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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Claro, telefonia movel: uma companhia Obscura, e sem qualificação

Dentro em pouco vou "comemorar" quinze chamadas ao serviço de "desatendimento" da Claro para tentar resolver um problema que deveria ser simples, mas que essa companhia incompetente e desatenciosa não consegue resolver: fazer com que meu celular deixe de simplesmente receber chamadas, para também fazer algo elementar, que deveria constar do menu habitual de qualquer telefone digno desse nome: FAZER chamadas.

Pois o serviço oferecido por essa companhia obscura, e incompetente (nunca me cansarei de repetir, até que eles se cansem de ler meus posts e resolvam corrigir a situação anômala), tem essa peculiaridade: ele não consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Sobretudo, essa companhia relapsa não consegue detectar um problema que está com ela, e que só ela conseguiria resolver: fazer com que minha linha emita chamadas, e não apenas receba chamadas.
Será que estou pedindo muito?

Pois essa companhia vagabunda até agora não conseguiu resolver esse problema elementar. De nada resolveram todos os meus pedidos, horas perdidas ao telefone falando com assistentes manifestamente despreparadas para o trabalho de atendimento ao cliente.

Mas essa companhia vagabunda possui um serviço alerta de avisos quando algo negativo é publicado sobre ela neste vasto espaço cibernético.
Mesmo este meu modesto blog foi objeto da atenção imediata de algum "aspone" de relações públicas dessa companhia vagabunda: ele me escreveu para perguntar o que estava acontecendo.
Já expliquei. Provavelmente vão me pedir cinco dias para resolver o problema.

Essas companhias pensam que seus clientes são idiotas consumados (alguns o são, de fato, mas não todos). A resposta clássica para quando não conseguem atender, ou sequer explicar o que está acontencendo é a de sempre: "o serviço está em manutenção".

Não creio que mudar de companhia vá resolver os problemas, pois todos reclamam do cartel de companhias prestadoras de "desserviços" telefônicos: todas são igualmente ruins.
O responsável por isso, na verdade, é o governo: em lugar de desmantelar o cartel e abrir a concorrência para toda e qualquer companhia desejosa de oferecer serviços na área, e de manter uma agência estatal isenta e independente, para multar pesadamente as empresas (atualmente cartelizadas) que oferecem os serviços, ele se contenta em administrar o semi-monopólio.

Não sei se os usuários sabem, mas o governo, que não fez ABSOLUTAMENTE NADA para que eu pudesse ter um celular, se apropria de cerca de 40% das receitas das companhias, ou seja, ele fica com cada 4 de 10 reais que pagamos pelos desserviços telefônicos.
É o que se chama de rent-seeker.
O governo é um rent-seeker de minhas comunicações privadas. Um ser abjeto...
A companhia Claro é mais abjeta ainda, pois não consegue me dar o serviço para o qual estou pagando.
Deveria haver uma maneira de descontar os dias de serviços não utilizados.

Vou continuar chamando a Claro de companhia vagabunda, até que eles se decidam resolver o meu problema. Ainda tenho de comprar créditos para usar um celular de emergência para poder emitir chamadas.

Paulo Roberto de Almeida
(Brasilia, 21.07.2010)

4 comentários:

José Marcos disse...

A MÃO INVISÍVEL DECEPADA

Quando a livre concorrência se converte numa luta canibalística para aumentar a participação de cada empresa no mercado, o consumidor sofre com a queda generalizada do serviço prestado. Em minha casa, passei um mês com o telefone fixo sem conseguir receber uma única ligação. De 48 em 48h - o prazo que me davam para o conserto -, eu ligava para a operadora para relatar o defeito. Ontem, finalmente, o meu telefone voltou a funcionar em sua plenitude. Infelizmente, a livre concorrência só funciona perfeitamente nos manuais de Economia.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Jose Marcos,
Voce se engana redondamente. Quem nao satisfaz desejos de clientes sao monopolios e carteis, protegidos por um governo inepto, incompetente ou conivente.
Na livre concorrência voce decide na mesma hora abandonar um fornecedor incapaz e passa para outro, pagando o preco de mercado, que será quanto menor permitir a concorrência mais selvagem possível com total abertura de mercado.
Governos decentes apenas verificam, mediante agências de ESTADO, que os ofertantes cumprem os requisitos estabelecidos pela agencia.
Essa mania de achar que livre concorrencia só funciona nos manuais é a coisa mais inacreditavel que já ouvi ultimamente.
Paulo Roberto de Almeida

José Marcos disse...

