Desde há muito escrevo sobre essa estranha incompatibilidade entre socialismo e papel higiênico. Mesmo antes de viajar para países socialistas, eu ouvia relatos de turistas sobre o assunto. Não era fácil encontrar o artigo nos hotéis. Muitas agências recomendavam que o turista se munisse de um bom estoque de rolos, antes de viajar para a União Soviética.
O pior ocorreu na Romênia, em 1981. Em qualquer hotel que chegasse, a primeira coisa que tinha a fazer era pedir papel higiênico na portaria. Lembro que em Mangália, cidade litorânea do mar Negro, quando fui reclamar a uma moça da portaria com cara de sargento, ela me perguntou: "quantos dias o senhor vai ficar aqui?". Neste hotel, dois dias. Olhou-me então de alto a baixo, avaliou meu metabolismo, rasgou uns dois metros de um rolo e passou-me as tiras.
Em outras viagens a outros países socialistas, o problema não era tão grave, foram feitas perto da Queda do Muro ou depois. Mesmo assim, em 2000, nove anos após o desmoronamento da URSS, em São Petersburgo, tive de voltar a implorar papel higiênico na portaria do hotel.
De Cledson Ramos, amigo e leitor, recebo:
Oi Janer,
Sua tese da incompatibilidade entre Socialismo e papel higiênico continua válida:
"Neste ano, a Venezuela só conseguirá importar metade do que precisa, agravando o racionamento de produtos de primeira necessidade. Na semana passada, a venda de papel higiênico em alguns supermercados estava limitada a quatro rolos por consumidor."
*FONTE: http://veja.abril.com.br/180209/p_074.shtml
Um abraço,
Cledson
Assim, entende-se as altas tiragens do Pravda.
Um comentário:
..."much ado about nothing"...ou...papel higiênico para quê?!...se não há o que comer...!...nos dias de hoje "obrar" na Venezuela é uma atividade "suntuária"!
Vale!
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