domésticas do que realmente pacificar a região da ex-Indochina francesa.
Boletim Mundorama – No. 8 – Abril/2008
Boletim Meridiano 47 – No. 93 – Abril/2008
Teses sobre o novo império e o cenário político-estratégico mundial: Os Estados Unidos e o Brasil nas relações internacionais, por Paulo Roberto de Almeida
Uma pequena, mas necessária, introdução
RBPI – Vol. 50 – No. 2/2007
As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80, por Paulo Roberto de Almeida;
Revista Cena Internacional – Vol. 9 – No. 1 – 2007
- O BRASIL COMO ATOR REGIONAL E GLOBAL: ESTRATÉGIAS DE POLÍTICA EXTERNA NA NOVA ORDEM INTERNACIONAL, por Paulo Roberto de Almeida
Boletim Meridiano 47 – No. 78 – Janeiro/2007
Fórum Social Mundial: nove objetivos gerais e alguns grandes equívocos, por Paulo Roberto de Almeida
Pretendo, no presente texto, transcrever esses nove objetivos gerais, tais como expressos no site do FSM, e tecer, em seguida comentários pessoais sobre cada um eles, agregando a cada vez argumentos de natureza conceitual e histórica sobre o que me parece correto e o que considero serem equívocos dos “ideólogos” desse movimento (“ideólogos”, aqui, no bom sentido da palavra, isto é, como produtores de idéias). Faço-o num puro espírito de debate intelectual, que geralmente ocorre de modo unilateral, pois raramente tenho encontrado antiglobalizadores que aceitem debater suas “idéias”. Não importa, vejamos simplesmente o que eles têm a dizer.
Boletim Meridiano 47 – No. 77 – Dezembro/2006
Mercosul: uma revisão histórica e uma visão de futuro, por Paulo Roberto de Almeida
Acesse a edição completa – Boletim Meridiano 47 – No. 77 – Dezembro/2006
Boletim Meridiano 47 – No. 76 – Novembro/2006
O contexto geopolítico da América do Sul: visão estratégica da integração regional, por Paulo Roberto de Almeida
Acesse a edição completa – Boletim Meridiano 47 – No. 76 – Novembro/2006
RBPI – Vol. 49 – No. 1/2006
Uma nova ‘arquitetura’ diplomática? – Interpretações divergentes sobre a política externa do governo Lula (2003-2006), por PAULO ROBERTO DE ALMEIDA;Boletim Meridiano 47 – No. 75 – Outubro/2006
Os acordos regionais e o sistema multilateral de comércio: o caso da América Latina, por Paulo Roberto de Almeida
Acesse a edição completa – Boletim Meridiano 47 – No. 75 – Outubro/2006
Boletim Meridiano 47 – No. 74 – Setembro/2006
A distribuição mundial de renda: caminhando para a convergência?, por Paulo Roberto de Almeida
Acesse a edição completa – Boletim Meridiano 47 – No. 74 – Setembro/2006
RBPI – Vol. 47 – Nº 2/2004
RBPI – Vol. 47 – Nº 1/2004
RBPI – Vol. 45 – Nº 2/2002
A política externa do novo governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 44 – Nº 1/2001
RBPI – Vol. 41 – Nº Especial Comemorativo dos 40 Anos da RBPI (1998)
RBPI – Vol. 40 – Nº 2/1997
A democratização da sociedade internacional e o Brasil: ensaio sobre uma mutação histórica de longo prazo, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 39 – Nº 2/1996
O legado do Barão: Rio Branco e a moderna diplomacia brasileira Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 39 – Nº 1/1996
A economia da política externa: ordem internacional e progresso da Nação, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 38 – Nº 1/1995
A parábola do comunismo no século XX, A propósito do livro de François Furet: Le Passé d’une Illusion, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 37 – Nº 1/1994
Índice da Revista Brasileira de Política Internacional: índice remissivo geral (1958-1992), por Paulo Roberto de ALMEIDARBPI – Vol. 37 – Nº 2/1994
Jean-Baptiste Duroselle: morte do grande historiador das relações internacionais, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 36 – Nº 2/1993
A propriedade intelectual na política exterior e nos processos de integração econômica, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 36 – Nº 1/1993
Estudos de relações internacionais do Brasil: etapas da produção historiográfica brasileira, 1927-92, por Paulo Roberto de Almeida
RBPI – Vol. 35 – nº 137-138 – Janeiro-Junho – 1992
Retorno ao Futuro, Parte III: agonia e queda do socialismo real, por Paulo Roberto de Almeida
E a lista continua: http://mundorama.net/page/3/?s=Paulo+Roberto+de+Almeida
Eu paro por aqui...Paulo Roberto de Almeida