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quinta-feira, 28 de março de 2024

A verdadeira face de imigração americana: trabalhadores de manutenção na ponte que foi derrubada - CNN Meanwhile in America

The true face of immigration

Stephen CollinsonCaitlin Hu and Shelby Rose

CNN Meanwhile in America, March 28, 2024

Baltimore was sleeping when the fully laden cargo ship, adrift and without power, slammed into the Francis Scott Key Bridge, bringing it down in seconds. 

Had the disaster taken place during the daytime, hundreds of cars and trucks could have been on the bridge over a channel leading to one of the busiest ports on the east coast. So it was a mercy it happened in the early hours and that police got sufficient warning to stop vehicles from driving onto the bridge.

But the six people presumed dead from the tragedy couldn't escape. They were maintenance workers — the kind of people few notice but who do tough jobs through the night to keep the country running.

All of those missing were immigrants, outsiders who had come to the US from Central and South America for a better life. Their stories and aspirations mirrored the lives of millions of new entrants to the United States. They are far more representative of the migrant population than the extremist, often racist picture spouted about migrants by Donald Trump. The Republican presumptive nominee often falsely claims foreign countries are entering their asylums and jails to send their “worst people” as a de-facto invasion force to the US. Trump’s demonization of immigrants who are trying to cross into the country illegally, who he claims are “poisoning the blood” of the country, often feels like a shorthand condemnation of migrants as a whole.

One of the missing in Baltimore is father-of-three Miguel Luna, from El Salvador, who has lived in Maryland for 19 years. Maynor Yassir Suazo, a Honduran father of two, is also missing. He has lived in the US for 18 years and has an 18-year-old son and a 5-year-old daughter. Two Guatemalans are also unaccounted for. And three Mexicans were among the crew working on the bridge. One was rescued from the frigid waters below and two are yet to be found. 

Often, migrants do jobs that other people don’t want to do – the ones with the lowest wages and the worst conditions. Some do so to support families in the US and to lay the foundation of better lives for their children and grandchildren. Many send money home to support relatives who live in far less affluent economies. Mexican immigrant workers for instance transferred more than $60 billion in remittances to their country in 2023, according to Mexico’s central bank.

The sacrifices of those missing, presumed dead in Baltimore on Monday night might be worth remembering when the anti-immigrant rhetoric cranks up again in the run-up to November’s presidential election. 

And when the Francis Scott Key Bridge rises again, it's a good bet it will be immigrants who are building it.


quarta-feira, 27 de março de 2024

As etapas até chegar ao produto final de Vidas Paralelas: Ricupero-Lafer - Paulo Roberto de Almeida

As etapas até chegar ao produto final de Vidas Paralelas: Ricupero-Lafer 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Listagem dos trabalhos feitos até chegar ao livro em sua forma quase final.

 

4404. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p. Projeto de obra sobre as trajetórias de vida, as carreiras na diplomacia e na academia e a produção intelectual do diplomata Rubens Ricupero e do professor Celso Lafer, com base em depoimentos pessoais, em resumo interpretativo das obras publicadas e no exame seletivo dos itinerários respectivos, como parte da construção do estudo intelectual e do exercício prático nas relações  internacionais do Brasil, dos anos 1950 à terceira década do século XXI. Para ser desenvolvido em cooperação com os personagens e na consulta ao conjunto da obra publicada ou divulgada nos meios de comunicação. 

 

4429. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer as relações internacionais do Brasil; um projeto de história intelectual”, Brasília, 4 julho 2023, 3 p. Nota metodológica e introdutória a um projeto de trabalho em suas primícias, a partir do trabalho n. 4404, “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil” (Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p.). Submetido a ambos para apreciação. 

 

4439. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil – possível esquema de trabalho”, Brasília, 18 julho 2023, 2 p. Estrutura possível da obra planejada e sugestão de encontros presenciais ou online para a condução dos trabalhos preparatórios. Submetida a ambos para comentários. Os precedentes figuram nos trabalhos 4404 e 4429. 

 

4441. “Dois protagonistas da história diplomática do Brasil e um espectador: Rubens Ricupero, Celso Lafer e Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 20 julho 2023, 4 p. Nota preparatória a entrevistas com Rubens Ricupero e Celso Lafer. 

 

4452. “Ricupero-Lafer Book: esquema tentativo”, Brasília, 6 agosto 2023, 1 p. Possível estrutura da obra propostaVidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil. Enviada aos personagens e consulta sobre as partes e organização dos depoimentos.

 

4458. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil: Introdução (versão provisória, incompleta)”, Brasília, 17 agosto 2023, 5 p. Rascunho de uma possível introdução, no seguimento dos trabalhos 4404, 4429, 4439, 4441 e 4452.

