Aliás, são dois os problemas, corrigindo o título.
Um, a existência de um estoque infindável de homens-bomba, ou seja de pessoas dispostas a se explodir levando junto o maior número possível de vítimas inocentes, em geral de uma seita diferente, mas dentro do islamismo. Isso tem acontecido de forma recorrente em países islâmicos, de um arco que vai do Magreb à Índia, mas também já ocorreu em países islâmicos da Ásia Pacífico, embora com menor incidência. Existe, portanto, um problema civilizatório, desconhecido em qualquer outra religião.
O outro problema é a inexistência completa, ao que se sabe, de líderes religiosos islâmicos -- de todas as seitas e de todas as categorias e títulos -- que possam condenar, da maneira mais veemente possível, inclusíve pelo recurso à própria religião, esses atos absolutamente inadmissíveis sob qualquer critério da vida social.
O cristianismo já conheceu suas guerras de religião, no contexto das quais atos abomináveis foram perpetrados, não só entre seitas cristãs, mas também contra heréticos da corrente dominante, mas jamais se conheceram atos desse tipo, ou seja, a morte, política ou religiosamente motivada, de inocentes a esmo, de forma contínua, regular, sobretudo pelo apelo ao autosacrifícoo, sob alguma promessa de paraíso ou vida eterna. Isso jamais ocorreu no cristianismo, que dignifica a vida e promove a fraternidade, mesmo entre inimigos.
O islamismo dignifica a morte e a destruição, objetivamente.
Gostaria de ser desmentido por fatos, não por declarações vazias.
Os dois problemas básicos são estes: o terrorismo contra inocentes, da forma como temos visto, parece exclusividade de países islâmicos, e seus líderes religiosos não condenam tais atos.
Seria uma podridão dos islamismo, ou um comportamento aceitável?
Paulo Roberto de Almeida
Em tempo: este atentado no Paquistão foi feito contra cristãos, como também ocorre na Nigéria do norte e em outros países. Mas o maior número de atentados é feito entre os próprios islâmicos.
Atentado mata ao menos 60 pessoas no Paquistão
Explosivos foram detonados por homens-bomba quando centenas de fiéis terminavam as orações e saiam de um templo
Menino observa orações da sexta-feira na mesquita de Wazir Khan, em Lahore, no Paquistão (Damir Sagolj/Reuters )
Um ataque suicida em uma igreja histórica na cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, deixou ao menos 60 mortos e 120 feridos neste domingo, segundo autoridades locais. O ataque evidencia a ameaça representada pelos grupos islâmicos extremistas, enquanto o governo do país busca um acordo de paz com os militantes talebans nacionais.
Os explosivos foram detonados por homens-bomba quando centenas de fiéis terminavam as orações e se dirigiam para fora do local.
(Com Estadão Conteúdo)
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