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sábado, 30 de novembro de 2013

Constatacoes de um medico - Milton Simon Pires

AINDA ESTAMOS AQUI, SEUS DESGRAÇADOS

Milton Pires

As 3 frases que um médico brasileiro precisa conhecer para tornar-se chefe de seus colegas no serviço público são: “isso sempre foi assim”, “eu não estava sabendo disso”, e “desde que fique bom pra vocês; por mim tudo bem”. Foi esse tipo de gente que tornou possível o advento de uma aberração como o Programa Mais Médicos. Filiados ao PIP – Partido do Interesse Próprio – mais de uma vez meus chefes garantiram que não tinham qualquer ligação formal com o PT. Acredito piamente no que me disseram! Não tenho qualquer dúvida da sua “independência” e até mesmo aversão ao partido dos petralhas, mas mesmo assim afirmo que são o tipo de gente preferida por esses bandidos para manter a administração pública sob seu controle.
A característica fundamental dos chefes, coordenadores, diretores, gerentes, ou seja lá qual for o nome que tenham essas criaturas que coordenam os serviços públicos brasileiros no governo petista, não é o fanatismo, não é a convicção no socialismo nem a militância política, mas sim a mais completa indiferença, omissão e negligência com o que acontece no seu ambiente de trabalho. Um chefe, para servir ao PT, deve ser alguém completamente “apolítico”...sua integração com os interesses do partido deve dar-se de maneira silenciosa; não ativamente. É calando-se com relação a tudo aquilo que sabe estar errado que esse tipo de mau-caráter sobe na vida chegando aos altos cargos de direção. Sua consciência política é zero! Ele não tem – nem poderia ter – qualquer tipo de opinião a ser defendida perante os seus superiores. Trata-se normalmente de alguém tecnicamente medíocre e moralmente amorfo..de um burocrata que usa frases como “isso chegou até mim”...e “isso veio de cima, infelizmente não posso fazer nada”..
Desde 2003, toda máquina pública brasileira tornou-se refém desse tipo de gente. Nos hospitais brasileiros, mesmo que ocupem os cargos técnicos, essas criaturas curvam-se docilmente às ordens finais da legião de alcoólatras, militantes dos movimentos de minorias e sindicalistas que tem a palavra final em praticamente tudo que vai ser decidido.
Há muitos anos esse processo de aparelhamento vem acontecendo. A tomada de decisões nesse tipo de organograma é feita a partir do conceito de “centralismo democrático”..em outras palavras: uma ordem é dada por alguém que, muitas vezes, sequer é conhecido pelos subordinados e transmitida numa cadeia de hierarquia de forma que só se sabe que “veio de cima”...é a mediocridade, a covardia dos intermediários nesse “telefone sem fio” que garante o cumprimento rigoroso da estratégia do Partido-Religião. O efeito da administração dessa ralé na saúde pública do Brasil está cada vez mais evidente: falta tudo! Desde soro fisiológico até fio de sutura o que se observa dentro dos hospitais é uma carência total no que se refere às mínimas condições de trabalho. Os setores de compras dos hospitais públicos, por exemplo, são administrados (aí sim) por gente de confiança do partido que não saberia a diferença entre um litro de soro fisiológico e um de coca cola. Esse estado caótico de coisas é acompanhado, além do mal-estar, pela sensação terrível de que nada há a ser feito...pela ideia de que “não é culpa de ninguém” e pelo contínuo pavor de ver-se envolvido em sindicância e inquéritos administrativos sem fim...
É fundamental apontar entre os médicos brasileiros a existência de uma classe de canalhas, de um grupo de médicos capazes de fazer qualquer coisa (na prática deixar de fazer) a fim de receber uma “gratificação por cargo de chefia” no contracheque...1500 a 2500 reais por mês são suficientes para que essa ralé esqueça tudo que aprendeu..para que traia tudo que jurou e para que abandone seus colegas de profissão a mercê das patrulhas de “profissionais da saúde” dentro dos hospitais. Verdadeira legião de recalcados, esse último grupo serve para fazer o trabalho sujo do PT....para conduzir abaixo-assinados..para elaborar memorandos e fazer queixas capazes de colocar as notas das avaliações funcionais (dos famosos estágios probatórios) dos seus inimigos políticos em níveis vergonhosos...
Tudo isso que escrevi aqui eu enfrentei, e enfrento até hoje, pessoalmente. Meu caso está longe de ser o único. A guerra que os médicos brasileiros estão enfrentando dentro da administração públicaestá muito longe de ter um fim. Os efeitos todos nós sabemos quais são: tristeza, sensação de impotência, abandono e a já conhecida sensação de que “ser médico não vale à pena”...
Um recado meu e de todos os verdadeiros médicos brasileiros a essa escória que administra a saúde no Brasil: Ainda não desistimos...Ainda estamos aqui, seus desgraçados...