 

4461. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 19 agosto 2023, 112 p. Rascunho preliminar com materiais relativos ao projeto de trabalho. Em revisão. Integração de trabalhos anteriores ao volume e preparada nova brochura. Ampliada em diversas passagens com base na literatura e nas obras de um e outro autor. Preparada brochura para impressão.

 

4469. “Direitos Humanos: um debate sempre atual”, Brasília, 5 setembro 2023, 5 p. Capítulo sobre DH na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores. 

 

4470. “A aventura da revista Política Externa e seu papel no cenário editorial”, Brasília, 6 setembro 2023, 5 p.; revisão, 12/09/2023, 6 p. Capítulo sobre a criação e direção editorial da revista Política Externa, na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores.

 

4404. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p. Projeto de obra sobre as trajetórias de vida, as carreiras na diplomacia e na academia e a produção intelectual do diplomata Rubens Ricupero e do professor Celso Lafer, com base em depoimentos pessoais, em resumo interpretativo das obras publicadas e no exame seletivo dos itinerários respectivos, como parte da construção do estudo intelectual e do exercício prático nas relações  internacionais do Brasil, dos anos 1950 à terceira década do século XXI. Para ser desenvolvido em cooperação com os personagens e na consulta ao conjunto da obra publicada ou divulgada nos meios de comunicação. 

 

4429. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer as relações internacionais do Brasil; um projeto de história intelectual”, Brasília, 4 julho 2023, 3 p. Nota metodológica e introdutória a um projeto de trabalho em suas primícias, a partir do trabalho n. 4404, “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil” (Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p.). Submetido a ambos para apreciação. 

 

4439. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil – possível esquema de trabalho”, Brasília, 18 julho 2023, 2 p. Estrutura possível da obra planejada e sugestão de encontros presenciais ou online para a condução dos trabalhos preparatórios. Submetida a ambos para comentários. Os precedentes figuram nos trabalhos 4404 e 4429. 

 

4441. “Dois protagonistas da história diplomática do Brasil e um espectador: Rubens Ricupero, Celso Lafer e Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 20 julho 2023, 4 p. Nota preparatória a entrevistas com Rubens Ricupero e Celso Lafer. 

 

4452. “Ricupero-Lafer Book: esquema tentativo”, Brasília, 6 agosto 2023, 1 p. Possível estrutura da obra propostaVidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil. Enviada aos personagens e consulta sobre as partes e organização dos depoimentos.

 

4458. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil: Introdução (versão provisória, incompleta)”, Brasília, 17 agosto 2023, 5 p. Rascunho de uma possível introdução, no seguimento dos trabalhos 4404, 4429, 4439, 4441 e 4452.

 

4461. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 19 agosto 2023, 112 p. Rascunho preliminar com materiais relativos ao projeto de trabalho. Em revisão. Integração de trabalhos anteriores ao volume e preparada nova brochura. Ampliada em diversas passagens com base na literatura e nas obras de um e outro autor. Preparada brochura para impressão.

 

4469. “Direitos Humanos: um debate sempre atual”, Brasília, 5 setembro 2023, 5 p. Capítulo sobre DH na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores. 

 

4470. “A aventura da revista Política Externa e seu papel no cenário editorial”, Brasília, 6 setembro 2023, 5 p.; revisão, 12/09/2023, 6 p. Capítulo sobre a criação e direção editorial da revista Política Externa, na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores.

 

4475. “Norberto Bobbio, o sábio italiano e suas afinidades eletivas com o jurista brasileiro”, Brasília 12 setembro 2023, 6 p. Mais um subcapítulo à parte analítica da obra de Celso Lafer para o livro Vidas Paralelas. Incorporado. 

 

4476. “Um judaísmo laico?”, Brasília 13 setembro 2023, 8 p. Mais um subcapítulo à parte analítica da obra de Celso Lafer para o livro Vidas Paralelas. Incorporado.

 

4567. “Irredutível liberal: ensaios e desafios”, Brasília, 24 janeiro 2024, 4 p. Mais uma seção do capítulo sobre Celso Lafer no projeto de livro Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil. Inserido na obra. Revisto em 31/01/2024. 

 

4569. “A trajetória de Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, Brasília, 26 janeiro 2024, 4 p. Capítulo setorial ao livro Vidas paralelas.

 

4570. “As relações econômicas internacionais: cooperação e reciprocidade”, Brasília, 26 janeiro 2024, 4 p. Capítulo setorial ao livro Vidas paralelas.

 

4571. “No templo dos imortais: um ‘intelectual militante’ e um ‘observador participante’”, Brasília, 27 janeiro 2024, 6 p. A ser incluído na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores.

 

4572. “Direitos humanos: um diálogo permanente com Hannah Arendt”, Brasília, 28 janeiro 2024, 3 p. Para a obra Vidas Paralelas.

