INOVAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
IPEA (05/12/2013) – NOTA TÉCNICA SOBRE INOVAÇÃO
NOTA TÉCNICA ABORDA DESEMPENHO DO BRASIL EM INOVAÇÃO.
A CRISE INTERNACIONAL, INICIADA EM 2008, SERIA UMA DAS RESPONSÁVEIS PELA ESTAGNAÇÃO DOS INDICADORES DE INOVAÇÃO.
O Ipea publicou nota técnica com análise preliminar dos principais resultados da última edição da Pesquisa de Inovação (PINTEC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Nota Técnica Análise dos dados da PINTEC 2011, considerando apenas o setor industrial, a pesquisa mostra que, após um crescimento sistemático da taxa de inovação nas quatro edições anteriores (de 31,52% para 38,11%), houve uma queda para 35,56% no período 2009-2011.
No que diz respeito aos indicadores de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), os dados apontam gastos que representam 0,59% do PIB. O resultado revela uma estagnação na comparação com 2008 (0,58%). A paralização nos indicadores de inovação no Brasil está relacionada, em grande parte, à crise internacional iniciada em 2008, mas também a uma conjuntura desfavorável e a características do próprio setor produtivo brasileiro.
Destacam-se aí, a estrutura produtiva especializada em segmentos de menor intensidade tecnológica, a baixa escala de produção das empresas brasileiras e a existência de poucas companhias de capital nacional em segmentos mais intensivos em tecnologia.
O documento chama a atenção para o fato de que setores intensivos em tecnologia estão perdendo espaço na estrutura produtiva do país. O esforço tecnológico aumentou nos últimos anos nos segmentos importantes da indústria, mas a participação deles na economia diminuiu. Isso explica porque o crescimento dos investimentos em P&D na indústria de transformação (de 0,75% do faturamento líquido, em 2008, para 0,83% em 2011) não se traduziu em ampliação na relação P&D/PIB. A pesquisa do IBGE trouxe ainda dados preocupantes sobre a carência de mão de obra qualificada na área de P&D.
Segundo a diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação do Instituto, a situação atual reflete a falta, no passado, de políticas públicas de incentivo a formação de profissionais.
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