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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nas origens da crise financeira

Para os que ainda acreditam que foram os mercados financeiros que criaram, sponte sua, a crise financeira internacional, com origem nos EUA, caberia reler o que disse, ainda no ano final do governo George Bush, José Alexandre Scheinkman, um dos mais brilhantes economistas brasileiros, professor em Chicago e atualmente em Princeton.

Respostas de Scheickman a jornalista da revista Veja:

Os modelos de risco estavam errados?
O problema é que se criou no mercado financeiro uma atmosfera semelhante àquela que havia no mercado de arte em Nova York nos anos 50 e 60. Em seu livro A Palavra Pintada, Tom Wolfe conta que quem dissesse que a arte abstrata era ruim de imediato era considerado retrógrado, incapaz de compreender a beleza. Para parecer um entendido, você tinha de gostar de Jackson Pollock (pintor americano, 1912- 1956). Os modelos de avaliação de risco criaram uma mística semelhante no mercado financeiro. Se você dissesse não acreditar neles, ou desconfiar deles, as pessoas logo concluiriam que você não entendia nada do mercado. Isso fez nascer um excesso de confiança nos modelos de risco.

O problema, então, não foi a falta de regulamentação no mercado financeiro, que acabou permitindo que as instituições assumissem riscos enormes?
Faltou regulamentação também. As agências de classificação subavaliaram riscos importantes, e os bancos de investimento e comerciais, e mesmo outras empresas, como a AIG, uma seguradora que atua no mercado financeiro, assumiram excesso de risco.

Por que os mercados estavam tão desregulados?
Por ideologia. O presidente Bush e o próprio Alan Greenspan (que presidiu o Federal Reserve, o banco central americano, de 1987 a 2006) tinham uma atitude ideológica contra a regulamentação. Em 2004, a SEC (Securities and Exchange Commission, equivalente à CVM, Comissão de Valores Mobiliários) aceitou que os bancos de investimento adotassem alavancagens muito maiores. A partir do mesmo ano, o Federal Reserve também permitiu que os bancos comerciais excluíssem certos produtos de seus balanços. À atitude ideológica contra a regulamentação, o governo Bush aliou certa incompetência. A equipe econômica de Bush era fraca, com John Snow como secretário do Tesouro. Não concordo com tudo o que o atual secretário, Henry Paulson, está fazendo, mas ele é bem melhor que o antecessor.

Fonte: http://veja.abril.com.br/081008/p_122.shtml

Um comentário:

Anônimo disse...

Sugerimos o trabalho organizado pelo think-tank CHATHAM HOUSE(aka the Royal Institute of International Affairs) "Beyond the Dollar:Rethinking the International Monetary System"(March 2010); com destaque para o ensaio de Jim O'Neill "A Twenty-first Century International Monetary System:Two Scenarios".(in:http://www.chathamhouse..org.uk/Article.aspx?id=23626)

Vale!