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terça-feira, 13 de julho de 2010

Aumento preocupante na idiotice nacional

Eu pensei que eram apenas as crianças, indefesas, que estavam expostas aos perigos de um péssimo sistema de ensino e à deterioração geral da qualidade da educação no Brasil.
Mas, como sou ingênuo!
Os adultos, inclusive os que lêem jornais, também estão expostos a cenas explícitas de idiotice consumada.
Um dos que mais contribuem para o aumento da idiotice nacional é um frei que já não é mais frei, mas que continua pontificando de forma tão idiota como sempre fez.
Nem vou comentar o verdadeiro arsenal de bobagens que esse idiota famoso consegue perpetrar em cada linha de sua lamentável crônica. Nada, absolutamente nada do que ele escreve faz sentido.
Creio, sim, que caminhamos para uma decadência mental irremediável.
Quando um jornal como O Globo se permite publicar bobagens desse tipo, estamos caminhando rapidamente para a decadência intelectual.

Como operar a transição do velho para o novo paradigma
Leonardo Boff
O Globo, 14.07.2010

Damos por já realizada a demolição crítica do sistema de consumo e de produção capitalista com a cultura materialista que o acompanha. Ou o superamos historicamente ou porá em grande risco a espécie humana.

A solução para a crise não pode vir do próprio sistema que a provocou. Como dizia Einstein:"o pensamento que criou o problema não pode ser o mesmo que o solucionará".

Somos obrigados a pensar diferente se quisermos ter futuro para nós e para a biosfera. Por mais que se agravem as crises, como na zona do Euro, a voracidade especulativa não arrefece.

O dramático de nossa situação reside no fato de que não possuimos nenhuma alternativa suficientemente vigororosa e elaborada que venha substituir o atual sistema.

Nem por isso, devemos desistir do sonho de um outro mundo possível e necessário. A sensação que vivenciamos foi bem expressa pelo pensador italiano Antônio Gramsci:"o velho resiste em morrer e o novo não consegue nascer".

Mas por todas as partes no mundo há uma vasta semeadura de alternativas, de estilos novos de convivência, de formas diferentes de produção e de consumo.

Projetam-se sonhos de outro tipo de geosociedade, mobilizando muitos grupos e movimentos, com a esperança de que algo de novo poderá eclodir no bojo do velho sistema em erosão.

Esse movimento mundial ganha visibilidade nos Fórums Sociais Mundiais e recentemente na Cúpula dos Povos pelos direitos da Mãe Terra, realizada em abril de 2010 em Conchabamba na Bolivia.

A história não é linear. Ela se faz por rupturas provocadas pela acumulação de energias, de idéias e de projetos que num dado momento introduzem uma ruptura e então o novo irrompe com vigor a ponto de ganhar a hegemonia sobre todas as outras forças. Instaura-se então outro tempo e começa nova história.

Enquanto isso não ocorrer, temos que ser realistas. Por um lado, devemos buscar alternativas para não ficarmos reféns do velho sistema e, por outro, somos obrigados a estar dentro dele, continuar a produzir, não obstante as constradições, para atender as demandas humanas. Caso contrário, não evitaríamos um colapso coletivo com efeitos dramáticos.

Devemos, portanto, andar sobre as duas pernas: uma no chão do velho sistema e a outra no novo chão, dando ênfase a este último.

O grande desafio é como processar a transição entre um sistema consumista que estressa a natureza e sacrifica as pessoas e um sistema de sustentação de toda vida em harmonia com a Mãe Terra, com respeito aos limites de cada ecossistema e com uma distribuição equitativa dos bens naturais e industriais que tivermos produzido.

Trocando idéias em Cochabamba com o conhecido sociólogo belga François Houtart, um dos bons observadores das atuais transformações, convergimos nestes pontos para a transição do velho para o novo.

Nossos paises do Sul devem em primeiro lugar, lutar, ainda dentro do sistema vigente, por normas ecológicas e regulações que preservem o mais possível os bens e os serviços naturais ou trate sua utilização de forma socialmente responsável.

Em segundo lugar, que os paises do grande Sul, especialmente o Brasil, não sejam reduzidos a meros exportadores de matérias primas, mas que incorporem tecnologias que dêem valor agregado a seus produtos, criem inovações tecnologias e orientem a economia para o mercado interno.

Em terceiro lugar, que exijam dos paises importadores que poluam o menos possível e que contribuam financeiramente para a preservação e regeneração ecológica dos bens naturais que importam.

