O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Brasil: a caminho da introversao produtiva e do stalinismo industrial

O Brasil é um país extraordinário. Numa época em que o mundo se integra de maneira crescente nos mais variados circuitos da globalização -- produtiva, comercial, financeira, educacional, sobretudo mental -- os governantes atuais do Brasil conseguem fazer o país retroceder 40 ou 50 anos, aos tristes dias do stalinismo industrial, quando se requeria plena nacionalização e integração vertical das cadeias para construir, o que se dizia, a máquina industrial brasileira.
Pois bem, essa "máquina"-- que nunca foi muito inovadora, e subsistiu sempre à custa de proteção tarifária, subsídios públicos e uma extensa panóplia de regras definidas pelo Estado -- está sendo agora destruída, não pela concorrência estrangeira, como parecem acreditar os ingênuos (à falta de melhor expressão) que nos governam, mas pelas próprias políticas distorcivas, espoliativas, "extrativas", enfim, estúpidas, do próprio governo (e isso há muito tempo).
O Brasil não tem um problema grave de atraso material, ou de disfunções técnicas, como ele tem um gravíssimo problema de atraso mental, que afeta os políticos em geral, os que estão no governo em particular, e também os capitalistas, que insistem em delegar ao "Robin Hood" que nos governa a direção dos seus assuntos microeconômicos.
O Brasil é um país que caminha rapidamente para a irrelevância industrial e produtiva, graças aos idiotas que nos governam...
Paulo Roberto de Almeida
===========

Improviso fatal
Miriam Leitão
O Globo, 5/02/2012

O Brasil continua improvisando nas políticas industrial e comercial. Ao tentar encontrar saídas de afogadilho para o déficit que apareceu na balança, e para o magro número da indústria em 2011, tudo o que se consegue no governo é repetir o cacoete: protecionismo, vantagens para lobbies e corporações. O Brasil precisa de uma política atualizada, modernizante.

Elevar barreiras, quebrar acordos, distribuir dinheiro barato e descontos nos impostos é o que se fazia no Brasil pequeno, fechado e pouco sofisticado dos anos 1970. Não é possível que quatro décadas depois só saiam dos ministérios de Brasília exatamente as mesmas propostas. Moderno é entender a lógica da integração das cadeias produtivas pelos países para tirar maior proveito delas, apostar nas vocações, incentivar inovação, investir pesadamente em educação, retirar os obstáculos que reduzem a produtividade e competitividade da economia como um todo. Na ameaça de romper o acordo automobilístico com o México, pelo crescente déficit na balança comercial setorial, ocorreu algo curioso.

Normalmente, o governo atende a todos os pedidos das montadoras. Foi assim com a redução do IPI para os automóveis, a elevação do IPI para os carros importados por montadoras não instaladas no Brasil e os frequentes benefícios que são concedidos ao setor. A indústria automobilística pressionou o governo pedindo vantagens para eles e barreiras para os concorrentes, exibindo para isso os números das importações de automóveis. Falso argumento, porque os maiores importadores são eles mesmos. Estabelecida a barreira e o princípio de que importar é prejuízo, o feitiço voltou-se contra eles mesmos. Agora, o governo quer barrar as importações de carros vindos do México, só que a indústria se organiza de forma integrada no mundo inteiro, distribuindo os modelos por países diferentes e importando de suas próprias fábricas. A indústria soltou nota e esperneou, agora que o protecionismo que sempre pede volta-se contra suas próprias estratégias.

A maioria dos carros importados é das próprias montadoras, como tantas vezes o governo foi alertado pelos que criticaram a elevação do IPI contra o carro importado. A medida foi formatada exatamente para barrar os carros que concorriam com os das montadoras brasileiras, mesmo que representassem uma fração dos que vêm de fora. Aí fica provada a improvisação. Queriam tanto agradar à indústria automobilística que acabaram desagradando- a fortemente, e ela até soltou nota de protesto. Luiz Carlos Mello, ex-presidente da Ford no Brasil, e coordenador do Centro de Estudos Automotivos (CEA), explica como a indústria se organizou: — As empresas nos países são ramos de um mesmo tronco que obedecem à estratégia global das companhias, e isso não é decidido no Brasil. Por estratégia, as empresas decidiram produzir carros diferentes no Brasil, Argentina e México. No Brasil, especializaram- se em produzir carros pequenos e básicos e passaram a importar carros maiores que não são produzidos aqui.

Durante os primeiros anos a estratégia deu superávit para o Brasil no comércio com o México; no último ano virou um resultado negativo de US$ 1,7 bilhão em carros e autopeças. No comércio de derivados de petróleo o Brasil teve um déficit de US$ 10 bilhões. Com o superávit no petróleo bruto, o saldo negativo no setor como um todo cai para US$ 2,3 bilhões. Mas este, pelo visto, não incomoda o governo porque até agora não provocou rompantes de rompimentos de acordos, ou medidas punitivas para a empresa importadora. O episódio mostra que falta a Brasília uma visão geral, integrada e estratégica de como atuar para enfrentar a perda crônica de competitividade da indústria brasileira, que resultou na fraca produção industrial de 2011 e no enorme déficit comercial da indústria. Distribuir pomadas e curativos a alguns setores não resolve o problema.

Escolher campeões — empresas que recebem subsídios para comprar seus concorrentes e sustentar planos de expansão — além de arcaico é indecoroso. Se o dólar sobe, a indústria suspende a reclamação, os números melhoram e o governo comemora. Quando o dólar cai, como agora, recomeça o choro das empresas, os improvisos do governo e a reabertura do balcão de favores. E é essa gangorra de maior ou menor favorecimento que o governo chama de política industrial. É preciso, em qualquer taxa de câmbio, enfrentar os gargalos estruturais que atrapalham empresas de qualquer setor, da indústria, inclusive. O custo trabalhista torna onerosa a contratação em qualquer ramo empresarial porque o trabalho é muito tributado no Brasil. Os impostos são muitos, e o cumprimento das obrigações fiscais, um cipoal burocrático.

A empresa é punida por pagar seus impostos e contratar trabalhadores. O incentivo é para sonegar e livrar-se da mão de obra através de algum artifício. A logística é deplorável num país que tem dimensões continentais. A agenda é antiga, conhecida e de difícil execução. Só que é a única saída e precisa ser iniciada em algum momento.