dedicado ao “Dignidade Médica”...rsss..

Porto Alegre, 30 de novembro de 2013

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ditadura militar e NuncaAntesNestePais: diferencas ou tudo a ver? -Reynaldo Rocha


Blog de Augusto Nunes, 28/10/2013
 às 16:30 \ Política & Cia

Reynaldo-BH: os governos lulopetistas e a ditadura militar — semelhanças, ou meras coincidências?

Como no tempo da ditarura militar, atualmente a política econômica é tratada como segredo de estado
“Como no tempo da ditarura militar, atualmente a política econômica é tratada como segredo de Estado”
Post do leitor Reynaldo-BH
Coincidências
Post-do-Leitor11 – Censura
Ditadura militar: controle sobre a imprensa, com um comitê designado pelos militares (os censores) que liberava o que era pró-”milagre” ou se abstinha de críticas e censurava notícias em contrário.
Lulopetismo: obsessão pelo controle social da mídia em que os novos censores seriam escolhidos pelo Estado (como na ditadura) com poderes para interferir em conteúdos.
2 – Imprensa paga
Ditadura militar: Amaral Neto e O Cruzeiro são exemplos.
Lulopetismo: blogs oficiais e algumas revistas/jornalistas/colunistas que se dizem progressistas. Pagos do mesmo modo.
3 – Bipartidarismo
Ditadura militar: dois partidos, a Arena e o MDB, e as “sublegendas” que abrigavam as correntes dentro de cada um deles.
Lulopetismo: base alugada que se reduz a uma posição de “contra x a favor”.
4 – Judiciário
Ditadura militar: intimidação e escolha de dóceis ministros do Supremo, de modo a não contrariar a ditadura.
Lulopetismo: Sem comentários.
5 – Legislativo
Ditadura militar: domínio total dobre o Poder Legislativo.
Lulopetismo: idem, com uso de emendas e acordos regionais. Tentativa de ir mais fundo, com o mensalão.
6 – Obras faraônicas
Ditadura militar: Transamazônica, hidrelétrica de Itaipu e Ponte Rio-Niteroi, entre outras.
Lulopetismo: Ferrovia Norte-Sul, transposição do Rio São Francisco.
(As propagandas são AS MESMAS! O Brasil que nunca houve antes!)
7 – Obras de papel
Ditadura militar: Angra 3, 4, etc.
Lulopetismo: Trem-bala
Obras gigantescas são marcas registradas dos dois períodos: na ditadura militar, foi a transamazônica e a Angra III, e no lulopetismo a transposição do Rio São Francisco e o trem-bala (Fotos: ABr :: Hans von Manteuffel :: VEJA :: Presidência da República)
Obras faraônicas, nem sempre concluídas, são marcas registradas dos dois períodos: na ditadura militar, a Transamazônica e a Angra III (fotos da coluna à esquerda), e no lulopetismo a transposição do Rio São Francisco e o trem-bala (Fotos: ABr :: Hans von Manteuffel :: VEJA :: Presidência da República)
8 – Slogans
Ditadura militar: “Ninguém segura este país.”
Lulopetismo: “Nunca antes neste país.”
9 – Aparelhamento
Ditadura militar: em cada ministério, um exército de militares da reserva, sobretudo nas extintas áreas de informação de cada um deles.
Lulopetismo: em cada ministério, um exército de sindicalistas.
10 – Demonização
Ditadura militar: “Brasil! Ame-o ou deixe-o!”
Lulopetismo: todos os adversários são inimigos. FHC é o culpado de tudo, até da seca no Nordeste.