A QUADRATURA DO CÍRCULO

Redondamente enganado? Meu caro professor, qualquer livro introdutório de Economia afirma que o mercado de "concorrência perfeita" é um paradigma do "mercado ideal". Ele não existe na realidade. Relembre - afinal, o senhor tem formação econômica - o que dizem os economistas acerca das características dele:

I) O mercado é atomizado.(Essa condição exclui os monopólios e oligopólios)

II) O produto transacionado é homogêneo. (Essa condição é muito pouco encontrada na prática, devido à valorização da marca do produto - "griffe")

III) Há livre entrada e saída de empresas no mercado. (Nem preciso comentar esse pressuposto diante da quantidade de regulações).

IV) Perfeita transparência (Risível!!! Essa condição implica que, se uma empresa dispuser de uma informação tecnológica inovadora do processo produtivo, as outras saberão desse fato imediatamente)

V) Perfeita mobilidade de recursos produtivos (rsrsrsrs - risos)

Como se percebe, TODOS os mercados existentes no mundo real são imperfeitos. Não estou dizendo, com isso, que se deva menosprezar o papel dos modelos teóricos na tentativa de compreender a realidade. O que não se pode é perder de vista o caráter ideal que os modelos apresentam. Parafraseando Marx: "o mercado de concorrência perfeita é o ópio dos liberais."

Paulo Roberto de Almeida disse...

Jose Marcos,
Você tomou como segunda profissão, e isso lhe deve custar algum trabalho, a tarefa de me contradizer, sobretudo adiantando exemplos, demonstrações e provas tentativas, para denegar algumas de minhas afirmações, com uma necessidade psicológica extrema, eu diria, de contradizer o que você supõe ser minha posição liberal, em favor do que você acredita ser uma posição mais realista (obviamente oposta à minha).
Apenas sobre este caso, em nenhum momento lembro-me de ter defendido competição perfeita, mercados abertos e competitivos como posição teórica (ainda que o pudesse fazer, mas esse não era o caso). Apenas disse que o nosso mercado de telefonia móvel é essa porcaria que é pelo fato de funcionar em regime de competição limitada, praticamente em uma situação de cartel de poucas companhias.
O fato, acrescido, de as companhias terem um serviço de atendimento vagabundo agrava o caso, mas não muda a essência do problema: a limitação da abertura do mercado.
Nenhuma construção teórica (que eu não fiz), ou nenhuma afirmação prática vão desmentir esse fato, mas as companhias continuam a ter atendimento vagabundo porque os serviços em geral são medíocres no Brasil, com atendendentes debiloides e despreparados (isso é traço do Brasil, faz parte de sua paisagem humana de extrema mediocridade na educação geral dos trabalhadores, e na ausência de fiscalização por parte de quem concedeu o serviço).
Quanto a seu empenho em demonstrar que Marx estava certo, no confronto com os liberais, meus cumprimentos: você acaba de se juntar ao grupo de iludidos que acha que Marx sempre tem razão contra o capitalismo imperfeito, o que ele é, manifestamente. Acredito que você deveria agora tentar provar que todas as prescrições de Marx, contra o capitalismo, funcionam e são efetivas para demonstrar que suas propostas são superiores e levam a uma economia de bem estar nitidamente mais vantajosa de que o capitalismo imperfeito.
Está na hora de sair do livro-texto e olhar a realidade, sobretudo sair dos manuais que se apressam em demonstrar que o mainstream economics funciona mal...
Pode até ser que sim, mas as alternativas são de pior qualidade.
Paulo Roberto de Almeida