===============
Dezoito montadoras terão redução de IPI até 31 de dezembro 
Do MDIC
Brasília, 31 de janeiro de 2012 - Dezoito montadoras poderão usufruir, até 31 de dezembro de 2012, da redução de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre automóveis de passeio, comerciais leves e caminhões produzidos em suas fábricas instaladas no Brasil, Mercosul e México.
Esse será o percentual de aumento do IPI a partir de 2 de fevereiro, conforme o Decreto nº 7.567/2011, publicado com o objetivo de incentivar a produção nacional de automóveis. A avaliação das empresas foi feita pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e publicada no Diário Oficial desta terça-feira.
Foram habilitadas as empresas: Agrale S.A, Caoa Montadora de Veículos S.A., Fiat Automóveis S.A., Ford Motor Company Brasil S.A, General Motor do Brasil S.A., Honda Automóveis do Brasil S.A., Internacional Indústria Automotiva da América do Sul Ltda., Iveco Latin América Ltda., MAN Latin América Indústria e Comércio de  Veículos Ltda., Mercedes-Benz do Brasil Ltda., MMC Automotores do Brasil S.A., Nissan do Brasil Automóveis Ltda., Peugeot Citroën do Brasil Automóveis Ltda., Renault do Brasil S.A., Scania Latin América Ltda., Toyota do Brasil Ltda., Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda., Volvo do Brasil Veículos Ltda.
O aumento do IPI  foi estabelecido pelo Decreto nº 7.567/2011 e vale até 31 de dezembro de 2012. As novas regras para gerir o regime automotivo, no período entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de julho de 2016, conforme critérios estabelecidos na medida provisória nº 540/2011, estão sendo estudadas pelo governo.
Exigências
Para receber a habilitação definitiva do MDIC, as empresas cumpriram uma série de exigências técnicas e comprovaram regularidade fiscal, tributária e utilização da Escrituração Fiscal Digital (EFD), nos termos do disposto no Ajuste Sinief nº 2, de 3 de abril de 2009, conforme determinado pela Receita Federal. De acordo com a legislação, estará fora do aumento de imposto os automóveis de passeio, comerciais leves e caminhões que cumpram as seguintes exigências:
• Uso mínimo de 65% de conteúdo regional de peças - autopeças originárias de países-membros do Mercosul serão consideradas como produzidas no país.
• Realização de investimentos em atividades de inovação, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de produto no país, correspondentes a pelo menos 0,5% da receita bruta total de venda de bens e serviços, excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda.
• Desenvolvimento, no país, de pelo menos seis das seguintes atividades:
1.montagem, revisão final e ensaios compatíveis;
2.estampagem;
3.soldagem;
4.tratamento anticorrosivo e pintura;
5.injeção de plástico;
6.fabricação de motores;
7.fabricação de transmissões;
8.montagem de sistemas de direção, de suspensão, elétrico e de freio, de eixos, de motor, de caixa  de câmbio e de transmissão;
9.montagem de chassis e de carrocerias;
10.montagem final de cabines ou de carrocerias, com instalação de itens, inclusive acústicos e térmicos, de forração e de acabamento; e
11.produção de carrocerias preponderantemente através de peças avulsas estampadas ou formatadas regionalmente.

Construindo o Apartheid no Brasil: cotas para deputados negros

Os militantes da causa negra, não todos, mas aqueles racistas, interessados em dividir o país segundo linhas raciais, continuam na sua obra divisionista.
Neste caso é pior, pois além das cotas -- que eles julgam "normais"-- para negros, em todas as categorias de concursos públicos, sobretudo nas universidades, esse deputado negro, do PT, pretende também assegurar sua reeleição indefinida, sem fazer qualquer esforço, apenas como representante dos 53% (e aumentando) de "minoria" afrodescendente no Brasil.
Esse percentual deve progressivamente aumentar para quase 60% -- posso apostar com qualquer um -- em poucos anos, pois é baseado na autodeclaração do próprio interessado nas cotas.
Vai chegar o dia em que o Brasil vai ser um país em que a minoria branca vai ter de fazer esforços sobrehumanos para conseguir se inserir em qualquer coisa.
Esse vai ser o resultado da obra racista dos novos militantes do Apartheid.
Paulo Roberto de Almeida 


Cotas para deputados negros
Bruno Alves
jornal A Tarde (Salvador), 01/02/2012

No mínimo, é polêmica a iniciativa do deputado federal Luiz Alberto (PT) de propor uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a reserva de vagas na Câmara Federal, Asembleias Legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal paraparlamentares negros.

O número de vagas seria definido com base no percentual de pessoas que tenham se declarado negras ou pardas no último censo do IBGE. Segundo o deputado Luiz Alberto, a proposta iria aumentar de 30 para 150 o número de deputados negros na casa. 

As cotas raciais são uma inconstitucionalidade, já que somos todos iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. É certo que esse projeto não irá progredir. Mas é preocupante saber que nossos representantes tenham pensamentos retrógados e segregador. Seguindo esse pressuposto jamais vivenciaremos a verdadeira democracia. 

A verdadeira democracia é consolidada com educação de qualidade. É preponderante que nossos governantes coloquem a educação como prioridade de governo. Os países que investiram na educação avançaram em outras áreas.

O Brasil ocupa a 88° posição de 127 no ranking de educação feito pela Unesco, o país fica atrás de Argentina, Chile, Equador e Bolívia. A primeira posição coube ao Japão, país que, para reverter as dificuldades de um traumático pós-guerra, a partir de 1945, investiu alto em educação com o objetivo de formar mão de obra capaz de agregar valor aos seus produtos e assim superar as limitações de um país que possui reduzidos recursos naturais.

É necessário enfrentarmos os fardos do passado sem que nos tornemos vitimas dele. Significa trabalhar as forças maiores que geram um quadro de desigualdade social e econômica para todos. Não iremos avançar segmentando, não iremos conseguir caminhar sozinhos. Muitos serão os desafios, mas nós não podemos sucumbir ao desespero ou ao cinismo.

Podemos aceitar a política que fomente a divisão ou podemos construir a política que nos une. Na democracia o poder está com o povo, somos nós que escolhemos nossos representantes. Nós somos a mudança.

Bruno Alves
Presidente Estadual da Juventude Democratas (JDEM)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Nao estou entre mortos e congelados...o blog continua aquecido...

OK, as notícias são duras, infelizmente para os atingidos pela onda de frio entre os vários países da Europa:

Onda de frio mata mais de 200 pessoas na Europa

Maioria das mortes ocorreu na Ucrânia, que teve temperaturas de 38 graus negativos; neve cancela voos na Grã-Bretanha.


Bem, estou até bem aquecido, aliás com uma garrafa de Calvados aqui ao meu lado, bebericando aos poucos para esquentar o corpo e a alma (não sei o que funciona melhor, ou menos pior...).
Entre vinhos e espirituosos (como diria algum tradutor idem), a gente vai combatendo o frio...
Mas o cérebro de vez em quando congela, não por este motivo, mas talvez por excesso de álcool...
Sem reclamações...
Paulo Roberto de Almeida

Cuba totalitaria: nao apenas silencio dos intelectuais brasileiros, apoio abjeto tambem...