11 – Estatais
Ditadura militar: em nome de um nacionalismo caolho, criaram-se dezenas de estatais.
Lulopetismo: quase sem comentários. Para o pré-sal, não bastava a Petrobras: criou-se também a PPSA.
12 – Economia
Ditadura militar: o mundo estava errado e o Brasil certo.
Lulopetismo: idem, ibidem.
13 – Corrupção
Ditadura militar: nunca houve uma condenação de militares corruptos (não existiu nenhum?)
Lulopetismo: são todos inocentes mesmo com provas em contrário.
14 – Divisão de poderes
Ditadura militar: entre os falcões e os moderados das Forças Armadas, ficando em segundo plano a capacitação do indicado ao cargo.
Lulopetismo: entre os partidos da base e correntes do PT, ficando em segundo plano a capacitaão do indicado ao cargo.
15 – Medo
Ditadura militar: dos comunistas.
Lulopetismo: dos direitistas raivosos — denominação reservada à maioria dos críticos e adversários do governo.
Tanto ontem como hoje, a escolha de ministros para o STF era feita de modo a não contrariar o governo (Foto: Creative Commons - CC BY 3.0)
“Tanto ontem como hoje, a escolha de ministros para o STF era feita de modo a não contrariar o governo” (Foto: Creative Commons – CC BY 3.0)
16 – Inimigos preferenciais
Ditadura militar: os democratas.
Lulopetismo: os democratas.
17 – Previsão temporal
Ditadura militar: eterna.
Lulopetismo: a eternidade.
18 – Eleições
Ditadura militar: valia tudo. O importante era ter os mais de 70% (em média) que conseguiam nas urnas.
Lulopetismo: Gilberto Carvalho, Dilma e Lula já responderam: “o bicho vai pegar” e a eles vão “fazer o diabo” nas eleições.
19 – Segredos
Ditadura militar: tudo na economia era secreto. Nada revelado
Lulopetismo: perguntem ao BNDES. A partir de 2027, por favor.
20 – Política externa
Ditadura militar: apoiando e ajudando as ditaduras do Chile, Uruguai, Paraguai e outras na América Latina.
Lulopetismo: apoiando e ajudando as ditaduras de Cuba, Venezuela, Angola, Mianmar, Líbia de Kadhafi, Coreia do Norte e qualquer outra que se enquadra na diplomacia ideológica (já abandonada até pela China).
CONCLUSÃO
Lula e Dilma são como os generais de ontem. (Óbvio que não me refiro à tortura e assassinatos. Mas somente divergir nisto é suficiente?). Um passando o poder ao outro. Legitimados por eleições, como era a Arena. Usando de TODOS os meios para se manter no poder. Mentindo. Acusando. Demonizando. Manipulando. Intimidando.
Se antes coronéis aposentados mandavam em estatais e gritavam “sentido!”, hoje sindicalistas incultos, despreparados, ignorantes e desonestos estão nos mesmos cargos e gritam “presente!”.
Se antes o Brasil se alinhava a um “americanismo” de extrema-direita com as ditaduras do Cone Sul, hoje estamos alinhados com o bolivarianismo (seja o que isto for) de uma América Latina que parece condenada a ser um poço de atraso.
Se antes tínhamos uma ditadura, hoje, se os democradas não reagirem, caminhamos para outra.
Disfarçada. Aprendeu com a outra. Mas tão perniciosa quanto.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Brasil gasta dinheiro secretamente com ditaduras - Jose Casado