 

4575. “Celso Lafer: um dos pais fundadores das relações internacionais no Brasil”, Brasília, 3 fevereiro 2024, 77 p. Assemblagem das seções pertencentes ao capítulo sobre Celso Lafer para incorporação ao livro Vidas Paralelas. Encaminhado a Celso Lafer. 

 

4582. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 14 fevereiro, 175 p. Brochura provisória, incompleta, contendo o estado dos capítulos até a data, em Edição de Autor. Enviada aos interessados e a Ronaldo Costa Couto.

 

4584. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 23 fevereiro, 195 p. Brochura provisória, incompleta, contendo o estado dos capítulos até a data, em Edição provisória, para revisão e correção. Revisão parcial 29/02/2024, novamente em 3/03/2024.

 

4585. “Construir a nação pela sua diplomacia: objetivos compartilhados”, Brasília, 26 fevereiro 2024, 6 p. Notas para capítulo final do livro Vidas Paralelas. Enviada a Rubens Ricupero e a Celso Lafer.

 

4600. “Rubens Ricupero: um projeto para o Brasil no mundo”, Brasília 11 março 2024, 112 p. Capítulo 3 da obra Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, em elaboração.

 

4601. “Celso Lafer: um dos pais fundadores das relações internacionais no Brasil”, Brasília 12 março 2024, 94 p. Capítulo 4 da obra Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, em elaboração.

 

4602. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 13-16 março 2024, 247 p. (provisório). Assemblagem provisória dos capítulos 2, 3 e 4, mais uma bibliografia geral, do livro em preparação.

 

4603. “Correspondência Ricupero-Lafer, Vidas Paralelas”, Brasília, 13 março 2024, 1 p. Encaminhamento dos capítulos 3 e 4, mais bibliografia geral, do livro em preparação, solicitando leitura cuidadosa, correção, sugestões.

 

4605. “Uma história intelectual: paralelas que se cruzam”, Brasília, 15 março 2024, 16 p. Introdução ao livro Vidas Paralelas. Incorporada ao trabalho n. 4602.

 

4607. “Paralelas convergentes: considerações finais”, Brasília, 17 março 2024, 6 p. Conclusão ao livro Vidas Paralelas. Incorporada ao trabalho n. 4602.

 

4608. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 17 março 2024, 251 p. (provisório). Livro terminado em sua versão de autor, não revisto pelos “personagens”, sujeito a revisão de bibliografia e linguagem.

 

4610. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 18 março 2024, 5 p. Artigo para o Portal Interesse Nacional, apresentando o livro e remetendo ao sumário da obra, no blog Diplomatizzando (18/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/um-novo-livro-terminado-vidas-paralelas.html). Divulgado no Portal da revista Interesse Nacional (27/03/2024; link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/). Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/116777792/4610_Vidas_Paralelas_Rubens_Ricupero_e_Celso_Lafer_nas_relações_internacionais_do_Brasil_2024_) e no blog Diplomatizzando (27/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso.html). Relação de Publicados n. 1554.

 

4618. “As etapas até chegar ao produto final de Vidas Paralelas”, Brasília, 27 março 2024, 4 p. Listagem dos trabalhos feitos até chegar ao livro em sua forma quase final.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4618, 27 março 2024, 4 p.


O produto final está aqui: 


4610. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 18 março 2024, 5 p. Artigo para o Portal Interesse Nacional, apresentando o livro e remetendo ao sumário da obra, no blog Diplomatizzando (18/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/um-novo-livro-terminado-vidas-paralelas.html). Divulgado no Portal da revista Interesse Nacional (27/03/2024; link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/). Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/116777792/4610_Vidas_Paralelas_Rubens_Ricupero_e_Celso_Lafer_nas_relações_internacionais_do_Brasil_2024_) e no blog Diplomatizzando (27/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso.html). Relação de Publicados n. 1554.

 

Paulo Roberto de Almeida: Vidas Paralelas – Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil - Portal da revista Interesse Nacional

Paulo Roberto de Almeida: Vidas Paralelas:

Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil 

Portal da revista Interesse Nacional 



https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/


Trajetórias dos dois personagens fundamentais da política externa brasileira são o foco de livro sobre sua marca indelével no cenário cultural e intelectual do país. Para diplomata, os dois contribuíram para a imagem e o papel que o Brasil conseguiu forjar para si no cenário mundial

O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer participa na Comissão Relações Exteriores do Senado do segundo painel do ciclo de debates Brasil e a Ordem Internacional (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Por Paulo Roberto de Almeida*

O embaixador Rubens Ricupero e o ex-chanceler Celso Lafer são duas das personalidades mais conhecidas e respeitadas no panorama cultural e no cenário brasileiro de conhecimento, produção e atuação nas relações internacionais do Brasil. Eles apresentam certa similaridade de pensamento e de realizações, segundo trajetórias que se cruzaram, que se entrelaçaram e que se uniram num mesmo propósito: elevar o status do Brasil no mundo, melhorar a cultura da nação, a política do país, a vida diária dos brasileiros e dos imigrantes que para aqui vieram e que aqui construíram uma sociedade vibrante, diversificada, como foram, aliás, os seus bisavôs, chegados ao Brasil no final do século XIX, e que aqui empreenderam uma vida de trabalho e de construção do próprio país.