Este comentarista coloca apenas a questão do silêncio da imensa maioria dos (sub)intelectuais brasileiros em relação aos atentados inaceitáveis da ditadura cubana à liberdade de expressão, aos direitos humanos e civis, de maneira geral.
Não se deve considerar que todos se recolhem a um silêncio culposo, lamentável e verdadeiramente condenável, pois alguns, mais subintelectuais do que outros não ficam em silêncio, mas dão seu apoio criminoso, e abjeto, à ditadura cubana, nesses atos de perfeita ignomínia contra a consciência que deveria ser universal, mas que nesses só consegue ser parcial, e perfeitamente sectária.
Todos conhecem um desses subintelectuais abjetos que sempre escreve nesse espaço de mentiras e de deformações que se chama Carta Maior. Ele já aprovou o fuzilamento de simples balseros que tentavam escapar da ilha-prisão, o que combina perfeitamente com seu caráter amoral.
Paulo Roberto de Almeida 

Cuba - até quando o silêncio?

Sergio Fausto - O Estado de S.Paulo, 04 de fevereiro de 2012 | 3h 07 
A viagem da presidente Dilma Rousseff a Cuba expressou não apenas limites da diplomacia brasileira quanto à defesa dos direitos humanos, mas também a contraditória relação que parte importante da esquerda - em grande medida representada pelo PT - tem com o tema quando ele se coloca em países ditos socialistas, Cuba em particular. Pode-se até entender, embora seja difícil justificar, a "prudente cautela" diplomática do Brasil no trato das "questões internas" de Cuba. Sob esse aspecto, a presidente Dilma segue uma linha que vem desde o retorno do Brasil à democracia e o restabelecimento das nossas relações com aquele país.
Mais difícil é aceitar o silêncio da maior parte da esquerda brasileira, muito especialmente de intelectuais, artistas e escritores, acerca da violação de direitos pelos quais muitos deles se bateram aqui, no Brasil. Se o governo está limitado por considerações diplomáticas - até que ponto é legítimo manifestar-se sobre a política interna de outro país, até que ponto é contraproducente fazê-lo? -, o silêncio de pessoas cuja atividade está vitalmente ligada à liberdade de pensamento e expressão só se explica por uma espécie de dupla moral que os faz aceitar lá o que condenaram aqui.
No passado, isso se fez em nome da revolução socialista. O argumento apoiava-se na inegável redução das desigualdades sociais nos primeiros dez anos do regime de Fidel Castro e da política obtusa e agressiva dos Estados Unidos em relação a Cuba. Eram outros tempos, haverá quem diga. Mas houve quem enxergasse as feições reais do regime cubano ainda em meio à névoa ideológica da guerra fria. E percebesse que a maior igualdade tinha como preço nenhuma liberdade.
Em 1971 se deu o primeiro rompimento público da intelectualidade de esquerda com o regime da revolução. Nesse ano se prendeu o poeta Heberto Padilla. Submetido a tortura, Padilla foi forçado a se retratar publicamente, no pior estilo das autocríticas forjadas pelos regimes totalitários. Na época Fidel sentenciou: "El arte es una arma de la revolución". Em repúdio, Octavio Paz, Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa, para citar apenas os escritores latino-americanos mais conhecidos, assinaram um manifesto denunciado a ação do governo cubano.
Ao longo dos 40 anos seguintes as arbitrariedades do regime se acumularam e o silêncio dos intelectuais brasileiros de esquerda se manteve eloquente, exceções à parte. O que se ouvia, isso sim, eram elogios ao regime e bajulações ao "comandante" (Fidel Castro). Em março de 2003 a ditadura cubana mandou prender 79 pessoas por delito de opinião, condenando algumas delas a quase 30 anos de cadeia. A "Primavera Negra" foi a gota d'água para o escritor português, prêmio Nobel de Literatura, José Saramago, comunista da velha guarda. Em artigo no jornal El País, ele escreveu que a partir dali não poderia mais seguir viagem ao lado de Cuba. A vasta maioria da esquerda brasileira e de seus principais intelectuais continuou no mesmo barco.
Hoje Raúl Castro busca "atualizar" o socialismo em Cuba. O eufemismo enganoso representa o reconhecimento da falência do modelo implantado pela revolução. Esse jamais se mostrou capaz de andar com os próprios pés. Passado o período das expropriações e de mobilização patriótica dos trabalhadores, a economia cubana viveu à base da injeção de recursos externos oferecidos por motivos geopolíticos. Primeiro, pela União Soviética; depois, em menor grau, pela Venezuela de Hugo Chávez.
A verdade é que a economia cubana nunca conseguiu diversificar-se muito além da cana-de-açúcar e atingir níveis mínimos de eficiência. Com isso, depois do colapso da União Soviética, o socialismo cubano se converteu na repartição mais ou menos igualitária da pobreza para a maioria e na distribuição de privilégios para poucos, encastelados no partido e no Estado ou bem conectados a esses dois entes, que lá se confundem em um só.
A "atualização" do modelo é uma tentativa gradual de introduzir reformas que deem algum dinamismo à moribunda economia do país sem que essa mudança acarrete real alternância no poder. Para tanto as reformas não podem ir muito além do estímulo à criação de mercados de compra e venda de imóveis e veículos e da permissão para o funcionamento autônomo de pequenos serviços. Não se quer criar um setor privado que venha a pôr em xeque o controle estatal sobre os setores e atividades principais da economia. Muito menos iniciar a transição para um regime no qual o Partido Comunista de Cuba (PCC) não detenha mais o monopólio da representação política. Mesmo a renovação de lideranças dentro do partido, uma imposição do tempo, não pode implicar riscos para os que hoje mandam. Raúl Castro foi claro a esse respeito na abertura da primeira conferência do PCC, no último fim de semana, quando fez defesa veemente do sistema de partido único e avisou que a norma que limita a dez anos a permanência em cargos da alta hierarquia do regime será aplicada paulatinamente.
Com mais de 80 anos, Raúl tem um horizonte pessoal de mais alguns poucos anos de vida ativa. Quando pensa no longo prazo, está preocupado em preservar um esquema de poder assentado fundamentalmente nas Forças Armadas. Hoje se estima que elas controlem a grande maioria das empresas estatais do país. Não se pode esquecer que Raúl Castro foi o ministro das Forças Armadas desde 1959 até 2008, quando assumiu a presidência em substituição a seu irmão Fidel.
Ao optar por apoiar as reformas, abstendo-se de pressionar por maior liberdade em Cuba, o governo brasileiro aumenta as possibilidades de perpetuação desse esquema de poder, ávido por negócios com empresas estatais e privadas estrangeiras que não ponham em xeque seu controle antidemocrático sobre o Estado e seu domínio monopólico sobre a economia. Dilma não agiu apenas dentro dos limites da diplomacia brasileira. Agiu também nos limites do bloco de poder que ela própria representa.    
DIRETOR EXECUTIVO DO iFHC, É MEMBRO DO GACINT-USP, E-MAIL: SFAUSTO40@HOTMAIL.COM

Responsabilidade ao Proteger?