José Casado
O Globo, 18 de Outubro de 20

Negócios de US$ 6 bilhões mostram como o governo avança, entre o sigilo e o embaraço, nas relações com ditaduras

Os brasileiros estão obrigados a esperar mais 14 anos, ou seja, até 2027 para ter o direito de saber como seu dinheiro foi usado em negócios bilionários e sigilosos com Angola e Cuba.
Pelas estimativas mais conservadoras, o Brasil já deu US$ 6 bilhões em créditos públicos aos governos de Luanda e Havana. Deveriam ser operações comerciais normais, como as realizadas com outros 90 países da África e da América Latina por um agente do Tesouro, o BNDES, que é o principal financiador das exportações brasileiras. No entanto, esses contratos acabaram virando segredo de Estado.


Todos os documentos sobre essas transações (atas, protocolos, pareceres, notas técnicas, memorandos e correspondências) permanecem classificados como “secretos” há 15 meses, por decisão do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, virtual candidato do PT ao governo de Minas Gerais.

É insólito, inédito desde o regime militar, e por isso proliferam dúvidas tanto em instituições empresariais quanto no Congresso — a quem a Constituição atribui o poder de fiscalizar os atos do governo em operações financeiras, e manda “sustar” resoluções que “exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

Questionado em recente audiência no Senado, o presidente do banco, Luciano Coutinho, esboçou uma defesa hierárquica: “O BNDES não trata essas operações (de exportação) sigilosamente, salvo em casos como esses dois. Por que? Por observância à legislação do país de destino do financiamento.” O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) interveio: “Então, deve o Brasil emprestar dinheiro nessas condições, atendendo às legislações dos países que tomam emprestado, à margem de nossa legislação de transparência absoluta na atividade pública?” O silêncio ecoou no plenário.

Dos US$ 6 bilhões em créditos classificados como “secretos”, supõe-se que a maior fatia (US$ 5 bilhões) esteja destinada ao financiamento de vendas de bens e serviços para Angola, onde três dezenas de empresas brasileiras mantêm operações. Isso deixaria o governo angolano na posição de maior beneficiário do fundo para exportações do BNDES. O restante (US$ 1 bilhão) iria para Cuba, dividido entre exportações (US$ 600 milhões) e ajuda alimentar emergencial (US$ 400 milhões).

O governo Dilma Rousseff avança entre segredos e embaraços nas relações com tiranos como José Eduardo Santos (Angola), os irmãos Castro (Cuba), Robert Mugabe (Zimbabwe), Teodoro Obiang (Guiné Equatorial), Denis Sassou Nguesso (Congo-Brazzaville), Ali Bongo Odimba (Gabão) e Omar al Bashir (Sudão) — este, condenado por genocídio e com prisão pedida à Interpol pelo Tribunal Penal Internacional.

A diferença entre assuntos secretos e embaraçosos, ensinou Winston Churchill, é que uns são perigosos para o país e outros significam desconforto para o governo. Principalmente, durante as temporadas eleitorais.

José Casado é jornalista

terça-feira, 1 de outubro de 2013

OGx...: lesados pelo capitalista promiscuo acionam a Justica

O companheiro capitalista preferido dos companheiros não capitalistas deu chabu, mesmo tendo levado alguns bilhoes do BNDES, e enganado milhares de outros acoonistas ingênuos. Está apenas no começo de suas penas, não querendo fazer rima com a desgraça alheia, não a dele obviamente, mas a dos pobres enganados.
Paulo Roberto de Almeida 
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Eike Batista, Bolsa e CVM serão processados por acionistas

Grupo de minoritários da petroleira OGX, do Grupo EBX, alega irregularidades na divulgação de informações e manipulação das cotações das ações  

