Tudo bem, para a maior parte dos países. Os EUA já estão a mais de 100% do PIB, ou seja 20 trilhões de dólares: os juros serão pagos pelos filhos e netos dos atuais contribuintes.
Na Europa, vários países estão a mais de 150% do PIB (tipo Itália, Grécia, etc.). A conta será paga pelos bisnetos e tataranetos.
No Japão, ela representa mais de 270% do PIB, mas os japoneses são patriotas: aceitam pagar para que o governo tome suas poupanças.
Mas, no caso do Brasil, um endividamento a 100% do PIB só é suportável em curto prazo e com juros na altura da inflação, atualmente muito baixa.
Mas, e se a inflação subir e os juros idem? E se a parte da dívida contraída em dólares ficar duas vezes mais alta?
Aí é calote certo...
Paulo Roberto de Almeida
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Crise da covid-19 deve levar dívida pública ao patamar do PIB Por Renato Carbonari Ibelli publicado por Diário do Comércio (5/2020). |
“Os efeitos da crise do coronavírus nas contas do governo serão enormes, segundo economistas e especialistas em gestão pública. Com a economia paralisada, a arrecadação vai diminuir consideravelmente. Ao mesmo tempo, haverá necessidade de ampliar os gastos federais, o que elevará a dívida pública.
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Essa equação irá pressionar fortemente a inflação, os juros e o dólar, segundo Heleno Torres, professor de direito financeiro da Faculdade de Direito da USP.
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Para Torres, com a perda de arrecadação, a dívida pública deve crescer ao patamar do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Hoje, essa dívida supera os R$ 5,5 trilhões, o equivalente a 80% do PIB (R$ 7,3 trilhões).
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“A economia vai recuar mais de 10%, para algo próximo dos R$ 6 trilhões, e até o final do ano teremos 100% do PIB em dívida”, disse o professor durante reunião do Conselho de Altos Estudos de Finanças e Tributação (Caeft), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que aconteceu na última segunda-feira, 11/05.
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Segundo o professor da USP, isso não significa que o governo tenha de segurar os gastos nesse momento de grave crise sanitária, pelo contrário. Para ele, os repasses feitos até agora para a área da saúde estão muito aquém do necessário. “Os R$ 5,7 bilhões destinados até agora ao Ministério da Saúde são inferiores aos repasses de anos anteriores”, disse Torres.
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Assim, o desafio será equacionar o problema da dívida pública quando gastos extraordinários são necessários. A solução vai exigir muita criatividade dos gestores públicos.
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Um caminho, segundo o economista José Roberto Afonso, seria reverter a dívida pública em dívida privada. “Em vez do governo dar crédito, poderia entrar como fiador de papéis de empresas nesse momento. Se os papéis vencerem, o governo honra. Quando a economia melhorar, repassa os papéis que comprou”, disse Afonso no evento do Caeft. |
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