É preciso exercer os poderes do Conselho de Segurança com muita responsabilidade. Afinal de contas, não se pode sair por aí autorizando intervenções contra governos legítimos, que podem provocar perda de muitas vidas humanas, mesmo se esses governos legítimos estão provocando perdas ainda maiores de vidas humanas.
Melhor não tomar posição, nesses casos, ficar em cima do muro como bons tucanos, exercer seu grau habitual de restrição mental, e ver como nossos amigos dos Brics, sempre tão sábios, estão votando. Quem sabe até nem soltar nota nenhuma, ficar quieto, pois a melhor política, quando não se tem política, é ficar quieto, justamente.
Mas e as famosas doutrinas tão cuidadosamente elaboradas?
Bem, elas precisam de alguns retoques conceituais, ou novas pesquisas de terreno, talvez...
Paulo Roberto de Almeida

Death Toll Is Said to Rise in Syrian City of Homs

Activists said the death toll climbed to 260 in an attack Saturday on Homs, a claim the Syrian government flatly denied ahead of a meeting scheduled for Saturday at the United Nations Security Council.


Addendum oportuno: 

Ah nossos amigos dos Brics, como eles são defensores da soberania nacional (deles e dos outros). Nós também, por sinal.
Soberania über alles...

Russia and China Veto U.N. Security Council Resolution Condemning Syria

Russia and China on Saturday vetoed a United Nations Security Council resolution on Saturday condemning the Syrian government’s crackdown on protests for the second time. At the meeting in Manhattan, 13 countries voted for the resolution proposed by European and Arab nations that gave strong support to an Arab League plan to end the crackdown and call for President Bashar al-Assad to step aside. But Russia and China both vetoed the measure.

Read More:

Pilatos do Caribe: a nao-intervencao e a nao-indiferenca...

Sendo desta vez uma pouco mais indiferente do que nos casos de Honduras e Haiti, e um pouco mais não-intervencionista neste caso dos piratas do Caribe, ops, dos comunistas do Caribe.
Teremos alguma nota explicativa, lamentando, deplorando, solicitando, desta vez? Ou apenas silêncio e oblívio?
Paulo Roberto de Almeida

Cuba nega visto para blogueira vir ao Brasil, diz dissidente

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012 19:08 BRST
[-Texto [+]

HAVANA, 3 Fev (Reuters) - A blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez disse nesta sexta-feira que o governo lhe negou a permissão para viajar ao Brasil, a décima nona vez que tenta, sem sucesso, sair de Cuba e depois de ter pedido à presidente Dilma Rousseff que intercedesse em seu favor durante visita nesta semana à ilha.

Yoani, de 36 anos, é autora do blog "Geração Y" e uma das vozes mais críticas dentro da blogosfera em Cuba. Ela questiona regularmente o que descreve como "falta de liberdades" na ilha comunista.

"Não há surpresas. Voltaram a negar a permissão de saída. É a ocasião número 19 em que violam o direito de entrar e sair do meu p...", Yoani escreveu em sua conta @yoanisanchez no Twitter.

Ela recebeu um visto de 30 dias para viajar ao Brasil a fim de assistir à estreia de um documentário na Bahia. A diplomacia brasileira lhe concedeu o visto poucos dias antes da visita oficial de Dilma à ilha nesta semana, o que foi visto como uma posição delicada para o governo cubano.

A blogueira enviou uma carta a Dilma para que ela intercedesse em seu favor perante as autoridades da ilha, mas a presidente se distanciou do assunto, apesar da pressão que recebeu.

"O Brasil deu seu visto para a blogueira. Agora os demais passos não são da competência do governo brasileiro", disse Dilma em Havana, ao ser consultada por jornalistas sobre o caso. A presidente é uma ex-militante de esquerda que sofreu torturas e foi presa na década de 1970.

Para saírem do país como turistas, os cubanos devem pedir uma permissão conhecida como "cartão branco", que faz parte das regras migratórias vigentes. As autoridades cubanas não costumam informar as causas das negativas de viagem.

Muitos cubanos esperam uma tão solicitada reforma migratória. O governo prometeu que implementará de forma "gradual" a medida, que deverá flexibilizar os trâmites de entrada e saída.

O governo cubano considera Yoani e os demais dissidentes como mercenários a serviço dos Estados Unidos. Insiste que ela não pode viajar ao exterior, onde tem muitos seguidores.

(Reportagem de Rosa Tania Valdés e Nelson Acosta)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Brasil: fuga (equivocada) para o protecionismo...

O governo brasileiro sempre faz diagnósticos errados quando identifica um problema qualquer: os culpados sempre são os outros, ou as condições externas, nunca ele mesmo e suas políticas erradas.
Sempre, constantemente, recorrentemente, ele vem aderindo a um protecionismo canhestro, primitivo, atrasado, reacionário, totalmente equivocado, quando o problema está na falta de competitividade do Brasil como um todo.
E porque o Brasil, as empresas brasileiras estão ficando pouco (ou nada) competitivas?
Não pergunte ao governo, que ele vai acusar os outros, nunca a si mesmo.
Qualquer pessoa sensata seria capaz de dizer: só países idiotas, dotados de governos idiotas, taxam o setor produtivo à altura de 40% do seu faturamento.
Só governos idiotas acham que empresas conseguem sobreviver num ambiente hostil como é o ambiente de negócios no Brasil.
E só capitalistas idiotas vão pedir proteção ao governo contra a concorrência estrangeira, e subsídios aos cofres públicos (ou seja, nosso dinheiro), em lugar de atuar sobre as causas dos problemas.
Por que governos e capitalistas são tão idiotas no Brasil?
Você saberia a resposta, caro leitor?
Nem precisa me dizer: eu já sei, e venho dizendo isso há muitos anos, muuuuuiiiiitos anos...
Paulo Roberto de Almeida 

