Mini-reflexão sobre o sucesso relativo do gramscismo e o insucesso (até aqui) do liberalismo:
Falta aos liberais um discurso tão convincente e atraente quanto o dos gramscianos, mas isto é praticamente impossível.
Como é que vc vai dizer a pessoas simples que o sonho de uma vida melhor trazida pelo Estado, como apregoado pelos socialistas, tem de ser substituído pela dura realidade de mais trabalho, concorrência nos mercados, acumulação individual, regime de capitalização na previdência, sem salário mínimo e garantias de emprego?
Sociedades só reformam o que não funciona em momentos de crise e ruptura. Nós nem chegamos perto do "ponto ótimo" da crise ainda, nem tivemos ruptura.
Como reformar?
Mas concordo em que os liberais (e eu não sou um) têm de elaborar mais respostas para questões concretas da vida cotidiana, em lugar de se ocuparem apenas de teorias acadêmicas, e estar mais presentes no debate público...
Complemento em resposta à pergunta sobre se eu me considero
ser um conservador:
Não, de forma alguma. A sociedade, a economia estão sempre
mudando. As reformas precisam ser contínuas, de preferência não induzidas pelo
Estado e sim feitas espontaneamente pela sociedade, dispondo das mais amplas
liberdades econômicas. Sou um revolucionário racionalista e não principista.
Por exemplo, dada a pobreza e desigualdade na sociedade brasileira, o “meu”
Estado mínimo comportaria durante algum tempo escolas públicas de qualidade
para primeiro e segundo graus e técnico-profissional. Só isso. Terceiro ciclo?
Responsabilidade individual ou familiar, ponto.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11 de junho de 2016
Publicado
no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1172066566190125).
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