30 de setembro de 2013
Vinicius Neder, da Agência Estado
RIO - Acionistas minoritários da OGX, petroleira do Grupo EBX, de Eike Batista, incluirão a BM&FBovespa como ré numa ação judicial contra a empresa.
O grupo, com base maior no Rio, mas que reúne acionistas de todo o País, pretende acionar na Justiça a OGX, Eike e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A alegação é de irregularidades na divulgação de informações, como fatos relevantes, bem como manipulação das cotações das ações.
A BM&FBovespa será incluída no "polo passivo da ação", segundo Aurélio Valporto, integrante do grupo de minoritários, por causa de um convênio firmado em dezembro de 2011 com a CVM.
"Temos evidências contra a Bolsa", disse Valporto ao Estado.
O convênio visou organizar a cooperação entre a Bolsa e o órgão regulador do mercado para o "acompanhamento e fiscalização da prestação de informações pelos emissores de valores mobiliários".
Procurada, a assessoria de imprensa da BM&FBovespa disse que a empresa não comentaria o caso.

Valporto também criticou a atuação da CVM no caso da OGX, bem como as declarações dadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro afirmou, em São Paulo, que haverá uma "solução de mercado" para a companhia e que a situação "já causou um problema para a imagem do País e para a Bolsa".
Para Valporto, o Ministério da Fazenda nada fez, por meio da CVM.
O grupo de acionistas baseado no Rio deverá entrar em breve com a ação. Paralelamente, o escritório Bornholdt Advogados, de Santa Catarina, trabalha numa ação coletiva contra a OGX e também poderá incluir a CVM como ré.
Em outro movimento, na última assembleia de acionistas da OGX, em setembro, o minoritário Willian Magalhães tentou eleger-se membro independente do Conselho de Administração, mas não foi bem sucedido. Magalhães, que é de Taubaté (SP), reuniu procurações, mas não conseguiu votos suficientes. Para organizar os minoritários, ele criou uma conta no Twitter, com o nome de "Minoritários OGX".

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

STF descamba onde estao todas as outras instituicoes nacionais - Editorial Estadao

Não foi por falta de aviso. No contexto do descalabro institucional em que está mergulhado o Brasil desde o início da república dos companheiros, o STF ainda se preservava, parcialmente, do descrédito que todo brasileiro bem informado, e sem alinhamentos ideológicos com os companheiros, devotava à maior parte dos órgãos públicos, em vista do festival de corrupção, de incompetência manifesta, de fraudes e mentiras com que fomos confrontados desde 2003.
Parece que não mais. Aliás, os companheiros estão preenchendo os vácuos com gente da família deles, serviçais do poder e meninos de recados dos companheiros que estão cumprindo seu papel de conspurcar a última instituição que ainda não tinha sido comprada, chantageada, submetida, como já fizeram com praticamente todas as outras.
Alguns anos atrás escrevi um trabalho sobre a decadência. Pudicamente, evitei mencionar Brasil, tratando o assunto "sociologicamente", ou assepticamente. Não é mais o caso: o Brasil se encontra realmente em decadência.
Se um ministro do Supremo, o decano aliás, não é capaz de distinguir entre um processo de prostituição institucional e o exercício normal da prestação judicial, então já entramos em decadência, por acaso avançada e profunda.
Creio que não teremos volta antes de certo tempo, bastante tempo na minha opinião.
Não creio, por outro lado, que os companheiros tenham ganho a aposta da História: eles são tão mentirosos, fraudadores e totatlitários, que a sociedade vai aprender a reconhecer entre o que é certo e o que é errado, em algum momento do futuro de médio e longo prazo.
Eles estão afundando o país, com inflação, baixo crescimento, deformação geral do funcionamento do Estado. Em algum momento a situação se inverterá...
Paulo Roberto de Almeida

Editorial O Estado de S.Paulo, quarta-feira, 18/09/2013

No julgamento da admissibilidade ou não dos embargos infringentes, há muito mais em jogo do que as tecnicalidades jurídicas de interpretação do Regimento do Supremo. O que está em questão são duas concepções da sociedade e do Estado, uma de fortalecimento das instituições republicanas, outra a do seu enfraquecimento.