México, déficit e vodu

Editorial O Estado de S.Paulo, 03 de fevereiro de 2012 | 3h 05
O governo cometerá mais um equívoco grosseiro, e mais uma vez fugirá do problema real, se romper o acordo automotivo com o México, deficitário do lado brasileiro a partir de 2009. Esse déficit, de cerca de US$ 1,7 bilhão, é apenas uma pequena fração do rombo total no comércio de produtos típicos da indústria de transformação, de US$ 48,7 bilhões no ano passado, segundo levantamento divulgado há poucos dias pelo Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial (Iedi). Diante das dificuldades crescentes no comércio de bens industriais, Brasília tem optado pelo fechamento da economia brasileira. A criação ou ampliação de barreiras protecionistas tem sido a resposta mais frequente, em geral disfarçada com o nome, obviamente impróprio, de política industrial.
Conhecida pela imprensa há poucos dias, a ameaça de anulação do acordo com o México vai na direção do protecionismo, como se o fechamento do mercado eliminasse os pontos fracos da produção nacional. Além de não resolver o problema, esse tipo de política vicia o organismo econômico e acaba sendo um fator de atraso. Perde o consumidor, tolhido em sua escolha, e a própria indústria, protegida como incapaz, deixa de se transformar, de crescer e de gerar mais e melhores oportunidades de trabalho. O Brasil já viveu essa experiência e com certeza nenhuma pessoa sensata e capaz de pensar no longo prazo deseja repeti-la.
Em vez de abandonar esse acordo, o Brasil deveria, juntamente com os parceiros do Mercosul, buscar a ampliação dos compromissos com o México até alcançar um pacto de livre comércio. Se o País se tornou deficitário nas trocas do setor automotivo, o razoável é identificar os problemas e tentar resolvê-los.
Se a raiz dos problemas estiver no México, o primeiro passo deve ser a busca de um entendimento, talvez de uma revisão do acordo. Mas é inútil gastar muito tempo com essa hipótese. Os grandes problemas estão mesmo no Brasil e afetam muito mais que o comércio de um tipo de produto - do setor automotivo - com um parceiro definido - neste caso, o México.
As dificuldades são conhecidas há muito tempo, mas é útil conhecer os trabalhos divulgados ultimamente pelo Iedi. Esses estudos acrescentam detalhes interessantes ao quadro geral das dificuldades da indústria para ocupar e até para manter espaços tanto no mercado externo quanto no interno.
Uma análise recente mostra como o déficit comercial se distribui entre segmentos industriais classificados segundo o grau de tecnológica. No nível mais alto, o déficit aumentou de US$ 26,2 bilhões em 2010 para US$ 30 bilhões no ano passado. Só uma classe de indústria desse grupo, a aeronáutica, obteve um pequeno superávit, de US$ 179 milhões. A maior parte do rombo ocorreu no comércio de eletrônicos e farmacêuticos.
O déficit chegou a US$ 52,4 bilhões no grupo dos produtos de média-alta tecnologia. As exportações da indústria automotiva aumentaram, assim como as dos setores de produtos químicos e de equipamentos, mas o crescimento das importações foi muito maior. O desempenho foi melhor nas faixas de média-baixa e baixa tecnologia, com déficit de US$ 9,3 bilhões na primeira e superávit de US$ 42,9 bilhões na segunda. Nesta se incluem, obviamente, as indústrias de alimentos e de bebidas, madeira, papel e celulose. As indústrias têxteis, de roupas e de calçados, incluídas no grupo de baixa tecnologia, foram deficitárias.
O superávit das empresas de baixa tecnologia, somado ao da agropecuária, foi muito mais que suficiente para compensar o rombo dos outros setores e garantir um saldo positivo final de US$ 29,8 bilhões.
O cenário é de "commoditização" do saldo comercial. Isso se deve principalmente às dificuldades de competição da indústria. O estudo do Iedi repete, sem se alongar, a lista conhecidíssima de fatores - câmbio desfavorável, capacidade ociosa na indústria asiática, deficiência de infraestrutura, tributação ruim, escassez de recursos humanos, etc.
Diante desse quadro, romper o acordo com o México é tão racional quanto espetar uma agulha num boneco de vodu. Pensamento mágico nunca produziu política econômica eficiente.

Dez previsoes sobre a China em 2012 - McKinsey


What’s in store for China in 2012?

Despite food price inflation and a stagnant housing market, China should maintain a rapid rate of growth.

China in 2012 article, government policies will spur consumption investment, Economic Studies

In This Article

Gordon Orr, a director in McKinsey’s Shanghai office, offers a forecast for growth in China this year. Read his ten predictions, then let us know what you think.
1. Government policies will spur consumption and investment. These moves will compensate for declining exports and a slumping housing market. To boost consumption, policy makers could pull a number of short-term levers, including tax breaks and rebates, and are likely to raise the minimum wage further. The 12th five-year plan calls for raising household disposable income by 7 percent a year; thus the government may urge large state-owned enterprises to increase wages across the board, which would pressure other companies to follow suit. Policy makers are also likely to extend a popular program offering rebates on purchases of electronics and appliances. (It fueled the sale of 200 million units, generating 450 billion renminbi—about $71 billion—in revenues from 2009 to 2011.) In addition, the government will invest heavily in manufacturing, particularly in the central and western regions, offering incentives to attract industrial companies inland. The manufacturing sector will continue to fuel China’s growth, thanks in part to the lower cost of labor and the improving infrastructure in the country’s interior.
2. Dominant models will emerge for reforming rural land ownership. China must consolidate its farms to increase agricultural output and reduce the income gap between rural and urban populations. Land reform could help it achieve these and other objectives, and regions across the country are testing different pilots to identify the best approaches. One in the city of Chongqing, for example, helps farmers move to cities and thus gain access to education, health care, and pensions, which may be unavailable in rural areas. Participants have the option of keeping or giving up their land use rights in the process. A pilot in Chengdu, aiming to bring jobs and development to the countryside, gives rural populations rights typical of those urban residents enjoy. Thanks in part to this initiative, more than 90 percent of Chengdu’s rural residents now have medical insurance.
3. Real estate will stagnate. In an effort to further cool prices, the authorities will maintain purchase and credit restrictions that contributed to the deterioration of property markets in the second half of 2011. According to the China Index Academy, local-government revenues fell as a result of declining land sales—by 13 percent in Shanghai, 14 percent in Beijing, and 29 percent in Nanjing from January to November 2011, compared with the same period in 2010. Fear of local-government defaults and a general property rout may induce the central authorities to ease restrictions. Nonetheless, Beijing will continue to prioritize the construction of affordable housing for the poor in an attempt to prevent a hard landing in the construction sector.
4. The fundamentals will cause further inflation in food prices. Broader inflation in consumer prices appears to have peaked, but those of food rose at twice the rate of the consumer price index in the closing months of 2011. Inflation is highest for meats—the price of pork and beef rose by 27 and 14 percent, respectively, over the 12 months ending in November 2011, compared with the same period in 2010. The trend reflects changing consumption patterns among urban consumers and the growing middle class, who eat more meat, thereby increasing demand for cereals to feed animals. The availability of food imports is limited, and the rate of productivity improvement in domestic agriculture remains low. Moreover, price volatility is high, since even minor disruptions can affect supply dramatically.
5. Chinese investment in green tech will spike upward. Thanks to manufacturing at scale, China is already well established as a leader in the solar and wind industries. In 2012, the country will expand its efforts to deliver products and services directly to end users in international markets, raising barriers to entry for others. It will also boost investment in manufacturing and other upstream segments of the value chain, perhaps by acquiring (or striking partnerships with) struggling Japanese firms to gain access to intellectual property. As green-tech matures, the government may let subsidy programs lapse to prevent unmanageable growth and oversupply. Investors are interested. In 2011, 28 of the world’s 51 clean-tech IPOs came out of China.
6. Accounting scandals will continue. China’s reputation among regulators and investors was tarnished in 2011. According to the Financial Times, the total value of Chinese companies delisted from US exchanges exceeded what Chinese companies raised through IPOs in the United States last year. The trend will probably continue in 2012, since more than 400 “reverse merger” companies are still listed in the United States; the fact that they were not subjected to the rigors of the typical IPO process suggests that markets are in for more surprises. International investors will become increasingly selective about purchasing shares of Chinese companies.
7. Private-equity and venture capital funds may go ‘walkabout.’ Some venture capital and many private-equity funds in China used an aggressive short-term strategy that essentially involved buying companies shortly before they went public and then listing them at high multiples. But as asset prices decline and the stock market drifts, the potential for quick, IPO-driven returns falls greatly. If the assets these funds hold were marked to market, a significant portion would be out of the money. Some funds will probably get into trouble with impatient investors, raising the possibility that certain fund managers may walk away from investments.
8. Chinese acquirers will be bolder. As prices drop, Chinese companies will seek international buying opportunities. A recent example is Shandong Heavy Industry Group’s recently announced acquisition of Ferretti Group, the Italian luxury yacht builder. Companies in some countries seem wary of the trend. Indeed, a South Korean consortium may be assembling to preempt Chinese companies from acquiring a French firm that has critical technology for liquefied-natural-gas tankers. The Chinese will continue to purchase property in the United States, but opportunities to acquire businesses there will be scant in 2012, an election year.
9. The automobile segment will be slow. The auto market will probably grow by around 8 percent, much slower than the 32 percent jump in 2010 but higher than last year’s 2.5 percent. In particular, the market for small cars and microvans will grow significantly in 2012, although the budget segment (cars that cost less than $10,000) will become a key battleground between multinational joint ventures and local companies. The National Development and Reform Commission has required joint ventures to develop and sell vehicles under “indigenous” (that is, local) brands, and most offer budget models under them. This development puts joint ventures in head-to-head competition with domestic automobile producers, such as BYD, Chery, and Geely. Meanwhile, several local Chinese producers suffer from declining share. Stagnant real-estate prices will dampen demand for luxury cars, and the debate about how aggressively to encourage electric models has led to some adjustments in policy—such as a push behind range-extended electric vehicles—that might at last help to ignite the market. One certainty is that local companies are not ready to commercialize electric-battery vehicles at scale in 2012.
10. Hospital reform will accelerate. Two developments will drive the reform of hospitals. First, the emergence of clearer policies governing the payment mechanism between payers and providers will dramatically reduce excessive levels of prescriptions for expensive drugs. Second, local and overseas funds will lead a wave of hospital privatization, including both existing and new assets. In the pharmaceutical and medical-device segments, new provincial tendering policies will further erode prices. Nimble locals will fare best in this climate; multinationals will wait and see.

