Especulador se torna 'terrorista' na Argentina
Para Senado argentino, quem especula no mercado financeiro merece cadeia
Uma das leis reforma a Lei Penal Tributária e outras tipificam como crime ações que afetam a ordem econômica e financeira, além de punir as "atividades criminais com finalidade terrorista".
Segundo o presidente da Comissão de Justiça do Senado, o governista Pedro Guastavino, as leis visam a "dar maior transparência às operações na bolsa e demais mercados e punir informações privilegiadas usadas para manobras que desestabilizam a economia do país".
Nesse sentido, serão punidos os delitos de alterar as cotações dos mercados financeiros com a intenção de desestabilizar a economia local e a intermediação irregular, sem autorização do Estado (as casas de câmbio irregulares).
As leis permitem enquadrar as corridas bancárias e os movimentos do mercado de câmbio, por exemplo, como atos de terrorismo com o objetivo de desestabilizar o governo.
Um dos projetos eleva as penas dos condenados por terrorismo e outro pune a chamada "manipulação de mercado" para aumentar ou diminuir preços, inclusive do dólar, explicou o titular da Unidade de Informação Financeira, José Sbatella.
Sbatella disse que a lei de controle de lavagem de dinheiro e narcotráfico pretende atender às exigências do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi). "Esta lei permite caracterizar como terrorismo uma corrida cambial com ânimo de desestabilizar um governo", detalhou.
Uma das leis determina a aplicação de uma pena de até dois anos de prisão para quem provocar alta ou baixa no preço de mercadorias por meio de notícias falsas e pune o uso de informação privilegiada.
Para o senador da União Cívica Radical (UCR) Ernesto Sanz, o pacote de leis não vai resolver os desvios do sistema financeiro e o texto sobre terrorismo, tal como está, abre as portas para que até os protestos sociais sejam classificados como terrorismo.
Além disso, de acordo com ele, o governo ou a Justiça poderiam interpretar qualquer situação como terrorismo de uma maneira discricionária.
5 comentários:
Cada qual tem o "papai Noel" que merece!
Sugerimos:
-"Un proyecto que vulnera la Constitución"; Editorial Clarín.
(http:www.clarin.com/politica/proyecto-vulneral-Constitucion_0_611338951.html);
-"Una ley para presionar y perseguir"; Editorial La Nacion.
(http:www.lanacion.com.ar/1434564-una-leypara-presionar-y-perseguir);
Vale!
Na Islândia teve especulador e banqueiro que foi preso. É isso que esses caras merecem mesmo. Terrorismo de livre mercado, a farsa acabou. Tomara que isso se espalhe pelo resto do mundo. Cadeia pros terroristas de livre mercado (especuladores e afins) que enchem os bolsos com jogatinas.
Ingênuos econômicos acham que especulador existe no vácuo, que eles agem na calada da noite para causar o maior mal a todos e a cada um, espreitando sorrateiramente para realizar ganhos indevidos, ilegais, criminosos.
Especuladores só existem porque governos fazem bobagens, cometendo arbitrariedades econômicas de que se aproveitam, justamente, os especuladores, para lucrar.
Eles não existiriam sem o concurso dos governos, pois os mercados SEMPRE corrigem os desequilíbrios. São os governos que querem manter determinadas relações sem correspondência com os dados da realidade que permitem a existência, o triunfo, a glória, e os lucros, dos especuladores.
Os especuladores deveriam erigir uma estátua em homenagem a governos estúpidos (e a economistas ingênuos também)...
Ainda vou escrever um elogio ao especulador...
Paulo Roberto de Almeida
Eu ainda acho Buenos Aires umas 80 vezes mais interessante que São Paulo e umas 30 vezes mais interessante que o Rio. Daqui há uns 10 anos a Argentina conseguirá o impossível: ser pior que o Brasil.
Eu fico à beira de ter um colapso nervoso com os economistas e políticos brasileiros, mas os argentinos estão realizando o maior regresso da história. É só olhar o PISA para perceber o tamanho da decadência do país que tinha tudo para já ser desenvolvido faz tempo.
PS: os venezuelanos e cubanos estão fora do páreo, claro. Aí já é hors concours.
abraços, Guilherme
Extrema infelicidade da redatora da matéria.
Especuladores não são o problema. Manipuladores são. São duas personagens completamente distintas que foram tratadas de forma igualitária neste texto.
Não confundam.
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