Em quarto lugar, que cobrem uma legislação ambiental internacional mais rigorosa para aqueles que menos respeitam os preceitos de uma produção ecologicamente sustentável, socialmente justa, aqueles que relaxam na adaptação e na mitigação dos efeitos do aquecimento global e que introduzem medidas protecionistas em suas economias.

O mais importante de tudo, no entanto, é formar uma coalizão de forças a partir de governos, instituições, igrejas, centros de pesquisa e pensamento, movimentos sociais, ONGs e todo tipo de pessoas ao redor de valores e princípios coletivamente partilhados, bem expressos na Carta da Terra, na Declaração dos Direitos da Mãe Terra ou na Declaração Universal do Bem Comum da Terra e da Humanidade (texto básico do incipiente projeto da reinvenção da ONU) e no Bem Viver das culturas originárias das Américas.

Destes valores e principios se espera a criação de instituições globais e, quem sabe, se organize a governança planetária que tenha como propósito preservar a integridade e vitalidade da Mãe Terra, garantir as condições do sistema-vida, erradicar a fome, as doenças letais e forjar as condições para uma paz duradoura entre os povos e com a Mãe Terra.

Leonardo Boff é autor do livro Ecologia, Mundialização e Espiritualidade,Record 2008

6 comentários:

Mário Machado disse...

Professor,

Eu sei que o senhor não comunga de nenhuma religião, mas devo tecer o seguinte comentário que pode ser um tanto metafisico para seu gosto.

A existência desse senhor Boff é para mim, prova da existência do Diabo querendo destruir a Igreja.

Numa argumentação menos sobrenatural, com idiotas como esse tendo seus escritos difundidos coisas como a Pastoral da Terra e a Pastoral da Juventude não poderiam ser diferentes do que são.Influência da teologia da embromação da qual Boff é expoente junto com o tal de beto.

Mário Machado disse...

Professor,

Desculpe o duplo comentário, mas ao ler esse "texto" minha mente imediatamente me transportou a famosa cena do musical hair.

Imaginei o final da tal conferência da mãe terra todos os participantes em seus trajes "nativos" cantando:

When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
This is the dawning of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius!
Aquarius!

Antes fosse assim tão inofensivo.

pseudopseud disse...

Ha,ha,ha,quando vi o final do texto ri demais dos marcadores do blog:debilidade mental,idiotice consumada,ha,ha,ha.
Eu acho que não tem mais jeito,as instituições educacionais estão tomadas por essas ignorâncias, duas gerações inteiras de brasileiros(ou mais),os responsáveis pelos meios de comunicação,artistas, compositores,intérpretes,pessoas do meio político,religiosos,etc.Enfim,este é um papel que o Brasil executa com perfeição,verdadeira maestria,o de eterno "país do futuro".

Orlando Tambosi disse...

Salve, Paulo,

faço uma chamada lá em casa.

Abs.

José Marcos disse...

NA CONTRAMÃO

O dicionário Houaiss registra que idiota é uma pessoa que carece de inteligência. Baseado no currículo de Leonardo Boff, é difícil sustentar a versão de que ele é uma pessoa idiota. Boff escreveu mais de 60 livros, muitos deles publicados no exterior. Tem doutorado em uma universidade alemã, é poliglota, foi professor universitário, lecionou como professor visitante em universidades de prestígio, tem prêmios internacionais, é “doutor honoris causa” por algumas instituições acadêmicas, dá palestras regularmente, foi editor de revistas, entre outras coisas.

Aprendi, no sítio eletrônico do professor Paulo Roberto de Almeida, que devemos focar nossa atenção em argumentos substantivos em detrimento do uso de adjetivos. Ideias são como roupas que usamos enquanto nos sentimos confortáveis com elas. Nós não somos as ideias que esposamos. Critiquemos ideias, não pessoas. Pessoas podem se modificar. Não nos esqueçamos de que o próprio professor Paulo Roberto já foi adepto de princípios marxistas na sua mocidade. Apesar disso, tenho certeza de que, na sua juventude, ele não era nem um pouco carente de inteligência...

Anônimo disse...

Professor:
Se este texto é ruim (afinal, devemos sonhar com alternativas ou sermos realistas?), experimente o lírico "É Carnaval em Mim", para mim o momento máximo da prosa poética de Carlos Libânio.
Dá vergonha de ser escritor, professor...
Renzo Mo5ra

http://renzomora.wordpress.com/2009/02/24/o-pior-texto-que-eu-ja-li-na-vida/