About the Author
Gordon Orr is a director in McKinsey’s Shanghai office.

Delenda Israel, Iran dixit (o tema mais quente de 2012)

Raras vezes nas relações internacionais, líderes de um Estado são tão explícitos nas ameaças de destruição de uma outra nação, um outro povo, um outro Estado.
Israel poderia até invocar o capítulo da autodefesa da Carta da ONU e golpear as instalações militares do Irã, mas não vai ser fácil, pois o Irã de hoje está superarmado, e não parece ter medo de incorrer em perdas humanas ou materiais.
Este ano de 2012 vai ser movimentado, podem apostar...
Paulo Roberto de Almeida 

Khamenei: Iran will back ‘any nations, any groups’ fighting Israel
The Washington Post, February 3 2012 

TEHRAN — A fiery anti-Israel speech by Iranian leader Ayatollah Ali Khamenei on Friday, and a successful satellite launch by his country, added to growing global tensions, as Israel warned it might make a preemptive strive against Iran’s nuclear facilities despite U.S. objections.
“From now onwards, we will support and help any nations, any groups fighting against the Zionist regime across the world, and we are not afraid of declaring this,” Khamenei said during a rare Friday prayer lecture at Tehran University.

“The Zionist regime is a true cancer tumor on this region that should be cut off,” Khamenei said. “And it definitely will be cut off.”
Most of Khamenei’s rhetoric was not new. But the timing and setting of his speech ratcheted up a standoff that, some analysts say, has the potential to spark military action that would disrupt the international coalition that has emerged to confront Iran over its nuclear program and jeopardize oil markets and fragile world economies.
Khamenei’s statements could poison the atmosphere ahead of upcoming nuclear talks between Iran and world powers. His speech illustrated his conviction that Iran is the flagbearer in battles against the “arrogant powers,” a term used in Iranian political discourse to describe the United States and its allies.
Khamenei said Israel has become “weakened and isolated” in the Middle East due to the revolutions — he called them “Islamic awakenings” — that have spread through the region.
He suggested that Iran’s support for the Palestinian militant group Hamas and Lebanon’s Hezbollah helped lead to victory in their battles with “the Zionist state,” as Israel is officially called here.
“We got involved in the anti-Israeli issues, which resulted in the victory in the 33-day and 22-day wars,” Khamenei said, referring to Israel’s 2006 war with Lebanon and its incursion into Gaza Strip in late 2008.
Khamenei’s speech came hours after Iran’s state-run media reported that the country had launched a small satellite into space, carried by a homemade rocket.
The launch, which had been planned and announced months ago, is part of a series of festivities celebrating the 33rd anniversary of Iran’s Islamic Revolution, which culminated in the collapse of the monarchy on Feb. 11, 1979.
State-run television reported that the satellite Navid Elm o Sanat (“Good message of science and industry”) carries camera and telecommunication devices and was designed and produced inside Iran.
President Mahmoud Ahmadinejad joined the launch remotely via video conference and said he was hopeful the launch “will send a signal of more friendship among all human beings,” wire services reported.
Iran’s space program is controversial, as Western nations fear the rockets can be used for regional attacks and — if the country were to produce a nuclear weapon — be fitted with a nuclear warhead. Iran had repeatedly stated that its missile program is for defensive purposes only.
The Navid microsatellite, which weighs 110 pounds, will orbit the earth at an altitude of up to 234 miles, the Associated Press reported, citing the Islamic Republic News Agency.
Navid is the third small indigenously built satellite Iran has launched during the past few years and the first of three to be launched in early 2012. Iran launched Omid in 2009 and Rasad in 2011. Both lasted less than three months in space. Iran’s first satellite, Sina-1, was built and launched by Russia in 2005.
The country’s space agency and defense ministry are jointly planning to set up a launch site in the southeastern region of the country, Iranian officials have said.

Estamos morrendo de frio por aqui: brrr!!!


Rising Death Toll

No End in Sight for European Deep Freeze

Photo Gallery: Deadly Cold Snap Grips Europe
Photos
DPA
Frigid temperatures and snowfall have swept across Europe over the last week, with well over 100 people having died due to the cold, most of them homeless. The dangerous weather is expected to continue.
Info
Well over 100 people have died in Eastern Europe due to a winter cold snap that has held the region in its icy grip for nearly a week. From Ukraine to Italy, snow and temperatures as low as minus 33 degrees Celsius (minus 27 degrees Fahrenheit) have clogged road and air traffic, caused power outages, closed schools, trapped mountain residents and claimed the lives of those caught outside, mainly the homeless.