Hoje, o STF pode consolidar o alento de esperança no fim da impunidade dos poderosos, criado em abril com a condenação dos réus da Ação Penal 470, ou criar uma séria ameaça de retrocesso institucional e transformar o mensalão na “piada de salão” em que apostou debochadamente um de seus mais notórios réus, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Ao desincumbir-se da gravíssima responsabilidade de desempatar a votação sobre a admissibilidade ou não dos embargos infringentes interpostos por parte dos condenados, o decano da Suprema Corte, ministro Celso de Mello, que ao longo de toda a fase de debate do mérito do processo se revelou um de seus mais severos julgadores, estará fazendo uma opção fundamental para o futuro das instituições nacionais.
Se rejeitar os embargos, o Supremo dará o fim devido ao maior e mais grave escândalo político dos últimos tempos. Em caso de aceitação dos embargos infringentes, o Supremo será objeto de profundo descrédito. Saliente-se que o STF é uma das poucas instituições que têm atravessado incólume a desmoralização institucional vigente, e isto se deve, em boa medida, ao crédito adquirido quando do julgamento do mensalão. Dele surgiu um Tribunal que rompeu com a leniência histórica dos julgamentos dos poderosos de plantão. A impunidade era a regra, obtida por meio dos mais variados artifícios jurídicos, configurando uma “legalidade” que afrontava o espírito mesmo das instituições republicanas. Desmentindo e desautorizando o que fez até aqui, o Supremo colocará o Judiciário na vala comum das desprestigiadas instituições nacionais.
Já a não aceitação dos embargos infringentes consolidará a percepção de que o Supremo não é uma instituição como as outras, fortalecendo-se, desta forma, a democracia. Uma tradição de impunidade terá sido efetivamente rompida, ou seja, os poderosos não estarão mais acima da lei e além de seu alcance. E a lei será vista como universal e impessoal, não contemplando nenhuma exceção – nem o criminoso que rouba para se locupletar nem o criminoso que rouba para um partido do “bem”, para uma “causa nobre”. É essa a expectativa que anima os brasileiros de bem. Acreditam eles que, tecnicalidades à parte, o Supremo – diferentemente do Executivo e do Legislativo – imbuiu-se dos valores morais que definem a identidade desta Nação.
A impunidade brasileira deita raízes em uma concepção jurídica segundo a qual quanto mais demorada for uma decisão, quanto mais forem os recursos interpostos, melhores serão as condições de que ela seja “boa”, “justa”. Atribui-se ao tempo a virtude da boa decisão, como se o prolongamento indefinido de recursos equivalesse à Justiça.
Enquanto outra face da mesma moeda, a decisão justa seria equiparada a das penas brandas, como se o abrandamento da pena valesse pela Justiça. A confusão é total. Atribuir ao tempo a decisão justa posterga indefinidamente a justiça, produzindo, inclusive, a prescrição do crime. É como se o juiz não quisesse condenar, tivesse medo disso. Cometeria uma injustiça. Ora, a injustiça consiste precisamente em não condenar, em aceitar um número indeterminado de recursos, em não agilizar o processo judicial.

Lembremos que a democracia vive de instituições fortes, que regrem os conflitos e que sejam assim reconhecidas tais, pelos cidadãos. Estes só se reconhecem em instituições pelas quais sentem apego. Aderem ao que pensam ser a expressão política deles mesmos. Contudo, se a percepção dos cidadãos é a de que o Supremo se tornou novamente uma instituição como as demais, a adesão diminui, o apego não se realiza e a democracia padece. O grave risco de uma eventual aceitação dos embargos infringentes pelo Supremo – insistimos – é o de um enfraquecimento institucional da democracia. Esperemos que, hoje, o Supremo não confirme as previsões de Delúbio Soares.

domingo, 26 de maio de 2013

Presidente perdoa divida de paises africanos: bondade com o chapeu de todos os brasileiros...