Eles possuem muitas “afinidades eletivas”, construídas tanto no labor acadêmico, quanto no trabalho diplomático, assim como exibem dois percursos paralelos, merecendo, portanto, apresentação e avaliação conjunta, o que pode ser feito por meio de um percurso bibliográfico e de um relato mais ou menos linear sobre seus desempenhos notáveis na vida pública e nas relações exteriores do Brasil. 

‘Pode-se abordar a produção literária e as atividades públicas de Ricupero e de Lafer pela via de uma história intelectual, capaz de segui-los no desempenho de suas funções respectivas, como professores e como diplomatas’

Mais exatamente: pode-se abordar a produção literária e as atividades públicas de Rubens Ricupero e de Celso Lafer pela via de uma história intelectual, capaz de segui-los no desempenho de suas funções respectivas, como professores e como diplomatas, assim como pelo relato da contribuição de ambos para as relações internacionais do Brasil, tanto no plano da produção intelectual propriamente dita, quanto no terreno das atividades públicas nas quais estiveram engajados, como pensadores, como tribunos de ideias e propositores de políticas, como burocratas de alto escalão, no campo da política externa e da diplomacia. 

O volume total da produção de cada um deles é absolutamente assustador, não apenas pela variedade das abordagens nas diversas vertentes de que se ocuparam, mas também pela qualidade do que escreveram ou disseram. Muitos dos atuais diplomatas, assim como grande parte dos pesquisadores e professores da área de relações internacionais se beneficiaram da produção publicada pelos dois ao longo das últimas quatro ou cinco décadas, ou se inspiraram nos exemplos que ambos prodigaram em suas atividades práticas nos encargos que assumiram nos últimos sessenta anos da vida nacional. 

O embaixador Rubens Ricupero durante comemoração dos 45 anos da assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica (Foto: José Cruz/ Agência Brasil

As trajetórias de vida de Rubens Ricupero e de Celso Lafer evidenciam uma motivação comum, profundamente engajada no estudo dos problemas internacionais do Brasil, desde os primeiros trabalhos conhecidos, e uma constância nesse tipo de produção – em direitos humanos, na história diplomática, nas relações econômicas internacionais, na integração, no direito internacional – que resulta, em sua essência e centralidade analítica, numa grande coerência e honestidade intelectual. 

Ambas as trajetórias podem ser vistas sob o conceito de “vidas paralelas”. Elas o são a mais de um título, independentemente da diferença de origens sociais, que marcaram as primeiras fases da vida acadêmica e profissional de cada um deles. A partir de certo momento, as paralelas se cruzaram, se imbricaram e não mais se desligaram, nem se desfizeram. 

Cada um, separadamente, mereceria várias biografias, mas não parece existir, até aqui, um estudo conjunto, sobre esses dois amigos de coração, duas almas gêmeas na vocação de servir o Brasil em sua vertente internacional’

O que há de peculiar, ou de exclusivo, a cada um? O que os distingue entre si, e o que os une, fundamentalmente? Cada um, separadamente, mereceria várias biografias, suas obras publicadas oferecem matérias para dezenas de dissertações, muitas teses de doutorado, centenas de artigos analíticos, mas não parece existir, até aqui, um estudo conjunto, sobre esses dois amigos de coração, duas almas gêmeas na vocação de servir o Brasil em sua vertente internacional. 

Foi o que eu decidi fazer, e o que agora estou concluindo, depois de um ano inteiro de leituras, anotações, visitas a bibliotecas, intercâmbio de mensagens e algumas conversas com os dois, sob o formato de um livro, dotado dessa perspectiva unificadora das Vidas Paralelas

Algum motivo especial para esta iniciativa agregadora de caráter intelectual? O que une, essencialmente, Ricupero e Lafer? O que deu origem e o que, de certa forma, legitima e justifica este meu empreendimento, de estudar a trajetória de ambos? Uma mesma origem na imigração, ainda que diferente em suas raízes, uma trajetória similar de construção de vida pelo trabalho, o mesmo esforço nos estudos, uma absoluta identidade de propósitos quanto a objetivos maiores. 

Origens divergentes, no passado, mas lançadas no cadinho convergente dos grandes fluxos imigratórios no Brasil do final do século XIX e do início do século XX; trajetórias não exatamente paralelas na juventude de estudos, mas confluindo no mesmo universo do direito, das humanidades, do interesse comum por assuntos internacionais na primeira fase da vida madura. 