Some 101 people have died in Ukraine alone, with 38 new deaths reported overnight, the Emergencies Ministry said on Friday. Temperatures there have dipped to below minus 30 degrees Celsius, making it the country's coldest winter in six years. While most of the dead have been homeless people found on the streets, hundreds of others have also been treated for frostbite and other problems caused by the cold. Authorities have set up some 3,000 heated tents to protect the homeless. Most schools in the country are also reportedly closed.
In Serbia at least 11,000 mountain residents in remote areas have been stranded by blizzards that left snow drifts up to 16 feet tall. Rescue workers there have been working to deliver supplies to trapped residents. Helicopters have been sent out to deliver goods to areas there and in neighboring Bosnia, where it has reportedly been snowing for 26 days in the southwestern town of Sijenica.
"We are trying everything to unblock the roads since more snow and blizzards are expected in the coming days," Serbian emergency police official Predrag Maric told The Associated Press on Thursday. Fuel supplies are also reportedly low for snowplows in the area, where residents have been warned not to venture out into the cold alone.
Deaths have also been reported in Romania, the Czech Republic and Poland, where firefighters reported on Thursday that 11 people had died from carbon monoxide that came from charcoal heaters they were using to warm their homes.
Western Europe Shivering Too
Amid reports of record low temperatures across the Continent, many countries reported that natural gas deliveries from Russia had been reduced. Ukraine denied Russian accusations that it had used more than its share of the fuel, but the tone was reminiscent of gas disputes between the two countries in years past. So far, European officials have reportedly been able to compensate for the gas shortages with domestic supplies.

Western Europe has also seen freezing temperatures and a handful of related deaths. Italian officials on Thursday reported a homeless man had died of exposure in Milan. In Germany, a homeless man in the eastern state of Saxony-Anhalt was found dead on Thursday, after an elderly woman in the neighboring state of Lower Saxony had succumbed on Wednesday. Warmer temperatures are unlikely in the coming days, though, the German Weather Service reported.
Traffic along European rivers has also been hampered by ice. Authorities cancelled ferry service on the Elbe River in northern Germany this week, while at least three ships were reportedly stuck in ice along the Danube River, large sections of which have frozen over in Bulgaria.
But in the Netherlands, frozen rivers would be more than welcome. In Amsterdam authorities have banned boat traffic and shut down water pumps along some canals in hopes that ice will become thick enough to allow for ice skating. If this happens, the country will be able to hold a speed skating tournament known as the Elfstedentocht, or "11 Town Tour," for the first time since 1997. The tour's 200 kilometer (125 mile) route links 11 towns across the northern part of the country and has only been held 15 times since the first event in 1909.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Beguin the beguine...: a crise financeira internacional

Not really, só como começou toda essa bagunça econômica atual: 


Inside Job
documentário de Chales H. Ferguson; EUA, 2010.
(http://www.vimeo.com/25142692)


Addendum em 3/02/2012: 


O link acima não está mais funcionando, talvez porque fosse um oferecimento irregular, sem respeitar direitos autorais dos produtores do filme.
Confesso que não ouso, por enquanto, fazer um comentário sobre esse documentário, que parece ter sido tecnicamente bem construído, mas com posições politicamente marcadas, orientadas para os chamados "99% of us, against 1% of them", ou seja, os especuladores.
Só vi o filme pela metade, assim não posso julgar de forma fundamentada.
Pelo que vi, achei um pouco de demagogia, como se o mundo da finança fosse feito por um punhado de especuladores perversos que complotam de noite para roubar o dinheiro de honestos cidadãos, e que depois, na crise, acabam roubando igual, pois os governos os socorrem com muito dinheiro para evitar a tal de crise sistêmica.
Quando alguém puder me indicar onde ver o filme -- claro, sempre se pode pagar e alugar... -- eu verei se tenho opinião formada sobre o filme e sobre os eventos que ele descreve.

Um dos nossos aliados no Brics: Al Putine...