A rigor, a presidente não pode fazer isso: perdoar dívidas soberanas não está entre suas competências exclusivas. Só quem pode fazer isso é o Senado, constitucionalmente encarregado de velar, e zelar, pelas operações financeiras externas da República.
A presidente pode, no máximo, tomar a iniciativa de que teria a intenção de fazer tal gesto, mas sem anunciar antes, pois isto pressuporia que o Senado está obrigado a ratificar o gesto, e ele tem o direito de recusar a medida, se julgar que ela vai contra os interesses nacionais.
Mas, conhecendo a política brasileira, parece que o Executivo se arvora o direito de humilhar o Congresso o tempo todo, e este não cumpre suas obrigações.
Será que ainda vivemos em República, ou já estamos num despotismo pouco esclarecido?
Paulo Roberto de Almeida

Dilma anuncia o perdão à dívida de países africanos

O governo brasileiro anunciou, neste sábado, o perdão da dívida de 12 países africanos, o que totalizará US$ 897,7 milhões. Em alguns casos, a dívida será negociada. A presidenta Dilma Rousseff disse, na capital da Etiópia, que o objetivo é limpar o nome dos países que contraíram dívidas com o país, principalmente durante as décadas de 70 e 80, para viabilizar negócios e investimentos. Além disso, será criada uma agência de comércio para a África e América Latina. O Brasil vem intensificando investimentos no continente e tem interesse em ampliá-los. Seis países africanos estão na lista dos dez com maior crescimento econômico registrado nos últimos anos no mundo.
– O sentido dessa negociação é o seguinte: se nós não conseguirmos estabelecer esse perdão da dívida, pelo menos de parte, não consigo ter relações com eles, tanto do ponto de vista de investimento, de financiar empresas brasileiras nos países africanos, e também relações comerciais que envolvam maior valor agregado. O sentido é uma mão dupla: beneficia o país africano e beneficia o Brasil – afirmou Dilma Rousseff, que participa das comemorações dos 50 anos da União Africana, na Etiópia.
Os países beneficiados com o perdão ou com formas facilitadas de quitá-las são: Costa do Marfim, Gabão, Guiné, Guiné Bissau, Mauritânia, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sudão e Zâmbia. Enter os 12 países que terão suas dívidas perdoadas, os principais beneficiados serão a República do Congo (Brazzaville), com uma dívida de US$ 352 milhões cancelada, e a Tanzânia, com US$ 237 milhões, indicou Traumann.
Mais investimentos
Na véspera, o Brasil assinou acordos de cooperação com a Etiópia nesta sexta-feira e as empresas brasileiras pretendem aumentar os investimentos no país do Chifre da África que cresce rapidamente, disse um ministro etíope. O chanceler da Etiópia, Berhane Gebrekristos, afirmou que a delegação brasileira em visita ao país assinou memorandos de entendimento e acordos em educação, agricultura, ciência e tecnologia e transporte aéreo.
Gebrekristos disse que as empresas brasileiras estão mostrando interesse nos setores de mineração e infraestrutura da Etiópia. Representantes da estatal Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fazem parte da delegação brasileira em Adis-Abeba.
– Há um desejo por parte das empresas brasileiras de se envolverem aqui e o governo brasileiro e nós estamos prontos para informar as empresas brasileiras a se engajar na Etiópia, já que há uma grande oportunidade aqui. Em termos de financiamento, há um compromisso político por parte do governo brasileiro de que vamos trabalhar em projetos específicos no futuro – disse Gebrekristos a jornalistas em Adis-Abeba, à margem de uma cúpula da União Africana.
O Brasil lançou uma campanha para expandir seus laços econômicos com a África, um sinal de como a crise no mundo desenvolvido tem estimulado economias emergentes a negociar e investir entre si, dizem economistas.
A presidente brasileira Dilma Rousseff, que está na Etiópia para participar do Jubileu de Ouro da União Africana, disse nesta sexta-feira que o Brasil quer uma cooperação que “não seja opressiva” com a África. Ela manteve um encontro bilateral com o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.
Os países dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, são agora os maiores parceiros comerciais da África e formam o novo grupo de maiores investidores no continente. O comércio entre os Brics e a África deve exceder US$ 500 bilhões até 2015, de acordo com o Standard Bank.