Dois meios sociais diferentes, tradições familiares separadas, mas alguns traços similares entre eles, o que me motivou a juntá-los nesse paralelismo de realizações, no campo das reflexões sobre as relações internacionais do Brasil e no terreno prático das atividades diplomáticas. Provavelmente também uma identificação pessoal com a trajetória e o trabalho acumulado ao longo de várias décadas de estudos, de escritos, de propósitos.

Mais do que as reflexões e escritos, ou o desempenho de cada um a serviço da diplomacia brasileira, o que os une, basicamente, são dois elementos intangíveis, que foi o que me lançou na concepção desta obra de história intelectual: cultura e inteligência’

Mais do que as reflexões e escritos, ou o desempenho de cada um a serviço da diplomacia brasileira, o que os une, basicamente, são dois elementos intangíveis, que foi o que me lançou na concepção desta obra de história intelectual: cultura e inteligência. Independentemente de todos os artigos, ensaios, livros e entrevistas – dezenas de quilos de material impresso, de cada um dos lados – e do ativismo exemplar nas relações internacionais do Brasil, no exercício prático de sua diplomacia, o que distingue, mais do que qualquer outra coisa, os dois personagens, por mim escolhidos para uma espécie de bisturi analítico sobre seus escritos e realizações, foi justamente estes traços do caráter de cada um, em relação aos quais eu tenho profunda devoção, um duplo Graal sempre perseguido: cultura e inteligência.

Quando apresentei a eles, em julho de 2023, o meu projeto de elaborar uma história intelectual comum, o próprio Ricupero me escreveu estas palavras, a respeito dos paralelismos entre ambos: 

‘Um aspecto óbvio é que, apesar das diferenças, Celso e eu pertencemos a uma mesma família de orientação política e filosófica: somos ambos liberais com consciência social. Embora com muito menor base filosófica, admiro as mesmas personalidades que Celso: Isaiah Berlin, Norberto Bobbio, Hannah Arendt, Raymond Aron. Tanto na política interna brasileira como em relação à política externa, a real e a ideal, não creio que existam entre nós diferenças fortes…’

O resultado, portanto, foi um livro de história intelectual, no sentido mais direto da expressão. Ele trata de duas personalidades influentes no pensamento e na atuação prática das relações internacionais do Brasil. Eles são influentes pelas obras produzidas, pelas ideias defendidas, pelas ações conduzidas em diferentes vertentes de suas respectivas vidas: como professores, pensadores e autores de obras relevantes num vasto leque das ciências sociais e humanas, como ativistas civis e propositores de medidas para a condução política do país, em especial na vertente externa, bem como, last but not the least, como decisores setoriais quando assumiram responsabilidade por cargos de relevo em governos do passado: ambos como ministros de Estado, Celso Lafer duas vezes na chefia do Itamaraty (1992 e 2001-2002), Ricupero como ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, logo em seguida como ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real. 

Os dois personagens destas Vidas Paralelas deixam uma marca indelével no cenário cultural e intelectual do Brasil, o que emerge naturalmente a partir de seus respectivos desempenhos no plano da elaboração e transmissão de ideias, da produção de conhecimento nos campos da ciência política, da história, do direito, das relações internacionais, entre várias outras das humanidades e das ciências sociais. Eles também contribuíram, com o melhor de cada um deles, no universo geral da cultura, e no mais especializado da diplomacia, para a imagem e o papel que o Brasil conseguiu forjar para si no cenário mundial, ambiente no qual atuaram, de forma muito intensa, juntos ou separadamente, e no qual eles constituem, justamente, dois dos mais distinguidos representantes da inteligência nacional.


* Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, doutor em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia, licenciado em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, 1975). Atua como professor de economia política no Programa de Pós-Graduação em direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional.

Sumário da obra Vidas Paralelas, em publicação


Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional.


Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil: livro em preparação - Paulo Roberto de Almeida

 Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil

Paulo Roberto de Almeida


O embaixador Rubens Ricupero e o ex-chanceler Celso Lafer são duas das personalidades mais conhecidas e respeitadas no panorama cultural e no cenário brasileiro de conhecimento, produção e atuação nas relações internacionais do Brasil. Eles apresentam certa similaridade de pensamento e de realizações, segundo trajetórias que se cruzaram, que se entrelaçaram e que se uniram num mesmo propósito: elevar o status do Brasil no mundo, melhorar a cultura da nação, a política do país, a vida diária dos brasileiros e dos imigrantes que para aqui vieram e que aqui construíram uma sociedade vibrante, diversificada, como foram, aliás, os seus bisavôs, chegados ao Brasil no final do século XIX, e que aqui empreenderam uma vida de trabalho e de construção do próprio país.