RUSIA: ESTADO MAFIOSO

Foreign Policy en Español, 30 de enero de 2012

Corresponsal en Moscú del diario inglés The Guardian desde 2007, Luke Harding recibió a finales de 2010 la noticia de que no le renovarían su credencial de prensa. Abandonó Rusia en febrero de 2011. Se convirtió así en el primer periodista occidental en ser expulsado de Rusia desde el final de la Guerra Fría. De vuelta en Inglaterra, y tras participar en el trabajo de selección y publicación de los cables de WikiLeaks relativos a Rusia, escribió un libro titulado Mafia State: How one reporter became an enemy of the brutal new Russia,en el que ofrece un relato de su historia personal combinado con el análisis periodístico de cómo funcionan algunos de los mecanismos de poder en este país.
AFP/Getty Images
FP en español. En su libro relata el acoso que sufrió del FSB desde su llegada a Moscú como corresponsal. ¿Qué métodos emplearon los servicios secretos rusos para controlarlo?
Luke Harding: Pocas semanas después de mi llegada a Rusia como corresponsal de The Guardian, se publicó en mi periódico un reportaje sobre el ex oligarca Boris Berezovsky en el que se criticaba a Putin y a su gobierno. A raíz de ese reportaje fui citado en las oficinas del FSB para declarar cuál era mi relación con Berezovsky. Desde ese momento, comenzaron a seguirme agentes del FSB, colocaron micrófonos en mi casa, incluido el dormitorio, interceptaban mis correos electrónicos y pincharon mis líneas telefónicas. Los peores momentos de esa campaña de hostigamiento fueron los allanamientos de mi casa. No trataron de disimular que habían entrado en la casa en la que vivía con mi mujer y mis dos hijos. Parte del encanto de esos allanamientos era precisamente hacerme ver que podían llegar hasta dónde quisieran: por ejemplo, dejando la ventana abierta del cuarto de mi hijo, de pocos años de edad, abierta de par en par. Algo peligroso ya que vivíamos en un piso bastante alto de uno de esos monumentales bloques de apartamentos típicos del extrarradio moscovita. Con el tiempo descubriría que todos los métodos de hostigamiento que utilizaron contra mí, eran los mismos que durante la época soviética se habían llevado a cabo contra los disidentes. En otras palabras, en ese sentido no ha cambiado nada, se usan las mismas técnicas de hostigamiento que aparecían en los manuales de operaciones del KGB.
FP en español. ¿Percibió durante sus años como corresponsal algún indicio de que podrían llegar a producirse unas protestas como las que se registraron tras los comicios legislativos de diciembre?
L. H. No, en absoluto. Lo que sucedió en diciembre, tras las elecciones, cogió a todos por sorpresa, incluida la oposición y, sobre todo, al régimen de Putin. Lo que sí percibí durante mis años como corresponsal en Moscú, sobre todo entre las clases más cultivadas y liberales, los miembros de la denominada intelligentsia, fue sobre todo frustración. Una profunda frustración al comprobar cómo el poder de Putin se perpetuaba restringiendo cada vez más las libertades, controlando los medios de comunicación –en especial, la televisión–, etcétera. En definitiva, frustración al ver que las cosas, lejos de mejorar, no hacían sino empeorar, a pesar de las promesas vacías de Medvédev. Es sobre todo con esa clase media, con la que se ha roto ese pacto tácito que el pueblo había establecido con Putin de tolerar ciertas restricciones en sus libertades a cambio de progreso económico y de estabilidad. Para una parte considerable de la población, ese pacto ya no está vigente. Tal vez sí en la Rusia de provincias, pero desde luego no entre la nueva clase media urbana. Pero en ningún caso se intuía que se podían llegar a producir las protestas que se produjeron tras las elecciones y mucho menos con esas dimensiones, con decenas de miles de rusos en las calles.
FP en español. El título de su libro es Mafia State. ¿Tan difícil resulta distinguir en Rusia entre el Gobierno y la mafia?
L. H. Sí, resulta difícil, muy difícil. Obviamente, con esto no quiero decir que estemos ante un Gobierno que se comporte como las bandas de gánsters en las que todos pensamos cuando oímos la palabra mafia. Es algo más sutil. La élite de oligarcas, políticos –muchos de ellos ex miembros del KGB, como Putin, los llamadossiloviki– y burócratas que conforman el Ejecutivo y la administración rusa han conformado una moderna, pero no menos voraz, cleptocracia. La fuga de capitales rusos que salen del país cada año con destino a cuentas de bancos europeos, por ejemplo, es altísima. No hay más que ver las mansiones que muchos de ellos se han comprado aquí en Londres, en barrios caros como Belgravia. Las operaciones de las empresas estatales, en particular las de hidrocarburos, se convierten en transacciones complejas con la intervención de, por ejemplo, empresas intermediarias que permiten la fuga de capitales con una -mínima, todo hay que decirlo- apariencia de legalidad. Al mismo tiempo, todo ese dinero que está sustrayéndose a las arcas rusas sirve para mantener en pie todo el sistema político y de equilibros de poder que es hoy el sistema de Gobierno ruso.
FP en español. Afirma que no se puede resumir la lucha por el poder dentro del Kremlin como un simple enfrentamiento entre liberales, partidarios de una apertura democrática, y siloviki, el ala dura, más inmovilista y conformada sobre todo por ex agentes del KGB, como el propio Putin.
L. H. Leyendo muchos de los cables diplomáticos de WikiLeaks, descubrí que los diplomáticos estadounidenses informaban de que suponía un error considerar que la lucha de poder dentro del Kremlin se reducía a esa oposición entre liberales y vieja guardia. Una explicación demasiado simplista y, en todo caso, equivocada. El sistema político ruso no se basa en ideología, el dinero es la única ideología, al menos la única ideología que explica gran parte de los actos del gobierno ruso y justifica su propia supervivencia. No hablamos sólo de una corrupción generalizada, que existe, es algo más complejo y constitucional. Eso explicaría que la lucha por el poder sea una lucha darwiniana entre numerosos clanes –tal vez más de una docena–, cada uno con unos intereses propios que defender, opuestos en algunos casos a los intereses de los otros clanes o camarillas de poder. Muchas informaciones, a las que doy crédito –algunas provienen de la propia Administración rusa– afirman que tanto Putin como sus allegados se encuentren entre los más ricos del país.
FP en español. ¿Cómo calificaría la situación que se vive en las repúblicas del Cáucaso?
L. H. La situación en el Cáucaso es extremadamente grave. No sólo en Chechenia, también en Ingushetia, en Daguestán y en Kabardino-Balkaria. Se están produciendo enfrentamientos regulares, casi a diario, entre las guerrillas nacionalistas e islámicas y los regímenes de la región aliados del Kremlin y apoyados por los militares rusos. La información que nos llega desde allí, sin embargo, es escasa. Resulta demasiado peligroso para los periodistas trabajar en las repúblicas del Cáucaso. No descarto que la situación empeore ni que tengamos que asistir a más ataques terroristas en territorio ruso, incluso en Moscú, como los que se produjeron hace unos meses en el metro de la capital.
FP en español. ¿Cuál es la visión que tiene el Gobierno ruso de Europa y cómo se plantea la relación con la UE?
L. H. Desde el Kremlin no se piensa en Europa como un bloque fuertemente unido con una serie de valores democráticos y económicos compartidos. Se piensa más bien en una serie de Estados débiles con los que mantener preferentemente relaciones bilaterales, sobre todo a la hora de vender sus hidrocarburos. Al mismo tiempo, la élite gobernante rusa tiene muy presente que Europa es un refugio seguro para el dinero que sacan del país. En muchos casos, tienen aquí sus residencias  más lujosas –en Londres o en la Costa del Sol española, por poner dos ejemplos– y envían a sus hijos a estudiar en las mejores universidades europeas. En mi opinión, estas consideraciones personales de los dirigente rusos, junto con las consideraciones económicas –negocios que les permitan seguir ganar dinero– condicionan las relaciones con los países europeos mucho más que otras consideraciones con un, por así decirlo, aliento político de más largo alcance. Hay que decir también que Rusia se aprovecha del hecho de que los países europeos suelen anteponer sus razones de Estado particulares a los intereses de Europa como el bloque unido que dicen ser. Tampoco podemos olvidar que, en términos generales, la política exterior rusa es más reactiva que proactiva, lo que complica el entendimiento con sus posibles socios. Salvo tal vez en el caso de China, potencia con la que se lleva relativamente bien dado que tanto chinos como rusos han encontrado en su pragmatismo –de carácter sobre todo económico– una buena razón para entenderse.
FP en español. Desde hace unas semanas, el Kremlin ha iniciado una ronda de conversaciones con los líderes de la oposición. ¿Qué estrategia seguirá el Gobierno para afrontar la crisis de legitimidad? ¿Qué cabe esperar de la campaña electoral y de las próximas elecciones presidenciales que se celebrarán en marzo?
L. H. Respecto a las conversaciones con los líderes opositores, en mi opinión, Putin no tiene ninguna intención de negociar. Sólo quiere dar a entender que tiene una voluntad negociadora. Está apostando por esa baza, pero sin creer en ella. Tal vez porque no se la puede permitir, del mismo modo que tal vez no se podría permitir muchas de las reformas que se le exigen. Con todo, creo que las opciones de victoria de la oposición son escasas. Y no sólo porque esté muy fragmentada en partidos dispares con programas políticos muy diversos. Seguramente se producirán de nuevo fraudes en el sistema de recuento electrónico de los votos. Y a ello hay que sumar que el régimen ha venido utilizando un arma de control del proceso electoral tan o más eficiente que el fraude: las restricciones a la hora de aceptar candidaturas por parte de la Comisión Electoral. Se  han impuesto requisitos muy difíciles de cumplir que, una vez cumplidos, son analizados con lupa por la Comisión, que suele demostrar un sentido de la justicia dudoso. Tampoco podemos olvidar el control de los medios de comunicación, que permite al régimen utilizar mecanismos de propaganda y otorgar muy poco espacio televisivo a los partidos de la oposición. O el empleo de candidatos controlados por el Kremlin, como parece ser el caso del oligarca Mikhail Prokhorov. En todo caso, no se puede descartar que la oposición pueda forzar una segunda vuelta. Eso ya supondría una gran humillación para Putin.
Artículos relacionados