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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

40 licoes simples de um economista que chegou aos 40 anos - Bryan Caplan

Puxa vida: eu esqueci de fazer as minhas lições quando cheguei aos 40 anos (embora tenha feito outras já tendo passado); agora vou ter de redigir muito mais lições, ensinamentos, experiências. Assim será.
Com vocês, algumas lições verdadeiras, outras lógicas, outras ainda elementares, e algumas poucas tão complexas que vai ser difícil segui-las...
Mas vale tentar (embora a maioria seja feita de deduções, e portanto não aplicáveis no plano individual).
Divirtam-se...
Paulo Roberto de Almeida


LIÇÕES DE VIDA

Quarenta coisas que aprendi nos meus primeiros 40 anos

Economista revela lições valiosas que aprendeu em suas primeiras quatro décadas de vida

por Bryan Caplan



1. A lei da oferta e demanda resolve incontáveis mistérios do mundo – tudo desde controle de aluguéis a congestionamentos em estradas.


2. Quase qualquer um pode entender a lei da oferta e demanda se ouvir calmamente. Infelizmente, o contrário também é verdadeiro.
3. A pobreza é terrível, e o crescimento econômico, não a redistribuição, é a cura.
4. As causas aproximadas do desemprego são a regulação do mercado de trabalho e a crença equivocada dos trabalhadores a respeito de justiça. Mas a causa fundamental do desemprego são os salários excesssivos.
5. A competição livre é muito superior à competição “perfeita”.
6. Governos com moeda fiduciária têm poder quase absoluto sobre o PIB nominal, mas muito menos sobre o PIB real ou sobre o emprego.
7. O risco moral (moral hazard) e a seleção adversa são em grande parte produtos de – e não a lógica para – regulação de seguros.
8. Restrições à imigração são crimes inúteis – e causam mais danos do que todas as outras regulações governamentais juntas.
9. O comunismo foi um desastre por causa de maus incentivos e não por falta de incentivos.
10. Os dois últimos séculos de crescimento populacional e prosperidade deveriam nos encher de admiração – e o melhor ainda está por vir.
Filosofia
1. O maior erro filosófico é exigir prova para o óbvio. Veja Hume.
2. O segundo maior erro filosófico é tentar provar o óbvio. Veja Descartes.
3. Se você não consegue explicar a sua posição claramente em uma linguagem simples, provavelmente você mesmo não a compreende.
4. Quando possível, decida debates sobre “o que é óbvio” apostando, não falando.
5. Ignorar os fatos de dualismo e livre vontade radical é antiempírico e anticientífico.
6. Falar sobre moralidade, se não existem fatos morais é como falar sobre unicórnios, se não existem unicórnios.
7. Não existem fatos morais.
8. Argumentos morais produtivos começam com casos claros e simples, não com teorias morais em cada frase ou problemas provocativos.
9. Violência e roubo são presuntivamente errados e, mesmo que você se chame “governo”, essas presunções ainda são válidas.
10. As melhores três páginas da filosofia ainda são “Carta a Meneceu”, de Epicuro.
Política
1. Eleitores são irracionais. E também o é pensar de outra maneira.
2. O governo não é uma solução para problemas de externalidade; ele é o melhor exemplo do problema.
3. O principal produto do governo não são os “bens públicos”, mas os bens privados que as pessoas fingem querer muito mais do que realmente querem. Veja o caso da previdência social.
4. As pessoas raramente usam o argumento mais internamente consistente para a ação do governo: paternalismo.
5. O caminho realista para um mercado mais livre não é uma “reforma do livre mercado”, mas austeridade.
6. Democratas e Republicanos são quase tão diferentes quanto católicos e protestantes – e 80% da união das suas recriminações mútuas são verdade.
7. Antes de estudar a opinião pública, você se pergunta por que a política não é muito melhor. Depois de estudar a opinião pública, você se pergunta por que a política não é muito pior.
8. Grandes motivos por que a democracia não é pior: participação desigual, negligência política e viés do status quo.
9. Os libertários são os dhimmis da democracia
10. Apesar de tudo, a vida nas democracias do primeiro mundo é incrivelmente boa para os padrões mundiais e históricos e continuarão se tornando melhores. Então, anime-se.
Vida
1. A vida é um presente e, quanto mais, melhor.
2. “Faça o que você ama e você nunca terá que trabalhar na sua vida”. Isso mesmo.
3. Seja amigável como uma questão de política. Vire a outra face diante de ataques pessoais. Pode parecer loucura, mas funciona.
4. A obsessão é uma solução poderosa para problemas físicos e sociais. Infelizmente, também é uma das principais causas de problemas emocionais.
5. Uma vez que você se torna adulto, pessoas religiosas te deixarão em paz se vocês as deixar em paz.
6. As pessoas mudam mais do que você pensa. Diga a você mesmo que isso não é culpa de ninguém.
7. A seleção é a chave para a harmonia social. Cerque-se de amigos verdadeiros que lhe amam do jeito que você é. Se você não vir ninguém por perto, procure por eles.
8. Crie os seus filhos com bondade e respeito. “Eu sou seu pai, não seu amigo” é uma razão para tratá-los melhor que os seus amigos, não pior.
9. Sua mente envelhece a uma velocidade menor do que você espera quando você é jovem e o seu corpo a uma velocidade maior.
10. A psicologia evolucionária é, de longe, a melhor teoria universal da motivação humana. Ignore-a ao seu próprio risco.

Um comentário:

Maria do Espírito Santo disse...

Estou buscando alguém que tenha escrito sobre as coisas de que ele tenha se esquecido depois dos 40 anos. Sem contar, naturalmente, com os depoimentos dos que sofrem do Mal de Alzheimer. Sei, sei: é difícil obter depoimentos dos que sofrem do Mal de Alzheimer.

Não, não, não. Não sou eu que sou cruel. Cruel é a velhice. E o resto são enganos da mocidade.