Eles possuem muitas “afinidades eletivas”, construídas tanto no labor acadêmico, quanto no trabalho diplomático, assim como exibem dois percursos paralelos, merecendo, portanto, apresentação e avaliação conjunta, o que pode ser feito por meio de um percurso bibliográfico e de um relato mais ou menos linear sobre seus desempenhos notáveis na vida pública e nas relações exteriores do Brasil. Mais exatamente: pode-se abordar a produção literária e as atividades públicas de Rubens Ricupero e de Celso Lafer pela via de uma história intelectual, capaz de segui-los no desempenho de suas funções respectivas, como professores e como diplomatas, assim como pelo relato da contribuição de ambos para as relações internacionais do Brasil, tanto no plano da produção intelectual propriamente dita, quanto no terreno das atividades públicas nas quais estiveram engajados, como pensadores, como tribunos de ideias e propositores de políticas, como burocratas de alto escalão, no campo da política externa e da diplomacia. 

O volume total da produção de cada um deles é absolutamente assustador, não apenas pela variedade das abordagens nas diversas vertentes de que se ocuparam, mas também pela qualidade do que escreveram ou disseram. Muitos dos atuais diplomatas, assim como grande parte dos pesquisadores e professores da área de relações internacionais se beneficiaram da produção publicada pelos dois ao longo das últimas quatro ou cinco décadas, ou se inspiraram nos exemplos que ambos prodigaram em suas atividades práticas nos encargos que assumiram nos últimos sessenta anos da vida nacional. 

As trajetórias de vida de Rubens Ricupero e de Celso Lafer evidenciam uma motivação comum, profundamente engajada no estudo dos problemas internacionais do Brasil, desde os primeiros trabalhos conhecidos, e uma constância nesse tipo de produção – em direitos humanos, na história diplomática, nas relações econômicas internacionais, na integração, no direito internacional – que resulta, em sua essência e centralidade analítica, numa grande coerência e honestidade intelectual. Ambas as trajetórias podem ser vistas sob o conceito de “vidas paralelas”. Elas o são a mais de um título, independentemente da diferença de origens sociais, que marcaram as primeiras fases da vida acadêmica e profissional de cada um deles. A partir de certo momento, as paralelas se cruzaram, se imbricaram e não mais se desligaram, nem se desfizeram. 

O que há de peculiar, ou de exclusivo, a cada um? O que os distingue entre si, e o que os une, fundamentalmente? Cada um, separadamente, mereceria várias biografias, suas obras publicadas oferecem matérias para dezenas de dissertações, muitas teses de doutorado, centenas de artigos analíticos, mas não parece existir, até aqui, um estudo conjunto, sobre esses dois amigos de coração, duas almas gêmeas na vocação de servir o Brasil em sua vertente internacional. Foi o que eu decidi fazer, e o que agora estou concluindo, depois de um ano inteiro de leituras, anotações, visitas a bibliotecas, intercâmbio de mensagens e algumas conversas com os dois, sob o formato de um livro, dotado dessa perspectiva unificadora das Vidas Paralelas

Algum motivo especial para esta iniciativa agregadora de caráter intelectual? O que une, essencialmente, Ricupero e Lafer? O que deu origem e o que, de certa forma, legitima e justifica este meu empreendimento, de estudar a trajetória de ambos? Uma mesma origem na imigração, ainda que diferente em suas raízes, uma trajetória similar de construção de vida pelo trabalho, o mesmo esforço nos estudos, uma absoluta identidade de propósitos quanto a objetivos maiores. Origens divergentes, no passado, mas lançadas no cadinho convergente dos grandes fluxos imigratórios no Brasil do final do século XIX e do início do século XX; trajetórias não exatamente paralelas na juventude de estudos, mas confluindo no mesmo universo do Direito, das Humanidades, do interesse comum por assuntos internacionais na primeira fase da vida madura. Dois meios sociais diferentes, tradições familiares separadas, mas alguns traços similares entre eles, o que me motivou a juntá-los nesse paralelismo de realizações, no campo das reflexões sobre as relações internacionais do Brasil e no terreno prático das atividades diplomáticas. Provavelmente também uma identificação pessoal com a trajetória e o trabalho acumulado ao longo de várias décadas de estudos, de escritos, de propósitos.

Mais do que as reflexões e escritos, ou o desempenho de cada um a serviço da diplomacia brasileira, o que os une, basicamente, são dois elementos intangíveis, que foi o que me lançou na concepção desta obra de história intelectual: cultura e inteligência. Independentemente de todos os artigos, ensaios, livros e entrevistas – dezenas de quilos de material impresso, de cada um dos lados – e do ativismo exemplar nas relações internacionais do Brasil, no exercício prático de sua diplomacia, o que distingue, mais do que qualquer outra coisa, os dois personagens, por mim escolhidos para uma espécie de bisturi analítico sobre seus escritos e realizações, foi justamente estes traços do caráter de cada um, em relação aos quais eu tenho profunda devoção, um duplo Graal sempre perseguido: cultura e inteligência.

