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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 15 de maio de 2010

Como torrar o dinheiro publico e fazer demagogia ao mesmo tempo

Pague os craques
O presidente Lula propôs a criação da Bolsa-Bola, para premiar com R$ 100 mil cada jogador que tenha participado das Seleções campeãs do mundo de 1958, 1962 e 1970. Além disso, cada craque terá direito a R$ 3.400,00 mensais, para ele ou a família. Destrinchando: há jogadores, como o meia Moacir, reserva de Didi na Copa de 1958, que ficaram pobres e estão doentes. Mas há Zagalo, Rivelino, Tostão, Leão, Gerson, Dino, Zito, Carlos Alberto, Pelé e tantos outros que não estão propriamente mal de vida. Tostão já recusou a Bolsa-Bola.

E já foram pagos
Todos os astros da Seleção, a propósito, eram profissionais: recebiam salários e prêmios para jogar. Não era tanto dinheiro quanto hoje, mas estava bom para a época. Além disso, em 1958, o presidente Juscelino Kubitschek ofereceu a cada craque um emprego público, o que também era um absurdo. Só Zagalo se apresentou para o trabalho (hoje está aposentado). Os demais não se interessaram.

Não são necessários comentários. Basta a constatação...

4 comentários:

Anônimo disse...

A imprensa esportiva tem feito lobby para que estes jogadores recebam uma espécie de "bolsa copa do mundo". O Romário outro recentemente foi entrevistado jornal EXTRA do RJ e disse que era a favor.
Isso não é coisa do PT mas sim da benevolência do brasileiro.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Anônimo,
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O brasileiro médio pode ser mal informado e achar que dinheiro público não é de ninguém, e que o Estado deve sim ajudar os "herois da Patria". Ignorância não desculpa irresponsabilidade.
Diferente é a situação do dirigente, que tem, sim, informações (ou deveria ter) sobre a situação fiscal, e de onde vem o dinheiro e ainda assim age em total irresponsabilidade por demagogia, pura, se ouso dizer.
Quanto ao PT, tem sim essa tendência a distribuir benesses com dinheiro público, numa ignorância igual ao do brasileiro desinformado. Ou então é de má-fé, mesmo, e igual demagogia.
Num e noutro caso, não se deve desculpar e sim condenar absolutamente esse tipo de atitude irresponsável.
Anônimo, eu espero um pouco mais dos leitores inteligentes deste blog. Sinto muito mas, esse tipo de comentário é exatamente do tipo que não esperava ver por aqui...
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

O Brasil que funciona no plano das ideias PRA não reflete de fato no cotidiano. A dinâmica e o modo como as os governos, municipais, estaduais e federal gastam o dinheiro na maioria das vezes seguem critérios que não interessam ao cidadão. O chato é culpar SÓ o PT por tudo isso. Sei que o PT é corporativista, sindicalista, teimoso, mas é melhor que muita coisa que está aí, como por exemplo o DEM, que é um partido de coroneis no interior.
Como mineiro e eleitor da Dilma, tenho de concordar que o tucano Aécio fez um ótimo governo aqui em MG privilegiando digamos "o cidadão" no que concerne aos investimentos e a eficiência do setor público.

Vinícius Portella disse...

PRA,

Enganamo-nos quando falamos em "bolsas", estas são em verdade "tenças" concedidas pela graça de Sua Alteza Real Dom Ináfio da Filva I. No mais, tenho de findar por aqui; caso contrário, atraso-me para o a cerimônia do beija-mão.

Abraços.