Quando apresentei a eles, em julho de 2023, o meu projeto de elaborar uma história intelectual comum, o próprio Ricupero me escreveu estas palavras, a respeito dos paralelismos entre ambos: 

Um aspecto óbvio é que, apesar das diferenças, Celso e eu pertencemos a uma mesma família de orientação política e filosófica: somos ambos liberais com consciência social. Embora com muito menor base filosófica, admiro as mesmas personalidades que Celso: Isaiah Berlin, Norberto Bobbio, Hannah Arendt, Raymond Aron. Tanto na política interna brasileira como em relação à política externa, a real e a ideal, não creio que existam entre nós diferenças fortes...

 

O resultado, portanto, foi um livro de história intelectual, no sentido mais direto da expressão. Ele trata de duas personalidades influentes no pensamento e na atuação prática das relações internacionais do Brasil. Eles são influentes pelas obras produzidas, pelas ideias defendidas, pelas ações conduzidas em diferentes vertentes de suas respectivas vidas: como professores, pensadores e autores de obras relevantes num vasto leque das ciências sociais e humanas, como ativistas civis e propositores de medidas para a condução política do país, em especial na vertente externa, bem como, last but not the least, como decisores setoriais quando assumiram responsabilidade por cargos de relevo em governos do passado: ambos como ministros de Estado, Celso Lafer duas vezes na chefia do Itamaraty (1992 e 2001-2002), Ricupero como ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, logo em seguida como ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real. 

Os dois personagens destas Vidas Paralelas deixam uma marca indelével no cenário cultural e intelectual do Brasil, o que emerge naturalmente a partir de seus respectivos desempenhos no plano da elaboração e transmissão de ideias, da produção de conhecimento nos campos da ciência política, da história, do direito, das relações internacionais, entre várias outras das humanidades e das ciências sociais. Eles também contribuíram, com o melhor de cada um deles, no universo geral da cultura, e no mais especializado da diplomacia, para a imagem e o papel que o Brasil conseguiu forjar para si no cenário mundial, ambiente no qual atuaram, de forma muito intensa, juntos ou separadamente, e no qual eles constituem, justamente, dois dos mais distinguidos representantes da inteligência nacional.

 

Obras relevantes: 

 

Celso Lafer:

Relações internacionais, política externa e diplomacia brasileira: pensamento e ação. Brasília: Funag, 2018, 2 vols.

Hannah Arendt: Pensamento, persuasão e poder. 3ª ed.; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.

Um percurso no Direito do Século XXI. São Paulo: Atlas, 2015, 3 vols. 

Norberto Bobbio: trajetória e obra. São Paulo: Perspectiva, 2013.

A internacionalização dos direitos humanos: Constituição, racismo e relações internacionais. Barueri, SP: Manole, 2005.

A Identidade Internacional do Brasil e a Política Externa Brasileira: passado, presente e futuro. 2a. ed., revista e ampliada; São Paulo: Perspectiva, 2004. 

Comércio, desarmamento, direitos humanos: reflexões sobre uma experiência diplomática. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.

Política externa brasileira: três momentos. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 1993.

A reconstrução dos direitos humanos, um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

O Brasil e a crise mundial: paz, poder e política externa. São Paulo: Perspectiva, 1984.

Paradoxos e possibilidades: Estudos sobre a Ordem Mundial e sobre a Política Exterior do Brasil num Sistema Internacional em Transformação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

 

Rubens Ricupero: 

A Diplomacia na Construção da Nação, 1750-2016. Rio de Janeiro: Versal, 2017.

“O Brasil no mundo”, In: Costa e Silva, Alberto (org.). Crise Colonial e Independência, 1808-1830. Madri-Rio de Janeiro: Fundación Mapfre-Objetiva, 2011, p. 115-159.

- “A inserção do Brasil no mundo”, in: Botelho, André; Schwarcz, Lilia Moritz (orgs.). Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 458-469.

Diário de Bordo: a viagem presidencial de Tancredo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.

Esperança e Ação: a ONU e a busca de desenvolvimento mais justo. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 

O Brasil e o dilema da globalização. 2ª ed.; São Paulo: Senac-SP, 2001.

Rio Branco: o Brasil no Mundo. Rio de Janeiro. Ed. Contraponto, 2000. 

O ponto ótimo da crise. Rio de Janeiro: Revan, 1998.

Visões do Brasil: ensaios sobre a história e a inserção internacional do Brasil. Rio de Janeiro: Record, 1995.

- “A diplomacia do desenvolvimento”. In: Pereira de Araujo, João Hermes; Azambuja, Marcos; Ricupero, Rubens. Três Ensaios sobre diplomacia brasileira. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 1989, p. 193-209. 

A Abertura dos Portos. São Paulo: Senac-SP, 2007 (co-organização com Luis Valente de Oliveira). 

- Rio Branco”, in: João Hermes Pereira de Araujo. José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco: Uma Biografia Fotográfica,1845-1995. Brasília: Funag, 1995.

 

Sumário da obra em publicação: 

https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/um-novo-livro-terminado-vidas-paralelas.html

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4610: 18 março 2024, 5 p.

Publicado no portal da revista Interesse Nacional (27/03/2023; link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/)

A tardia e tímida crítica do Itamaraty a Maduro - Editorial Estadão

A tardia e tímida crítica do Itamaraty a Maduro
O Estado de S. Paulo | Opinião O Estado de S. Paulo

27 de março de 2024 

NOTAS E INFORMAÇÕES

A tardia e tímida crítica do Itamaraty a Maduro

Mesmo quando finalmente resolve manifestar 'preocupação' diante das novas arbitrariedades do ditador, o governo Lula acha que é possível fortalecer' a inexistente democracia na Venezuela

N ão surpreende que o regime ditatorial de Nicolás Maduro tenha impedido o registro da candidatura da principal chapa de oposição na eleição presidencial de julho, pois é a culminação de um processo integralmente eivado de irregularidades, fraudes e violência política, aliás característico do chavismo desde sempre. Tampouco surpreende que só agora o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, tenha manifestado alguma "preocupação" com a evidente destruição da democracia venezuelana.

Antes tarde do que nunca, mas mesmo no momento em que tomou coragem de reconhecer que o regime do companheiro Nicolás Maduro, ora vejam, está descumprindo suas promessas de permitir uma eleição minimamente competitiva e limpa, o Itamaraty o fez escolhendo bem as palavras, para não melindrar o ditador amigo de Lula da Silva - aquele mesmo Lula da Silva que não escolheu palavras quando comparou Israel à Alemanha nazista.

Diz a nota envergonhada do Itamaraty que, "com base nas informações disponíveis", a candidata Corina Yoris, indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, "sobre a qual não pairavam decisões judiciais", foi "impedida de registrar-se", o que "não é compatível com os acordos de Barbados" - em referência ao acerto em que Maduro garantiu a lisura da eleição para presidente em troca da suspensão das sanções dos EUA à Venezuela.

Ora, há tempos o regime chavista vem impedindo sistematicamente que os principais nomes de oposição possam disputar as eleições, seja prendendo-os, seja impedindo que se candidatem. O caso mais escandaloso foi o da ex-deputada María Corina Machado, que foi considerada inelegível pela Justiça Eleitoral, inteiramente controlada pelo governo. María Corina era líder de intenção de voto nas pesquisas independentes.

Em vez de denunciar a evidente arbitrariedade da ditadura venezuelana, Lula da Silva achou que era o caso de criticar María Corina, recomendando que ela parasse de "chorar" e escolhesse outro candidato para disputar em seu lugar.

Pois foi o que María Corina fez: escolheu Corina Yoris. De nada adiantou. Corina Yoris não conseguiu registrar sua candidatura porque simplesmente não teve acesso ao sistema de inscrição. O prazo se encerrou ontem. Com razão, María Corina suspeita que qualquer candidato que ela indicasse teria o mesmo destino: a impossibilidade de disputar a eleição. Somente "opositores" chancelados pelo regime conseguiram registrar suas chapas.

Ainda assim, pisando em ovos, o Itamaraty reiterou sua crença de que é possível fazer da eleição de julho "um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil". Se isso já era difícil antes, agora é virtualmente impossível. Não é possível "fortalecer" a democracia na Venezuela porque há décadas não existe democracia na Venezuela, e a ditadura só se aprofunda.

A diplomacia de Lula da Silva para a Venezuela em seu terceiro mandato é coerente com a dos dois anteriores, na década de 2000, quando assistiu passivamente à gradual captura do Legislativo, do Judiciário, das Forças Armadas e das instituições de controle de Estado pelo regime de Hugo Chávez. Não houve um pio de Brasília diante da demolição do Estado de Direito venezuelano e da imprensa livre e da brutal perseguição à oposição política. O silêncio de Lula jamais resultou em arrefecimento do regime. No entanto, essa mesma estratégia pusilânime prevalece como posição oficial do Brasil.

O governo Lula jamais considerou a possibilidade de integrar o grupo de países da região - entre os quais, os três sócios do Brasil na fundação do Mercosul - que manifesta coletivamente sua preocupação a cada arbitrariedade de Maduro nos últimos meses. Brasília tem se mantido apartada até mesmo de vozes respeitáveis da esquerda, como a do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, que condenam sem rodeios o caráter autoritário do regime venezuelano.

O tardio esboço de surpresa do Itamaraty com a mais recente prova de autoritarismo de Maduro ainda está longe, na forma e no tom, de fazer jus ao interesse brasileiro na condenação inequívoca a qualquer regime autoritário, independentemente de sua coloração ideológica.*